Unidas pelo Sangue escrita por All StarCherry


Capítulo 5
A Reunião


Notas iniciais do capítulo

bem
ta ai
um capitulo grandao pra pascoa
espero eu gostem "



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Eu acordei, na verdade Luna me acordou... Cara, a reunião seria às 7h e ela me acorda que horas? Às 5h! Ah, é isso aí, às 5h da madrugada. Ainda não acredito que ela fez isso, tudo bem, eu admito: Não consegui dormir direito essa noite, talvez estivesse “ansiosa”, não sei ao certo...

 

Mas na real, ela me acordou às 5h da manha com uma desculpa de que “pensou” que eram às 6h30. Olha minha cara de quem acredita...

 

Levantei ainda grogue e não querendo discutir mesmo a ignorei ao máximo e fui direto para o chuveiro. Pensei que talvez a água quente do chuveiro me acalmasse, mas nem isso ela fez, o máximo que fez foi me acordar.

 

Então eu me troquei e sem ao menos tentar falar com Luna fui dar uma volta pelo acampamento (Me dá um tempo, tá! Acordei às 5h da madrugada). Não sei como, mas estava sentada ao lado da árvore da filha de Zeus, inspirando o ar da colina, era tão fresco...

 

Não sei por que, mas adorava aquele ar da colina, era tão... não sei... não dá para explicar. Era como inspirar a emoção de uma manhã de aventuras, eu sei, ninguém aqui me entende quando falo isso. Olhava o céu, era tão lindo...

 

Nem percebi quando alguém se sentou ao meu lado, não queria ver quem era, não que eu soubesse, só não queria tirar meus olhos daquele céu e muito menos prestar atenção a alguém logo agora que apreciava o ar da colina.

 

- O grande dia, não é? – a voz de Thyler saía sincera ao meu lado.

 

Eu inspirei mais uma vez o ar da colina antes de responder, só que mais demoradamente.

 

- É. – sorri.

 

- Você gosta, não é?

 

- Do que?

 

- Da colina, – olhei em seus olhos penetrantes – você... parece vê-la como se fosse mágica.

 

Não pude evitar sorrir ainda mais.

 

- Talvez para mim seja.

 

Thyler sorriu.

 

- E Luna, como está? Suportável?

 

- Está brincando? Sabe a que horas ela me acordou?

 

- Não, mas estou curioso.

 

- Às 5h da madrugada! E você sabe como fico grogue de manhã! Você não tem idéia da força que usei para não acabar pulando em cima dela.

 

Thyler apenas sorria.

 

- O que é tão engraçado?!

 

- Você. – ele disse simplesmente.

 

- Ora, seu...

 

Então ele riu, eu sorri.

 

Thyler sabia como me irritar, mas mesmo assim eu sabia que era brincadeira, não valia a pena ficar de mal com ele por uma bobagem dessas.

 

- Gosta da desgraça dos outros. – reclamei.

 

- Não. Só da sua!

 

- Ah, seu... – dei-lhe um tapa no ombro.

 

- Fica linda quando está irritada. – ele soltou de repente e tudo que pude fazer foi corar. – han... eu...

 

- Aí está você! – Luna gritava a alguns passos de nós e só agora percebi que ele estava bem próximo de mim, ele pareceu também perceber e levantamos num pulo. Céus, por que ele tinha que dizer isso logo agora? Não é que ele tivesse dito antes, só que... ah! Você entendeu!

 

E por que raios Luna tinha que chegar logo agora? E por que estou pensando essas coisas? Anda Aléxis concentre-se, foco!

 

- Onde você estava? Sabe que horas são?

 

Não respondi, o fato dele estar tão perto de mim há algum tempo ainda me deixava sem reação e minha cabeça não funcionava direito.

 

- Ei, Aléxis! Acorda! Tô falando com você!

 

- Han?

 

- O que houve com você? – Luna nos analisou de cima abaixo. – Ou melhor, o que houve com vocês?

 

Por algum motivo ele ainda permanecia quieto e sem reação, mas logo se recompôs.

 

- Desculpe, eu tenho que ir. – dizia Thyler pondo-se em direção ao acampamento.

 

- P-pera aí! – eu estou gaguejando? Céus, o que houve comigo? – Onde você vai?

 

- É. Vem tomar café com a gente

 

Seus olhos percorreram a nós duas quando enfim ele me olhou nos olhos.

 

- Vou resolver algumas coisas do meu chalé, boa sorte com os deuses. – e ele se foi.

 

Não sei por que, mas me senti uma completa idiota. Pelos deuses! Por que ele tinha que dizer aquilo?

 

- Aléxis?

 

- ... – e eu continuava olhando aquele canto, agora vazio, por onde ele tinha passado.

 

- ALÉXIS!? – Luna gritou tão alto que saltei para trás.

 

- Eu!?

 

- O que houve com vocês?

 

- Eu, eu... É que, b-bom...

 

- Está gaguejando? – então eu me recompus.

 

- É claro que não!

 

- Tudo bem, calminha. – dizia Luna tentando me acalmar. – Agora vamos tomar café.

 

- July já acordou?

 

- Sabe que já. Por que pergunta? – sim, a July tinha o costume de acordar bem cedo e quando digo bem cedo, digo BEM cedo mesmo...

 

- Eu... – sorri. – Gosto de ver como algumas coisas nunca mudam. – Luna apenas sorriu e logo já estávamos no refeitório.

 

- Já estava na hora. Sabe que horas são? – não sei como, mas sempre que July acordava, ela parecia estar prestes a explodir de tanta empolgação.

 

- Bom dia para você também.

 

- Ah, bom dia...

 

- Que horas são, hein? – minha voz saiu sonolenta pegava algumas frutas e leite puro, logo em seguida jogando parte das frutas no fogo murmurando: “Para Hermes” Sim, para Hermes, eu estava no chalé dele, acho que devia lhe agradar um pouco pela hospitalidade que os filhos de Hermes sempre nos ofereciam.

 

- São 6h15 e... eca! – disse July assim que eu tomei um gole de meu leite puro. Eu simplesmente levantei uma sobrancelha. – Ah, claro, – ela sorriu. – hábitos são hábitos. – eu apenas pude rir. – Ainda não me acostumei com isso.

 

- Vai se acostumar.

 

Luna sentou-se ao nosso lado, ela parecia não conseguir se conter na cadeira.

 

- Luna?

 

- Han? – dizia ela, sua voz no puro automático.

 

- Não vai comer nada?

 

- Eu... não consigo...

 

- Deixa de frescura, – lhe ofereci umas uvas – coma.

 

- Eu não quero, não estou com fome. É sério.

 

- Luna... – eu a olhava com reprovação.

 

- Está bem, está bem.

 

- Nossa! – foi tudo o que July conseguiu dizer.

 

- Eu sei.

 

- Quem diria, tão animada ontem e tão quieta hoje, no grande dia.

 

- É.

 

Luna apenas permanecia quieta – isso me deixava chateada. Ela era minha irmã, irritá-la fazia parte. Não que ela parecesse magoada, ela parecia mais era pensativa. 

 

Larguei minha maçã e peguei sua mão, Luna pareceu despertar. Me olhava assustada e eu sorri.

 

- Às vezes eu queria ter uma irmã, sabe, ser assim como vocês, – nós sorrimos – mas quando vejo como vocês brigam... – eu a olhava incrédula. – É brincadeira – July riu.

 

Luna fitou-me sorrindo.

 

- É verdade que brigamos muito, – Luna apertava ainda mais minha mão. – mas não sei se conseguiria viver sem isso.

 

- Nem eu.

 

Nós continuamos conversando, e Luna acabou aceitando comer alguma coisa. Ela estava muito nervosa e eu podia jurar que quando nos encentrássemos com os deuses Luna teria um infarto.

 

Já eram 6h40, mas decidi andar um pouco sozinha antes de ir para a reunião com os deuses. Eu precisava pensar...

 

Fui mais uma vez deixando meus pés me levarem e quando notei estava no campo de treinamento de arco e flecha. Normalmente o campo estava com milhares e milhares de flechas pelo chão, mas não havia nem sinal de uma se quer flecha.

 

Para minha surpresa notei alguém treinando, estava longe demais para identificar. Fui aproximando-me devagar, pisei em um galho quebrando-o, ele fez um barulho pouco audível, mas a pessoa pareceu perceber.

 

 

Ela virou-se quase num susto e lançou-me uma flecha rápida que passou quase que de raspão em meu braço, pude sentir o “ventinho” da flecha no lugar aonde ela quase havia feito um corte. Senti um abraço apertado.

 

- Desculpa, desculpa, desculpa. – ela murmurava baixo, era Melena, uma filha de Apolo. Melena era uma das pessoas mais gentis aqui do acampamento.

 

Tinha os cabelos castanhos escuros quase negros, ondulados, olhos castanhos penetrantes, como os de Thyler, era esbelta e tinha 14 anos.

 

- Mel, eu estou bem.– retribui-lhe o abraço.

 

- Ai, graças. – Mel  soltou-me. – você veio tão de repente e estava tão concentrada que...

 

- Eu estou bem. Vê? – mostrei-lhe onde a flecha quase me acertara. – Nenhum arranhão.

 

- Não chegue de fininho, - ela parecia mais relaxada. – isso não é bom.

 

- Eu não sabia que era você.

 

- Como não? Sabe que sou a única filha de Apolo com um arco-flecha mágico. Por que acha que o campo está tão limpo?

 

Sim, é verdade, Mel era uma das únicas filhas de Apolo presenteada pelo próprio. Ela havia ganho um arco-flecha mágico, com flechas que assim que caiam no chão voltavam para ela de acordo com sua vontade. Isso era um tanto prático, devo dizer, pois você não precisava ficar abaixando para recolher as flechas novamente.

 

Agora você deve estar pensando: e pra onde vão as flechas? Vão todas para uma espécie de caixa que ela guarda no seu chalé, uma caixa que nunca abria, era só ela imaginar a espécie de flecha que queria trazer de volta e ela aparecia em sua mão assim que a mesma entrava em contato com o arco.

 

Apolo lhe disse uma vez que o arco faz muito mais do que apenas lhe guardar as flechas “normais” lançadas e que um dia ela iria descobrir o segredo que ele realmente guardava.

 

- Aléxis? – dizia ela  tirando-me de meus pensamentos. – Você está bem? Não devia ter me assustado...

 

- Eu estou bem, Mel, apenas... estava... pensando. – sorri.

 

Mel parecia novamente aliviada.

 

- Então, hoje é o grande dia, não é? – ela sorriu.

 

- É... mas... Ei, Mel, que horas são?

 

- 7h10. Por que?

 

- AH! ESSA NÃO! Tchau, Mel! Tenho que ir! – já corria em direção a casa grande, deixando uma Mel bastante confusa.

 

Cara, já eram 7h10, Luna deve estar querendo me matar agora. Fui correndo em direção a casa grande. Escutava uns “E aí, Aléxis?”, “Como vai, Aléxis?” ou então “Tudo bem, Aléxis?” e eu apenas respondia no automático, não estava com tempo para aturar os filhos de Apolo, muito menos os de Afrodite.

 

 

E como já era esperado, escutei um grito e senti uns braços me pegarem num abraço tão apertado que cheguei a cair no chão.

 

- Sabe que horas são?!

 

- Luna... – minha voz falhava. – Não consigo.... respirar. – ela parecia perceber só agora.

 

- Ah, claro. – e me soltou – Me desculpe, mas você sabe que horas são?!

 

- Não, mas tenho uma idéia.

 

- São 7h15, Aléxis! Já íamos partir e te deixar aqui!

 

- Tá, calma. Eu estou aqui, não está vendo?

 

Escutamos apenas risadas atrás de nós.

 

- Já estava na hora. – dizia Percy sorridente, ele ajudou-nos a levantar.

 

- Tá legal senhor “eu sou demais”, dá para explicar logo como chegaremos tão rápido ao Olimpo? – resmungava Clarisse.

 

- Pegaremos uma carona.

 

- Carona? – perguntava Luna.

 

- Tem certeza de que é uma boa idéia? – dizia Annabeth.

 

- Quem melhor para nos levar a uma reunião com os deuses do que um deus?

 

- Um deus? – foi tudo que eu disse antes de um brilho forte surgir, porém este era mais forte. Imediatamente fechei meus olhos e quando a luz finalmente cerrou pude enxergar um lindo carro vermelho. – Minha nossa... – foi tudo que consegui dizer.

 

- Obrigado, garota. – e só agora eu percebia o adolescente que saia do carro.

 

- Nossa... – pude ver os olhos de Luna brilharem. – Que lindo! – e o sorriso do garoto só aumentou, a fitei ainda estranhando a situação. – Um Maserati Spyder conversível vermelho.

 

O garoto pareceu um pouco decepcionado, sim a Luna tem uma certa paixão por carros de estilo.

 

- Obrigado. Então, Percy? Vamos lá?

 

- Claro...

 

- Sem querer ser chata, mas como vamos todos entrar nisso daí?

 

- Nisso daí não, – Luna me olhava com reprovação – num Maserati Spyder conversível vermelho. – seus olhos brilharam e eu apenas revirei os olhos.

 

- Tanto faz...

 

- Ah, claro, eu odeio tirar do modo esportivo, mas... – o garoto apertou o botão do alarme. O carro se iluminou forte e em seu lugar estava uma van com espaço suficiente para 6 pessoas.

 

- Então, – dizia ele – vamos entrando?

 

- Que legal. Como faz isso? – perguntou Luna.

 

- Luna! – dei-lhe uma cotovelada.

 

- Ah, certo. Obrigada. – ele apenas riu.

 

Esperei Luna entrar primeiro na van, caso ela cercasse o tal garoto o enchendo de perguntas sobre o carro, todos entramos foi apenas ai que percebi que não tinha a mínima idéia de quem era aquele garoto.

 

- Ahn, você...

 

- Sou Apolo – dizia ele – e você deve ser umas das indeterminadas de 14 anos. – Apolo pegou minha mão. – Aléxis, não é? Muito prazer – e ele a beijou.

 

- Ahn, prazer...

 

- E você – ele me pegou a mão de Luna. – deve ser a tal Luna, de quem ouvi falar. – Apolo repetiu seu ato. – prazer – pude ver Luna corar.

 

- Tá, já chega de romantismo. – dizia Clarisse. – Vamos logo!

 

- É verdade, já estamos atrasados – disse Annabeth.

 

Apolo pareceu chateado, mas logo se pôs no volante, ele dirigia muito bem e Luna ficava cada vez mais impressionada com isso, seus olhos chegavam a brilhar. E Apolo pareceu notar.

 

- Gosta de velocidade?

 

- Muito.

 

- Quer dirigir?

 

- NÃO! – gritou Percy – Quer dizer, não é uma boa idéia...

 

Luna pareceu triste.

 

- Não fique triste, – sussurrou Apolo. – na volta quem sabe...? – e ele sorriu.

 

E seus olhos brilharam de novo..

 

- Apolo... – foi tudo que Percy pode dizer.

 

- Já entendi.

 

O resto da viagem foi silenciosa... bom, pelo menos algumas partes já que Apolo insistia em jogar charme na Luna e em mim, mas assim que chegamos ao Olimpo Apolo estacionou a van e, assim,  todos saíamos dela.

 

- Que horas são? – perguntou Annabeth.

 

- São 7h30 – disse o deus das profecias.

 

- Vamos. – Percy começou a correr e nós o seguimos.

 

- Mas e Apolo... – procurei-o com os olhos. – Mas...

 

- Ele é um deus, – dizia Percy – já esta lá.

 

- Lá?

 

Adentramos um palácio e logo em seguida encontramos uma sala com enormes tronos que formavam um U em torno de uma fogueira na mesma disposição dos chalés do acampamento e o teto reluzia com o amanhecer.

 

Todos ajoelhamo-nos perante os deuses.

 

- Levantem-se, heróis – dizia Apolo, estranhei um pouco, para mim quem deveria nos dar essa ordem seria Zeus, mas ele parecia pensativo demais.

 

- Então – interveio uma das deusas que pude identificar como a da caça, Ártemis. – são as semideusas...

 

Os deuses se olharam entre si e eu apenas observava cada um deles, identificando cada um. Vi Héstia, Ártemis, Afrodite, Atena, Demeter, Hera, Zeus, Poseidon, Hades, Hefesto, Hermes, Apolo, Dionísio e Ares.

 

Não me importei e muito menos pensei em como o  sr. D havia chego primeiro que a gente, meramente observava cada uma das deusas. Podia não saber exatamente como minha mãe era, mas me olhar no espelho dava uma idéia, porém mesmo assim não consegui identificar qual provavelmente seria minha mãe.

 

Afrodite podia se tornar qualquer mulher do sonho de um homem, isso a incluía na minha lista, há louco para tudo nesse mundo, por que não um que gostasse de uma mulher de olhos mel claros e cabelos castanhos quase loiros?

 

Demeter era só um pouco parecida comigo e não sabia se podia ou não nutrir esperanças dela ser minha mãe. Eu não tinha nada de comum com ela. As flores não me amavam se quer saber.

 

Uma vez, quando estava no internato, Luna e eu estávamos encarregadas de pôr as roupas no varal, houve um vento forte e uma das roupas saiu voando, fui atrás dela e no meio do caminho tropecei na raiz de uma árvore, acabei caindo de cara no chão e perdendo a peça de roupa que era da monitora. Tive que ficar trabalhando na cozinha para pagar como castigo.

 

Ártemis era a que mais parecia comigo, não fisicamente, talvez no modo de falar ou agir, não sei ao certo, mas gostei dela.

 

De repente todos os deuses olharam Afrodite, como se suspeitassem dela, ela estava pondo esmalte nas unhas e nem ligando para o que estávamos falando.

 

- Afrodite, – dizia Ártemis – tem idéia de quem elas podem ser? – ela dizia como se fosse uma indireta.

 

Afrodite pareceu entender e logo guardou o esmalte.

 

- O que foi? – ela pareceu ofendida. – Só por não saberem de quem elas são filhas vão jogando a culpa em mim? Eu posso até não ter andado nas rédias esses dias, mas...

 

- Afrodite, – interveio Atena – por favor – ela pediu quase com raiva.

 

- Claro, Minerva – ela levantou de seu trono e ficou em tamanho normal. Afrodite veio até mim devagar e ao chegar a uma distância, particularmente não muito curta, fechou os olhos e inspirou o ar demoradamente, então seus olhos abriram perplexos e ela virou-se para todos os deuses assustada. Olhou para o senhor dos deuses, ainda sem uma reação formada, que lhe olhava sério e frio fitando-me em seguida, talvez formulando sua frase – Eu... eu acho que o deus ou deusa corresponde é que lhe deve explicações – e voltou-se a se sentar em seu trono um tanto angustiada.

 

“Ela vem até mim, como se fosse me dizer o meu parente, me ‘cheira’ e ainda tem a coragem de dizer isso?”

 

- Como é que é? – soltei, foi então que raio me atingiu. – Cumpram suas promessas como os deuses que são! – mas eu não os olhei nos olhos, deixei-os fechados enquanto fitava o chão.

 

- Aléxis... – foi tudo que Luna conseguiu dizer.

 

Ela tentou pegar minha mão, mas eu não permiti.

 

- Não, Luna, eu não aguento mais. – passei meu olhar pelos deuses – Viemos até aqui em busca de respostas, então vem essa aí, – apontei para Afrodite – me “cheira” e no final diz que o deus correspondente que deve nos proclamar? Quer saber? Isso não me ajudou em nada! E eu sei que nenhuma de vocês, deusas aqui, é a minha mãe! – já estava ofegante – eu saberia se fosse... – e não aguentei mais.

 

Todos sabíamos que os deuses não falariam mais nada sobre o nosso caso, então pus-me em direção a saída, ignorando o olhar de pena que Annabeth me lançava. Passei por Percy e murmurei um “Obrigada”, afinal, mesmo não adiantando de nada, ele queria me ajudar e parecia querer estrangular os deuses.

 

Puxei Luna comigo em direção à saída, ela mantinha seus olhos chorosos.

 

- Que garota sem educação – dizia o sr. D.

 

- É melhor eu levá-las – escutava a voz de Apolo com um tanto de pena e logo ele parou ao meu lado, instantaneamente parei de andar, ele olhou para Ártemis e a deusa somente assentiu – Venham comigo.

 

Nós o seguimos em silêncio e assim que nos aproximamos da van ele apertou novamente o alarme, uma luz forte brilhou por toda a van que agora em seu lugar estava o bonito carro de antes, o qual eu não lembrava o nome.

 

Ele parecia querer nos animar, não funcionou muito comigo, mas os olhos de Luna pareceram brilhar de novo.

 

- Quer dirigir?

 

- Quero!

 

- Luna... – olhei-a com reprovação.

 

- Ah, quer dizer, eu posso?

 

Apolo riu.

 

- É claro que pode. Por que acha que lhe oferecia se não pudesse?

 

Luna sorriu e foi literalmente correndo ao assento do motorista, Luna sempre foi muito boa em jogos de corridas com carros, mas mesmo assim aquele não era um carro normal, era um carro voador.

 

Apolo e eu nos esprememos no banco do co-piloto. Apolo pareceu não se importar com o fato de ficar tão grudado comigo no banco, mas eu quase não conseguia respirar, ele pareceu notar e pôs um braço no meu ombro puxando-me mais para ele, de um certo modo foi bom por eu ter mais espaço e conseguir respirar de novo, mas o fato de estar tão grudada nele ainda me deixava desconfortável.

 

Luna sentou no banco do piloto segurando firmemente o volante.

 

- Velocidade significa calor. – advertiu Apolo – Portanto, comece devagar e certifique-se de que está em boa altitude antes de acelerar de verdade.

 

Ela pareceu mais feliz com a notícia de que tinha um carro, além de bonito, poderoso em suas mãos.

 

- Luna... – engoli em seco – Talvez não seja uma boa idéia...

 

- Fique só olhando, Aléxis. – seus olhos literalmente brilhavam.

 

Apolo apenas sorria.

 

Ela começou devagar como Apolo falou, estava até aliviada com o fato de ela ter começado com tanto cuidado, mas assim que tomou altitude ela logo pôs mais e mais velocidade, o carro já começava a planar e balançar tão rápido que cortava o céu e isso parecia divertí-la.

 

- Luna, quem sabe ir um pouco mais devagar seria bom?

 

- Deixe ela se divertir. – Apolo sorriu.

 

Luna apenas acelerava mais, não sei porque mas ela ia tão rápido que talvez por puro instinto agarrei-me ao que estava mais perto de mim: Apolo.

 

Ele parecia se divertir com a situação.

 

- Como eu pouso essa coisa?

 

- Primeiro você deve diminuir a velocidade.

 

- Diminuir? – Luna parecia triste.

 

- Diminua logo, antes que agente acabe queimando tudo assim que chegarmos! – gritei desesperada.

 

- Talvez seja melhor começar a diminuir mesmo, – ele parecia chateado – senão, não vamos conseguir parar depois.

 

- O.k. – ela soltou mais como um suspiro.

 

Luna soltou um pouco o acelerador, estávamos quase chegando ao acampamento..

 

- Diminua mais! – gritei.

 

- Não dá, senão vamos acabar voando para fora do carro!

 

- Freie então!

 

- Mas...

 

- FREIE!

 

Luna freou tão forte que agarrei-me novamente a Apolo, ele parecia um pouco preocupado também, pois me agarrou mais forte, porém não dei muita atenção a isso. Quando Luna freou acabamos parando alguns centímetros de destruir completamente a casa grande.

 

Suspirei.

 

- Graças...

 

- Qual é? Eu fiz todo o trabalho e vocês aí ficaram só se agarrando?

 

Foi quando percebi o quanto estava grudada com ele, logo soltei-me, Apolo pareceu não gostar, mas ignorei, saí do carro e ajoelhei-me no chão.

 

- Graças...

 

- Dramática.... – disse Luna.

 

Apolo saiu do carro ajudou-me a levantar.

 

- Você será a próxima, – ele pegou minha mão e a beijou – eu prometo...

 

Eu não queria tanto assim dirigir o carro de Apolo, mas não queria ser chata então murmurei um “Está bem...”.

 

- Você dirigiu muito bem. – Apolo virou-se para Luna pegando-lhe a mão – Espero vê-las logo. – E logo ele estava no banco do piloto – E não fiquem chateadas com os deuses, eles só... estão um pouco estressados. – um raio caiu um pouco perto ao carro – Calma! – e eu pude ouvi-lo murmurar um “Não tô falando...” em tom sarcástico.

 

- Obrigada – foi tudo que consegui dizer.

 

- Não há de que – um brilho forte surgiu, eu desviei os olhos e quando o brilho cerrou ele já não estava mais lá e tudo o que fiz foi sorrir.

 

- E então? – Quíron sorria ao nosso lado.

 

- Q-Quíron? – Luna praticamente saltou para trás.

 

- Como foram com os deuses?

 

- Nada. – respondi.

 

- Nada?

 

- Não ajudou em nada, eles não nos disseram nada.

 

- Eu... eu sinto muito.

 

- Esqueça. – sorri – E então? Teremos a tão esperada corrida de bigas ou não?

 

Quíron já tinha planejado com todos que haveria uma corrida de bigas há muito tempo, as equipes já estavam formadas e as bigas prontas.

 

Minha equipe seria: Luna, Annabeth, Percy e eu.

Havíamos combinado que Percy cuidaria dos cavalos, Annabeth construiria a biga e Luna e eu cuidaríamos de afastar as outras bigas da nossa, além de lutar quando necessário.

 

Tinha um certo medo dele cancelar tudo apenas pelo fato de achar que estariamos triste demais por não me dizerem nada que eu não saiba no olimpo.

 

Quíron sorriu.

 

- É claro, a corrida de bigas será depois de amanhã, como o planejado – ele pareceu ler meus pensamentos.

 

E eu apenas sorri.

 

A campainha do almoço tocou, nós nos despedimos de Quíron e fomos em direção ao refeitório, pegamos um pouco de cada coisa, taquei parte ao fogo e murmurei um “Para Afrodite, me desculpe”, pensei bem e talvez a culpa não fosse dela, era melhor não ter uma rixa com um deus, muito menos Afrodite, o amor é uma coisa poderosa e eu prefiro não mexer com ele, se é que você me entende.

 

Logo sentei-me na mesa de Hermes. July e Maryan vieram falar conosco.

 

- E então? – perguntou July sentando-se ao meu lado.

 

- Nada. – respondi.

 

- Nada? Como assim nada. – Mary perguntou exasperada.

 

- Não nos disseram nada... – choramingou Luna.

 

- Mais cedo ou mais tarde terão de lhes proclamar. – dizia Maryan.

 

- É isso aí. – incentivou July.  – Cedo ou tarde terão de lhes proclamar.

 

E assim passamos conversando e comendo nosso almoço, o resto do dia foi bastante cansativo sempre dizendo a todos que não havia adiantado de nada.

 

Tentei ao máximo ficar longe de Thyler e Mel, não sabia como lhes explicar o meu fracasso na reunião com os deuses...

 

E assim que deu a hora de dormir, já estava no meu saco de dormir com Luna inquieta ao meu lado. Peguei sua mão e suspirei, ela instantaneamente parou de se mover e eu murmurei bem baixo para apenas ela ouvir “Para o que der e vier” e ela logo adormeceu tranquila ao meu lado.

 

Não conseguir nada com os deuses não me abalou muito, afinal sempre foi assim, Luna e eu num mundo grande desses, é claro que saber quem é nosso pai ou nossa mãe me deixaria muito feliz, mas não foi assim... e ainda tinha aquela profecia...

 

Então tudo que eu podia fazer era estar ao lado de Luna, e é isso que eu vou fazer, só espero que a Mary esteja certa, mais cedo ou mais tarde... talvez mais cedo do que eu imaginasse...

 


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Notas finais do capítulo

ja leu?
comenta indica
aumenta minha popularidade
qualquer coisa vai??-?



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