Dastan & Tâmina escrita por Katherslyn


Capítulo 9
O problema infindável


Notas iniciais do capítulo

OMG, ganhei minha primeira recomendação na vida!! Não tem nada haver com essa fic, mas OMG, The New Romantic recomendou minha história "Querido Futuro Namorado" ♥
Felicidade define



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Chegamos naquela parte das histórias em que parece que só tem coisa triste e ruim. Tudo parece perdido, sem solução. E olha que isso é só o começo do buraco.

Dastan, como devem ter percebido, é um garoto confuso que apesar de ter tudo, não tinha nada. Eu cheguei a pensar, em certos momentos, se ele era realmente o que me parecia. Era um garoto problemático? Tinha tendências... Não quero ofendê-lo, mas ele era sociopata?

Tudo o que tenho de Dastan é uma coletânea de informações. Coisas que as pessoas disseram sobre ele, coisas que a própria Tâmina me confidenciou, entrevistas que peguei pela internet. Ele é um homem muito fechado e de difícil acesso. Tentei falar com ele, foi impossível. Não consegui ver nem um fio de cabelo, e olha que eu geralmente sou bom nessas coisas, hein.

Já é difícil dizer com exatidão detalhes do Dastan atualmente, imagine procurar sobre a infância. Você vê seus prêmios, conquistas, ele tem seus méritos. Mas e sobre a pessoa que ele é? Não se acha.

Espero ter representado o mais fiel possível a imagem dele. Pra mim, ele não passava de uma pobre criança confusa. Um coitadinho que estava no escuro, e nem tinha se dado conta disso.

O AUTOR

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Dastan estava detestando a escola, e agradecia por ela ser dividida em dois ciclos. Não aguentava mais tantas pessoas em cima dele, oferecendo ajuda, dando alguma coisa, querendo chamar sua atenção. E não era só os alunos da sua sala, era geral. Alunos bem maiores e mais velhos que ele insistiam em oferecer ajuda em qualquer matéria da escola. Como se ele precisasse. Os professores, apesar do profissionalismo, volta e meia escreviam algo no seu caderno e pediam pra que ele mostrasse ao pai. Coisas coml divulgação de projetos, convite para palestras e debates, etc.

Somente alguns não paravam nem um segundo pra falsas bajulações : seus oponentes. Sabia que tinha inimigos ali na escola. Alunos cujos pais eram rivais de Nicolalis Mace, ou que perderam a posição de primeiro lugar no primeiro dia de aula e a posição de melhor aluno em menos de uma semana.

De acordo com alguns professores, se ele quisesse, poderia avançar de ano. Não queria. Queria sim se livrar de todos eles, conseguir entrar logo na AS. Tirar aquela atenção de cima de si mesmo. Mas, por outro lado...

Tinha sim um motivo de gostar de ir para o colégio. Negava pra si mesmo, mas gostava de procurar uma certa garota de cabelos pretos. Assim que entrava na escola, saía procurando por ela. Se passava pelos corredores, tinha que tentar encontrá-la. E Dastan se detestava por isso, consoderava uma fraqueza. Pra que essa obsessão toda em cima de uma menina qualquer?

Se quisesse namorar, coisa qur não queria de jeito nenhum, seria com Akira. Era uma das poucas que ficava no próprio canto, não dava em cima dele e nem de ninguém. Ela seria uma grande empresária no futuro, Dastan sabia que ela treinava pra isso.

Chegou a passar intervalos na biblioteca. Dizia pra si mesmo que era pra fugir daqueles interesseiros e ficar um tempo sozinho, mas lá no fundo, sabia que era pra resistir a tentação de ir até Tâmina e sentar na frente dela. O que era um absurdo, ela nem era tão bonita assim.

Ellen, uma garota do 1° ano B, era o protótico real de uma boneca. A pele dela parecia porcelana, de tão branca. E tinha uns cachinhos loiros que pareciam ser feitos do mais precioso ouro. Apesar de que ela era chata demais, chorona demais. Só de lembrar daquela voz dela sentia calafrios. Mimada demais.

Em uma dessas suas idas a biblioteca, encontrou com Alderan fingindo estar lendo um livro. Os dois já tinham sido apresentados, seus pais marcaram um jantar pra se conhecer. Tinham combinado entre si de finfir serem amigos na frente dos outros, mas de não forçarem nada entre si.

– O que estâ fazendo? - Dastan perguntou, se sentando do lado dele.

Alderan levou um susto tão grande que quase caiu da cadeira.

– Eu só estou... Só estava... Estudando geometria. Sabe como é, minha mãe vai me matar se minhas notas... Não forem altas. - ele respondeu, constrangido.

– Engraçado. - Dastan comentou, pegando o livro da mão dele. - Esse livro não é de geometria. "10 fungos e suas propriedades". O que é isso?

Alderan engoliu em seco, pronto pra contar outra mentira. Mudou de ideia ao ver Dastan arquear a sobrancelha.

– Okay, você me pegou. Akira me indicou e pediu pra que eu lesse. Mas não me interesso por esses assuntos. Estou fingindo ler pro caso dela aparecer aqui. Ela... Briga comigo se eu... Não estudo.

Dastan achou aquilo estranho. Desde quando a Akira era alguém que brigava com outra pessoa? Ela era tão calma e paciente. Decidiu deixar o assunto pra lá.

– Mas e você, o que faz aqui? - Alderan perguntou, largando o livro na mesa.

– Só estou aqui pra respirar em paz. - Dastan respondeu, desviando o olhar. Foi a vez de Alderan arquear as sobrancelhas. - Ah, não é da sua conta, ta.

Alderan começou a rir, e Dastan esboçou o que poderia ser chamado de um sorriso. Foi rápido, mas Alderan viu.

– Ei, que tal se a gente... - Alderan tentou falar, mas congelou ao ver Akira entrando na biblioteca.

– Por que não estâ estudando? - ela perguntou, se aproximando.

– Eu... Eu... Estava. - ele gaguejou, pegando o livro de volta. - Dastan inclusive... Ele está me ajudando...

– Hum... Sei... - Akira olhou de um para o outro atentamente. Depois de analisar os dois, resolveu deixar pra lá. - Não esquece, você tem prova de biologia daqui a pouco.

Assim que ela passou pela porta de saída, Alderan limpou algumas gotas de suor da testa.

– Essa foi por pouco... Ela me assusta como o diabo.

Dastan não disse nada sobre o assunto. Se levantou, deu boa sorte pra Alderan e saiu. Ao se aproximar do refeitório, ouviu alguns cochichos.

– Estão dizendo que ela saiu correndo para o banheiro... Chorando.

– Ela não devia ter feito isso, foi cruel.

– Quem se importa com ela? Quem mandou ela se meter onde não foi chamada? O que ela faz nesse colégio mesmo?

Rapidamente, Dastan se atualizou do que estava acontecendo. Algumas garotas tinham pegado no pé de Tâmina e a humilhado. Se sentiu mal com isso. Não era da sua conta, sabia disso. Não tinha nada, absolutamente nada haver com aquela garota. Que diferença fazia se ela era humilhada ou que não fosse aceita? Era muito idiotice ela tentar fazer amizade com aquele tipo de pessoas. Mas então por que, se perguntou Dastan, ele estava ajudando ela?

Ele pediu pra que nenhuma garota fosse atrás de Tâmina, e pra que a deixassem em paz. Usou do seu charme, uma coisa que não fazia com frequência, e fez com que elas concordassem sorrindo.

– Não se preocupe, Dastan... A gente nem olha mais pra ela. Mas vem cá, você tem compromisso pra hoje a noite? Podia jantar lá em casa, meu pai iria amar te receber.

Dastan se livrou de todas elas quando o intervalo estava quase acabando, e viu de relance Tâmina saindo do banheiro. Queria ir falar com ela, ver se ela estava bem. Porém, nem a conhecia, mal falou com ela. Continuou indo em frente, pra sua sala, e se forçando a tirar ela dos pensamentos.

Alguns dias depois, no começo da aula, a diretora Fett recebeu ele na porta do colégio.

– Acabei de comunicar seu pai sobre uma gincana que teremos, cujo prêmio será dado nas mãos da dupla vencedora pelo próprio presidente. Nicolalis pede pra que você vá imediatamente se inscrever.

Dastan se escreveu, torcendo pra que sua dupla fosse Alderan. No dia seguinte, foi ver a tabela de nomes. Aquela maldita garota estava lá. Estava recebendo um castigo divino, pensou. Pediu pra que ela saísse da frente e viu quem era sua dupla. Tâmina.

Mas que merda, pensou. Era realmente um castigo, uma maldição. Alguém, em algum lugar, achou que seria engraçado fazer aquilo com ele.

Dastan não estava apenas furioso, estava quase sentindo ódio. Se considerava uma pessoa tolerante, mas aquilo... Seu caderno de desenhos estava repleto de imagens. Tâmina sorrindo, Tâmina correndo atrás de borboletas, Tâmina como um anjo.

Aquilo não era normal, ele estava doente. Foi até a diretoria, pediu pra falar com a diretora e exigiu que ela mudasse sua dupla.

– Não vou fazer dupla com alguém como ela. Como eu poderia ganhar com uma semi analfabeta? - Dastan cuspiu as palavras.

– Mas ela é uma garota inteligente. - a diretora interveio em defesa dela.

– Tão inteligente que é da turma C. Exijo alguEm do meu nível como meu parceiro. Pode ser o seu filho, Alderan. Akira, Cézar, qualquer um que seja do A.

– Lamento, querido, mas a troca não será possível.

Dastan pediu para que um dos seguranças particulares, contratados por seu pai, o tirasse dali.

– Me leve para a sede das Indústrias Mace.

Chegando lâ, recebeu o aviso de que seu pai ainda não tinha chegado de viagem.

– Ele está em Buenos Aires para uma conferência. Ele não te avisou? - a secretária perguntou.

– Sim, me confundi com a data. - Não, ele não avisou e nunca avisava. Saía quando bem entendia, voltava quando tinha vontade.

Deixou uma mensagem com uma das secretárias dele, e recebeu um telefonema depois do almoço.

– Ele quer saber o que é tão grave pra que você queira falar com ele e com tamanha urgência. - foi o que uma das assistentes disse.

– Aquela gincana do colégio, que te que fazer em dupla. A diretora me colocou em dupla com uma garota chamada Tâmina. Ela é uma pobretona, meu pai vai saber quem é. A sem modos da piscina.

Seu pai brigou com ele por telefone horas depois.

– Que tipo de empresário você vai ser se não resolve os próprios problemas sozinhos? - ele ralhava.

Mas até mesmo Nicolalis percebeu o quanto era difícil. Ele ligou para Fett Style e não conseguiu resolver.

– Como eu disse ao seu filho, estamos impossibilitados de fazer a mudança agora.

– Eu exijo que mude. Eu pago se for preciso, só troque.

– Eu já lhe disse que não é possível.

Nicolalis Mace foi pessoalmente no colégio ter uma conversa cara a cara com a mulher. Sem resultados.

– Os nomes jâ foram enviados, é inpossìvel mudar agora que está no sistema. Além do mais, não foi vocé que se gabou de ter um filho inteligente? A vitória do seu filho depende dos outros? - Fett tinha perguntado, atingindo o ponto fraco do homem.

– Não, meu filho não precisa de ninguém. Ele vai vencer esse desafio, mesmo que a parceira dele seja incompetente.

Ao sair do gabinete da diretora, Nicolalis viu a garota sentada, esperando a vez de ser chamada. Ela parecia ter ouvido a última parte.

– Tâmina, não é? Você ouviu certo. Com ou sem você, meu filho se tornará o campeão.

Nicolalis levava essas coisas muito a sério. Fez i pai de Tâmina, Stan, ser demitido, e só porque estava irritado. Depois que a raiva passou, decidiu não se preocupar mais com isso. Nem passava pela cabeça dele o que uma demissão assim faria com um homem honesto, e uma famìlia já humilde. Não ligava, muito menos se preocupava.

Dastan se conformou com a sua sorte. Prometeu a si mesmo que seria só um desafio, e que nem precisaria de Tâmina. Iria atrás dela, pra pedir que ela deixasse as coisas com ele. Ele conseguiria fazer as atividades, ela só tinha que parecer estar ajudando aos olhos dos outros. Nem precisou fazer o pedido.

– Pode fazer tudo se quiser, não vou interferir nem atrapalhar em nada. - ela havia dito, e foi a primeira vez que ele escutou a voz dela daquele jeito. Triste, apagada. Sem sequer um resquício do sorriso. O coração dele se apertou.

– O que foi que eu te fiz? - ela perguntou, enquanto ele se preparava pra ir embora. - Por que você me odeia? Por que odeia meu pai? O que a gente te fez?

Tâmina começou a chorar, e saiu correndo. Dastan colocou a mão no bolso, incerto sobre o que fazer. Incerto sobre o que estava acontecendo.


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