Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 39
Capítulo Trinta e Nove




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Por que esse infeliz fez isso...?

Meu nariz estava ardendo com o impacto, até parece que esse treco é feito de madeira, olhei para ele com minha fúria transbordando, passei a mão pelo travesseiro caído em minhas pernas pensando em mil maneiras de sufocá-lo até a morte. Ele me encarava como se estivesse esperando por alguma coisa, provavelmente uma reação negativa e enfurecida de minha parte, e é exatamente isso que eu estava prestes a fazer, mas não... Não darei esse gostinho a ele.

Depois do meu pequeno descontrole e enorme desconforto que senti, preciso me controlar mais, muito mais, e também não entendi o que ele queria fazendo aquelas perguntas estranhas, houve um momento que pensei que teria outro ataque de ansiedade e por isso decidi me distrair voltando a comer, meu estômago dói, estou com dor de cabeça e sinto como se fosse morrer com tanta frustação e raiva dentro de mim... — E então? Vai ficar parada feito uma pedra? — questionou fitando-me.

Peguei o travesseiro e me levantei, uma vez de pé joguei o mesmo de volta na cama ao lado de Diego— Pirralho, não quero brincar com você agora.

Ele esboçou um enorme sorriso, quando pensei que estava prestes a dizer algo pegou o travesseiro jogado, o abraçou e deitou de lado, virando suas costas para mim. Será que desistiu de me perturbar por hoje?

Suspirei pesadamente sentindo certo alívio, minha cabeça estava latejando e sentia leves enjoos, isso não me é surpresa na verdade, não depois de tudo que eu comi, olhei para a sacada, as vozes, ruídos e músicas continuavam inalterados lá embaixo, então olhei para a tv, depois para Diego deitado, silencioso e imóvel, parecendo um garoto normal, mas apenas escondendo o verdadeiro terror que era.

O que eu faço agora? Me sinto cansada, mas não sei se conseguiria dormir, senti o tapete sobre meus pés e era incrível de macio, talvez por isso eu tenha preferido sentar-me nele do que na cama, até porque a cama me lembrava “dele”. Como um território demarcado e sombrio, me causava sensações ruins. Deitei-me fitando o teto, como será que Letícia está? Parece uma eternidade que a vi e falei com ela... Eu queria conversar...

— Acorda— o que? — Acorda bobona.

— Ahn? — sinto minha bochecha arder— O que? — me sentei olhando em volta.

Diego estava ao meu lado me encarando impaciente— Se arrume logo que vamos sair.

Passei a mão pelo meu rosto ainda atordoada tentando decifrar tudo, eu não acredito que dormi tão rápido, o sol entrava pela janela me proporcionando um calor muito agradável, o céu estava azul sem nuvens— Que horas são? — perguntei confusa.

— Onze e meia— disse irritado vestindo sua camisa— E você nem sequer lavou minhas roupas, sua incompetente.

— Eu nem sequer lembrava de suas roupas, ó, vossa majestade. — fui até o banheiro para lavar meu rosto e escovar os dentes. Quando de repente ele aparece a porta, com o cabelo todo bagunçado.

Até que está legal assim...

— Vamos logo menina espantalho. — disse ríspido.

Porque toda essa pressa afinal? Era ele quem não tinha pressa alguma para voltar pra casa. Depois de darmos saída no “hotel” finalmente estávamos voltando para casa, ou melhor, a casa dele. Desta vez prestei muita atenção por onde passamos, ruas, casas, lojas, tudo para que em ocorrências futuras eu possa deixá-lo sozinho aprontando seja lá o que for e ir embora por mim mesma, ao chegarmos o motorista estava lavando o carro de Henrique em frente a casa, ele nos viu indo em direção a porta e pode até ser impressão minha, mas ele lançou-me um olhar de pena..? Senti Diego pegando minha mão— O que era aquela expressão?

— VOCÊS DOIS! — gritou uma mulher furiosa— Onde estavam até agora?

— Oi mãe— disse sorrindo.

— Oi senhora-

— Não me venha com essa, Diego. E você menina, pensei que fosse diferente das muitas com quem ele já esteve antes— repreendeu me interrompendo— Mas vejo que estava enganada, logo na primeira noite aqui já passaram fora, deixando-me preocupada e sem noticias, eu já estava ligando para polícia...

— Que exagero, Mônica... — disse Henrique sentado sem tirar os olhos do jornal que lia— Essa não é a primeira vez e nem será a última, acredite em mim— ele encarou-me— Mas devo admitir, você me decepcionou Erika. Por tudo que já conversamos antes, pensei que tivesse mais responsabilidade. — repreendeu duramente.

Todas aquelas palavras estavam me afetando de alguma forma, mesmo eu sabendo que não deveria me importar, que tudo era culpa do Diego e que estavam errados, todas as acusações me incomodavam profundamente— Eu... Não é o que estão pensando-

— O que é então menina? — me interrompeu novamente.

— Parem de encher o saco vocês dois— suspirou Diego— Eu voltei, não é? E estamos bem.

— Vindo de você não me é surpresa, Diego. — disse seu pai.

— Eu estou tentando explicar— e vocês não me deixam. — Como eu dizia...

— Seja lá o que diga já até imagino, típicas desculpas de garotas que se fingem de santinhas. — retrucou Mônica com desdém.

A minha cabeça ainda dói, e meu estômago também..

— Blá blá blá, sempre a mesma ladainha— falou Diego já irritado. —Será que podemos não discutir agora?

— Querem calar a boca? — exclamei em alta voz— Eu estou tentando falar aqui e ninguém deixa, é assim que as pessoas agem na alta sociedade? Parecem um bando de ignorantes sem educação— o que tõ dizendo— Ficam aí me julgando como se me conhecessem, eu não fiz nada de errado nem tenho intenções de levar o filho de vocês para o mau caminho, o contrário é mais provável.

Todos ficaram parados olhando-me como se fosse de outro planeta, mas já estava no meu limite.

— Se passamos a noite fora não foi por escolha minha, e além do mais não fizemos nada fora do comum, somos namorados não é? — puxei Diego pelo braço— Fazemos coisas que os casais fazem, então parem de gritar e fazer especulações sobre minha ética e conduta de vida, não sou uma qualquer, e tenho plena noção das minhas ações. — terminei apoiando-me nele.

Minha cabeça está girando. Meu deus o que eu disse?

— Viu só? Tudo o que ela disse é verdade. — afirmou Diego entre risos.

— Talvez eu tenha me precipitado, sinto muito Erika. — desculpou-se Henrique.

— Não pense que pode falar conosco nesse tom mocinha... — disse sua mãe desafiadora.

— Diego— o puxei pela camisa colando meu rosto ao dele— Eu não estou muito bem... — sussurrei em seu ouvido.

Ele fitou-me curioso e passou seu braço pela minha cintura, me segurando, o que foi bem em tempo porque sentia minhas pernas bambas— Bom senhores, se me dão licença levarei minha namorada para cima. — disse seriamente.

— Ainda não terminamos, Diego! — repreendeu sua mãe.

Já estávamos subindo as escadas quando ele parou e disse— Depois você pode perturbá-la o quanto quiser mãe, mas agora preciso cuidar dela. Vamos querida? — falou debochado.

 

Querida? Se eu não estivesse tão zonza eu daria um soco em você agora.

 

 

 

[...]


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