The four elements escrita por Karina20, Karina


Capítulo 3
Capítulo 2




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Thomas
Campo de concentração de Auschwits, Alemanha, 11:30h
O caminho das sombras pode te levar a vários lugares, mas nesse momento acabo de cair no Mundo Inferior, literalmente, minha bunda está doendo agora, droga...
Me levanto, esfregando meu traseiro - ouch - olha em volta e vejo almas assustadas vagando por toda parte, aquelas que tanto demoram a aceitar seu destino. Para mim, é só mais um dia normal, exceto pelo fato de que vou ter que olhar para a cara de meu querido pai, a é, esqueci de comentar que sou filho de Hades, mais conhecido como "rei do mortos".
Caminho tranquilamente rumo ao majestoso e sombrio castelo de meu pai, conhecidos mais próximos me cumprimentam, enquanto outros reverenciam; quanto mais me aproximo, mais perceptível fica o som tão conhecido por mim, latidos de cães infernais, afinal são eles que guardam o castelo. Adentro ao mesmo, caminhando pelos escuros corredores, que já conhecia de cor, até a ampla sala negra com detalhes de bronze celestial, repleta de tochas, onde ardia fogo grego. Como de costume encontro meu pai sentado em seu trono, ao lado do de Persefone, agora vazio.
Olho ao redor e encontro tudo em seu devido lugar, exceto por Shadow, meu cão infernal, que se encontrava ao lado do trono de meu pai.
– A quanto tempo meu filho - o deus caminha até mim.
– Olá papai - sorrio cínico.
Ele solta uma leve risada - como anda?
– Com os pés - sorrio.
– tudo bem, não vou mais te enrolar, como você já sabe te chamei aqui por um motivo.
– É claro que sim - suspiro - e qual seria?
– Tenho uma missão para você - me dirijo até Shadow, me agacho e faço carinho na mesma - e o que eu ganharia em troca? - o olho.
– Simples, meu perdão - arqueio a sobrancelha.
– E o respeito de todos olimpianos e semideuses.
– Até que não é uma má ideia - levanto. - O que tenho que fazer?
– Na hora certa você saberá, mas antes de saber do futuro, precisa conhecer o passado - ele se senta e eu faço o mesmo, porém na poltrona à sua frente, relaxo meu corpo e presto atenção em sua séria feição - tudo começou no solstício de inverno a 17 anos atrás, quando os primeiros indícios do retorno de Cronos surgiram e com eles a agitação do Olimpo. Para contornar a situação, Zeus organizou uma reunião para solucionar esse conflito, nela foi decidido que Atena e Hefesto ficariam responsáveis pela criação de novas armas e Hermes pela distribuição das mesmas - o escuto atentamente - então eis a minha brilhante sugestão: os três grandes juntamente a Hefesto, dariam origem a duas crianças que fossem capazes de combater Cronos, duas crianças que tivessem a dominação plena dos quatro elementos.
– Mas como vocês fizeram isso? - pergunto curioso.
– Me lembro como se fosse ontem - ele respira fundo e se ajeita no trono - como disse estavam todos reunidos na sala, dois berços de bronze celestial surgiram no centro da mesma, os quatro deuses se levantaram, Zeus criou um pequeno furacão em volta dos berços, água junta-se a ele, assim como os outros elementos, o furacão cessou e único som que se pôde escutar foi do choro das duas crianças recém criadas.
– E onde estão essas crianças agora?
– Era nesse ponto que queria chegar - ele gesticula - elas foram separadas quando pequenas por segurança, o menino foi para Alemanha, e agora já está no acampamento meio-sangue, já a menina não teve tanta sorte, foi para os Estados Unidos e acolhida por uma base de pessoas "especiais"– ele fala com desgosto na voz.
– Base para pessoas "especiais"?
– Sim, eles acham que ela é algum tipo de mutante.
– Isso existe?
– Palo jeito sim.
– E o que eu tenho a ver com tudo isso?
– Você vai trazê-la para mim.
– Pra que isso agora? Qual seu interesse na garota? - estreito os olhos, desconfiado.
– Acho que ela tem o direito de saber a verdade, não acha?
– O que é isso em cima da sua cabeça? - aponto.
– O quê? - ele coloca a mão na cabeça procurando por algo.
– Essa aureola brilhando - sorrio cínico.
– Sempre achei que você tinha uma tendência humorística filho, mas dessa vez não estou brincando.
– Sério? Acho que já podemos te entregar o prêmio de pai do ano.
– Thomas, eu não vou falar de novo, quero que a traga para mim antes do solstício de inverno - reviro os olhos.
– Ta. - dou de ombros - mais alguma coisa? - pergunto sarcástico.
– Leve-a com você - ele passa a mão na cabeça de Shadow.
– Sério mesmo? - pergunto surpreso.
Ele assente com a cabeça - boa sorte.
– Ótimo - dou de costas me preparando para sair.
– Thomas, uma última coisa.
– Sim? - continuo de costas.
– Não me decepcione dessa vez.
Ando até a saída na companhia de Shadow sentindo uma mistura de sentimentos: mágoa e decepção. Dessa vez iria provar para meu pai que sou capaz, caso contrário, não me chamo Thomas James Foester.


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