Realeza escrita por A Shy Girl


Capítulo 2
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Aqui estamos nós. Recomeçando...



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Como o gosto da liberdade é bom, pensou Marielle, enquanto afundava seu vestido na lama da floresta central, que ficava próxima ao castelo da família real de Ametista.
“Muito melhor do quê aquela prisão, que eu chamo de casa”
Sim, ela era uma princesa e o pior: Uma princesa herdeira. Ela seria a futura rainha de Ametista. Apesar de ter esperanças de uma nova gravidez de sua mãe, dando a luz à um bebê do sexo masculino, para ser o novo rei. Ela sabia que isso era impossível, mas não custa nada sonhar.
Marielle se sente honrada em ser a próxima rainha de um reino como Ametista. As pessoas, sempre simpáticas e prestativas, uma paisagem incrível e festas de tirar o fôlego. Mas, Marielle nasceu com o espírito livre. Ela não consegue se imaginar, sentada em um trono, presa no castelo, mandando e desmandando em todo mundo. Não. Elle – Como era carinhosamente chamada por seus pais – nasceu para ser livre. Ela nasceu para pisar na gama, sentir o ar livre! Só de pensar em ser rainha, e perder todos esses pequenos prazeres, ela estremecia.
Sua mãe, a rainha Audrey, odiava o fato da filha estar sempre na natureza, sujando-se e a ponto de pegar uma doença. Ela tentou proibir Marielle de ir até a floresta central, mas o rei Alexander, seu pai, disse que isso era coisa de jovem e era bom para a imunidade dela. Então, ela aproveitava as belas tardes do verão para passear na floresta, com seu cachorrinho, um Corgi chamado Teddy – que, por sinal, sua mãe também queria proibir ela de ter. – Os dois costumavam fazer seus passeios de forma pacífica, sem ninguém para pertubá-los. Exceto, naquela tarde.
Eles estavam fazendo o trajeto que faziam todos os dias, pegando uma trilha que saia na frente de um lago cristalino, onde Marielle costumava relaxar. Porém, no meio do caminho, foram fechados por ao todo, dez guardas do castelo. Marielle ficou se entender.
– O que está havendo? – Perguntou, com a voz alterada. Teddy saltava no chão.
Um dos guardas, que parecia ser o mais velho de todos, tomou a frente. Ele fez uma reverência e falou.
– Perdoe-nos, Alteza. Porém, sua Majestade, solicita a sua presença em seu escritório particular.
Marielle franziu o cenho. Seu pai não costumava chamá-la em seu escritório, e quando chamava era algo muito sério.
– Ele informou qual é o assunto? – Ela perguntou, mesmo sabendo que seu pai não informaria qualquer coisa a um simples guarda.
– Não, Alteza. Ele apenas para dizer a senhora que ele solicitava sua presença em seu escritório. – O guarda respondeu, observando Teddy, que tentava pular nele, mas era impedido pela coleira em seu pescoço.
– Certo. – Disse Marielle, pegando Teddy em seu colo. – Irei diretamente até ele. Levem Teddy para mim. Deixe-o em meu quarto.
Ela estendeu o cachorro para o guarda, que olhou para Teddy hesitante. Como ele demorou para pegar o cachorro, Marielle ergueu uma sobrancelha, fazendo o guarda puxar o cachorro de sua mão. Os guardas fizeram uma reverência, e foram em direção à entrada principal do castelo, com Teddy. Enquanto Marielle, pegou um atalho pela cozinha, que dava acesso mais rápido para o escritório do rei.
Quando ela passava pelos corredores, todos a reverenciava e a olhava de forma estranha. Também, pudera, a barra de seu vestido tinha pelo 6 dedos de lama e seus cabelos loiros pareciam um verdadeiro ninho. Marielle sabia que ninguém ousara aparecer daquela maneira diante do rei, mas ela era diferente. E, ele também já conhecia a princesinha que tinha em casa.
Marielle estava um pouco incomodada com seus sapatos. Apesar de ser de um salto mais baixo, eles lhe apertavam o pés, fazendo-os doer de forma sem igual. No meio do corredor, já próxima ao escritório de seu pai, tirou-os, concluindo o trajeto descalça. Já próxima a porta, suspirou e bateu na porta. Ouviu a voz abafada de seu pai, mandando-a entrar.
Devagar, entrou no escritório, pedindo à Deus que não fosse nada sério. Até aquele momento, Marielle acreditava que seu pai estava sozinho no escritório, porém assim que entrou Marielle viu às longas madeixas escuras de sua mãe. O que estava acontecendo aqui?
– Mandou me chamar, papai? – Perguntou a princesa, na voz mais dócil que conseguiu fazer.
O rei, que até agora olhava assustado para a filha, abriu a boca para falar, mas foi interrompido pela esposa.
– Pelo amor de Deus, Marielle! Isso é estado que se apareça em público?
“Estava demorando. Sabia que ela iria me repreender”. Pensou a jovem, revirando os olhos.
– Acho que todos já me conhecem o suficiente, para saberem que é normal eu aparecer dessa maneira em público.
A rainha suspirou, murmurando algo. Marielle cruzou os braços, esperando para saber qual era o intuito daquela conversa. Ergui a sobrancelha para meu pai, que gaguejando começou a falar.
– Querida, lembra-se que eu disse, que estava com interesse em fazer uma aliança com Castellum, o reino mais rico do Norte, talvez o mais rico do planeta?
Marielle assentiu, e o pai continuou falando.
– Então, como nós não somos um reino tão rico, e não temos muito a oferecer à eles. Então, Hugo, o rei de Castellum, encontrou um meio simples de nos aliarmos. Ele propôs que... Que... – O rei travou.
– Ah, homem! Deixe de rodeios e diga logo! – Audrey esbravejou.
Alexander passou a mão pelos cabelos escuros, suspirou e levantou, sendo observado com desdém pela esposa, e com curiosidade pela filha. Ele se aproximou de Marielle, segurando seus ombros.
– Me perdoe, filha. – Pediu. – O rei Hugo, propôs seu casamento com o filho dele, que é herdeiro também.
Marielle arregalou os olhos, se afastou do pai e o encarou.
– E, é claro que o senhor disse não.
O rei abaixou o olhar, enquanto a rainha olhou para a filha séria. Não pode ser. Seu pai não podia ter feito isso.
– O senhor me vendeu? – Ela perguntou incrédula.
– O que? Claro que não, Marielle. – Respondeu o pai, sem acreditar que sua filha lhe perguntou aquilo.
Marielle sentou as lágrimas brotando em seus olhos. Olhou de seu pai para sua mãe, e vice-versa. Balançou a cabeça, sem acreditar. Abriu a porta do escritório, e correu. Ela tinha que sair dali. Ela não podia acreditar que o pai havia feito uma aliança, por intermédio de um casamento entre ela e um desconhecido.
Ela correu sem parar. Correu tanto, que quando percebeu já estava fora do castelo, perto do lago que ela costumava passar as tardes. Seu rosto estava molhado, e seu emocional estava destruído. Mesmo com o vestido pesado, com várias camadas de tecido, Marielle não se importou. Jogou-se no lago.
Enquanto nadava, refletia sobre o rumo que sua vida estava tomando. Seu pai, o homem que ela mais amava, quer casá-la com um homem, que ela nunca viu na vida, que ela nem sabe o nome! Tudo por causa de uma maldita aliança. Ele destruiu sua vida por causa de uma aliança.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do nosso novo começo? Para quem leu a primeira versão, mudou muita coisa? Marielle mudou muito? Beijinhos até mais.



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