Enamorados escrita por Millsforever


Capítulo 43
R&M


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO, É IMPORTANTE! O capítulo está grande e portanto quero perguntar se isso incomoda vocês ou não. Eu até tento separar, mas algumas coisas não rola então deixem a opinião de vocês nos comentários.

Oiê!!! Tentei postar o cap ontem, mas não deu então aqui estamos. Vindo avisar que tem trilha sonora e tem foto, então fiquem atentos a qualquer marquinha azul no meio da fic.
Não vou me alongar muito não. Façam uma boa leitura, se divirtam e me desculpem qualquer coisinha aí.

Comentem!!!!! Mills Bjos!



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—Killian...

—Você me pediu pra confiar em você Emma, me pediu confiança! 

Ela põe as mãos nos bolsos.

—Eu não gosto de mentiras.

—Eu sei, e eu sinto muito por não ter te contado, mas eu só queria evitar toda uma situação desnecessária.

—Eu entendo.

—Entende? – ela questiona surpresa 

Ele concorda com a cabeça. A loira se aproxima, mas ele dá um passo para trás, se afastando.

Na recepção.

—E você não poderia ter avisado Robin? – Ruby 

—Não deu nem tempo de pensar meu amor. – Robin 

—Era só dar um sinal de vida, Robin! Celular serve pra isso.

—Me desculpa Ruby, não foi de propósito.

—Assim espero.

—Acha mesmo que eu deixaria de falar com você e com a minha princesa de propósito? – ele disse beijando a barriga da esposa. – Nunca na minha vida! 

Ele beija a namorada 

—Você não devia estar na faculdade?

—Bem, eu, Killian e Emma queríamos descobrir o que aconteceu. Não tínhamos informações suficientes e aí viemos pra cá 

—Ou seja, vocês fugiram. – Zelena e Jeff se aproximaram.

—É uma forma de pensamento. – Ruby 

—E onde está o resto da gangue? – Jeff 

—Bem, coisas aconteceram sabe. – Ruby 

—De novo? – Robin 

—Pois é.

Lá fora a conversa continuava.

Ele concorda com a cabeça. A loira se aproxima, mas ele dá um passo para trás, se afastando.

—Killian? – ela pergunta com as sobrancelhas franzidas.

—Eu quero ver a Aurora, Emma 

—E quanto a nós?

—A gente pode conversar amanhã?

—Amanhã? O que isso significa?

—Que eu quero pensar.

—Você não está falando sério. Foi um mal-entendido Killian! – nervosa 

—Não foi pelo mal entendido, foi pela mentira. 

—Que se dane a mentira, eu só queria te proteger.

—Eu não pedi por proteção Emma.

—Quando a gente gosta de alguém não há a necessidade de pedir, é assim que funciona.

—E eu vi como o seu empenho foi grande. Até conversou as escondidas com aquele idiota pra que isso não chegasse a mim, pra que não me atingisse. Você realmente estava muito preocupada.

—Deixa eu te perguntar. Você acha que eu tenho algum interesse no Graham?

—Como é que é? – surpreso.

—É isso mesmo que você ouviu. Por que pelo tom que você falou foi essa a impressão que me deu. Como se você suspeitasse de que eu, Emma Swan, estaria com alguém que me agrediu não só fisicamente como emocionalmente Killian.

—Pelo amor de Deus Emma! Eu sei todas as intenções daquele doente com você e nenhuma delas é boa, não passa nem perto. E é só pelos desejos doentios dele que eu surto tanto quando alguém me diz que você está conversando às escondidas com ele. E antes que eu pudesse pensar algo assim, eu conheço você muito bem. A ideia de você ter algum tipo de interesse nele nem sequer passou pela minha cabeça. 

—Então se você me conhece a esse ponto, por que está desse jeito? Por que não consegue entender que...

—Eu entendo, disse que entendo.

—Então por que quer deixar para amanhã algo que a gente pode resolver hoje, agora? Você pensa em terminar comigo?

—O que? Não Emma, nunca! – a loira relaxa e Killian se desespera. – Eu confesso que falei com a Ruby que não sabia se você era mais minha namorada...

—Você disse o que Killian? – ela falou se afastando.

—Mas eu me arrependi na mesma hora, de verdade mesmo. – ele se aproxima da loira e segura suas mãos – Emma, essa possibilidade não passa pela minha cabeça. Quando eu te pedi em casamento lá na praia, mesmo não sendo oficial foi pra vida toda. Tá me ouvindo? Eu não sei se você sabia disso na hora, mas agora você está avisada.

—É um pouco tarde pra me informar, você não acha? – ela falou com um sorrisinho.

—Me desculpa. – ele fala um pouco mais leve. – Eu só não quero que escondam as coisa de mim.

—E eu não quero que você surte toda vez que algo assim acontecer. Por que você disse que não ia fazer nada, mas quando o Graham voltou você foi o primeiro a derrubá-lo no chão.

—Ele mereceu naquele dia. – com os braços cruzados.

—O que aconteceu? Até hoje eu não sei.

—Ele disse uma coisa que não deveria ter dito.

—Sobre mim?

—Isso 

A loira suspira.

—E eu surtei, mas não quero te colocar nesse tipo de situação Emms, não mais. 

—O que ele disse?

—Ah Emma, eu não quero...

—É sobre mim, eu tenho direito de saber.

—Ele disse que só descansaria quando você estivesse na cama dele. – ele falou travando a mandíbula 

—E derrubou ele no chão por isso?

—Por isso? Emma, ele te tratou como se você fosse uma... – com os punhos fechados.

—Ei! Isso não importa. – ela falou apanhando as mãos de Killian e segurando firme. – Não importa. Independentemente do que ele diga ou faça, acima de qualquer coisa eu amo você.

Ele sorri.

—E isso que a gente tem – ambos olhando para as mãos unidas – É único. 

—Eu concordo com você Emma, mas se a gente quer que isso continue é sem mais mentiras.

—E sem mais surtos e/ou explosões. Estamos de acordo?

—De acordo! 

Ele a abraça apertado e a loira sorri.

—Ah, e por favor. Não fale mais em separação, eu sinto que a minha pressão aumentou só por isso.

—Então não me deixe pensar algo sim, Killian Jones.

—Eu prometo. Vem cá.

Os dois se beijam e ele a ergue no ar.

—Eu amo você Emma.

—Isso é ótimo! 

Ele a encara 

—Eu já disse que te amo.

—Diz de novo.

—Eu amo você Killian. – ele beija o nariz da loira 

—Eu tenho que trabalhar hoje à tarde, mas o que acha de um encontro?

—Eu acho que a gente nunca teve um encontro formal.

—Pois é. Olha só que coisa boa.

—Okay, tá fechado. Opa, meu castigo.

—Eu posso conversar com seus pais. A sua mãe me adora e o David também.

—Você se acha demais.

—Eu confio no meu potencial e charme. É diferente 

—Se você diz.

—Eu te pego às 18h?

—Perfeito. Vou ficar esperando.

—Leve remédio pra enjoou.

—Por que?

—Só não esquece Emms.

Os dois entram no hospital e dão de cara com a galera na recepção.

—Eu achei que a reunião fosse no quarto. – Killian 

—Por favor, me digam que vocês se acertaram? – Robin 

—A última coisa que precisamos é de mais problemas. – Jeff 

—E não vamos aguentar outra DR de vocês. – Ruby 

—Nós estamos bem. Fiquem tranquilos – Killian 

—Ótimo, parece música para os meus ouvidos. – Ruby 

—Eu quero ver a voz da dona Regina soar como música nos ouvidos de vocês. – Zelena 

—Vocês não vão contar né? – Emma 

—Sabem que não. – Jeff 

—Então tá tudo.... – Killian 

—O Jeff ligou pra escola. Como iríamos ficar aqui e deixar lá, tínhamos que avisar, mesmo que fosse em cima da hora. – Zelena 

—E? – Killian  

—Bem, as minhas aulas restantes foram substituídas ao longo do dia. Regina ocupou a aula da turma de vocês. – Jeff 

Os três se olham chocados.

—Essas coisas tem que ser avisadas! A gente é família, tinha que ser união e não degola do sobrinho na guilhotina! – Killian 

Zelena e Jeff olham pro sobrinho sorrindo.

—Eu estou muito decepcionado com vocês dois. Não consigo olhar pra vocês agora. Eu vou ver a minha prima. – Killian 

Ele sai atrás da ruivinha 

—Onde ele aprendeu a ser tão dramático? – Emma 

—Está no sangue. – Zelena 

—Eu que o diga. – Jeff fala enquanto a ruiva o acerta no braço. – Se acostumem (sorrindo).

Na capital do Maine.

Eduardo estava em um dos corredores enquanto tentava falar com Henry. De longe, o moreno vê uma mulher alta, em cima de saltos Jimmy Choo prateados com pequenas peças brilhantes fazendo o adorno. O cabelo, castanho variando entre o escuro e claro, escorria sobre os ombros. As pernas estavam cobertas por uma calça azul escuro com finas linhas brancas que combinava com a parte de cima, um blazer de mesmo tom e design. 

O blazer, abotoado somente pelo botão do meio, com um bolso do lado esquerdo, trazia um pequeno lenço de um tom rosa claro quase confundido com branco. A blusa, por baixo do blazer, fazia par com o lenço utilizado a mesma cor. As mangas do blazer estavam levemente dobradas, expondo as abotoaduras com a letra R.

Eduardo observa a mulher vindo em sua direção e fecha os olhos em prece. Em vão.

—Sr. Alcântara Barreto?

Ele abre os olhos e desliga o celular.

—Sim,Srta. Rocco

—Não sabia que tinha sido transferido para trabalhar como secretário.

—E não fui, só estava...

—Ah que bom. Então por que não volta para a minha sala e faz o que deve fazer?

—É NOSSA sala.

—Infelizmente.

—Finalmente algo com que concordamos. Se me dá licença, Rocco.

—Ah, eu faço questão de te acompanhar Alcântara.

—Se isso incluir o seu escárnio e depreciação em relação a minha pessoa eu dispenso.

—É uma pena, eu realmente precisava ir para minha sala. – ela diz num sorriso cínico.

—Qual o seu problema comigo?

—Eu não tenho nenhum problema com o senhor, você que insiste nessa ideia.

—Eu não insisto, eu sei. Você costuma ser estranhamente gentil com as pessoas, exceto comigo.

—Nem todos apreciam um humor sarcástico Alcântara, pensei que você notasse isso.

—Então você chama isso de humor sarcástico? Acho que tem uma grande diferença entre importunar as pessoas e ter humor.

—Eu gosto de conciliar as duas, isso torna a convivência mais interessante.

—O seu conceito de interessante não me agrada nem um pouco.

—Eu não disse para quem seria interessante. Mas enfim, - ela fala ajeitando a gravata de Eduardo, o moreno a olha, intrigado -  eu peço encarecidamente que volte ao seu trabalho. As coisas aqui não funcionam sozinhas.

—Se você me permitir...

—Por favor, vá na frente! – indicando o caminho com o braço. – É sempre um prazer conversar com você. 

Ele a encara, incrédulo, e ela o sorri, cínica. Ele vira as costas e segue para sala com a morena logo atrás.

No hospital.

—Então vocês fugiram da faculdade? – Aurora 

—Pois é. – Killian 

—A tia Regina vai arrancar a sua cara. – a ruivinha falou rindo do primo.

—E você acha que eu não sei? Tô pensando seriamente em passar uma temporada na sua casa, até a ira dela diminuir.

—Eu nem preciso dizer “sinta-se em casa”!

A porta do quarto se abre e Kristoff entra no quarto, não notando a presença de Killian.

—Achei que tivesse fugido. – Aurora 

—Tive que sair do hospital, a lanchonete daqui não tinha muita coisa e... – o loiro nota a presença de Killian, que o cumprimenta com um gesto – Não sabia que estava com visitas. Eu vou deixar vocês...

—Que isso Kristoff! Pode ficar, não precisa sair só porque eu estou aqui. – Killian 

—Bem, é que essa foi a impressão que me deu lá na festa.

—Eu sei, e não foi muito educado, mesmo nos meus motivos. Mas você está tomando conta da Aurora, então se tem alguém atrapalhando sou eu. E inclusive, eu tenho que agradecer. Se não fosse por você e pelo Robin, o pior poderia ter acontecido e agora nenhum de nós estaria ouvindo a voz estridente dela.

—Como é que é Killian? – Aurora pergunta irônica. 

Os dois garotos riem.

—Eu estou numa cama, mas ainda consigo te acertar com essa almofada. – Aurora 

—Com a mira que você tem eu duvido muito. – Killian 

—Quer pagar pra ver? – ela fala com o travesseiro na mão.

—Não, eu tô bem assim. Mas de toda forma, muito obrigada Kristoff. Você salvou o dia. – olhando para o garoto.

—Não precisa agradecer. Fiz por ela o que ela teria feito por mim.

Aurora e Kristoff se olham.

—Bem, trégua? – Killian fala estendendo a mão para Kristoff que devolve o gesto.

—Trégua. (Sorrindo)

—Ótimo, mas eu vou te avisar desde já. Se tem uma coisa que a minha família não admite é que os membros dela sejam magoados. Eu sei que a minha tia já te falou isso, então só estou reafirmando. Se acontecer qualquer coisa com a minha prima, isso não vai acabar bem. – Killian 

—Já que você mencionou, eu vou dizer a mesma coisa que disse pra Zelena. Eu amo a Aurora Killian, amo de verdade. E não tenho vergonha ou medo nenhum em admitir isso. Eu faço qualquer coisa por ela! Fui um idiota a primeira vez? Fui, mas isso não vai se repetir. É uma promessa minha. – Kristoff 

—Espero que cumpra.

—Não se preocupe.

—Okay, se as senhoras já encerraram a conversa eu quero o meu chocolate contrabandeado por favor. – Aurora 

Os dois olham para a ruiva rindo.

—Que foi? Andem logo! – Aurora 

Kristoff caminha até o leito da namorada e retira o chocolate de dentro da blusa e entrega para Aurora.

—Divirta-se. – Kristoff 

—Com o maior prazer.

Zelena e Jeff surgem na porta do quarto, Aurora esconde o doce.

—Filha, estamos indo até a delegacia, okay? – Zelena 

—Tá certo. Vocês virão para cá depois, né? – Aurora 

—Sim, não se preocupe. Vamos lá e voltamos. – Zelena 

—Toma conta dela Kristoff. – Jeff 

—Pode deixar. – ele diz beijando a cabeça da namorada.

—Eu posso ir junto? – Killian.

—Claro! – Jeff 

—Mas você mal me viu seu desnaturado. – Aurora 

—Eu não quero ficar em um local onde minha mãe me encontre. Não por agora. – Killian 

—Está bem, eu compreendo. Mas tomara que ela te ache. – Aurora 

—Seria o seu sonho. – ele diz rindo enquanto se aproxima da ruiva – Se ela não me matar eu venho atrás de notícias suas, okay?

—Tudo bem.

—Se cuida, eu amo você.

—É a primeira vez que me diz isso, sabia?

—Agora só falta você retribuir.

—Eu vou pensar no seu caso. – ela diz com desdém.

—Depois o primo ruim sou eu!

—Tchau Killian! – sorrindo 

Os três se afastam e, antes de Killian sair do quarto, ele se vira e faz uma careta para a prima. A ruiva ri e sussurra um eu te amo. 

Na recepção, Emma, Robin e Ruby conversavam.

—Como conseguiram passar pelo inspetor? – Robin 

—Nem a gente sabe. Teve alguma confusão no corredor e ele foi resolver. – Emma 

—A gente viu o caminho livre e correu. Bem, a gente teve que se arrastar um pouquinho. O vigia estava chegando bem na hora que a gente ia pular o portão. – Ruby 

—Por sorte tinha uma leve fenda que dava pra passar por baixo. Daí você tira as camisas sujas e imundas. – Emma 

—Sua filha quase me fez ficar agarrada. – Ruby 

—Você tem noção do quanto isso foi imprudente Lucas? – Robin 

—Okay, tá me chamando pelo sobrenome, isso não é bom. – Ruby 

—Você acabou de me dizer que ia pular um portão, que não é nada baixo, pra chegar até aqui. – Robin 

—Mas eu não pulei. – Ruby, com os braços cruzados 

—Não, fez melhor. Se arrastou pelo chão enquanto está grávida! – Robin 

—Robin... – Ruby 

—Se esquecendo totalmente que a sua gravidez é de risco! – Robin 

—Okay, não foi culpa dela Robin. Ela tava preocupada com você, tava sem notícias, suas desde cedo. E Killian e eu podíamos ter evitado tudo isso. – Emma 

—Eu sei que fiquei fora de área e eu sinto muito por não ter te avisado, mas independentemente de mim, Emma ou Killian, Ruby você tem que se lembrar que não é só você mais. Tem outras coisas em jogo. – Robin 

—Eu sei, fui descuidada em fazer isso. Mas não vai se repetir. – Ruby 

—Promete? – Robin pergunta de frente para a namorada

A ruiva cruza os dedos em sinal de juramento.

—E então... vamos ver a Aurora ou não? – Emma 

—Só se for agora. – Ruby 

Os três seguem caminhando até o quarto de Aurora, no caminho eles se encontram com Killian, Jeff e Zelena.

—Ei, já vai? – Emma pergunta segurando a mão de Killian

—Vou até a delegacia com a tia Zelena e o tio Jeff. Quer vir?

—Eu vou ver a ruiva, sem contar que já fugi da faculdade no meio de um castigo. Em caso de descoberta, não quero aumentar a pena. – Emma 

O garoto ri.

—Tá certo. A gente se fala mais tarde? – Killian 

—Claro!

Os dois trocam um selinho e se separam.

No estado de Washington.

Henry e Elle haviam desembarcado em Seattle fazia algumas horas. Os dois jovens estavam maravilhados! Tudo era novo e excitante e num piscar de olhos já tinham sido tiradas mais de 15 fotos. 

O casal não tinha tempo a perder, entre uma foto e uma informação pedida a um estranho eles seguiram para a estação de metrô mais próxima. Depois de uma hora os jovens chegam até o observatório. 

Elle encara a estrutura e se sente tonta.

—Ah Henry...

—Oi! – ele nota a palidez da garota – Elle? (Preocupado)

—Eu acho que não quero ir mais não.

—Como assim?

—Isso é muito alto! Dá pra ver a cidade inteira de lá Henry.

—Você tem medo de altura? – descrente.

—Não sei se tinha antes, mas agora... Parece que sim.

—Como quer visitar o Space Needle se não consegue subir lá em cima?

—Olhando pela internet?

—Mas a gente veio pra cá de avião! Isso não faz sentido.

—É diferente, você veio na janela e enquanto o avião subia eu estava com os olhos fechados.

—Mas e o resto inteiro da viagem

—Isso, não conta, eu já estava lá em cima, não tinha mais o que fazer.

—Então tá aí. É só fechar os olhos quando fomos subir no observatório. A gente fica bem pertinho um do outro, sem espaços para o medo. Você só vai ver quando já estivermos lá em cima. Vai ficar tudo bem!

Henry dá um passo em direção a arquitetura e estende a mão pra garota. Elle o encara, um pouco receosa, mas acaba cedendo.

—Se eu tiver um troço lá em cima, vai ter que me socorrer. 

—Desde que seja um enjoo, está garantido.

De volta a Storybrooke.

Zelena, Jeff e Killian chegam ao departamento e saem em busca de Henderson.

—Olá, boa tarde! – Jeff 

—Boa tarde! – Martin Teller -Em que posso ajudar?

—Gostaríamos de fazer uma denúncia – Zelena 

—Certo, eu sou o policial Martin e peço que  me acompanhem por favor. 

—Na verdade, gostaríamos de resolver isso com o policial Henderson. – Zelena 

—Qual o motivo da preferência? Afirmo com certeza de que qualquer um aqui está habilitado para resolver o caso em questão. – Martin

—Não é isso, é que o Henderson já resolveu outros casos na nossa família. Confiamos muito nele. – Killian 

—Vocês são...?

—Somos os Mills. Esses são meus tios Zelena e Jeferson e eu sou o Killian. 

—Killian? O seu nome me soa familiar. (Com interesse) Nos conhecemos?

—Bem, um dos problemas passou por mim então talvez você tenha visto em algum boletim ou coisa do tipo. – Killian 

—Killian Jones Both! O caso de tentativa de assassinato. – ele disse batendo a mão no balcão em sinal de empolgação.

—Isso mesmo. – surpreso com o policial.

—Desculpe o ânimo, é que foi um caso que me despertou interesse quando cheguei.

—Posso saber o porquê? – Killian 

—Bem, a gente sempre pensa que coisas desse tipo partem de adultos violentos e inconsequentes e, com certeza, nem sempre é assim. Mas de volta ao caso de vocês. Vieram prestar uma queixa.

—Exato, nossa filha foi atacada ontem. – Zelena 

—A filha de vocês? Por que não vieram aqui ontem mesmo? – surpreso 

—Bem, foi um susto e tanto. Sem contar com a condição dela. – Jefferson 

—Ela ficou muito ferida? 

—Pouco que não foi. – Zelena 

—Bem, eu sinto muito. 

—Mas e então... O Henderson. – Jefferson 

—Ah, me desculpem, mas ele não se encontra. – olha para Killian e depois para Jeff e Zelena – Teve que se ausentar por um momento para resolver alguns problemas. Eu espero que entendam. – retorna a encarar Killian.

—Nós podemos esperar. Ele vai demorar? – a ruiva fala estranhando os olhares de Martin.

—Isso eu não sei dizer, mas com certeza o quanto antes vocês adiantarem essa questão mais rápido acharemos um culpado e a justiça será feita.

—Eu não sei. Confio no Henderson. – Zelena 

—Mas ele tem razão Lena, quanto mais adiarmos mais difícil vai ser e... – Jeff 

—Mills? Vocês de novo? O que foi agora? – Henderson diz se aproximando do grupo com as mãos na cintura.

Zelena olha o policial a sua frente enquanto este engolia em seco.

—Henderson! – Killian fala o cumprimentado 

—Olá Killian, Srta. Zelena, Sr. Jefferson. A que devo essa nova dor de cabeça?

—O que faz aqui? – Zelena 

—Bem, eu trabalho aqui. – Henderson 

—Mas, ele disse que você não estava. – apontando para o policial – Que tinha ido resolver uns assuntos. – Zelena 

—E fui, mas foi pela manhã. Você quer explicar Martin? – Henderson disse o encarando.

—Mil perdões – constrangido – Pensei que tivesse saído a pouco. O Louis tinha me dito que o senhor tinha acabado de sair. Eu peço desculpas a vocês.

A ruiva o encara.

—Certo, certo. Enganos acontecem. Mas enfim. No que posso ajudar? Por favor não me digam que é mais alguma coisa com o Graham e o Kristoff?

—Não senhor. – Jeff

—A gente ainda não tem certeza. Não do Graham. – Killian 

Os três encaram Killian.

—Ah por favor, tem chances. – Killian 

—Mas algo contra a Aurora? – Jeff 

—O Kristoff disse que se confessou por causa dela. Por que ele não viria atrás da minha prima? – Killian 

—Mas Killian... – a ruiva fala pensando por um momento – Eu até tentei pensar em algo contra, mas.

—Exatamente! Todo mundo aqui sabe que o Graham é meio lunático. Não custaria nada ele atacar a Aurora por vingança. – Killian 

—Mas isso seria burrice! – Martin – Ele acabou de sair daqui e está fazendo serviço comunitário, qualquer coisa que ele fizer que ferir o regulamento ele volta pra cá. E, sair à noite pela primeira semana e atacar alguém... Só se ele fosse um idiota. 

—Então ele é o nosso principal suspeito. – Killian 

—Vocês sabem se o agressor levou algo da Aurora? – Henderson 

—Nada! O que ela tinha de valor com ela era o celular, e isso está intacto. – Zelena 

—Só o celular? Nenhuma joia, ou peça de ouro? – Henderson 

—Nada, tudo que tinha era o aparelho e uma garrafa de vinho sem álcool vazia. – Jeff 

—Que aliás ela acertou na cabeça do agressor a ponto de arrancar sangue, e pelo que a minha prima disse não foi pouco. – Killian 

—Okay. Em todo caso, eu vou encontrar pessoalmente os pais do Graham e o próprio para uma conversa. Vou precisar falar com a filha de vocês para pegar uma descrição do sujeito e poder emitir um alerta. Se o golpe arrancou sangue, deve ter uma marca profunda. Não vai sumir de imediato e muito provavelmente vai deixar cicatriz. Me acompanhem por favor, vamos abrir o caso.

—Eu posso participar do caso? – Martin. – Desde que fui transferido não peguei muitos casos. 

A ruiva o encara.

—Não vejo problema algum. – Henderson 

—Obrigada senhor. Vamos a isso então? – Martin

Na Faculdade.

O sinal já havia soado e a turma do primeiro ano de engenharia já tinha se retirado, exceto por dois alunos que permaneciam trancafiados na sala do diretor.

Gold os encarava com uma expressão nada amigável, ao seu lado o Inspetor permanecia em pé enquanto contava o ocorrido. Eric e Ariel se olhavam apreensivos.

—Basta Inspetor, acho que já ouvi o suficiente. – Gold – Qual foi o objetivo de vocês ao derrubar a estante de troféus do corredor central?

—Não houve intenção nenhuma diretor. Foi um acidente! – Ariel 

—Exatamente, nós nunca iríamos fazer algo desse tipo propositalmente. – Eric 

—Tem certeza? Por que no mesmo momento em que aquela distração foi criada, três colegas de classe de vocês fugiram da instituição. – Inspetor

—Sério? Quem? – Eric.

—Eric, por favor! – Ariel o acerta com o cotovelo. – Diretor, não sabemos de nada sobre isso. De verdade! Foi um acidente! Se fosse algo planejado teríamos a decência de não sermos pegos. 

—Isso é verdade, é o básico do básico de um plano. Somos inocentes quanto à fuga. – Eric.

Gold os encara. 

—Certo, me convenceram. – Gold 

—Mas senhor... Ele não podem sair impunes. – Inspetor 

—E quem disse que vão? Podem não estar envolvidos com a fuga de Killian, Emma e Ruby, mas são totais responsáveis pela estante. Vocês estão suspensos pelo resto da semana.

—O QUE? – ambos falaram juntos.

—Não virão às aulas, aos treinos, nem realizarão qualquer outra atividade dentro deste campus que não seja ajudar a nossa cozinheira.

—Mas diretor, eu só estava tentando ensinar a Ariel a jogar polo aquático. Ela é péssima, eu tinha que fazer algo. – Eric 

—É sério Eric? Péssima? – Ariel 

—Eu tô tentando limpar a nossa barra. – Eric 

—Tenho certeza que está funcionando. – irônica

—Nem tente Sr. McKinney, até onde eu sei, esse é um esporte para a piscina e não para o corredor. Só o fato de estarem jogando bola numa área inadequada já é motivo de advertência. Agradeçam por não estarem levando uma também. – Gold 

—Mas Sr. Gold, eu não posso. O recrutamento para novos jogadores de polo aquático do time da faculdade vai ser na sexta. Eu não posso perder isso! Venho treinando desde o início do ano. – Eric 

—Pensasse nisso antes. Não adianta implorar, nenhum dos dois. Se tem uma coisa pela qual preso na minha faculdade é a responsabilidade e o respeito! Honre com isso e tudo ficará bem, caso contrário arque com as consequências. E vocês, estão no segundo grupo hoje. Agora se não for pedir muito, tenho mais assuntos a tratar com o inspetor. – Gold 

Os dois se levantam.

—Ah, mais uma coisa. Isto ficará no histórico de vocês – Ariel arregala os olhos – Eu sinto muito Srta. García, mas acho que isso atrapalha um pouco seus planos.

—Você não pode fazer isso Sr. Gold! Por favor, eu faço qualquer coisa. - Ariel 

Eric a olha confuso.

—Eu sinto muito. – ele se levanta e caminha até a porta, abrindo-a – Agora se me dão licença.

Ariel o olha perplexa e imóvel. Eric nota o estado da amiga e a leva para fora. Gold fecha a porta e se vira para o Inspetor.

—O que faremos com os fugitivos? – Inspetor.

—Entre em contato com a Srta. Regina Mills, por favor.

Do lado de fora da sala.

A jovem ainda permanecia imóvel. As mãos na lateral do rosto davam a entender o tamanho de sua preocupação. Ariel encarava Eric sem de fato olhar pro garoto. Pelo contrário, parecia enxergar através do rapaz. 

—Ariel? - perguntava um pouco preocupado - Ei, fala comigo. O que aconteceu?

—Foi tudo para os ares Eric. Acabou. - passando a mão nos cabelos.

—Seria de muita ajuda se você me contasse o que foi para os ares. 

—Minha faculdade.

Ele expressou um sorriso de alívio.

—Ariel, por favor, foi só uma expulsão e um castigo. Sua faculdade não vai acabar por isso. Não é como se você não pudesse mais terminar o curso de Engenharia aqui na faculdade. 

—Aqui não, mas no MIT sim.

—O que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts tem a ver com isso? 

Ele encara a garota e Ariel desvia o olhar.

—Ariel?

— Nada, é coisa minha. Esquece.

—Não pode ser nada se você está nesse estado por uma suspensão. O que tem o MIT?

—Engenharia marítima.

Ele a olha confuso.

—Vou trocar de curso Eric. Bem, eu ia. - ela suspira - Tinha feito uma solicitação ao instituto, vendo se seria viável a transferência entre os cursos. As modalidades são diferentes, mas coincidem em certos pontos. E tava indo tudo bem, o diretor tinha me concedido orientação para todo o processo. Eu já tinha realizado alguns testes e entrado em contato com o reitor do MIT solicitando a transferência. O último passo era avaliar meu histórico, se fosse só uma questão de notas estaria tudo bem, mas não é assim que funciona. Eles são exigentes pra caramba e não aceitam esse tipo de situação e/ou comportamento. Ou seja, foi tudo para os ares. - ela fala incrédula com os braços cruzados.

—Você vai transferir seu curso?

—Vou mudar de curso Eric. Eu ia.

—E não pensou em me contar sobre em momento algum?

—Perdão, mas como? 

—Quando ia me contar Ariel? Quando estivesse no aeroporto?

—O que você tem a ver com isso Eric? Eu não tô te entendo 

—Não vem com essa! Você sabe do que eu estou falando. Ou vai me dizer que não entende o que sinto em relação a tudo isso? 

Ariel entendia. Sabia muito bem sobre os sentimentos do amigo desde a noite em que dormiram juntos, e esse era um dos motivos de ela nunca ter mencionado o que estava acontecendo. Era um dos motivos para não ter dado mais esperanças ao rapaz. 

Ela o olha por um breve momento e se vira, dando às costas a Eric. 

—Eu preferiria não saber. Seria tudo bem mais fácil.

—Me parece que foi bem fácil.

—Não, não foi. Não depois do que aconteceu. Antes você era só um insuportável que eu tinha que ver dia após dia. Depois você… bem, se tornou menos insuportável. Eu ia dizer amável, mas aí seria demais.

Ele dá a volta na garota e fica frente a frente com ela.

—Mas como você mesma disse, agora é diferente. 

—Isso não altera as coisas. Eu só tenho que tentar achar outra faculdade. 

—Então no fim você estava certa. Quem gosta de você sou eu e só.

—Não faz isso.

—Falar a verdade?

—Distorcer as coisas.

—O que eu estou distorcendo? Você nunca deixa as coisas claras Ariel. A gente dorme juntos e você me expulsa, a gente conversa e você me xinga, a gente…

—É recíproco Eric.

—O que é recíproco?

—O sentimento.

—Que sentimento?

—Eu não vou dizer. Não é necessário. Você já entendeu. Não entendeu?

—Eu entendi, mas não compreendo. Se você sente o mesmo, por que tá indo embora?

—Por que o é meu sonho! Eu já mudei ele por um garoto uma vez e foi pura idiotice, não vou fazer isso de novo.

—Killian?

Ela fica em silêncio.

—Não precisa dizer. Então é disso que se trata.  Tá fugindo disso aqui por causa do seu amigo. No fundo, você ainda gosta dele.

—Tá se ouvindo? Tá vendo como está sendo infantil? Eu acabo de dizer que gosto de você, que compartilho do mesmo sentimento, que só estou fazendo isso porque que é o meu sonho e você me fala que eu estou apaixonada pelo Killian? Depois de tudo que aconteceu conosco?

Ele permanece calado.

—Estou fazendo isso porque finalmente decidi o que quero. Tô correndo atrás e decidi que nada vai mudar isso. Não te contei porque é difícil Eric. Você foi de longe uma das poucas coisas boas que achei aqui quando voltei, e olha que eu não te suporto a maior parte do tempo.  Você é cheio de si, irritante e muito prepotente. Mas sei também que é carinhoso, que se preocupa com as pessoas e que é um excelente amigo. E eu sempre soube que nunca sentiria tédio do seu lado. Mas eu não posso abrir mão disso. Não posso desistir do que eu quero por alguém que não entende como é importante pra mim. Por alguém que usa do amor pra prender outra pessoa. 

Ela o olha esperando uma resposta, mas Eric continuava sem palavras. Parado. 

—Okay, eu acho que é isso então. Foi um prazer Eric. - ela fala se afastando do garoto, que permaneceu no corredor a olhando, até perder Ariel de vista.

No hospital.

—É muito bom fazer negócio com vocês amigos. – Ruby falava recebendo o dinheiro da aposta de Emma, Aurora e Robin.

—Eu só queria dizer que estou hospitalizada, eu não deveria ser cobrada dessa forma. – Aurora 

—E eu sinto muito pela sua situação, mas eu sou uma mulher de negócios prestes a ter uma nova bolsa. – Ruby disse contando as notas.

—Eu só acho que essa mulher de negócios está esquecendo que metade dessa grana pertence ao meu namorado. – Emma 

—Ele está me devendo alguns favores quanto as aulas de violão... Acho que isso cobre as faltas dele. - Ruby

—Aproveitadora! – Emma 

—Esperta! – Ruby 

A loira faz língua pra amiga que devolve na mesma moeda.

—Bem, eu vejo que estão se divertindo. - Regina 

Os jovens olham para a figura à sua frente com olhos enormes. Especialmente Ruby e Emma.

—Titia! Veio visitar sua sobrinha favorita?

—Mas é claro meu amor. – a morena disse entrando no quarto – Como você está?

—Melhor do que pareço estar. Um pouco dolorida, mas nada que não passe depressa.

—Essa é a minha Mills. – depositando um beijo na testa da sobrinha. – Mas onde estão seus pais? Não vi eles lá na recepção.

—Eles foram até a delegacia prestar queixa e o pessoal ficou aqui me fazendo companhia.

—Não tem muita gente nesse quarto?

—Pelo nosso amor por quebrar regras, a porta estava fechada.

—É eu sei bem. – Regina falou se virando para as duas outras jovens.

—Ahm... Bem, eu tenho que ir. Umas coisas para resolver em casa. – Emma 

—Pois é... Eu vou te acompanhar Emma, as ruas são perigosas e... – Ruby 

—Não ousem sair daqui. – Regina se levantou e caminhou até as duas. – Nessa brincadeira de vocês de fugir da faculdade eu acabei virando uma espécie de garota de recado e a mensagem é simples: Suspensão.

—Minha mãe vai me matar. – Emma 

—Eu nem volto pra casa. Robin – Ruby fala olhando para o namorado - Tô fazendo uma solicitação pessoal de asilo. – Ruby 

—Onde vocês estavam com a cabeça? Fugir da instituição? Estão malucas? – Regina 

—Só queríamos saber como eles estavam. Sumiram a manhã inteira e ninguém nos passou nada. Nem você Regina. – Emma 

—Eu garanti que estava tudo bem. – Regina 

—A gente sentiu que não foi suficiente. – Ruby 

—Pois bem, eu espero que o castigo de vocês seja. Vão cumprir o período de suspensão sem participar de qualquer atividade do campus, isso inclui a minha prova que tirando Emma e Kristoff, todos vocês tiraram nota vermelha.

*E só vai de mal a pior.

*Santo Deus!

*Que presentão.

—Como vamos recuperar se não podemos fazer atividades no campus? – Aurora 

—Pra essa situação, em específico, vocês tem uma exceção, e apenas. Vão trabalhar na cantina junto de seus amigos Ariel (Emma faz careta) e Eric. Espero que isso sirva de lição.

—Não vai se repetir. – Ruby 

—É o que eu espero. A fuga será inclusa no histórico também. – Regina 

—Ótimo! – Emma disse irônica.

—Agora, onde está o meu filho? – Regina 

Os jovens se olham.

—Não me façam puxar as orelhas de vocês também.

Seattle, Washington.

—Viu? Não foi tão ruim assim! 

Elle e Henry caminhavam de mãos dadas pelo observatório, se dirigindo novamente para o elevador depois de terem conhecido todo o lugar.

—Tô feliz por ter me arrastado aqui pra cima. A vista é maravilhosa!

—Só perde pra uma coisa.

—E o que é?

—O seu rosto quando conseguiu enxergar tudo daqui de cima.

A garota abriu um sorriso.

—Eu acho que você é meu príncipe.

—Seria uma honra enorme, Srta. Elle Rocco Michel.

—Eu sei que meu nome é um charme.

—Tal como a dona. - ele se aproxima da garota tomando-lhe os lábios. O beijo se estenderia se uma coisa não tivesse chamado a atenção dos dois.

*A jovem desaparecida, Elle Rocco...

—Você ouviu o mesmo que eu? – Henry.

—Eu espero que não.

Eles caminham até a cantina e observam o rosto da jovem passar na televisão.

*A jovem, filha de Joyli Rocco Michel e Stteve Michel, saiu da cidade de Augusta, capital do Maine, na tarde de ontem com destino ao estado de Washington. Elle iria passar uma temporada na casa de seu avô, o magnata Charles Rocco, porém a jovem nunca chegou ao seu destino. 

—Ai meu Deus, isso não está acontecendo Henry. Não é possível.

—Calma Elle, nós vamos resolver isso.

*Os pais da jovem informaram haver um suspeito, um jovem, Henry de Alcântara Barreto, conhecido no leste do país por seus trabalhos como DJ.

—Eu não tô bem. – Henry – A gente tá tão ferrado.

—Precisamos fazer alguma coisa Henry. E tem que ser agora.

—A gente precisa de ajuda! Eu vou tentar falar com meu pai.

—A gente pode sair daqui antes? – a menina fala notando alguns olhares sobre eles.

—Vem, vamos embora. 

Os dois correm para o elevador e somem do edifício.

Na delegacia.

—Já está tudo certo. Começaremos o processo de identificação a partir da descrição da sua filha. – Henderson – Coisa que vou fazer imediatamente.

—Estamos voltando para o hospital. Gostaria de ir conosco? – Jefferson 

—É claro. Enquanto vou até lá, cheque o caso do Graham, Martin. Certifique-se de que ele esteve em casa durante o ocorrido.

—Sim senhor. Até mais pessoal. – o policial se despede e sai do departamento.

—Okay, já pode...

Eles escutam um alvoroço na recepção. Os quatro caminham até o local e simultaneamente reviram os olhos. Eles se aproximam.

—Eu espero que não venham com mais uma mentira. – Henderson 

—Policial Henderson! Era você que procurávamos. 

Em pé, de frente para o policial, estavam Stteve e Joyli. O casal nota a presença dos demais.

—No que posso ajudar? - Henderson 

—Você pode prender essa corja que atende pelo sobrenome Mills. - Joyli 

—De novo isso? – Killian 

—Minha senhora, com todo respeito, mas você não tem um crochê pra fazer não? – Zelena 

—Eles sequestraram a minha Elle! – Joyli 

—Joyli e Stteve já tivemos essa conversa antes e... – Henderson 

—Mas agora o assunto é sério. Nossa filha viajou para a casa do avô ontem à tarde e até agora não chegou. O meu pai ligou confirmando. – Joyli 

—Não sabemos o que aconteceu, falamos com o diretor do aeroporto e o voo chegou ao estado de Washington com um pequeno atraso devido ao tempo, mas chegou. Nossa filha ainda notificou meu sogro desse atraso. Mas desde então, foi a última vez que alguém teve notícias dela. – Stteve 

—Exatamente, e temos forte suspeitas de que o pivete que estava aliciando e corrompendo a minha filha tem dedo nisso. – Joyli 

—Não trate meu irmão como se o conhecesse! A senhora tem classe, deveria no mínimo agir e falar com um pouco mais de educação e respeito. Henry não corrompeu ninguém. Os dois só estavam tentando serem felizes enquanto vocês estão vivendo para atrapalhar isso. – Killian disse um pouco exaltado 

—Basta! Killian, seu irmão, se encontra na cidade?

O garoto permaneceu em silêncio.

—Killian? – Henderson 

O moreno olha para a tia e Zelena e Jeff percebem a confusão.

—Não, não está. – Killian 

—E onde ele está agora? Você sabe me informar? – Henderson 

—Em algum lugar, com certeza...

—Killian, mentir para uma autoridade é uma coisa bem séria.

—Fala logo. – Jeff disse colocando a mão no ombro do sobrinho.

—Ele está com a Elle. – Killian 

—Mas eu sabia! Eu vou matar aquele bastardinho. – Joyli 

—É só encostar em um fio de cabelo de alguém da minha família que esse seu loiro falso vai pro ralo. – Zelena 

—Queremos abrir um caso Henderson. – Stteve 

—Mas não foi sequestro. Eles estão juntos porque querem. Você não pode estar acreditando nisso Henderson. – Killian

—De toda forma, deve haver uma averiguação. Vamos entrar em contato com o departamento de... Onde eles estão? – Henderson 

—Eu não sei. – Killian 

—Rapaz, tem certeza do que está me dizendo? – Henderson 

—Absoluta. – Killian 

—Ele está mentindo! – Joyli.

—Killian, isso é um assunto sério. – Henderson 

—Não é não. Não tem nada de errado. Esses dois aí que gostam de caçar confusão por tudo. – Killian 

—Se não tem nada de errado nos diga o local. Só vamos esclarecer as coisas e acabar com isso de uma vez. – Henderson 

—Eu já disse que não sei. – Killlian 

—Meu jovem não me faça... – Stteve disse ficando a centímetros de Killian 

—Fazer o que, meu senhor? – Regina entra no espaço ficando cara a cara com o homem. – Se você se atrever a atacar o meu filho, seja da forma que for, eu vou acabar sendo presa por homicídio.

—Ora, ora, ora... Se não é a mamãe do bastardinho e desse protótipo de valentão. – Joyli 

—É com toda a educação de mundo que eu te peço, cala a boca! – Regina 

—Vamos se acalmar okay? Srta. Mills, você sabe o paradeiro de Henry e Elle? – Henderson 

—Eles estão em Seattle. – Regina 

—Mãe! – Killian 

—Não se preocupe, já está tudo resolvido. Henry entrou em contato com o Eduardo, já estamos a par de tudo e agora é só questão de tempo até os dois voltarem para cá. – Regina 

—Ótimo, parece que a situação está resolvida. – Henderson 

—Como assim? Ele sequestrou a minha filha. – Joyli 

—Às vezes eu fico imaginando se essa mulher consegue se ouvir. – Zelena 

—Mas é claro que não. – Jeff 

—Nós queremos uma averiguação policial, Henderson. E com urgência. – Stteve.

—Tudo bem, vamos seguir o protocolo então. Assim que os dois voltarem, o que deve acontecer... – Henderson 

—Ainda hoje. – Regina 

—Ainda hoje, vamos dar sequência à investigação. E pelo que eu presumo, será bem simples. – Henderson 

—Como vamos saber que eles estão realmente voltando? – Joyli 

—Tem a minha palavra, megera. – Regina 

—Como se isso bastasse. – Joyli 

—A mim é suficiente Srta. Mills. Agora por favor, já tivemos tumultos demais. – Henderson 

—Acho bom ele trazer a minha filha hoje, ou vocês vão sofrer as consequências.  – Joyli disse se retirando com Stteve ao seu lado.

—Essa mulher não existe, não tem como. – Henderson.

—Você não deveria ser imparcial? – Killian 

—Acredite, eu estou sendo. Conheço a fama da família Rocco a muito tempo, nossas famílias eram próximas e é por isso que sempre recorrem a mim quando precisam. Todos são meio extravagantes, exagerados e, com todo respeito, birutas. A única que fugiu a isso foi a irmã mais velha de Joyli, Rebecca. Então, não dá pra levar aqueles dois a sério sempre.

—A gente entende o porquê. – Jefferson 

—Bem, acho que temos que ir. – Regina 

—Obrigada Henderson. – Zelena 

—Eu que agradeço a confiança. Vamos todos então? – Henderson 

Os cinco saem da delegacia.

—Vocês vão voltar ao hospital, certo? – Regina 

—Sim, vamos ficar com a nossa filha e Henderson vai conversar com Aurora. – Zelena 

—Ah, okay. Vamos nessa então. – Killian 

—Nem tente. Você e eu precisamos ter uma conversa bem séria. – Regina olhando para Killian – Para o carro, agora!

—Eu amo vocês, nunca se esqueçam disso. – Killian 

Zelena e Jeff riem do drama do sobrinho.

—Até mais mana. – Regina diz indo se despedir da irmã 

—Até baixinha, não maltrata tanto o meu sobrinho.

—Eu vou tentar. Até mais Jeff

—Até Gina!

Augusta, Maine.

Em seu escritório, Eduardo, depois de muito tentar, finalmente consegue falar com o filho.

*Okay Henry, não se esqueça. Vem direto para casa, estarei te esperando, sem paradas. Nem pra um cafezinho.

*Tudo bem pai. Assim que formos chamados para o embarque eu entro em contato novamente.

*Okay, fica bem. Eu amo você.

*Eu amo você também pai.

Os dois desligam e Eduardo vê a parceira de trabalho entrar na sala.

—Antes que você diga alguma coisa, eu...

Ele nota a mulher totalmente indiferente a sua presença no recinto. Ele se escora na lateral da mesa e a observa, curioso. Ela mexia em sua bolsa enquanto falava ao celular, num tom surpreendentemente carinhoso para a personalidade que Eduardo conhecia.

Chamada on

*Não se preocupe meu amor, vai ficar tudo bem. Eu vou falar com ela e tentar resolver as coisas.

*Me desculpa por estar te colocando nessa situação, tia.

*Não precisa se desculpar, é sempre um prazer cuidar de você.

*Obrigada de novo tia Becca. Te amo.

*Também te amo! Te vejo logo. Bye.

*Bye.

Chamada Off

A morena desliga o celular, imaginando como iria dar um jeito nas maluquices de sua irmã. Ela balança a cabeça expulsando os pensamentos momentaneamente. Primeiro tinha que saber como iria fazer para chegar até lá. 

A mulher junta suas coisas e coloca em sua bolsa, se virando para fazer o caminho sentido a saída, e só nesse momento nota a presença de Eduardo. A morena leva a mão ao peito devido ao susto.

—Pelo amor de Deus! Custa avisar quando entra na sala?

—Quem chegou e não me viu aqui foi você, para uma pessoa de tamanha educação como você, eu cheguei a me sentir ofendido. – com um sorriso irônico no rosto.

—Eu noto o quanto. 

—Sabe o que eu notei? Que você estava ao celular em horário de expediente. Até onde eu sei, isso não deve acontecer. Quem me disse isso mesmo... Deixe-me ver... Ah é, você.

—Que irônico não? Assuntos de família pedem certa urgência.

—Espero que se lembre dessas palavras quando me encontrar tentando entrar em contato com o meu filho.

—Então você tem um filho? – surpresa.

—Sim, e não entendi o seu espanto.

—Pobre criança. – sorrindo. Ela o olha por um tempo e seu sorriso aumenta. Eduardo a encara. 

—Vai me dizer que sorriso psicopata é esse no seu rosto ou eu devo correr antes?

—Onde você disse que mora mesmo?

—Storybrooke, por quê?

—Preciso de uma carona até lá.

—Você tem carro. 

—E eu pressuponho que você também. – ela fala caminhando até a porta 

—Não sou fã de carros, prefiro motos.

—Que bom que, como você mesmo disse, eu tenho um. Vamos?

—Não que eu esteja cogitando a hipótese de andar com você, mas esse “vamos” deveria significar alguma coisa?

—Tenho que ir até Storybrooke. Preciso de um chofer.

—Tá me zoando?

—Nem um pouco. Você vem?

—O que vai fazer na minha cidade?

—Meu querido, antes de você sonhar em colocar seus pés lá eu já vivia ali.

—Eu sou nativo de lá.

—Então parece que somos conterrâneos, portanto, como um gesto de patriotismo a nossa pacata cidade, eu aceito sua ajuda.

—Mas você vai comigo? Justo eu que te incomodo tanto? – a seguindo.

— Vamos logo, é uma hora de viagem. Você não pode ser mais desagradável do que já é. Eu consigo suportar.

—Não cansa de conviver consigo mesma?

Ela para e se vira para Eduardo.

—Não dá pra se cansar de viver com alguém tão alto astral que nem eu. – fazendo sinal de desdém com os ombros.

—Pelo menos você tem senso de humor. – ele sorri sincero, incrédulo com a parceira.

No Hospital.

Henderson terminava de conversar com Aurora em seu quarto.

—Então é isso. Homem, entre 1,80 a 1,85 m de altura, cabelos loiros quase nos ombros, com um ferimento profundo na parte esquerda superior da face, roupas pretas e uma máscara de lobo.

—Isso aí.

—Okay pequena Mills, vamos começar as buscas e a investigação. Seja lá quem for esse homem nós iremos encontrá-lo, não se preocupe.

—Eu não me preocupo. Sei que vai fazer o seu melhor.

—Exatamente. – se levantando.

—Isso, porque o senhor é uma excelente pessoa, com coragem e um grande coração.

—Certo... – se senta novamente olhando para a ruivinha a sua frente - Isso não vai livrar a barra do seu namoradinho.

—Por favor Henderson! Ele foi me ajudar, é graças a ele que eu estou aqui.

—Tudo bem, isso eu até entendo. Mas ele deveria ter ido à faculdade hoje e agora deveria estar prestando serviço comunitário.

—Mas Henderson...

—As regras são claras Aurora, não posso favorecer ninguém. O meu trabalho é cumprir a lei, então é o que eu faço.

—Ou seja, o que acontece com o Kris agora?

—Bem, ele tem uma justificativa, isso não apaga o ocorrido, mas ameniza. Por tanto, vai ter mais uma semana de serviço comunitário acrescida na pena dele.

—Que ótimo, um ano. – revirando os olhos 

—Sim, estão precisando de ajuda aqui no hospital. – a ruivinha o olha – Então acho que o colocar aqui será um benefício para a comunidade. Fazendo coisas básicas, lógico, muitos reclamam de não poderem ficar com seus entes queridos 24 horas devido ao trabalho, então um acompanhante seria de muita ajuda segundo o Dr. Whale. Portanto...

—Portanto você é o melhor policial do mundo. – Aurora falava sorrindo.

—Portanto, acho adequado remanejar o Sr. Kristoff Foster para cá essa semana.

—Obrigada Henderson.

—Só estou cumprindo o meu serviço Srta. Mills, não se esqueça.

—Pode deixar.

—Bem, eu preciso informar seu namorado dessas mudanças. Se me dá licença.

—Claro Henderson, muito obrigada. Por tudo.

—Até pequena Mills.

—Você é o melhor!

Do outro lado da cidade.

Martin batia na porta do senhor Gold.

—Pois não? – Belle.

—Olá senhorita. Eu estou procurando pelos pais de Graham Humbert. Se encontram?

—O pai dele está indisponível agora, mas eu sou a madrasta. Se tiver como eu ajudar em algo.

—Sim, por favor. Eu gostaria de saber onde o jovem Humbert esteve ontem à noite.

—Se não for muito abuso, eu gostaria de saber o porquê da pergunta.

—Um certo caso foi aberto na delegacia, uma jovem foi atacada ontem à noite e seu enteado foi levantado como suspeito.

—Mas por que?

—Anteriormente, a moça atacada, teria sido alvo dele juntamente com outros amigos.

—São os Mills, não são?

—Isso é confidencial. Você poderia responder minha pergunta?

—Ele ficou em casa. Durante toda a noite. Assistimos alguns filmes, jantamos e...

—E?

—Ele subiu para o quarto e ficou por lá.

—Isso foi por volta de que horas?

—Das 22 horas. Mas eu tenho certeza que ele não deixou a casa. Da sala temos visão para as duas portas de saída. Não tinha como ele fugir.

—Nem usando a janela?

—Bem...

—A senhorita tem alguma prova do que acabou de me dizer?

—Só a minha palavra e a confiança que tenho no Graham.

—Eu posso subir e dar uma olhada nos pertences do garoto? 

—Sinta-se à vontade.

—Com a sua licença.

Martin entre e, sendo guiado por Belle, entra no quarto de Graham. O policial vasculha o quarto do jovem em busca de algo que comprove as palavras de Graham. Martin encontra uma foto de uma garota sobre uma escrivaninha e a pega.

—Isso é pessoal. - Graham entra no quarto e pega a foto das mãos do policial – O que está acontecendo aqui? Tem um mandato pra mexer em minhas coisas?

—Eu sou o policial Martin Teller – ignorando a pergunta – e gostaria de saber onde o senhor esteve entre às 22h e 23h na noite de ontem.

—Bem aqui, no meu quarto, não posso sair.

—Mas isso não impede alguém de escapar.

—O que você quer, policial Martin?

—Quero solucionar um caso, um ataque ontem à noite a uma jovem. Pode provar suas palavras de que não saiu daqui nesse horário?

Graham o encara por um momento.

—Vocês são uma corja de abutres mesmo. O que o senhor está fazendo é crime. Invadir sem permissão, vasculhar sem autorização... uma verdadeira hipocrisia.

—Acho bom esconder essa língua ao se referir a uma autoridade. Isso pode te tirar daquele servicinho e te colocar onde você merece.

—E quem vai fazer isso? Um pulha como você, Martin? 

O homem pega as algemas.

—Graham, por favor. Faça o que ele pede. – Belle.

—Okay. Toma. – entregando o celular – Nesse seu período de tempo eu estava conversando com um amigo da faculdade, Kristoff. Ele sumiu depois de um tempo, mas não sei o porquê. Pode olhar todos os registros aí.

Martin olha a conversa do garoto.

—Estava se desculpando pelo o que senhor Humbert?

—Acho que isso já não lhe diz respeito.

—Pois bem. – printando a conversa e enviado para o próprio celular. – Eu agradeço a atenção. Desculpe qualquer inconveniência.

—Finalmente algo sensato. – Graham.

—Shiu. – Belle fala chamando a atenção do garoto.

Eles ouvem a porta no andar de baixo se fechando.

—Não deveria estar no serviço...

—Eu vim buscar meus óculos de sol. Tá um albedo desgraçado lá fora.

—Olha essa boca.

—Perdão.

—E conta outra. Não veio aqui por nenhum óculos de sol. Sei que carrega a foto da Emma pra cima e para baixo.

Ele revira os olhos.

—Tem que seguir em frente Graham.

—É só uma foto Belle, nada demais.

—Não foi o que pareceu, quase voou no policial só por que ele encostou nela.

—É pessoal.

—Não deveria. Tem que virar essa página se quiser ser alguém. Não pode ficar se prendendo em algo que já passou. Ela seguiu a vida dela Graham e você tem que fazer o mesmo com a sua.

—Eu gosto mais de você quando me faz aquele chocolate quente, independentemente da estação.

A morena sorri.

—Talvez mais tarde você tenha sorte. Agora vai, não pode se atrasar.

—Okay.

A morena olha a foto nas mãos de Graham.

—O que? É pra dar sorte.

—Vamos, me dê.

—Até mais tarde Belle! – ele fala saindo do quarto e descendo as escadas.

POV Graham.

Belle tinha entrado pra família a poucos meses. Depois de alguns anos que meus pais se separaram e meu pai se tornou mais rabugento do que o normal, voltando toda sua atenção para uma mísera construção cheia de pessoas, vulgo Faculdade de Storybrooke, deixando de lado seu próprio filho de 10 anos, uma nova professora fora contratada. A Srta. Belle French. Foi claramente a primeira vez que vi meu pai esboçar um sorriso depois de 6 anos.

Quando Belle entrou em nossas vidas tudo ficou um pouco mais fácil. O Sr. Gold passou a ser bem mais tolerável, amável seria algo muito forte a se dizer sobre alguém que não liga para sua existência. Mas sim, Belle foi um achado e tanto. A única pessoa além de Emma com quem eu tinha desenvolvido algum tipo de afeição. 

Ela é gentil, bondosa, costuma me apoiar e por mais que eu goste de esconder na presença de outras pessoas eu considero Belle, e muito. E às vezes isso me soa ruim. Tenho certeza que não teria seu apoio numa situação como a atual, portanto vamos manter tudo entre eu e eu mesmo.

Continuei andando rumo ao centro comunitário quando meu celular começou a vibrar em meu bolso. Me estressei ao reconhecer o número. Não atendi a chamada e coloquei o celular no bolso novamente. Já estava tudo combinado, não era tão difícil usar um site de encontros para conversar e por nada nesse mundo eu iria cometer a mesma burrice da última vez. Já que era pra colocar um fim em tudo, iria fazer sem deixar rastro algum.

No estacionamento do Departamento de Polícia.

Dentro de uma Mercedes preta Regina e Killian conversavam.

—Eu devo pedir desculpas ou você já está cansada de ouvir isso?

A morena continua encarando a vista do lado de fora.

—Olha, eu sei que não foi educado…

—Você já é maior de idade Killian. Se quiser você pode sair da faculdade sim. Mas fugir? O que você é? Um ladrãozinho de loja? 

—Me desculpe.

—E sim, eu já estou cansada de ouvir isso. Já estou cansada desse seu comportamento e estou cansada das suas promessas vazias. Primeiro Graham, depois minha casa e agora isso. 

—Eu sei, nem vou tentar justificar. Até porque não tem justificativa. - ele olha pra morena que continuava a olhar para o vidro da frente - Você está desapontada comigo, mãe? 

Regina finalmente olha pro filho e os dois se encaram em silêncio. O olhar do garoto não se sustentou por muito tempo. Assim como  Regina, Killian não conseguia disfarçar o que sentia e seus olhos sempre lhe entregavam. E olhar para sua mãe e ver que sim, ela estava desapontada e por sua causa, fez os olhos do garoto queimarem e suas orbes ficarem úmidas. 

Ele desviou o olhar, olhando para frente, onde sua mãe não podia ver. Mas Regina o conhecia, e conhecia a si mesma e ambos eram muito parecidos.  Portanto ela sempre sabia que todas as vezes que o filho dizia se arrepender era de fato verdade, mas nunca significava que aquela seria a última vez que iria dar trabalho.

—O que conheceu entre você e a Emma? - mudando de assunto.

—Já está tudo bem, não precisa se preocupar.

—Tem certeza? 

—Tenho sim. Nós dois temos um encontro hoje à noite. Nosso primeiro encontro.

—Primeiro? Mas vocês namoram a meses!

—Bem, com todas as confusões e problemas, a gente meio que acabou pulando essa parte. 

—Então hoje você não vem para o jantar?

—Se tudo sair bem, não. Quer que eu te mostre o que vamos fazer? 

—Você não tem que ir trabalhar?

—Ainda faltam 20 minutos. Se a senhora dirigir como se estivesse fugindo da polícia, dá tempo. - ele disse de forma bem sugestiva olhando para Regina.

A morena o encarou de volta.

—Eu vou matar a sua tia!

—Como a senhora escapa de uma perseguição policial e não me conta?

—Por que eu iria contar algo assim para o meu filho?

—Por que é incrível! Tia Zelena falou que você foi tipo um piloto de fuga, mãe! Teve a direto a drift e tudo. – ele disse empolgado fazendo Regina rir. – O que aconteceu?

—Ham… Talvez, mas só talvez, sua tia e eu fomos pegas invadindo um lugar proibido. 

—Que lugar? 

—Uma lanchonete. A gente tinha ido a uma festa e bem, estávamos um pouco alteradas. A gente tinha ficado com fome e não estávamos em plena consciência. Quebramos um dos vidros da porta dos fundos e quando íamos entrar uma viatura passou por nós e viu tudo. Aí a gente correu.

O garoto pareceu incrédulo. Sua tia sempre tinha dito que ela e a irmã não eram fáceis na adolescência, mas isso… não era o que ele imaginava.

—Eu tenho mesmo a quem puxar. - ele fala e observa sua mãe sorrir.

—É, tem sim. Mas não tome como exemplo. Se algum dia algo assim acontecer com você, nem precisa voltar para casa. Está me ouvindo?

—Sim senhora. Sabe, eu tenho tanta coisa pra te perguntar que eu nunca perguntei.

—Ainda temos 17 minutos, é sua chance.

—Okay, primeiro. Como  você conseguiu aquela casa? Mãe, eu sei que a senhora é uma excelente professora, cheia dos seus títulos, mas aquilo lá é uma mansão. 

—Aquela casa era dos seus avós, por isso foi tão fácil consegui-la. Ela já estava no meu nome.

—Mas e a tia Zelena? 

—Seus avós tinham um apartamento enorme em Nova York, onde sua tia morava. Como eu estava com seu pai e grávida de você, colocaram a casa de Storybrooke no meu nome e como a Zelena já tinha a ideia de ir para Nova York, ela ficou com o apartamento.

—Mas então o vovô e a vovó eram bem ricos 

—Sim, mas por pouco tempo. Lembra o que eu te falei sobre o meu pai? Bebidas, jogos e etc? Pois bem, tudo foi embora com os vícios deles. Não perdemos a mansão por pouco. 

—Eu sinto muito mãe. - ele fala segurando a mão de Regina.

—Não sinta. 

—Você não fala muito sobre eles. Tive que recorrer a Tia Zelena pra descobrir algo. 

—Você não fala muito sobre seu pai também, porquê?

—Por que dói.

—Exatamente. Mas eu posso te falar um pouquinho se quiser.

—Desde que esteja tudo bem para a senhora.

—Eu vou te levar a um lugar.

—Você tem 15 minutos 

—Coloca o sinto. - ela disse acelerando o carro.

—Ah meu Deus, isso vai ser incrível!

No meio da estrada.

A Kind Of Magic - Queen

—Então, você sabe porquê eu estou saindo mais cedo da IT, mas não me disse o que te fez sair de lá. – Rebecca.

—Quer saber sobre mim? – Eduardo 

—Não, quero saber porque não ficou no seu trabalho.

Ele a olha.

—Qual é Superman, só se passaram 20 minutos de viagem. Ainda restam quarenta e o silêncio me incomoda. Mesmo que pra isso eu tenha que ouvir você.

—Sabe, você podia ter parado em "o silêncio me incomoda".

—Fala logo!

—Como você mesma disse, problemas com a família. Meu filho está precisando de ajuda.

—Minha sobrinha também. Parece que minha irmã está enlouquecendo.

—Já vi que é coisa de família. 

A loira ri.

—Se conhecesse ela iria retirar o que disse. Sou a única que se salva

—Nossa, se você é a sã da família, então a coisa é realmente séria! 

—Cala a boca. – Ela fala e os dois acabam rindo.

—Pera... Superman?

—Sério? Eu te chamei assim já tem cinco minutos e só questionou agora?

—Eu aprendi a ignorar algumas coisas que você fala para manter meu bem estar. Mas diga… Superman?

—Nunca te disseram que é a cara do Henry Cavil? Bem, na verdade ele é a sua cara. A diferença de idade é gritante, olha essa ruga. – encostando no rosto do rapaz.

—Pra sua informação eu sou bem novo.

—Então foi castigado pelo tempo.

—Certo, deixa eu aumentar o rádio antes de ter que ouvir outra asneira vindo de você.

O som começa a preencher o ambiente aos poucos, se misturando com o vento que entrava pelas janelas abertas. A loira começa a batucar a música com as pontas dos dedos enquanto olhava para o lado de fora.

Eduardo percebe a leveza da mulher ao seu lado e fica feliz por não estarem tentando se matar naquele momento. Finalmente estava conhecendo a Srta. Rocco como ela era, ou pelo menos o que ela deixava conhecer. Uma tia amorosa e que, aparentemente, curtia Queen.

Ele acompanhou o ritmo dela, cantando a música baixinho. Ela tirou o olhar da estrada e o olhou. 

—Não vai me dizer que você é fã do Queen.

Ele a olhou cantando.

—"Is this a kind of magic? It's a kind of magic.There can be only one"

(Isso é um tipo de magia? É um tipo de magia. Só pode haver um)

Ela o seguiu animada 

—"This rage that lasts a thousand years. Will soon be dooooone"

(Essa raiva que dura mil anos, em breve terminará).

Os dois sorriram.

—Mas que droga! Você tá parecendo mais legal agora. – Rebecca 

—Se te serve de consolo, você também.

Eles seguiram cantando.

No haras.

Depois de colocar o cinto, Killian entendeu porque a polícia não tinha alcançado sua mãe quando esta era mais nova. Regina seria piloto de fórmula um fácil, fácil. O carro pareceu voar nas mãos dela e em poucos segundos os dois se viram no Haras.

Killian observava a mãe andar a cavalo. Ele nunca tinha visto a morena tão livre. Regina corria como o vento, os cabelos estavam sempre em movimento, esvoaçando. Ele a viu saltar um obstáculo e depois outro e mais um, todos com maestria. Parecia que tinha nascido pra isso. 

Ela segurou as rédeas do cavalo e ele acabou empinando, Killian se assustou achando que Regina ia cair, mas o máximo que a mulher fez foi dar uma sonora gargalhada e tomar o controle de novo. Ela deu uma volta e colocou o cavalo a trote, voltando para o local onde Killian estava.

—Certo, a senhora é incrível! Como você faz isso? Quem te ensinou? Você é tipo uma amazona? Mãe…

—Respira, tá muito afobado. - ela falou rindo enquanto se aproximava do filho com o cavalo. - Seu avô me ensinou. Ele era um ótimo cavaleiro. Ele até tentou ensinar sua tia, mas ela morria de medo. – o garoto ri – São as minhas melhores lembranças com ele.

Regina olhou pro filho e dessa vez foi ele quem leu sua mãe. Ela sentia falta de Henry, muita falta, mesmo que não dissesse em voz alta.

 Killian lembrou de quando perguntou à tia sobre os pais das duas. Primeiro ficou surpreso em descobrir que Zelena e Regina eram, na verdade, meio irmãs, sendo que a ruiva era filha de um tal de Jonathan, com o qual ela não tinha nenhum contato. 

E depois ouviu a ruiva dizer sobre Cora e Henry, os pais de sua mãe. Killian sentiu um pouco de ciúme ao saber que seu irmão tinha o nome de seu avô, ao imaginar o quanto isso mexia com sua mãe, mas deixou de lado. 

A ruiva havia contado o quanto Regina era próxima do pai, especialmente quando era mais nova. Os passeios pela manhã, os doces que eles pegavam escondidos de Cora, as brincadeiras e os passeios a cavalo. O encantamento que Regina tinha pelo pai quando o via cavalgar. Ele havia dado à morena seu primeiro cavalo, ainda quando era uma criança e o animal um potro. 

Mas aparentemente, quando sua mãe cresceu, tudo havia mudado. Ela começou a reparar algumas atitudes do pai que não agradavam em nada  Cora e nem a ela. A ruiva já notava isso por ser mais velha, mas nunca tinha dito nada à irmã por não querer estragar o relacionamento dos dois. De um jeito ou de outro Henry era uma parte importante da vida de Regina que a ruiva nunca tiraria. 

Naquele momento, vendo sua mãe tão frágil por um assunto, o rapaz se sentiu triste, com vontade de tirar qualquer coisa que deixasse Regina naquele estado. Ela era sua mãe, era uma Mills, e aquilo significava que nada podia machucá-la, nunca. 

—Eu sinto muito pelo Henry, mãe. Seu pai. E sinto mais ainda por não poder fazer nada que diminua a falta que você sente dele. 

—Eu não sinto Killian. 

—Sente sim, dá pra ver. E eu sei bem como você se sente. É devastador, mãe. Por mais que a gente tente evitar, sempre volta a doer, nos pequenos detalhes em que reconhecemos a pessoa que sentimos saudade.  E não tem como destruir isso. Mas temos que olhar as pessoas que estão conosco hoje e voltar nossa atenção para elas, para o amor que sentimos por elas. Porque o amor é a única coisa que faz doer um pouco menos. 

A morena tinha os olhos úmidos. A saudade que sentia de Henry, muitas vezes não cabia nela. Quando era adolescente as coisas realmente começaram a desandar, mas ele era seu pai. A pessoa que mais lhe deu atenção durante a infância, que lhe fez companhia, que cantava pra ela quando não conseguia dormir ou lhe dava carinho quando a mãe a repreendia. Foi quem lhe trouxe Rocinante e lhe ensinou uma das coisas que mais amava fazer. Jamais iria esquecê-lo. 

—Você me dá muita dor de cabeça pra um rapaz de dezoito anos, mas você é meu príncipe sabia? - ela fala abraçando o filho. – E eu tenho muita sorte de ter você como filho.

—Eu tenho mais em ter você como mãe. 

Ela beija a testa do rapaz.

—Você pode me ensinar? – Killian pergunta se soltando dos braços da mãe e indo até ao cavalo que estava próximo a eles.

—Quer aprender a andar de cavalo? – ela perguntou animada.

—Se você estiver disposta a me ensinar, eu aceito.

—Então parece que alguém vai aprender a andar de cavalo. Mas não hoje 

—Porquê?

—Você está atrasado já fazem dez minutos 

—Ai meu Deus eu esqueci da Granny. – com as mãos da cabeça.

—E eu odiaria que você fosse demitido por minha causa.

—Por favor, entre no modo piloto de fuga e me leva.

Granny's Dinner.

Killian entra no estabelecimento junto com Regina. Eles mal chegam ao balcão e Granny surge, furiosa.

—Onde você estava? Seu expediente começou já faz 15 minutos Killian, 15 minutos! 

—Me desculpa vovó, foi sem querer eu..

—Eu não sei o que você pensa que a lanchonete é, mas claramente não é uma brincadeira. Isso aqui é sério Killian, o Granny's precisa funcionar para que outras pessoas possam realizar o dia delas.

—Eu sei vovó, eu sei. É que houve…

—A culpa foi minha Granny, eu acabei alugando o Killian e o fiz perder a hora. – Regina 

—Na verdade, a culpa foi minha. – Killian – Acabei com um problema e minha mãe teve que me ajudar. Me perdoa pelo atraso Granny, eu juro que não vai mais acontecer. 

—Eu espero mesmo meu jovem. Eu tenho muito apreço por você Killian, ainda mais por tudo que fez pela minha neta. Mas isso aqui não é bagunça, mais um deslize e está demitido.

—Sim senhora, eu prometo. Nunca mais me atraso.

—Ótimo, vai trabalhar até às 17h30min pra compensar. E sem reclamações.

—Sim senhora. Eu amo você Granny. – ele falou dando um beijo na bochecha da senhora.

—Sei, não tente me comprar com esse sorrisinho charmoso. Eu já conheço seus truques. – sorrindo 

—Não custa nada tentar. 

—Vá vestir seu avental. 

O garoto se despede da mãe e sai para os fundos da loja.

—Mil desculpas por isso Granny. – Regina 

—Tá tudo bem Regina, não se preocupe. Killian é um excelente funcionário, tirando hoje, sempre chega na hora, é extremamente simpático, faz muito além do que seu serviço… Sem contar que graças a ele a clientela aumentou. Em boa parte, adolescentes com algum interesse no seu filho. Arrisco a dizer que puxou a mãe 

—Ah por favor, Granny. – com o rosto corado.

—Por favor, digo eu. Eduardo é um rapaz de sorte 

Regina gargalha.

—Mas eu preciso ir minha filha. Tenho umas coisas pra resolver ainda e tenho que dar conta dessa lanchonete.

—Okay, eu também tenho que ir. Obrigada novamente Vovó!

—Até mais, manda um beijo para os meninos.

—Pode deixar. Até!

Na estrada.

Entre músicas e implicâncias, Eduardo e Rebecca seguiam a viagem. A antipatia entre os dois ainda era vivente, mas aos poucos, bem pouco, o clima parecia melhorar.

—Eu nunca vi alguém dirigir tão devagar quanto você. – Rebecca 

—Eu estou respeitando os limites de velocidade.

—A viagem deveria demorar uma hora, não duas.

—Você quer dirigir? - cínico

A loira rolou os olhos. Não podia dirigir, não depois de perder a habilitação por infringir o limite de velocidade.

—Você vai usar isso sempre que tiver uma oportunidade.

—Com certeza. - rindo. 

O celular de Eduardo toca e a foto de Henry surge no visor. 

—Pode colocar no viva voz pra mim, por favor?

A loira estica o braço e aceita a chamada, colocando no viva voz em seguida.

Chamada on

*Pai?

*Oi Henry. Como estão as coisas por aí? 

*Tudo bem, já estamos em Storybrooke.

*Mas como? O voo demora horas.

*Pegamos uma carona. Encontrei a tia Elsa no aeroporto.

*Sua tia? Mas o que ela fazia aí?

*Ela ficou sabendo do que estava acontecendo pelo noticiário, aliás tá furiosa com você. 

*Eu imagino que sim. Não quero nem ver.

*Ela veio atrás de mim e bem, ela tem seus contatos. Não sei como ele fez, mas conseguimos um jatinho pra cá. Foi bem rápido.

*Foi expresso. Mas não se preocupa, tô quase chegando. Regina está em casa?

*Ainda… - o garoto recebe um abraço do outro lado da chamada - ela acabou de chegar. Oi mãe! 

Eduardo sorri com o tratamento entre os dois e Rebecca percebe.

*Enfim, estamos todos te esperando.

*Tudo bem, não demoro. Beijo 

*Beijo pai.

Chamada off.

—Agora eu estou me perguntando, no que seu filho se meteu que mobilizou a família inteira. 

—Nem queira saber. 

—Então, o senhor tem uma irmã?

—Sim

—E uma esposa.

—Eu espero que sim.

—Como assim?

—Somos namorados. Mas vamos chegar lá, tenho certeza.

—Confiança é tudo Superman.

—Para de me chamar assim. Mas e quanto a você?

—O que tem eu?

—Você tem alguém?

—Olha, eu fico lisonjeada, mas você não acha meio inconveniente me propor algo enquanto namora? – com a sobrancelha erguida.

—Mas o que? Tá maluca? Eu só estou perguntando. – intercalando seu olhar entre a pista e a moça ao seu lado.

—Você tá muito nervoso pra quem quer só uma conversa casual. – rindo 

—Esquece Srta. Rocco, foi burrice minha perguntar.

—Relaxa Alcântara! Você não faz o meu tipo. E quanto a minha vida pessoal… ela não lhe diz respeito.

—Mas a minha te diz respeito né?

—Eu só perguntei, não precisava responder. – com um sorriso presunçoso.

—Eu odeio você.

Na mansão.

Henry, Elle, Regina e Elsa estavam na cozinha enquanto a morena servia um lanche para os presentes.

—Isso parece filme. - Regina 

—Olha, com todo respeito Elle, eu mal te conheço e também não conheço sua família, mas eu juro que se eu ver a sua mãe eu estapeio ela. – Elsa – Onde já se viu? Armar um circo desses? Colocar a polícia atrás do meu sobrinho!

—Tia Elsa se acalma, por favor. – Henry 

—Eu te entendo Elsa, meus pais não são fáceis, minha mãe então nem se fala. Mas eu gostaria que a agressão fosse evitada. – Elle 

—Eu vou fazer o possível, mas não garanto nada. 

—Já está de bom tamanho.

—Você acertou com ela, Henry. – Elsa fala elogiando a namorada do sobrinho.

—Eu sei tia. – ele diz olhando para a namorada.

—Eu mal te conheço Elle, mas dá pra notar que você é um amor e eu estou muito feliz de meu sobrinho ter encontrado alguém como você. 

—Obrigada Elsa, mas eu tive sorte de encontrá-lo.

—Ah jovens, sempre tão apaixonados. – Regina disse beijando a cabeça do filho.

—Saudades dessa época. – Elsa 

—Bem, pelo que pude notar você é bem próxima da piloto do jatinho tia. Pude apostar que já se conheciam. Quem sabe vocês não... - Henry  

—Ei! Isso já faz tempo. E foi só uma troca de favores. – Elsa  

—Imagino como ela vai cobrar. - Regina disse rindo fazendo os outros rirem juntos. Inclusive Elsa 

—Eu não disse nada. – Elsa.

Do lado de fora.

—Você quer entrar? Ou prefere que eu te leve até sua irmã? – Eduardo 

—Não, pode ir. Eu espero aqui no carro.  – Rebecca 

—Tem certeza?

—Sim. 

Eduardo sai do carro.

—E não demora chofer.

—Você é muito abusada.

Eduardo sobe os degraus da entrada da mansão e abre a porta. Ele caminha pela sala até alcançar a cozinha 

—Ei! Parece que a casa está cheia novamente! – Eduardo 

—Pai! – Henry se levanta e o abraça.

—Ei meu garoto. Como você está? – bagunçando o cabelo do filho.

—Com medo de ir para a cadeia. - Henry 

—Não se preocupe quanto a isso. Vai ficar tudo bem. - Edu 

—Tomara. - Henry 

—Olá Elle. - Edu  disse abraçando a menina.

—Oi Edu. Eu não sei nem o que dizer. Essa situação é… - Elle 

—Está tudo bem. Não é culpa de vocês, nós sabemos disso. Só não se desesperem.

—Meio difícil pedir isso agora. – Elle 

—Ansiedade não vai ajudar em nada. Temos que nos acalmar. Ouviu Elsa? Acalmar. – olhando para a irmã.

— Nem tente. A gente tem muito o que conversar irmãozinho. – Elsa 

—Eu prometo adiar ao máximo. - Edu 

—Você pode tentar  - Elsa 

—Agora, se não se importam, eu gostaria de dar a minha atenção para a minha belíssima namorada. – Eduardo diz se aproximando de Regina 

—Achei que isso nunca fosse acontecer. – Regina 

Os três que observavam a cena sorriram com o ciúme da morena.

—Eu gosto de deixar o melhor para o final meu amor. – ele disse envolvendo a cintura de Regina. – Vocês podem nos dar um pouco de privacidade? – Eduardo pergunta olhando os outros.

Os três dão as costas ao casal que se beijam demoradamente 

—Como você está? 

—Melhor agora. – Edu disse  recuperando o fôlego.

Os dois trocaram um sorriso.

—Já podemos olhar? – Henry 

—Podem! – Regina 

Os três voltaram sua atenção para o casal.

—Mas então, vamos a crise do momento. O que vamos fazer? – Eduardo 

—Está claro que não foi um sequestro. A Elle pode afirmar isso. – Regina 

—Sem dúvida alguma, e eu chamei um reforço. – Elle 

—Reforço? – Elsa 

—Sim, a única pessoa no mundo que consegue mudar a opinião da minha mãe. Minha tia. – Elle 

—Não sei quem é, mas já é minha pessoa favorita. - Eduardo.

—Ela é o máximo, vai gostar dela. – Elle 

— E como ela se chama? – Regina 

—Re…

A porta se abre novamente.

—Qual parte de "não demore" você não entendeu Alcântara? – disse Rebecca entrando na cozinha.

—Pelo amor, você não me deixa em paz. – Eduardo  

—Tia? – Elle 

—Como? – Eduardo 

—Elle? O que faz aqui? – Rebecca 

—Quem é essa Eduardo? – Regina 

—O que eu perdi? – Henry 

—Wow! – Elsa falou observando a mulher.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Só pra questão de registro:

A foto do personagem Martin Teller é da série Sons of Anarchy, onde o Charlie Hunnam interpreta o Jax Teller, daí o sobrenome do meu personagem. Isso não significa que eles vão ter algo em comum.

Segundo, os sobrenomes da Ariel e do Eric são dos atores que interpretaram os personagens em OUAT, Joanna García e Gil McKinney, respectivamente.

Comentem pessoal! (pfv)
Mwah!!!!



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