Sonhos e Realidades escrita por Ayumi Feitoza


Capítulo 24
Capítulo 20 - Isso é o preço para proteger aqueles que eu amo...?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem, sinto perguntar isso, mesmo sabendo que tenho leitoras fieis mas... Vocês estão gostando, sério mesmo? Sinto que não estou recebendo o retorno que achei que fosse receber, mas não vou desanimar! Prometi que terminaria a fic e irei cumpri-la. Peço que me mandem o que estão achando da história, do rumo que ela está tomando. Então, façam essa escritora feliz! Me mandem críticas.
Estou dando boas vindas a NoNeimeir, que sei que vai chegar logo logo a este capítulo hahahaha. Obrigada por ler!
Enfim, estamos caminhando para o final, fiquem espertos!
Boa leitura e nos encontramos nas notas finais.



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Dizem que quando você sonha, você não se lembra de muita coisa que aconteceu nele. Mas nesse sonho eu estava vendo claramente o que estava acontecendo. Era tudo muito real e nítido.

Magali, que parecia à tanto tempo que eu não a via, estava com seu costumeiro sorriso e acenava feliz para mim. Vi Cascão e ao seu lado estava Maria Cascuda. Ambos também sorriram ao me ver. Na verdade, como se uma luz forte iluminasse tudo, vi todos os meu amigos e conhecidos do Limoeiro me encarando. E todos estavam com sorriso no rosto e me olhavam maravilhados. Eu fiquei confusa e apenas sorri de volta para todos. No mesmo instante o cenário à minha volta se revelou. Estávamos numa igreja, a decoração era divina. O chão havia sido coberto com flores e um tapete de cor creme se estendia até o altar. Um pigarro chamou a minha atenção e então olhei para o lado e vi um padre que logo abriu um sorriso. Todos estavam sorrindo, isso de certa forma estava me deixando insegura.

Havia uma tempestade do lado de fora da igreja. Mas não havia som algum da chuva.

— Vamos voltar ao casamento? - O padre perguntou para mim, fazendo com que os demais soltassem uma risadinha abafada.

``Casamento? Quem estava casando?´´ Não proferi tais palavras, aliás qualquer som que eu tentasse emitir não estava saindo. O que aconteceu com a minha voz? Foi então que olhei para frente, a fim de ver quem era meu noivo. Assim que pousei meus olhos nele, senti um arrepio gelando minha pele.

Era Cebola. Também estava sorrindo, mas seu olhar era o que mais me deixava amedrontada. Seu olhar emanava um misto de frieza e seu sorriso demonstrava deboche. Vi claramente quando ele falou silenciosamente com os lábios apenas para que eu  entendesse.

``Acabou Mônica´´

Minha expressão havia mudado. Junto com isso, a cena também.

Olhei para o meu vestido de noiva, que de branco estava manchado de vermelho rubro. Percebi manchas nas luvas também. Não entendia o que estava acontecendo, olhei para Cebola e sua cabeça estava baixa. Minuciosamente olhei mais de perto as manchas em meu vestido. Aquilo... Aquilo era sangue...?

— Olhe bem em volta Mônica. - Foi apenas ele ter dito isso que logo meus olhos voltaram-se para onde estavam os convidados.

Todos... Todos estavam caídos no chão. A mancha vermelha tinha sido tingida em tudo. Estavam todos mortos. Minha cabeça girava e a náusea estava se apossando de mim. Meu corpo tremia e a custo, consegui desviar meu olhar da cena. Olhei para o Cebola que lentamente levantou sua cabeça.

Ele era o único que não estava manchado de sangue. Seu rosto estava tranquilo, o mesmo sorriso de deboche estava estampado em sua cara.

— Olhe para cima. - Ele ordenou, suas palavras frias como gelo.

Lentamente fui olhando para cima. Havia um espelho enorme no teto, nisso vi meu reflexo. Vi meu vestido todo manchado de sangue. Mas o que me assustava mais era a minha expressão. Meus olhos estavam vazios e meu rosto não demostrava nenhuma emoção. E a minha volta, estava todas as pessoas que eu amava. Todos sem vida.

Queria gritar. Queria fugir, mas meu corpo não me obedecia. Com todas as minhas forças coloquei minhas mãos em volta da minha garganta e senti um curativo ali. O que estava acontecendo? O que havia acontecido com a minha voz? Olhei novamente para o homem à minha frente. Ele estava olhando para a entrada da igreja.

— Nosso padrinho de casamento enfim chegou. - Cebola fez menção com a mão para que eu olhasse a quem ele se dirigia.

Era Do Contra. Ele me olhava com os olhos arregalados. Eu queria correr para os seus braços mas não conseguia me mexer.

— Vá, Mônica, ele está te esperando. - Cebola estava me deixando ir?

Meu corpo em resposta se mexeu. Foi então que corri em direção ao Do Contra.

Senti quando seu corpo se chocou contra o meu, abri um sorriso e olhei para seus olhos. Mas o que eu vi, gostaria de não ter visto.

Seus olhos estavam inertes e sem vida. Olhei para o seu corpo e vi que minhas mãos seguravam uma faca. Me afastei bruscamente e seu corpo caiu no chão. Me agachei e coloquei minhas mãos no rosto, o grito silencioso ecoando na minha garganta.

``- É isso que você está fazendo Mônica, matando cada um de seus amigos. Matando cada um que você ama e no fim, você não poderá evitar isso.´´

Acordei com um grito. DC pulou da cama e me olhou assustado. Minhas mãos estavam em minha garganta, apertando com força.

— Mônica para com isso! - DC soltou minhas mão e segurou-as. - Você estava tendo um pesadelo, está tudo bem agora. - Do Contra soltou minhas mãos e me abraçou, me apertando com força.

Chorei descontroladamente em seu colo, aquilo foi tão real que me doía muito. Ficamos um bom tempo naquela posição até que eu adormeci.

O relógio marcava onze da manhã quando eu despertei. Sentia um ardor na região da garganta onde eu havia apertado com força, tanto no ``sonho´´ tanto quando eu havia acordado.

Olhei em volta à procura do DC mas não o encontrei. Me levantei da cama e fui olhar o tempo lá fora. Ironicamente estava ensolarado. Penha e Cebola iriam se casar naquela tarde e o sol estava bonito e brilhante. Sorri debochadamente com esse pensamento.

DC abriu a porta lentamente e eu o olhei. Ele estava com sacolas em uma das mãos e dois cafés na outra. Olhei para o machucado e fiquei feliz que ele já estava melhor.

— Com fome? - Ele perguntou, quando um barulho engraçado saiu de minha barriga. - É, acho que você está sim. - Sorriu e me entregou as sacolas e depositou o café em cima do criado mudo.

— Você pediu o seu sem café? - Parecia que eu não me escutava a tempos, mentalmente agradeci por ouvir minha horrível  voz.

— Hoje não é um dia em que eu possa seguir meus caprichos. -  Ele murmurou.

Em resposta eu apenas beberiquei meu café e comi o croissant que DC havia trazido.

— Temos um casamento para impedir não é mesmo? Você está bem?

Olhei para ele e tentei não me lembrar do sonho que tive.

— É verdade. Vou dar uma surra em que ele nunca mais vai querer aprontar na vida novamente. - Abri um sorriso tímido para DC.

Eu tinha que resolver esse problema de uma vez por todas, Cebola ao contrário do que eu possa imaginar, não era um homem de verdade, ele ainda era um jovem de 18 anos em que o poder lhe tinha subido à cabeça. Eu precisava tirar a imagem `` daquele Cebola´´ de meu sonho e encarar a realidade.

— Você está preparada pelo que está por vir, Mô? - DC me perguntou, analisando minha expressão.

Eu sabia do que ele estava falando. Estávamos cogitando a possibilidade de Cebola ir pra cadeia, afinal, ele havia mandado matar uma pessoa. Fora as outras coisas como se fingir ser uma pessoa que não é para roubar.

— Eu sei. Eu só queria que ele desistisse de tudo. - Olhei para ele e tentei sorrir.

— Eu sei como se sente. Mas não vamos pensar nisso agora, ok? - DC me abraçou e depositou um beijo em minha cabeça.

Nos arrumamos e saímos do pequeno hotel. Por sorte, eu sabia onde aconteceria o casamento. Penha e sua família tinham uma ``igreja´´ particular dentro da propriedade, não era difícil imaginar que o casamento aconteceria ali.

— Como vamos passar pelos seguranças? À essa altura, Cebola já deve ter avisado a todos daquela casa para nos interceptarem. - Comentei enquanto caminhávamos para o carro.

— Vou devolver esse carro para a enfermeira que nos ajudou, enquanto isso, vou te deixar dentro da mansão e você procura pela Sabrina. - DC olhou pra mim esperando uma resposta.

— Você vai voltar para aquele hospital? E se os capangas estiverem lá ainda? Eu não posso te deixar fazer isso.

— Tá tudo bem Mônica, é melhor que você entre lá com o nosso plano. - Me surpreendi quando ele disse plano.

— Plano? Você bolou um plano? - Ele sorriu em reposta.

— É melhor eles acharem que eu fui pego certo? Assim você volta desesperada para a mansão e Cebola te aceitará de bom grado.

— mas... - DC me cortou continuando com a sua linha de raciocínio.

— Eu dou meu jeito em três ou quatro capangas todos de uma vez, afinal eu treinava karatê, não é mesmo?

Eu poderia não deixá-lo ir com esse plano maluco, mas eu confiava nele. Eu sabia que ele daria um jeito como fez antes.

— Você precisa encontrar Sabrina, ela será sua peça chave para desmascarar Cebola na frente de todos. Ele não ousará fazer nenhuma loucura com tantos convidados lá.

Me senti um pouco mais segura com essas palavras. Ele não ousaria mesmo, não é?

Fomos em direção de volta ao hospital. Vi um carro preto suspeito perto da entrada da emergência. Havia pelo menos 2 homens do lado de fora do carro e reconheci que eram os mesmos de ontem.

— Mônica, vou te deixar aqui e você pega um táxi até a mansão. - DC Depositou algumas notas de Euro em minhas mãos. - Agora vá antes que eles descubram que estamos aqui.

Dei um selinho demorado no Do Contra. Percebi que ele estava tenso, mas relaxou com o meu toque.

— Vou ficar bem e me prometa que você também ficará. Me sentirei mais seguro. - Ele olhou no fundo dos meus olhos.

— Prometa que não vai fazer nenhuma loucura? - esperei sua resposta.

— Você sabe, hoje é um dia que eu não posso contrariar. - Dito isso ele saiu do carro e foi em direção aos homens. Ele teria certeza de que eles não me veriam se chamassem a atenção deles.

E então eu corri pra bem longe dali, não ousei olhar pra trás.


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Notas finais do capítulo

XD Me contem o que estão achando! Até breve.

Sayonará!