A umbra eterna é o lar dele.
Em aspecto gélido, a pele rejeita o prata da lua
Está chovendo
E não há ninguém na rua

Ele vagabundeava sem hora,
com um violino despido de prosa.
Perto dali, algo chora.
Ele a encontra perdida em um lugar triste
"Que fazes aqui fora, rosa?
sozinha neste mundo onde o sol inexiste?"
Então ele se senta ao seu lado
A protegendo das gotas e um vento gelado

O homem se vê guardião de uma vida
De uma sensação melancólica sua alma se vê provida
Mas com isso lhe veio a dor tão longe esquecida

Se levantou. Queria descansar no cemitério,
mas no túmulo em que se deitou
Ele entendeu, já não era aquele o seu império
Sentiu algo batendo, devia ser um coração
Sentiu o desconforto da própria saudade em ação

A triste rosa chorava, bela como a lua e negra como a noite
Até que viu seu guardião por mais uma vez
"Aos mortos não mais pertenço, talvez
Me sinto bem enquanto estiver com você
E sei que ficará bem, enquanto eu estiver aqui a lhe proteger."

E com seu corpo a protegê-la do mundo...

"Aqui eu ficarei a cada segundo,
até que um dia desabroche
e algumas tímidas pétalas me mostre.
Amada rosa negra"


...Ao seu lado, ele sempre estará
À sua rosa negra cuidar.