Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 16
Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Fiz um capítulo curto na intenção de acabar essa "saga" de encontro e começar logo outra, estou decidida a aproveitar esse súbito acúmulo de energia, então escreverei! O.Ó

Boa leitura e kissu na testa.~



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Depois de sairmos da Lua de Mel e encontramos Diego com a mulher Barbie, Júnior me perguntou o que eu queria fazer, então disse que estava faltando meu sorvete, ele pegou o celular para chamar seu motorista— O parque é aqui por perto, não precisa chamar seu motorista.

Ele me olhou pensativo— Tem certeza? — perguntou duvidoso.

—É claro que sim, caminhar faz bem.

Ele sorriu concordando com a cabeça, atravessamos um farol, depois uma avenida e já podíamos ver o parque. Conversamos sobre coisas aleatórias, gostos musicais, filmes, pratos favoritos, o lugar era muito agradável e me senti muito bem, como se pudesse finalmente ser eu mesma, o que foi bem diferente naquele lugar sufocante, no tempo em que sentamos para comer na Lua de Mel mal conversamos, mas tenho de admitir que tudo lá tinha um gosto incrível.

Andamos por uma mini estrada que rodeava o parque todo, havia barracas de algodão doce, sorvete, cachorros quentes, eu amo tudo isso, famílias faziam piqueniques, outras pessoas faziam caminhada, e também... Muito verde! Árvores, flores, até mesmo o capim e a grama bem aparada me fazem sentir em casa— Eu adoro essas coisas— respirei fundo esticando meus braços para cima.

— Sério? Então você é como uma garota rural? — brincou Júnior encarando-me.

— Com isso quer dizer “caipira” não é? Bom, não vejo problema nisso. — sorri. — Olha ali, sorvete.

Como uma criança eufórica inconscientemente peguei sua mão o arrastando comigo, ao chegarmos à barraca de sorvete me dei conta do que havia feito e rapidamente o soltei— Haha, desculpa... — falei sem graça— Eu me empolguei.

— Por mim pode se empolgar sempre— disse gentilmente.

Fiquei envergonhada com sua resposta, desviei meu rosto para ele não notar se fiquei vermelha ou não, olhei para a lista dos sorvetes a fim de decidir o que pegar— Eu vou querer um de morango, por favor. — pedi ao senhor baixinho atrás do balcão.

Júnior pediu um de flocos, pegamos nossos sorvetes e fomos nos sentar em um banco abaixo de uma enorme árvore, conversamos mais um pouco sobre a escola, nossa infância e animais, então comecei a falar sobre Luna e Peach, ele disse que ficaria contente em conhecê-las.

Quando terminei meu sorvete levantei-me na intenção de jogar o copinho na lata de lixo próxima a nós, quando sinto meu braço sendo puxado me obrigando a sentar novamente— Que foi?

Ao olhar para seu rosto ele estava cada vez mais perto.

Perto demais, perto demais, ele quer me beijar? Quando nossos lábios estavam prestes a se tocar rapidamente coloquei minha mãe esquerda entre nossas faces, ele abriu os olhos e me encarou sério— Desculpa Júnior, mas... —falei sem graça— Eu não posso fazer isso.

Ele me fitou e logo em seguida depositou um beijo na palma da minha mão, afastou-se e sorriu para mim— Você é mesmo arisca. — admitiu.

— Sabe eu não costumo sair por aí beijando caras no primeiro encontro. —exclamei sarcástica, como se eu tivesse muitos encontros.

— Ah é? — arqueou a sobrancelha curioso— Então eu espero o segundo encontro.

Vai sonhando...

Talvez eu deva mesmo esclarecer as coisas com ele, se pensa que isso pode acabar em um relacionamento comigo, ele pode tirar o cavalinho da chuva, não estou aberta a sentimentos desse tipo no momento. Após isso decidimos voltar, já eram 3 da tarde e não sabia se meus pais já estavam em casa, e eu disse que precisava resolver umas coisas, mas a verdade é que depois dessa tentativa falha de tentar me beijar fiquei muito mais esperta com ele.

Toda aquela sensação de liberdade e alegria por estar ao ar livre neste belo parque se foi dando lugar ao receio e desconfiança, ele chamou o motorista e dessa vez meu destino era minha casa, dentro do carro novamente aquele silêncio perturbador, mas muito melhor do que perguntas ou conversas que me desagradariam.

O homem ao volante estacionou em frente o portão— Obrigada por hoje, eu gostei.

— Eu que agradeço, vamos sair mais vezes. — disse Júnior contente.

— Quem sabe... — exclamei duvidosa.

— Erika, posso te dar um beijo de despedida?

— Não. — respondi carrancuda abrindo a porta para sair.

— É apenas um beijo na bochecha. — falou fazendo bico— Igual as outras vezes na escola. —sorriu.

— Outras vezes que o fez sem minha permissão. —respondi séria.

— Entendi— exclamou me puxando e agarrando meu rosto com as mãos— Então farei novamente sem sua permissão.

— Hã? Me solta. —ordenei.

Ele então me apertou com um pouco de força beijando minha bochecha— Viu? Não doeu nada. — sorriu soltando-me.

Levei minha mão esquerda ao local onde ele havia beijado, o encarei carrancuda— Besta.

Dei de costas e me encaminhei para a entrada— Te vejo segunda na escola. — gritou.

Olhei para trás e seu motorista ligou o carro indo embora.

Idiota.

Esses garotos tem algum problema, e coincidentemente todos pertencem aquela escola, são como pedras no meu sapato aos quais não consigo me livrar, pensando sobre hoje e colocando na balança os prós e contras, diria que minha satisfação está em 30%, quanto a insatisfação está com 70%.

Obviamente eu ganharia mais se estivesse na cama dormindo até agora, mas praticamente não tive escolha, pelo menos com Diego, quanto a Júnior não terei mais receio algum em rejeitá-lo, sem contar essa minha vulnerabilidade de hoje, não deixarei eles fazerem o que querem. Entrando em casa notei que meus pais ainda não chegaram, está da maneira que deixei, não que isso seja ruim, mas tem louça para lavar, chão para varrer, quintal para limpar, as camas precisam ser arrumadas.

Suspiro pesadamente, sinto um enorme peso sobre meus ombros, como se carregasse tijolos, olho para o sofá e ele parece me chamar, “venha deitar”... “Só um pouquinho”.

— Infelizmente não posso ser hipnotizada por você agora, querido sofá. — admiti chorosa.

Subi as escadas para trocar de roupa, hora de trabalhar.

Mãos a obra.

Olhei para o relógio, são sete da noite, meus pais ainda não chegaram, sentei-me no sofá com Luna aos meus pés, encarando-me— Eu sei que minha cara está horrível.

Hoje era dia de banho da Peach, e ela simplesmente não para quieta, chora, resmunga e me molha toda, fiquei tão cansada após isso que apenas sentei e empaquei ali mesmo, com o cabelo em pé, com as roupas molhadas e rímel escorrendo pelos olhos, se fosse para comparar diria que pareço um zumbi.

Também sinto fome, vejo luzes de farol nas janelas e barulho de carro. Eles chegaram.

Fui até a porta para abrir e ajudá-los a carregar as compras, fiquei parada os olhando quando minha mãe saiu com quatro sacolas nas mãos em minha direção. — Oi mãe. — exclamei com a voz baixa.

— Erika, você está aí, nos ajude a carregar as cois- Ah?! — gritou surpresa deixando cair as sacolas— O que houve com você? Está horrível, que manchas pretas são essas no seu rosto? —indagou horrorizada.

—Rímel— respondi indiferente e fui até o carro.

Meu pai olhou-me calado, tirou três sacolas leves do porta-malas e me entregou, esse é meu pai. Sempre gostei de sua descrição, até mesmo para perguntar se tenho algum problema, voltei para dentro e caminhei até a cozinha onde minha mãe estava, ela me fitou interrogativa— O que aconteceu hoje?

— É uma longa história... — admiti cansada.

E você provavelmente não saberá nem metade dela mãe.

[...]


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