Terminei tocando as ultimas notas e ouvindo as palmas dos presentes na lanchonete.

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Desci do “palco” e fui até o pessoal.

—E aí? Paguei muito mico
—Não você foi simplesmente demais! - disse Emma me abraçando.

Ruby pigarreou. Emma se afastou de mim e Robin me parabenizou.

—Cara você mando muito bem lá em cima. Tem certeza que quer se formar em engenharia?

—Tenho, tenho toda a certeza. - disse sorrindo.

—Obrigado por emprestar o violão Ruby.

—De nada, mas agora que eu vi você tocando o que acha de me dar umas aulas? Poxa, eu tenho o instrumento e não sei tocar! Ainda mais agora que você vai trabalhar aqui no Granny’s.

—Se tivermos tempo, por mim tudo bem.

—Olha eu posso até deixar, - disse Robin abraçando a Ruby por trás. - Mas é só pra ensaiar!

—Relaxa eu prefiro os loiros de olhos azuis! - ela falou se virando pro Robin.

—E eu, prefiro loiras de olhos verdes! –falei olhando para Emma.

—Uuuuuh olha o clima se formando. - falou Robin.

—Ô loiro de olhos azuis fica quietinho tá. - foi a vez da  Emma se pronunciar.

Nos sentamos à mesa de novo e ficamos conversando sobre assuntos banais.

—Bem pessoal eu vou indo, já passam das 21h50min e amanhã tem aula.

—Infelizmente. - falou a ruiva.

—Tchau miga, até amanhã. - falou a loira enquanto abraçava a ruiva.

—Tchau Ruby. - falei

—Tchau ruivinha. - disse Robin dando um selinho na Ruby.

—Ainda bem que não estão se chamando de amor. - falou Emma.

—Eu concordo, isso seria prejudicial aos meus ouvidos.

—Tchau pessoal até amanhã!

—Até! - respondemos.

Saímos do Granny’s e o Robin subiu rua acima enquanto eu e Emma descemos rua abaixo.

—E então, como  estão às coisas entre você e o Graham?

—Sério que quer falar sobre ele?

—Não, na verdade não quero.

Acabamos rindo.

—Gostou da noite? - ela perguntou.

—Bastante, faz tempo que não me divertia assim! Que não saia com amigos. E você?

—Também gostei, me distraí. Mas e aí você vai mesmo trabalhar no Granny’s?

—Eu preciso trabalhar se não vou morrer de fome. Mas por que da pergunta?

—Nada.

—Emms?

—É que você vai se tornar mais amigo da Ruby do que de mim. - ela disse fazendo bico e não aguentei.

—Emma vem cá. - disse abrindo meus braços e logo ela me abraçou. _Olha, deixa eu te explicar uma coisa. Não é porque vou passar mais tempo com ela que vou deixar de ser seu amigo; agora que tenho sua amizade não vou me desfazer dela jamais.

—É bom mesmo, por que se não você vai ver. - ela disse se afastando um pouco de mim.

—Isso é uma ameaça?

—É sim.

—Nunca vou te deixar Emma, você faz parte da minha vida agora.

—Você também faz parte da minha vida.

—É aqui que eu te deixo.

—A gente se vê amanha.

—Até Emms.

—Até Kil.

Dei um beijo no topo da sua cabeça e segui meu caminho e ela o dela. Acho que foi a primeira vez que disse algo desse tipo: “Você faz parte da minha vida”, mas fazer o que né? Dizem que a verdade liberta e essa realmente me libertou. Não só a mim, mas os meus sentimentos por ela também. Se eu tinha alguma dúvida entre amizade e amor, ela acabou de sumir. Com toda certeza eu gostava da Emma Swan.

Pov Emma.

Dia seguinte (quarta-feira).

Quando acordei me senti diferente, uma energia positiva, boa. Bem, eu estava decidida que conversaria com o Graham sobre a nossa situação. Sinceramente não dava mais, eu já não sentia nada por ele, pra que continuar com algo que já não é real? Eu estava decidida e nem o Papa mudaria a minha opinião!

Depois que me arrumei desci as escadas e fui pra cozinha.

—Bom dia mãe, bom dia pai.

—Bom dia filha. - eles responderam.

—Bom dia coisa fofa! - disse me aproximando de meu irmão. -Como é que você tá em?

—Gugu!

—Parece bem. - falei sorrindo.

—Mãe, pai vocês sabem que eu amo vocês né?

—Ama? - perguntou meu pai.

—kkkk! Que engraçado.

—O que você quer Emma? - falou a minha mãe.

—Ham? Por que vocês pensam que eu quero algo?

—Diz logo Emma.

—Tá bom. É que vai ter um baile de boas vindas na escola e precisamos usar trajes a rigor. Meninas de vestido e meninos de terno. Aí eu pensei: “Cara, meus pais são tão legais né? Eles vão compra um pra mim.” E aí o que acham?

—Sério que isso é necessário?

—Sim, é totalmente necessário. É um baile!

—Tudo bem então, quando vai ser?

—Esse fim de semana.

—Ok, eu não vou poder, mas seu pai te leva.

— O que?

Minha mãe olhou pro meu pai com um a cara que dizia: “Você vai levar ela!”

— Tudo bem eu te levo Emma, amanhã compramos seu vestido.

—Obrigado eu amo vocês! - disse beijando seus rostos.

—Eu sei que você nos ama, mas vai logo que seu ônibus está chegando.

—Tchau mãe, tchau pai, tchau Neal.

Na escola.

Assim que saímos do ônibus fiz um sinal para o Graham e ele me seguiu.

—Precisamos conversar.

—Conversar sobre o quê? Sobre a sua noite com o cantor lesado e os seus amigos?

—Do que...

—Me falaram que você estava no Granny’s com ele, a Ruby e o amigo dele.

—Mandou alguém me vigiar?

—Não, foi o Kristoff que viu e me contou. Mas o fato é que você ainda está com ele.

—Olha Graham vamos logo ao ponto. Eu te chamei aqui por que eu quero terminar com você.

— Como é que é?

—É isso mesmo que você ouviu. Eu não te aquento mais. Eu não posso ter amigos, eu não posso sair, eu não posso conversar com os garotos.

—Não, você não esta falando sério. Você não pode terminar.

—Eu estou falando mais sério do que você imagina. E eu posso fazer o que eu bem entender.

—Você não está fazendo isso por nenhum desses motivos, está fazendo isso por causa daquele lesado.

—Olha...

—CONFESSA EMMA VOCÊ ESTÁ GOSTANDO DELE. - ele disse gritando.

—Primeiro, abaixa esse tom de voz. Eu não queria te falar, mas você não me deixou escolha. Eu estou fazendo isso por todos os motivos que eu te falei, mas principalmente pelo Killian, por que eu me apaixonei por ele. Ele, diferente de você, me faz sorrir. Ele não me impede de conversar com as pessoas ou de sair com elas. Eu amo o Killi...

Antes de eu terminar a frase eu senti uma mão pesada acertando o meu rosto. Não acredito que ele me bateu. Meus olhos se encheram de lágrimas.

—Você... Você me bateu.

—Eu devia ter feito isso antes.

Enxuguei as lágrimas que estavam banhando meu rosto, olhei bem nos seus olhos e disse.

—Olha Graham sinceramente, mesmo depois que a gente terminasse, eu pensei que nós poderíamos ser amigos, mas depois do que você me fez nem isso eu quero de você.

—Olha aqui Emma...

—Não me dirija à palavra. EU TENHO NOJO DE VOCÊ GRAHAM, NOJO! - disse gritando e sai a passos largos em direção ao banheiro.

Chegando lá não acreditei no que vi. Robin e Ruby se pegando. Poxa nada contra os dois, mas no banheiro? É um pouquinho de mais.

—Ei! Por que vocês não vão pra um motel?

—Ei amiga, por que você esta chorando?

Só balancei a cabeça em sinal de negativo.

—Robin, você pode nos dar licença?

—Claro, depois a gente se vê ruivinha. Melhoras, Emma.

Assim que o Robin saiu do banheiro eu desabei nos braços da Ruby.

—Ei fica calma. O que aconteceu?

—Foi o Graham.

—O que ele fez com você miga?

Eu só virei meu rosto e Ruby pode ver a marca vermelha de uma mão.

—Covarde! Como ele fez uma coisa dessas e logo contigo Emma? O que aconteceu?

Então eu enxuguei umas lágrimas que não deveriam estar caindo, e contei toda a história pra Ruby.

—Aquele cara é um psicopata! Eu não sei como você aguentou ele por dois anos.

—Cheguei a conclusão que nem eu sei.

—Mas e aí? Você vai contar pro diretor né? Ele é o pai tem que fazer algo!

—Lógico que não, isso está fora de cogitação!

—Mas Emma isso não pode passar assim, despercebido.

—Ruby eu não quero mais problemas.

—Tudo bem que você não conte pro diretor, mas você vai contar pro Killian.

—Não, não e não. Se o Killian souber ele vai ficar maluco. Vai partir pra cima do Graham.

—E daí? Aquele mimado precisa levar umas bolachas na cara.

—Mas ele luta boxe, imagina se acontece algo com o Killian?

—É, eu não pensei por esse lado!

—Promete que não vai contar pra ele?

—Eu não sei não.

—Por favorzinho Ruby!

—Tudo bem eu não conto.

—Obrigado.

—Agora vem cá. Deixa eu te dar um abraço.

—É tudo que eu preciso.

Depois de uns bons minutos se abraçando ela falou.

—Vamos enxugar essas lágrimas por que gastar rímel com ex é o fim, o essa coisinha tá custando caro sabia? - ela disse rindo.

—Sabia, mas obrigado pelo lembrete.

Saímos do banheiro e fomos atrás dos meninos.

—E aí pessoal! - falei me sentindo um pouco melhor.

—E aí meninas. - disse o Kil.

—Robin, amor, vem eu quero te mostrar um lugar.

—Ok. Tchau Emma, tchau Killian. Olha se forem se pegar, por favor, não façam isso em pleno corredor!

—Pode deixar. - falamos os dois.

—É... Tudo bem com você Emms?

—Sim e você?

—Também tô bem.

—Quando aqueles dois não estão meio que ficamos sem papo.

—É verdade.

De repente ele parou diante de mim.

—O que aconteceu Emma?

—Como assim?

—Não finja. Mesmo sem papo você está muito quieta, nem parece a Emms que eu conheço.

—Tá tudo bem.

—Não está tudo bem, o que houve Emma?

—Não quero comentar.

—Ok então, mas promete que vai me contar uma hora?

—Prometo.

—Me preocupo com você Emma, e talvez você não saiba, mas você é muito importante pra mim.

—Obrigada por se preocupar.

—Não tem por onde.

—Vamos pra sala? Daqui a pouco bate o sinal.

—Vamos nessa então!

Ele passou seu braço em volta do meu pescoço e botei meu braço em volta de sua cintura e fomos pra sala. Estávamos parecendo um casal. E, de verdade? Eu gostei, e muito.

Pov Robin.

Eu e a Ruby estávamos indo super bem. Eu gostava de ficar com ela, isso me fazia um bem danado. Ela era a pessoa que eu queria pra mim.

Estávamos nos beijando quando perguntei:

—O que você esta achando de nós dois?

—Quer um resposta sincera?

—Claro!

—Eu estou adorando, amando... É algo maravilhoso o tal do nós dois. E você?

—Você tirou as palavras da minha boca!

—Então me da ela aqui de novo pra eu tirar mais algumas.

Começamos a nos beijar de novo quando mais um vez eu interrompi.

—O que foi? - ela perguntou fazendo bico.

—O que aconteceu com a Emma? O que ela falou pra você no banheiro?

Ela se sentou em baixo de uma árvore e eu a acompanhei.

—Promete que não vai contar?

—Prometo.

—O Graham deu um tapa nela.

—Como assim? O que a Emma viu naquele garoto?

— Não pergunta pra mim. Até hoje eu não sei.

—Vocês falaram pro diretor?

—Ela não quis.

—E o Killian? Ele já sabe?

—Não sabe e nem pode saber.

—Mas por quê?

—Por que a Emma não quer. Temos que respeitar a decisão dela.

—Mas...

—Nem, mas nem meio, mas. Ela pediu pra eu guardar segredo. Então nem você,  nem ninguém vai contar ok?

—Ok. Mas você vai ter que pagar pelo meu silêncio.

—E qual é o tipo de pagamento?

—Muitos beijos.

—Isso é fácil. – ela disse pegando em minha gola e me beijando.

Toca o sinal.

—Putz sinal! Você não colabora em?

—Vem reclamão! Vamos pra sala.

—Você ainda tem que me pagar.

—Pode deixar que eu acerto tudo depois.

—Com juros?

—Com juros!

Nos olhamos com um olhar malicioso.

Pov Killian.

Começaram as aulas e o fato da Emma não me contar o que estava acontecendo estava me matando! 

A primeira aula foi da professora Mills, quer dizer da Regina. Cada dia eu me dava melhor com ela e isso me faz feliz. Ela me parece uma boa pessoa e sempre está se preocupando comigo. Acho que me tornei importante pra ela. Depois que acabou a sua aula alguns alunos saíram para beber água e ela veio até a minha mesa.

—Perdido em seus pensamentos?

—Tá mais é pra preocupações. - disse isso enquanto olhava pra Emma.

—Que preocupações? Você só tem 18 anos.

—Preocupações do tipo: Eu tenho que bancar uma casa sozinho, depois da escola tem o meu trabalho e uma pessoa está me escondendo algo e isso está me matando.

— Voce gosta dela não é?

—De quem?

—Da Emma. E parece que ela gosta de você.

—Como você...

—Você vive olhando pra ela e ela pra você. Vocês vivem andando juntos, sem contar a troca de sorrisos.

—Talvez você tenha razão. Mas afinal por que eu estou me abrindo com você?

—Talvez por que somos amigos e você confia em mim.

—É... É uma boa teoria!

—Bem eu já vou indo Killian.

—Até mais Regina.

Ela com certeza se importava comigo e isso só me fazia gostar mais dela.

Depois de um tempinho o Robin, que tinha ido lá fora, apareceu fiz um sinal e ele veio até mim.

—Robin eu preciso que descubra algo.

— O que quer descobrir?

— O que aconteceu com a Emma.

Quando terminei a pergunta vi que expressão do Robin mudou.

—Você sabe o que aconteceu não é?

—Não... Não sei.

—Me fala Robin.

—Eu não posso.

—Robin pelo amor de Deus me conta ou eu vou morrer de angústia.

—Está bem, só, por favor, se controla.

—Okay, pode falar.

—O Graham bateu na Emma.

Naquele momento minha cara fechou. Olhei para Emma e depois pro Graham. Me levantei. Robin me segurou e me sentou na cadeira de novo.

—Hoje ele perde a cabeça!