Percy Jackson- Batalha Eterna escrita por Dark And Black


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pelo atraso, eu deveria ter postado dia 15, mas não deu certo, então esse cap é o do domingo passado e dia 22 as 15 horas terá outro cap.



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POV Percy

Retiro tudo o que eu disse antes sobre a sensação de morte, dói e muito, pelo menos estava doendo até agora.

Eu já tinha ouvido várias vezes em minha vida que a morte é algo rápido, que nós nem conseguimos sentir, mas até agora essa teoria se provara errada. Imagine você em um daqueles brinquedos que têm em parques de diversão e que fazem você rodopiar e mexer tanto, que quando você sai sente enjoo. Ainda não é o suficiente para descrever o que eu sinto.

Agora multiplique esse enjoo e adicione sua pele pegando fogo e seus ossos se quebrando, até que não resta nada deles e seu corpo fica todo molenga. Multiplique por 10 todas essas sensações, talvez agora você entenda o que eu quero dizer.

Dizem também que toda a sua vida passa pelos seus olhos, certamente eu sou um caso especial e diferente, tudo o que eu conseguia ver eram borrões brancos. Quem sabe minha vida não foi nada mais que uma ilusão, ou então foi apagada? O que importava era que eu não estava tendo o sintomas de morte que as pessoas tanto falavam.

Eu consegui tirar algumas conclusões da minha vida nesse meio tempo, como por exemplo, um cara bonito e forte como eu tem o destino selado ao azar. Isso é fato e não tem como discutir. Até os dois ou três anos eu considerava minha vida legal, depois disso ela foi do nível amador para o nível de dificuldade extrema.

Não sei quanto tempo fiquei viajando pelo branco, sei apenas que em menos de um segundo eu senti meu corpo, que agora estava novamente em estado perfeito e sem nenhum arranhão, sendo jogado por uma superfície estranhamente familiar.

–Eu falei para você pai, os mortais nunca conseguirão passar pelo tele transporte dos deuses e aterrissarem sem dificuldades.

Nem precisei olhar para saber quem falou, uma voz grossa e sarcástica, que eu particularmente odiava: Ares. O deus estava com a cabeça raspada e um uniforme militar, colete a prova de balas e olhos flamejantes. O deus parecia que tinha acabado de sair de uma guerra, vários furos se mostravam em suas roupas, e ao lado de seu trono estava uma metralhadora gigante, que nenhum mortal conseguiria sequer levantar.

Pude finalmente ver onde eu estava, um lugar amplo, gigante, tudo nele era branco ou prata, mesmo as colunas que sustentavam o teto. Um “U” de cabeça para baixo era o formato que o semicírculo feito pelos tronos mostrava. No centro desse semicírculo tinha uma lareira, uma fogueira que crepitava e soltava faíscas preenchendo o ar com sua fumaça.

As únicas coisas naquele local que não eram feitas apenas de prata e branco eram os tronos. No meio dos tronos tinham dois que se destacavam por serem maiores, estes eram feitos de mármore branco e algo parecido com ouro imperial, estes dois pertenciam a Zeus e Hera. Tinha um trono feito de engrenagens, este mais se parecia com uma máquina, outro era feito de mármore negro.

Tinha um feito de vinhas, outra pálido como a lua, um se destacava por brilhar muito como o Sol. Em cada trono tinha um deus e todos os deuses estavam na forma humano, porém gigantes.

Doze deuses estavam reunidos no que parecia ser o Conselho Olímpico. Oito deuses homens: Zeus, Hades, Héracles (forma grega de Hércules), Dionísio, Ares, Apolo, Hermes e Hefesto. Quatro deusas: Hera, Afrodite, Artémis e Atena.

–Onde está meu pai, e a deusa Demeter? – Perguntei surpreso por não ver nenhum dos dois deuses ali.

–Deveria ser mais educado Percy. – Zeus disse. – Demeter deu seu lugar para Hades, e quanto ao seu pai... bom... Não lhe interessa. Acho que você já deveria se sentir honrado porque nós deuses, salvamos sua vida desprezível a alguns minutos atrás.

Eu tinha acabado de fazer uma dívida com os deuses, mesmo sem ter a intenção essa era a verdade, e agora eles podiam me cobrar. Tinham coisas estranhas nessa história, mas preferi deixar de lado.

–Hã... Muito obrigado por vocês salvarem minha vida, mas será que agora eu posso voltar ao acampamento? Estou preocupado com Rachel, se ela não morreu deve ter se machucado muito. – Disse tudo isso já me virando e saindo da sala de reuniões.

Um forte vento fez com que as portas que me levavam a saída se fechassem.

–Ok... já que vocês me amam tanto e insistem que eu fique, eu fico. – Me virei de novo para Zeus, que me fuzilava com seu olhar.

–Bom Percy, você é atualmente um dos melhores heróis que o olimpo tem, só perde para Jason. – Zeus se pronunciou.

–Ouvi dizer que você estava com dificuldades para respirar em baixo d’água, enquanto meu irmão respirava tranquilamente e salvava você. – Héracles disse gargalhando – Isso é uma decepção para um filho de Poseidon.

–Cala a boca seu otário. – Eu disse ofendido.

–Alguém como você não deveria morrer de forma simples, em um mero acidente de carro. – Zeus disse. – Você é digno de morrer servindo aos olimpianos, o que acha de morrer numa missão representando nós, os olimpianos?

– Prefiro ter uma vida feliz com Annabeth, termos filhos e nos casarmos...

Esse foi se transformando no meu sonho desde que cheguei ao acampamento de Júpiter, levar minha namorada para o local e morrer lá com ela.

–Veja com seus próprios olhos seus sonhos se dissipando Percy. – Zeus disse e então ele abriu a mão direita, de lá uma nevoa saiu, e dela imagens começaram a se formar.

A imagem na nevoa mostrava o píer do acampamento meio-sangue, o mesmo local no qual eu e Annabeth tivemos o melhor beijo subaquático da história. Agora ela estava lá, em pé, observando serenamente o lago se agitar. Um garoto do qual eu nutro um grande ódio estava do lado dela, Mike.

O filho de uma puta então puxou Annabeth para um abraço, ela parecia triste e correspondeu ao abraço.

Está tudo bem Percy.” Eu disse para mim mesmo. “Amigos se abraçam, não é?”

Errado. Eu estava completamente errado tentando iludir a mim mesmo com a ideia de que aquilo dali entre eles era apenas amizade. Annabeth se soltou do abraço dele, mas este logo passou as mãos pela cintura dela e a puxou para um beijo, a princípio ela hesitou, mas logo passou as mãos pelo pescoço dele e aceitou o beijo dele, se envolvendo calorosamente.

Então a nevoa se dissipou, e com ela minha paciência.

–Abra já está porta Zeus. – Eu disse começando a me irritar.

–Sabe qual é o melhor lado desse beijo da sua namorada Percy? - Ares perguntou. - Ele está passando na TV Hefesto e você ganhando o titulo de semideus corno do ano.

–Agora você já não tem desculpa e poderá morrer pelos deuses Percy, acredite, isto é mais digno de um herói como você. – Zeus tentou me convencer. – A missão é simples, a poucas semanas atrás nós recebemos um aviso do próprio Tártaro, ele dizia que um perigo muito grande se aproximava, ele disse que não era qualquer coisa como Gaia ou Cronos.

–E o que eu teria haver com isso? – Perguntei com desdém, recuperando um pouco de minha paciência.

–Ele pediu para que enviássemos reforços para ele, e creio eu que nenhum deus menor ou olimpiano poderia ir ao Tártaro no momento, por isso estávamos esperando que algum semideus se disponibilizasse para essa missão, então você apareceu. Nós, o conselho Olímpico, queremos que você vá nessa missão para nós.

Percebi logo que a temperatura ambiente caiu, e vários deuses deram olhares de ódio para o rei dos olimpianos.

–Você só pode estar brincando – Olhei para ele esperando que dissesse: Nós estamos brincando Percy, porque mandar o herói do Olimpo em uma missão suicida? Nós te chamamos aqui para comemorarmos o fato de você estar vivo e dar-lhe presentes. Nada disso aconteceu. - Já disse que não vou em porra nenhuma de missão suicida por vocês.

Eu surtei, e tentei usar qualquer liquido do ambiente em meu favor, mas tudo que encontrei foi a água do aquário de Bessie, o Ofiotauro, toda a água que era para obedecer-me acabou indo em minha direção, e assim Bessie praticamente voou em minha direção. Foi aí que eu percebi que desde que tinha saído do inferno eu tinha ficado mais fraco.

–Você vai sim heróizinho de merda. – Zeus disse abrindo um buraco no chão.

Senti algo forte me puxando, vi que era Bessie que mordia meu pé com força e medo, tentei me agarrar em algo, mas não conseguia me segurar com o peso do Ofiotauro. Nós estávamos próximos ao buraco que tinha se aberto, e o peso de Bessie puxava ela para dentro, consequentemente me puxando também.

Nós dois acabamos entrando no buraco. Tudo o que ouvi antes de o buraco se fechar totalmente foram os gritos desesperados de Zeus:

–O OFIOTAURO! QUE MERDA! ...

POV Annabeth

O refeitório ainda estava vazio quando eu cheguei, sentei-me na mesa dos filhos de Atena e observei quem chegava para almoçar e quem ia embora, enquanto meus irmãos não chegassem eu não iria começar a comer.

Muitos semideuses romanos almoçavam no acampamento meio-sangue. O labirinto tinha sido reconstruído, e com a ajuda dos deuses, nós descobrimos uma passagem de quase um quilometro que conectava os dois acampamentos.

Essa passagem se tornou muito útil, com ela sempre que tinha alguma batalha ou incidente, os semideuses gregos e romanos podiam se ajudar sem ter que atravessar todo o país. Os dois acampamentos tinham passagens que os ligavam de um arsenal ao outro, pois se os romanos chegassem desarmados para ajudar em uma guerra, eles poderiam ajudar rapidamente e vice-versa.

Quando a mesa de Atena começou a se encher eu notei a chegada do Percy. Ele não tinha um típico sorriso no rosto, parecia abatido, como se tivesse acabado de perder um parente bem próximo. Se eu fiquei com dó? Um pouco, afinal, eu amo ele. Ele me encarou e eu virei de lado fingindo estar conversando com um de meus irmãos.

Kate logo sentou ao lado dele e eles começaram a conversar, mesmo com isso ele continuava triste. A filha de Poseidon logo se levantou e veio em minha direção, ela pretendia se sentar junto a mim, e se me visse olhando para o Percy ela logo começaria falar merda.

–Oi Annabeth... de novo. – Ela disse se sentando do meu lado e começando a comer algo em seu prato. Logo percebi que estava com fome e comecei a comer também, não antes de responde-la.

–Oi maninha. – Eu tinha direito de chama-la assim. Certo? Ela é irmã do meu namorado.

Ficamos um tempo apenas comendo, então ela começo a puxar assunto.

–Ele ficou abatido, coitado, você não deveria ser tão rígida com ele Annie.

–Você acha? – Fuzilei ela com os olhos.

–Claro que não- Ela disse sarcástica. – Você tem é que trata-lo mal por ele ser tão irresponsável, lerdo e otário.

Nós demos várias risadas juntas. Me aproveitando do momento eu dei uma espiada na mesa do deus do mar, Percy estava se levantando e indo já falar com Rachel, eles estavam partindo.

–Ele é um grande idiota por te abandonar assim.- Disse o garoto estranhamente familiar que estava sentado do meu lado, logo reconheci: Mike.

Ele por ser oráculo podia se sentar na mesa que quisesse, não apenas na de Apolo.

–Fala isso na cara dele seu otário. – Kate disse brava.

–Eu falaria, mas não tenho tempo para lidar com pessoas como ele.

Mike era um exímio esgrimista, quando chegou ao acampamento era perseguido por mais de dez ciclopes. Como ele atraiu essa quantidade? Eu não sei, sei apenas que cinco semideuses foram ajuda-lo, mas ele sozinho matou cinco. Eram ciclopes de três metros, não seria fácil para um principiante como ele, por isso todos o respeitavam, menos, é claro, os filhos de Poseidon.

–Então fale agora. – Ordenou Kate.

Antes que eu pudesse acabar com a briga dos dois, ele se virou para mim e falou:

–Vamos sair daqui Annie.

–Tudo bem. – Eu disse, era a maneira mais fácil e inteligente de acabar com a briga dos dois.

Kate olhou para mim com olhos raivosos.

Me levantei junto com Mike e senti ele passando os braços pelos meus ombros, vários semideuses olhavam para nós curiosos e cochichando entre si. Nós dois nos dirigimos então para o píer e ficamos caldos apenas observando o lago.

–Você ama muito ele né? – Ele disse puxando conversa.

–Muito, mas porque vocês dois se odeiam?

–É que eu gosto muito de você e ele não aceita isso, é ciumento demais.

–Eu sei... – Eu disse e minhas feições ficaram tristes.

–Não precisa ficar triste por isso, deve ficar triste mesmo por ele estar saindo em missão com a inútil ex-oráculo.

Abracei ele. Ele também me abraçou, mas em vez de colocar as mãos nas minhas costas, colocou na cintura. Estranhei isso, e estranhei ainda mais quando ele se aproximou de mim e me beijou. Senti que devia me afastar, mas era um beijo bom. Não era molhado nem seco, era perfeito. Ele pediu passagem com sua língua e eu deixei.

A tarde poderia passar e nós ficaríamos ali, nos beijando sem perceber o tempo passar e muito menos os campistas nos olhando com curiosidade, provavelmente estavam se perguntando porque eu, Annabeth Chase, namorada de um dos campistas mais poderosos, estava ali traindo o mesmo.

Num impulso me separei dele empurrando-o no peito, em seguida olhei para o rosto dele, estava brincalhão e aproveitador, do tipo: Acabei de pegar a menina mais gostosa do acampamento e estou louco para espalhar isso pelo mundo.

–Isso foi incrível Annie. – Ele disse animado.

Bufei e lhe lancei um olhar mortal.

–Nunca me beije sem o meu consentimento, não é porque o Percy saiu em missão com a Rachel que eu vou traí-lo. – Despejei essas palavras nele, mal me importando com a reação dele. Reuni o máximo de força em minha mão esquerda e dei-lhe o tapa mais forte que consegui, para em seguida sair correndo dali.

POV Percy

Será que tem um limite de vezes para a própria pessoa achar que está morta em um mesmo dia. Do tipo, a pessoa acha duas vezes que morreu num mesmo dia, então a morte vem e leva ele. Se esse fosse o caso eu estava realmente morto pela terceira vez no dia.

Um acidente de carro, uma queda de oito ou nove dias em direção ao Tártaro e uma visitinha da morte não era algo que combinasse.

Do meu lado Bessie mugia desesperada, o que eu podia fazer? Sinceramente? Nada.

Meu pé tinha sido muito machucado pela mordida do Ofiotauro, isso doía um pouco, mas não era algo para se preocupar, pelo menos não no momento. Sua maior preocupação agora era como sobreviver mais uma vez no inferno. Da última vez ele teve ajuda, dessa vez ele estava sozinho.

Pensar apenas na morte era deprimente demais, então concentrei minha energia para tentar sentir o que estava abaixo de mim, qualquer rio seria muita sorte, mesmo que esse o prejudicasse de alguma forma, era melhor do que simplesmente morrer espatifado como uma omelete no chão. Seria uma história interessante:

Os deuses do Olimpo obrigaram um herói a partir para uma missão no Tártaro. Como ele se saiu? Ele simplesmente se espatifou no chão do inferno. Era essa a intenção dos deuses? Quem sabe, vai que eles queriam testar qual a resistência do chão do Tártaro, quem sabe após o Percy eles não jogassem pedras, depois um caminhão e depois uma montanha. Para quem não leu tudo o que aconteceu até agora, bom, os deuses estavam apenas enviando Percy como um representante deles no Tártaro, para que o herói pudesse salvar as bundas moles deles. ”

Poderia faltar um dia ou cem para chegar no inferno, mas de onde eu estava consegui perceber que o inferno estava diferente, mais sombrio...

A velocidade aumentou, como a velocidade de uma bicicleta que vai para a de um avião, a queda se tornou mais rápida e dolorosa.

Usando seus poderes Percy usou a agua de um rio para amortecer sua queda. De cara ele reconheceu o rio: Flegetonte. Seu corpo aguentou, pois aquelas águas existiam para poupar os mortais dos ferimentos e dores para que estes pudessem sobreviver mais e serem punidos por toda a eternidade, sempre se recuperando para em seguida ser punido.

Não era exatamente um rio feito de água, ele era feito de fogo.

Apenas amorteci minha queda com a ajuda do rio, para em seguida pular para terra firme. Procurei Bessie e encontrei-a tentando nadar no rio e soltando gritos desesperados para poder sair dali. Concentrei-me e senti um puxão no estomago, para em seguida conseguir trazer Bessie para a superfície.

O Ofiotauro gemia desesperado de dor, e eu me ajoelhei ao seu lado segurando as lagrimas, eu sabia o que iria acontecer, ele iria morrer, mas eu não podia deixar. Bessie ainda estava pegando fogo na parte de serpente, a parte de touro e a cabeça estavam todas queimadas, mas ainda estava vivo.

Nem mesmo se ele tivesse com néctar e ambrosia ali, ele não poderia curar o Ofiotauro, isso era algo que apenas o deus da medicina poderia fazer, mas no Tártaro os deuses não tinham poderes e não poderiam fazer nada para ajudá-lo.

Mate-o e jogue seu corpo no rio, jovem herói. Assim você o poupara de sofrimento, terá mais chances de sobreviver e se vingar dos deuses.”

Uma voz forte e profunda disse na cabeça de Percy.

–Quem é você? – Perguntei procurando de onde a voz tinha vindo.

Nenhuma resposta.

Pensei no que ele tinha dito, parecia ser o mais adequado a se fazer no momento, sacrificar o Ofiotauro.

Saquei minha espada e olhei com pesar para Bessie, que gritava em agonia e sofrimento, pedindo por ajuda. Fiz o meu melhor para ajudá-la, o que eu podia fazer de melhor no momento. Reuni toda minha coragem e desci a Anaklusmus em arco no pescoço do Ofiotauro, este deu um grito maior que os outros e em seguida se silenciou, se entregando a morte.

Hesitei pensando se jogava ou não o corpo dele no rio, para que assim suas entranhas fossem queimadas e sacrificadas e eu pudesse ficar mais forte. Não. Eu não faria isso, para mim isso seria como abusar do corpo de um amigo.

Acho que Héracles estava certo quando falou que você é um fraco, mal tem coragem de queimar o corpo de um monstro, porque este era seu amigo, isto é muito... Como os mortais falam mesmo? Ah, sim. Gay.”

A voz voltou a se pronunciar em minha cabeça. Ela estava certa, eu tinha que parar de ser fraco, não poderia deixar que mais amigos meus, principalmente do acampamento, fossem mortos por conta de ações estupidas dos deuses.

Reuni a força que me restava depois de controlar o rio duas vezes e empurrei o cadáver do Ofiotauro em direção ao rio, este logo se afundou queimando, em seguida peguei a cabeça que eu tinha decepado e joguei-a também no rio.

Os poderes que o Ofiotauro poderia proporcionar a um mortal eram desconhecidos até então. Tudo que se sabia era que as Parcas tinham feito uma profecia falando que quem sacrificasse o Ofiotauro teria poder para destruir os deuses.

Senti então uma queimação muito forte no maxilar, e meus olhos começaram a arder como se estivessem pegando fogo, o nariz que antes tinha dificuldades em respirar pelo ar ácido do Tártaro, queimava intensamente e não permitia que ele respirasse, em consequência o pulmão e o coração começaram a falhar também.

O pescoço queimava como se estivesse sendo separado do corpo e da cabeça. Em seguida os ombros também começaram a doer, espalhando a dor pelos músculos do peito, abdômen, braços e pernas.

Me joguei no chão e senti meu corpo sendo perfurado pelo vidro quebrado do chão do Tártaro, essa dor não importava, mal era sentida, rolei e esmurrei o chão tentando encontrar uma dor maior que a que eu sentia em todo o corpo.

Aos poucos a dor se cessou e eu me levantei. Meu corpo e meus olhos nada tinham de diferente, na verdade nada tinha mudado, nada que fosse percebível.

“Você mudou muito mais do que pensa garoto, agora abra essa mochila em suas costas, tome um pouco de néctar e em seguida pegue sua espada e fure o chão com o máximo de força que conseguir. Se você conseguir ficar muito forte, quem sabe nós não lutamos um dia. Não conte a ninguém sobre minha presença.”

“Mochila?”

Percy então sentiu o peso em suas costas. Tirou a mochila e viu que era a mochila de Rachel, não era grande coisa, tinha apenas um zíper. Quando abri a mochila me deparei com um pedaço de papel branco embolado dentro dela, então peguei o papel e vi que a letra de Rachel se fazia presente nele.

Caro Percy,

Quando você estiver lendo essa carta, provavelmente você estará no Tártaro e eu internada na enfermaria do acampamento meio-sangue. Preparei essa mochila especialmente para você, nela terão várias roupas suas, néctar, ambrosia e essa carta. Não posso te ajudar muito em sua verdadeira missão, mas posso te contar o que eu sei a respeito dela.

Depois que a guerra contra Gaia acabou eu continuei com meus poderes, e tinha visões frequentemente, mas um mês depois eu tive um sonho em que algo muito mal se aproximava, eram apenas as trevas, não parecia ser como as visões do Oráculo de Delfos, esta visão era real, e vinha com uma profecia, só que o poder era tanto que acabou se dividindo, e Mike, o filho de Apolo, pegou sem querer os meus poderes.

Na minha visão um homem lutava contra as trevas na cidade de Nova Iorque, e um grande buraco tinha se aberto no chão, vários semideuses caiam ali e morriam. As pessoas estavam todas paradas no tempo, como se Cronos estivasse controlando o tempo, em seguida eu vi o que eu deveria fazer, eu deveria levar esse homem até os deuses do Olimpo, para que esses mandassem esse homem para o Tártaro.

Eu poderia ter escolhido qualquer herói, mas algo me dizia que era você. Apenas me perdoe, e mostre essa carta para Annabeth, e diga para ela que não tem motivos para ela sentir ciúmes de você comigo, eu já gostei de você um dia Percy, mas agora já não gosto tanto, apenas como amigos, Annabeth não tem porque temer o fim de seu relacionamento, porque você ama apenas ela.

A mochila é mágica, por isso sempre estará com você, ela é como o cinto de utilidades do Leo, tem um espaço gigante, porém ela não diminui o peso, tudo o que você desejar ela lhe dará, contando que não seja um acessório magico ou algum ser vivo.

Rachel.

Eu deveria estar sentindo ódio dela agora, mas tudo o que senti foi pena, deve ter sido uma decisão difícil, abandonar um amigo a própria sorte e entrega-lo para os deuses como uma oferenda. “Rachel, você está perdoada, por tudo.

Na mochila tinham várias roupas minhas, e talvez quatro garrafas com néctar, abri uma e bebi um pouco do conteúdo e recoloquei a garrafa na mochila. Em uma bolsa menor que estava ali encontrei também ambrosia. Parei para refletir no quanto a vida de um semideus pode ir de boa a péssima num período de menos de duas horas, isso era incrível.

Ser traído, humilhado, quase morto várias vezes, vozes estranhas que te dão conselhos e visitas ao inferno. Morrer agora seria sorte.

A voz que tanto me ajudara não voltou a aparecer, mas mesmo assim resolvi seguir seus “sábios” conselhos. Empunhei novamente minha espada e cravei ela no chão várias vezes até que um buraco começou a se formar de tantos furos que eu estava fazendo. Um liquido preto como petróleo começou a jorrar desse buraco que eu formei sem muito intenção.

O liquido era denso como o licor dourado que saia de um deus quando esse se cortava, nada mais justo do que sair algo do Tártaro também quando este se cortasse, ou quando alguém lhe cortasse, nesse caso eu.

Foi aí que eu percebi que a voz estava me fazendo atrair a atenção do deus das profundezas e abismos, e isso não era nada bom. Da última vez que ele e o deus se encontraram o resultado não foi muito bom, para falar a verdade quase resultou em morte.

Mas eu não me importava, minha visão de jogo estava mudando, eu estava almejando poder agora, da última vez eu queria apenas sobreviver junto com a vadia da minha ex-namorada, mas agora eu queria poder, treino e força para me livrar dos deuses, nem que para isso eu tivesse que enfrentar o próprio Tártaro.

O liquido preto começou a se juntar, tomando a forma de um corpo humano anormal. Cinco metros de altura era o que esse corpo estava atingindo, e logo ele foi do preto para um vermelho sangue, seus braços e pernas tomaram forma em um corpo muito musculoso, que logo foi coberto por uma armadura em que varias almas gritavam e se retorciam clamando por ajuda e liberdade.

Logo percebi quem estava se formando ali, o mesmo deus que me atacou quando eu tentava fugir do inferno pela primeira vez com Annabeth, o mesmo que lutou contra Bob e Damasen, e provavelmente derrotou os dois: Tártaro.

– Quem ousa me atacar? Ferindo minha preciosa pele. – Tártaro disse com uma grande intenção assassina. O poder emanava de seu corpo.

Da última vez que foi necessário que eu lutasse contra ele, eu mal conseguia olhar em seu rosto, que sempre se pareceu com um buraco negro puxando tudo a sua volta, mas estranhamente, agora eu conseguia olhar para o rosto, e via olhos totalmente negros, uma boca gigante com dentes amarelos e tortos, grandes orelhas e um nariz deformado. Sua pele vacilava entre tons de vermelho e preto.

Tomei coragem, engoli a saliva que tinha se juntado em minha boca, voltei a respirar e disse:

–Da última vez que nos vimos você era mais poderoso, eu mal conseguia olhar em seu rosto, mas agora parece que meu medo se dissipou.

Tártaro até então tinha olhado para todos os lugares a procura da pessoa que espetou ele, ao ouvir minha voz ele olhou para baixo e me analisou pelo que pareceram horas, até que ele explodiu em uma gargalhada.

–Você me fascina jovem semideus, o que faz aqui de novo? Da última vez você e sua namorada quase se borraram tentando fugir de mim. – Fiquei sem reação – Você parece um pouco mais forte desde aquela vez, parece que conseguiu os poderes do Ofiotauro, é por isso que consegue me ver tão bem.

Então aqueles eram os poderes concedidos a quem sacrificava o Ofiotauro? Ou apenas uma parte deles?

– Eu estou aqui em uma missão para os Olimpianos. – Falei tentando esconder meu nervosismo e medo.

– Eles são mesmo um bando de inúteis, eu peço reforços, ajuda, alerto eles do perigo, e eles me mandam você. Não sei no que você poderá ajudar nessa guerra, ela está em proporções muito grandes, mesmo para um deus.

–Que guerra? – Perguntei pasmo.

–Meu avô decidiu acordar, ele disse que está cansado desse universo e quer criar um novo. A história é longa.

–Os deuses são realmente inúteis. – Concordei com o que ele tinha dito antes.

–Sabe garoto, você pode ser útil para mim, seria ótimo dar uma surra nesses Olimpianos, qual é seu nome?

– Percy, Percy Jackson. Filho de Poseidon e um dos heróis que ajudou o Olimpo a se livrar de Cronos e Gaia.

Eu senti naquele momento que as coisas estavam apenas começando, esse era apenas o primeiro peão se movendo e dando início a partida, apenas um dos rei permaneceria em pé. Um dos reis era Caos, mas quem era o outro rei nesse jogo?

POV Annabeth

Corri o mais rápido que pude para longe do filho de Apolo. Se Percy tivesse visto aquela cena, ele com certeza explodiria de raiva como uma bomba nuclear. O acampamento parecia estranhamente vazio, mas era possível sentir uma tensão no ar. Olhei para a praia do local que eu estava, o mar começava a se agitar.

Não tinham possibilidades de que o Percy tivesse visto aquele beijo, o mar agitado desse jeito significava a fúria do deus do mar ou de algum de seus filhos. A temperatura caiu drasticamente, como se os deuses estivessem guerreando. Olhei ao meu redor a procura de alguém, aquilo só poderia ser um sonho, tantas coisas acontecendo no mesmo dia.

Depois de muito procurar percebi a agitação em frente a enfermaria do acampamento. Me aproximei do local e logo comecei a ouvir os murmúrios:

–Não é possível.

–Annabeth não vai gostar.

–Acho que ela irá gostar.

–Será que é por isso que os deuses estão revoltados?

Me roendo de curiosidade, comecei a empurrar os semideuses que estava aglomerados em frente a enfermaria. Todos saiam rapidamente do meu caminho, era comum eles temerem a líder do acampamento.

Quando consegui adentrar a enfermaria vi algo que me deixou pasmada. Todos os meus amigos estavam ali com uma cara de luto e preocupação: Jason, Piper, Frank, Hazel, Leo, Calipso, Grover, Reyna, Clarisse e vários outros.

Em uma cama, cheia de curativos e agulhas por todo o corpo estava uma jovem de cabelos ruivos: Rachel. O monitor cardíaco mostrava que os batimentos do coração dela estava fracos. Olhei ao meu redor procurando Percy, se ela tinha se acidentado, ele também teria. A enfermaria estava vazia, apenas Rachel e meus amigos estavam ali, nada de Percy.

–Viemos o mais rápido que pudemos Annie- Disse Piper.

–Onde está o Percy? – Perguntei segurando lagrimas.

–Nós não sabemos, quando Frank, Leo e Hazel encontraram o carro apenas Rachel estava nele. –Quíron disse adentrando a enfermaria, ele tinha a expressão de um pai que acabou de perder um filho e está se fazendo de forte. – Os deuses são os únicos que sabem do paradeiro de Percy, Poseidon está furioso, tenho certeza de que algo aconteceu.

–Percy está... morto? – Me derramei em lagrimas.

–Já disse que não sei Annie, mas acho que ainda é cedo para fazermos uma declaração como essa, Percy sempre nos surpreende. – Quíron respondeu.

–Não acho que ele tenha sobrevivido dessa vez – Frank entrou na conversa – O carro bateu de frente com um caminhão, ficou totalmente amassado, não sei nem como Rachel sobreviveu.

–Não seja insensível Frank – Hazel repreendeu o namorado. – Coitada da Annie, ela deve estar sofrendo...

Hazel foi interrompida por um estrondoso barulho, de uma hora para a outra o telhado da enfermaria foi arrancado, nos dando a visão de um deus enfurecido com seus cinco metros de altura na forma humana. O deus agora tinha olhos verdes como um mar tempestuoso, cabelos pretos e uma pele bronzeada, que agora mais parecia um pimentão de tanta fúria, este deus era: Poseidon.

Ele olhou para cada um de nós atentamente, até que seu olhar parou em Jason:

–SEU PAI! ELE É O CULPADO! AQUELE IDIOTA QUE NÃO DA ATENÇÃO PARA OS FILHOS. – em seguida Poseidon adentrou a enfermaria e avançou no filho de Zeus. – CREIO QUE ELE NÃO SE IMPORTARÁ CASO EU BRINQUE UM POUCO COM O FILHO DELE, COMO ELE BRINCOU COM O MEU.

Jason foi agarrado pelo pescoço e arremessado contra uma fileira de camas, todas se quebraram com o impacto e o semideus desmaiou. Logo um tridente dourado começava a seu formar nas mãos do deus.

– Tenho calma Poseidon, você acabará declarando guerra assim. – Quíron disse calmamente tentando futilmente acalmar o deus dos mares e tempestades.

–Não culpe o Jason pelo desaparecimento do Percy. – Piper disse do jeito mais doce possível, eu me jogaria no Tártaro se ela me mandasse fazer isso usando essa voz.

–SUA MÃE TEM TANTA CULPA NISSO QUANTO ZEUS, FILHA DE AFRODITE. – Poseidon jogou o tridente na direção de Jason, e nisso a enfermaria foi tomada por um forte clarão.

Quando a claridade passou, foi possível distinguir doze figuras entre Jason e Poseidon, cada uma delas tinha cinco metros. Os doze Olimpianos estavam reunidos na enfermaria.

–ZEUS! – Poseidon gritou ainda em fúria, já formando um novo tridente em sua mão.

–Acalme-se Poseidon. – Atena disse. – Assim você só piora as coisas.

–Que tal eu enviar sua filha predileta em uma missão suicida, aliás, até mesmo Annabeth tem uma culpa nisso. – Poseidon disse se acalmando, ele podia ser lerdo, mas sabia que nada poderia contra doze deuses.

Eu fiquei confusa, que culpa eu tinha nisso tudo? Que culpa Afrodite tinha? Que culpa Zeus tinha?

–Que culpa eu tenho nisso tudo? Nós nem sabemos se Percy está morto ou não, então vamos parar com essa briga que não levará ninguém a lugar nenhum. – Eu entrei na discussão de forma corajosa.

–Jason ainda está vivo? – Piper perguntou preocupada.

–Sim, apenas tomou uma pancada muito forte. – Apolo disse se aproximando do filho de Zeus e despejando um liquido dourado em sua boca.

Poseidon me fuzilou com os olhos, senti um frio na espinha, o deus do mar começou a emanar um fogo azulado de seu corpo, o ar se tornou mais denso, o chão se desintegrava só de entrar em contato com tal poder. Muito citada em histórias gregas antigas, esta era a fúria de Poseidon. Nem mesmo Zeus possuía tal poder, mas existia um limite para o uso, era preciso que houvesse ódio, fúria, caos ou até mesma trevas para que o deus do mar ou um de seus filhos usasse isso.

Quando Percy lutou contra Akhlys ele foi envolto por um breve momento por uma aura azul, se aquilo foi o suficiente para assustar a deusa da miséria, imagine então um deus usando esse poder em sua capacidade máxima.

Todos olhavam estupefatos para Poseidon, até que Zeus tomou coragem e disse:

–Pare com isso irmão, você sabe que o Percy ama muito esse acampamento, ele não gostará de ver “isso” aqui destruído.

–Se ele não voltar... – Poseidon começou a falar, mas foi interrompido pelo irmão mais novo: Hades, que até agora observava tudo calado.

–Ele ainda não está morto, dê cinco anos para ele voltar irmão, caso não aconteça você pode declarar guerra contra nós.

Suspirei aliviada, afinal, ele estava vivo, e Poseidon tinha parado de emanar sua fúria, aos poucos as coisas iam se ajeitando.

–Se meu filho não voltar haverá guerra, e se voltar, haverá uma guerra pior ainda. – Poseidon disse friamente. – Se Percy realmente ficar todo esse tempo lá, vocês podem ter certeza que ele será corrompido caso sobreviva. E ele vai ficar do meu lado, tenho certeza que ele estará forte.

–Seu filho é um inútil, nunca será forte. – Hércules disse mostrando a todos sua arrogância.

Resolvi interromper novamente.

–Expliquem o que está acontecendo! – Pedi autoritária.

–Em cinco anos, caso o semideus Percy Jackson não apareça nesse acampamento, vocês podem declara-lo morto e queimarem sua mortalha. – Atena disse.

–Vamos voltar para casa família. – Disse Hera.

Num clarão os deuses sumiram novamente, deixando um Jason desacordado, um Poseidon frustrado e eu cheia de dúvidas. O deus do mar em seguida apontou para Jason, para mim, para Piper, para Hazel e Nico, que estavam presentes e disse:

–Os outros dois filhos de Hades, a Thalia, o outro filho de Zeus. Se Percy não voltar em cinco anos, considerem-se mortos, e ninguém se atreva a tocar em minha filha ou em meu filho romano. – Em seguida ele sumiu deixando para nos apenas um cheiro de maresia.

Todos ali presentes olharam para Quíron amedrontados, ninguém sabia o que fazer, ninguém sabia sequer o porquê disso tudo.

–Acalmem-se. – Quíron pediu calmamente. – Eu já suspeitava a algum tempo que algo poderoso estava em movimento, que algo ruim iria acontecer, e meus amigos, creio que isso seja apenas o começo de uma guerra que será muito sangrenta. Os Olimpianos estão tentando disfarçar a qualquer custo o perigo. Só sei que nós temos que nos preparar.

Depois de quase meia-hora discutindo coisas sem importância na enfermaria, nós decidimos sair dali. Já era de noite quando saímos, o grupo de semideuses que antes estava na porta da enfermaria agora já não existia, provavelmente voltaram para seus afazeres durante a aparição dos deuses que não foi nada discreta.

Era visível no rosto de cada semideus a dúvida, todos estavam curiosos com o que tinha acontecido na enfermaria, mas isso passou a ser um segredo.

Estava chegando a hora de afiar as laminas, treinar os semideuses, e se preparar para um futuro onde apenas a guerra existia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Avaliem.



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