Ariza inclinou a cabeça sob o ombro enquanto uma mão estava estendida para Teddy, que encontrava-se preso a parede.

 ─ Tsc, tsc. Você continuará a nós ignorar? Talvez ela tenha paciência, mas EU não. Porque eu seria piedosa com um ser tão inferior? – Teddy entrou em chamas quando a força em volta do seu pescoço apertou – Hm, ele é quente... – Ninguém estava entendendo, parecia como se Ariza estivesse falando mais para si que para os outros a sua volta.

─ Ariza...  – EunBi deu um passo em sua direção, Ariza virou para ela e EunBi sentiu medo, Ariza estreitou os olhos e EunBi foi arremessada no ar, cipós a envolveram antes que batesse em uma parede.

─ Shiiiiu – Ariza sacudiu a cabeça na direção onde empurrou EunBi – Não quero ouvir crianças ainda mais fracas, um cérebro notável, mas frágil como uma taça.

Todos pararam, Ariza olhou para a porta e as dobradiças e a fechadura fizeram barulho e o metal se fundiu.

─ Ops, estamos presos. – ela olhou para Teddy, suas chamas começavam a ficar azuis, ela fechou os olhos e balançou de leve a cabeça, então diminuiu o aperto, deixou Teddy cair e virou para Peter. – Tsc, tsc.

Andou em sua direção, jogando cadeiras na parede e até em alguns que estavam parados observando tudo atônitos, Peter caiu sobre um joelho, segurou a cabeça de um lado e seu nariz começou a sangrar.

─ Realmente criança? – ela riu – Você realmente acha que pode ME PARAR! – ela sorria insanamente, Peter caiu e começou a perder a consciência, então Faur se moveu.

Ariza fechou os olhos com força, depois os abriu, com ainda mais raiva.

─ Um Azzur? Fazia tempo que não sentia essa força, os remanescentes se fundiram com outras raças... Os Kree não são nada perto do que eram os Azzur puros... – ela andou na direção de Faur, que não conseguia se mover e passou a mão no seu rosto – Mas, eu achei que minha irmã havia matado todos antes de ela própria morrer. Sabe por que você sentiu tanto medo quando esse corpo sumiu? Não foi por Ariza, foi por reconhecer a força, a força que destruiu tudo que você conhecia. — Faur se contorceu.

─ Pare! – Tina gritou quando Faur se contorceu enquanto Ariza acariciava seu rosto, Faur a olhou e Ariza viu medo.

─ Hm, você tem medo do quê posso fazer com ela? Você quer ver o que posso fazer com todos? Ou melhor, o que já estou fazendo? Porque você acha que apenas alguns tentaram me deter? Eles já estão sob meu comando, posso fazer o quê quiser... – Ela apertou o rosto de Faur e o virou para Tina que estava levantando a mão com as garras e levando ao próprio pescoço.

─ PARE! – Ariza soltou Faur e ele caiu, assim como os outros. – CHEGA! CHEGA! – Ariza estava de joelhos com as mãos na cabeça, então em um quarto escuro. – CHEGA!

.

.

.

─ Pare... Pare de tentar destruir, pare, pare... Você está destruindo tudo.

─ Não, estou construindo algo novo.— uma voz sussurrou.

─ Não, você está destruindo. Você é feita de destruição... – Ariza abriu seus olhos, não havia percebido que estavam fechados – Você sou eu.

Ela encarou a garota de longos cabelos negros a sua frente.

─ Agora você sabe. Ninguém pode nós conter. – ela parecia triste – Temos mais força do que podemos aguentar. – um coro de vozes repetiu como ecos – Temos mais força do que podemos aguentar.

─ Então vamos ser fortes, porque não irei deixar você destruírem tudo, não irei me deixar destruir tudo! Ela me disse que precisam de mim e eu irei os defender, não os aniquilar!

.

.

.

Ariza abriu os olhos no tom azul de sempre e olhou em volta, todos os amigos estavam caídos.

─ Não, não...

Seus olhos ficaram cinza e começaram a passar para negro, ela sentiu a força florescer dentro de si.

“Eles estão bem”, a voz falou na mente dela, “deixe-me sair”.

Ariza segurou novamente sua cabeça entre as mãos, ela chorava, doía, ela estava vendo o que fez novamente, jogando Teddy na parede, empurrando EunBi, fazendo aquilo com Tina...

─ NÃO! – um campo de força invisível se estabeleceu a sua volta e a energia girava como um pequeno tornado ─ Você não vão me tomar! Eu sou você e vocês são eu, somos uma só e isso será estabelecido agora! – ela gritou quando a energia se expandiu e quebrou os vidros das janelas antes de voltar para ela com um impacto.

Ariza caiu de joelhos, seu nariz sangrava por ambos os lados, suas orelhas também, lágrimas desciam pelo seu rosto e havia sangue nelas, ela ouviu um bater de asas distante e viu Kallan entrar pela janela junto com Okiva e Nuria, ele a segurou quando ela começou a perder a consciência.

─ Kallan, elas chegaram. Precisamos dele, chame Loki.

─ Quem? – Nuria se aproximou.

─ O deus da Trapaça, Loki Laufeyson.

─ E como ele pode... Kallan! – Nuria olhava para Ariza, suas íris iam de um lado para o outro e sua respiração superficial.

─ Vou voar com ela para a torre do Stark, você e Okiva ficam aqui e esperam a equipe que vinha nos seguindo.

.

.

.

.

Ariza abriu os olhos e sentiu o vento bater em seu rosto e o barulho de asas.

─ Eu imaginei que voar fosse mais tranquilo. – ela falou baixo para Kallan.

─ Você acordou, isso é bom, mas precisamos que aqueles médicos lhe examinem.

─ Não adiantará muito, Kallan. Isso não é um resfriado, sarampo, varíola ou AIDS, isso é algo que nenhum médico poderá ajudar. Apenas Loki pode me ajudar a entender ao menos um pouco.

─ Sim, sei. Mas você estava sangrando. – Ariza passou a mão no nariz e sentiu o sangue seco.

─ Nossa, que merda. Algo me diz que não desmaiarei de novo... Hoje pelo menos.

─ Isso deveria ser bom? – Kallan falava com ela enquanto olhava para onde ia, ele começou a subir mais alto e ela pode vislumbrar a torre Stark.

─ Kallan. – ele a olhou enquanto pousava no alto da torre – Existe uma parte de mim que gosta muito de você. – ele riu e caminhou com ela nos braços.

─ Apenas uma parte?

─ É complicado, mas não odeio isso. – Ariza fechou os olhos e caiu novamente em inconsciência, mas sua respiração se manteve normal, e Kallan se sentiu mais calmo. Ariza já havia se provado forte, ela sairia de qualquer coisa que surgisse.

.

.

.

─ Então você sou eu?

─ Tipo isso.

─ É ou não é? – Natasha pensou um pouco.

 ─ Sou. – Tony abriu a boca para falar algo – Sou cisgênero. Nenhuma cirurgia plástica e estava noiva. – Tony fechou a cara e olhou pra Steve.

─ Droga, ela é gostosa.

─ Credo, Tony! – Steve censurou.

─ Fique tranquilo garoto América, não vou roubar sua noivinha. – Tasha sorriu.

─ Ela não é minha noiva! – decepção tomou conta do olhar de Tasha e Steve se sentiu culpado, ele sussurrou para ela: - Mas nada nos impede de sair? Juntos?

─ Eu adoraria.

Tony estava enchendo um copo de uísque quando o chamaram na porta. Ariza dava entrada no laboratório novamente e em breve chegariam mais.

─ Porque ninguém me avisou antes? - Tony andava rápido com Hill ao seu lado após deixar Steve e Natasha para trás.

─ O garoto alado arrastou a equipe assim que pousaram.

─ Odeio essas coisas alienígenas. – Hill o encarou – Não os alienígenas, essas quase adivinhações, ou seja lá o que são. O que temos?

─ Toda a equipe desacordada e Ariza como suspeita.

─ Hein? Preciso falar com Kallan.

─ Ele está na sua sala com Pepper.

.

.

.

Ariza estava entubada novamente, isso parecia estar se tornando algo recorrente e Tony estava começando a ficar seriamente preocupado, horas depois do que aconteceu ele conversou com algumas das crianças e elas estavam com medo, medo de Ariza. Diziam que ela havia enlouquecido e atacado Teddy, depois EunBi, Peter, Faur e Tina, ele não queria acreditar, mas a equipe trouxe imagens das câmeras, havia alguma perturbação magnética, mas dava para ver Ariza atacando cada um, sem encostar um dedo sequer neles.

─ Tony Stark. – Kallan o chamou.

─ O que foi? – ele estava cansado.

─ Ariza falou algo antes de desmaiar. – Tony assentiu – Ela disse para chamar Loki.

─ Loki? – Tony abriu melhor os olhos. – Loki Laufeyson? Deus da Trapaça, destruidor de NY, prisioneiro de Asgard e um grande filho da...

─ Tony...

─ Desculpe Pepper. Enfim, esse Loki? O que ele pode fazer para ajudá-la? Enganá-la? Matá-la? Não, nada feito.

─ Há algo que apenas Loki pode explicar, nem eu entendo completamente, Ariza me explicou que se algo acontecesse e ela pedisse para chamar Loki seria importante que ele viesse, o seu mundo depende disso.

─ Incrível. Quero saber como vou explicar para Thor. “Oi Thor, então, parece que a segurança da Terra depende de Loki, irônico? É, muito”. E eu nem tenho o número dele.

─ Se algo der errado eu posso matá-lo. – Kallan falou.

─ Nós já acreditamos que ele morreu uma vez.

─ Mas estou falando sério, eu posso matá-lo. Entendo que ele tem o status de um deus para a Terra, mas para mim é apenas mais um ser. – Tony pensou.

─ Certo, feito. Mas não diga para Thor que eu aceitei isso, ele pode não parecer, mas tem um complexo por aquele irmão.