Simples Desejo escrita por Nah


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Não me batam haha Boa leitura!!



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Entramos afervorados em seu quarto, Alexandre fecha a porta com o pé, jamais quebrando o contato impetuoso de nossas bocas. Somos um emaranhado de toques, mãos sedentas pelo corpo do outro, buscando nos livrar da barreira criada por nossas roupas. Desato sua camisa, rompendo cada botão sem delicadeza, revelando seu torso cobertos por músculos. O sinto sob meus dedos curiosos, sua pele macia e quente, em contraste com a minha, que queima a cada toque seu.

Tenho agora seus lábios em meu pescoço, e eu pendo minha cabeça lhe dando livre acesso, rendendo-me a tal sentimento e sensação que não imaginara sentir um dia em tamanha intensidade como sinto agora.

– Vire-se. – ordena-me ao pé de ouvido. Faço imediatamente.

Alexandre desfaz meu penteado, fazendo meu cabelo cair livre em minhas costas. Afastando-os, ocupa-se agora a desatar lentamente cada botão de meu vestido, seus lábios na base de minha nuca começam uma perseguição deliciosa aos seus dedos. Mordo meu lábio, tentando impedir algo que parece querer explodir dentro de mim.

Apoiando-me em sua mão, saio de meu vestido. Agora apenas em corselete e calças, tenho os olhos do homem a minha frente presos em mim. Antes que consiga ter qualquer ação, sou lançada contra a cama, permanecendo deitada. À minha frente, Alexandre tira sua camisa e sapatos em completa lentidão, seu olhar em mim, torturando-me.

Terminado, tira meus sapatos dessa vez, seus dedos deslizam por toda minha perna, subindo tão lentamente que acredito chegar a beira da falência. Suas mãos alcançam minhas coxas, apertando e afastando-as, Alexandre acomoda-se entre elas. O tenho sobre mim, sua respiração novamente se misturando a minha, nossos olhos se encaram – o desejo ali tão evidente que chega a ser tangível. Inclino-me para beija-lo, mas seu rosto voa para baixo, me impedindo. Ele sorri presunçoso diante da minha frustação.

Mas meu desgosto não dura nenhum segundo a mais ao perceber o que ele está preste a fazer. Com mãos habilidosas, Alexandre se desfaz, com a mesma lentidão de antes, de meu corselete, até deixar-me nua do quadril para cima. Meu rosto queima, não sei se por vergonha ou prazer, e meu primeiro instinto é querer cobrir-me. Mas meu corpo não responde aos meus comandos quando sinto Alexandre pressionar seus lábios em minha barriga.

– Cristo, você é maravilhosa. – sua voz rouca ricocheteia sensações por todo meu corpo, e minha mão lança-se a seus cabelos, torcendo-os em meus dedos, buscando algum apoio naquilo.

Seus lábios continuam o trajeto impiedoso em direção aos meus seios. Fecho os olhos, em excitação a sensação que estar por vir, mas não vem.

– Senhor Herman. – há um chamado além da porta. Encaramo-nos estáticos. Estou sem reação, como se tivéssemos sido realmente pegos, e Alexandre rosna em frustração.

Levantando-se, ele abre apenas uma brecha da porta, impedindo que seja lá quem for veja-me enquanto encubro meu corpo com um cobertor. Quando escuto com mais clareza, noto que é Margaret. Solto um sorrisinho ao imaginar o que ela falaria se soubesse o que estávamos fazendo.

– Desculpe a intromissão, senhor Herman, mas sua mãe se encontra aqui. Disse que precisa urgentemente falar com o senhor. Ela parece aflita.

Há uma pausa.

– Irei descer. – noto a apreensão na voz de Alexandre e franzo o cenho em igual preocupação.

Alexandre recolhe suas roupas e sapatos e começa vesti-los. Assisto a cena, torcendo o cobertor em meus dedos. Então ele para, direcionando seu olhar para baixo, e eu sigo o mesmo, encontrando uma vultuosidade em suas calças. Abro a boca, não conseguindo impedir uma risadinha.

Ele olha-me com aborrecimento. – Não há graça, Rosie.

E saí, deixando-me com sorrisos tolos em meu rosto. Deito-me sobre a cama, encarando o teto, tento processar os últimos acontecimentos. Sim, eu o desejo, em níveis inimagináveis para mim. Esforço-me para recordar quando isso começou, mas não consigo. Acredito que possa comparar isso a algo como uma queda abrupta, sem chance de resguarda.

Depois de vestida em um robe, deito-me à cama. Alexandre ainda não retornou do encontro com sua mãe, e acredito que este seja o motivo pelo qual me mantenho alerta. Encaro como monotonamente a grande cortina é agitada pelo ritmo do vento e de repente sinto-me cansada. Estou à deriva do sono quando ouço o romper da porta, despertando novamente de meu torpor.

No rosto de Alexandre uma carranca profunda, um papel em mãos. Ele retira suas roupas há caminho do banheiro, de onde minutos mais tarde retorna vestido apenas em calças de pano. Dando a volta, deita-se ao meu lado, e para minha surpresa, puxa-me em sua direção. Com minhas costas em seu peito, tenho seu braço prendendo-me a cintura, prendendo-me a ele.

Ponho minha mão sobre a sua e aperto-a.

– O que aconteceu?

Ele nada diz, apenas me entrega o papel que estava em sua mão. Nele, uma citação: “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.”.

Franzo o cenho e viro-me para olhá-lo. – Montesquieu?

– Deixaram isso na casa da minha mãe. É, aparentemente, uma ameaça.

– A ela?

– Não tenho certeza, mas creio que seja a mim.

Sinto um frisson de desconforto ao ouvi-lo. Seus olhos me analisando sem demonstrar nada, mas acredito que os meus deixam bem visível meu incomodo.

– E você sabe quem poderia ter feito isso?

– Sei. O Fretcher. – há um descompasso em meu coração, que tento ignorar, mas falho. Desvio meu olhar para seu peito, tentando esconder isso. – Estou louco como o inferno porque esse idiota está se aproximando da minha família e de você.

– De mim?

– Sim. É de você que ele está atrás, mas, acredite, as intenções dele nem de longe são as melhores.

– É difícil de acreditar.

– Eu sei. Ele te iludiu.

Fecho os olhos rapidamente, como se ele houvesse transferido-me um tapa.

– Desculpe-me pelo que disse mais cedo. Foi inapropriado. – digo com um fiapo de voz. Alexandre leva sua mão a mim, acarinhando meu cabelo.

– Você não pode ama-lo, Rosie. Não digo isso só por mim, mas por você também. Se ama-lo, doerá mais.

– Você diz essas coisas que não entendo os motivos. Forneça-me alguma luz.

Ele nega. – Paciência.

– Pra que tanto mistério?

– Não é mistério. É apreensão. Você confia em mim o suficiente para crer em tudo que tenho a falar? Não estou tão certo disso.

Suspiro em derrota.

– Também não estou tão certa de meus sentimentos por ele.

– O que quer dizer?

– Quer dizer que você tem bagunçado minha vida e minhas convicções.

Há um sorriso em seu rosto quando une seus lábios aos meus. Ergo-me sobre ele, e registro sua surpresa a isto, que derrete em sorriso matreiro quando nota Guerra e Paz em minha mão. Deitado sobre meu peito, leio até adormecê-lo.

*

Observo com desanimo o cintilar da luz do sol contra a agua da fonte. Estou sentada sobre a grama do jardim, em plena tarde de domingo, afogada em pensamentos. Alexandre está desde cedo enfurnado em seu escritório e eu decido que não devo incomoda-lo.

Hugo esteve por aqui, é tudo em que consigo pensar desde que acordara. As palavras ditas por Alexandre na noite anterior não saem da minha cabeça, assim como aquele bilhete supostamente enviado por Hugo. Ele se sente injustiçado pelo que? O que Alexandre fez de tão ruim para Hugo odiá-lo assim, e vice e versa? Estou na escuridão.

Hugo esteve por perto, e preferiu deixar uma ameaça a me buscar.

Eu realmente fui enganada? O pensamento é pesaroso.

Ouço algo provocar agitação nas plantas e viro-me, assustada. Novamente sinto a sensação de que estou sendo observada, e ameaço levantar-me, alarmada.

– Por que esta expressão no rosto? – salto de susto ao constatar Margaret atrás de mim.

– Puxa, Margaret! Quase matou-me do coração.

Ela sorri. – Perdoe-me, senhora.

– Não precisa me chamar de senhora. Venha, sente-se comigo. – aceno em direção ao espaço ao meu lado. Margaret faz uma careta em desagrado.

– Acredito que o senhor Herman não ficará muito feliz em ver-me longe de meus afazeres.

– Não se preocupe com o senhor Herman, eu lido com ele.

Ela hesita um pouco, mas acaba por ceder. Sentando-se ao meu lado, a observo ajeitar seu simples vestido.

– Ainda espero sua explicação para aquele dia, bem mais depois de ver o senhor Herman prender-te no quarto.

Sorrio com tristeza pela lembrança. – Eu ia fugir.

– Fugir? Mas por que?

– Digamos que não fui posta na vida do Alexandre do jeito mais dócil.

– Mas ainda pensa em fugir?

– Não, acredito que não. – olho para frente no exato momento em que Alexandre atravessa o grande portão em seu cavalo. Ele está agitado, e tenho quase certeza que é por causa do bilhete. – Estou com medo, Margaret. Por mim, e por ele.

*

Mantenho-me à sala de estar depois do jantar, utilizando a leitura como desculpa para estar ali, quando na verdade estou esperando Alexandre. Ele ainda não retornou, e eu não consigo evitar a preocupação.

Minutos mais tarde, a porta se abre. É ele, o cansaço perceptível mesmo de longe. A me ver ali, parece surpreso. O observo caminhar até mim, e sentando-se ao meu lado, puxa-me para ele, que vou de bom agrado para o aperto de seu abraço.

– Meus homens não encontram e nem viram o Fretcher pela cidade, o que me faz pensar que talvez ele tenha um cumplice, o que só piora tudo. – Alexandre fuça-me o cabelo com nariz, e eu o aperto em resposta, meu coração acelerando. – Sei que ele fará qualquer coisa para conseguir o que quer. E ele quer você. O que farei se não conseguir impedi-lo?


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