Imperador Negro escrita por Mrs Fox


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo, como disse dia 29 teria novo capítulo e aqui estou eu. Pelos comentários vejo que vocês estão curiosas sobre se vai ter romance, se vai ter SasuSaku... Não se apeguem a isso por enquanto, na hora certa eu comento sobre isso com vocês.

PARA MELHOR ENTENDIMENTO DA LEITURA!
ani/ani-cha: meu irmão mais velho
chichi: meu pai
haha: minha mãe
Chisa Katana / O Tanto: tipo de katana

Boa leitura!



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Era manhã. Fora daquelas paredes, servos corriam em diversas direções com tecidos, lanternas decoradas, levando alimentos e objetos para onde eram requisitados, tudo para a comemoração do vigésimo primeiro aniversário do príncipe Sasuke. Este que se refugiava de toda aquela correria nas paredes finas de papel que circulavam o dojo, concentrado em repetir o golpe vezes necessárias para que atingisse aquilo que poderia ser julgado perfeito. Não saiu para fazer sua refeição com a família, comendo algumas frutas que ele mesmo tinha colhido nas árvores do jardim, com toda a agitação para a celebração daquela noite, passaria despercebida sua ausência na sala de refeições.

 

Já passavam das duas da tarde quando puxou a porta de madeira, deixando o piso macio para sentir seus pés caminharem pela madeira envernizada, atravessando toda extensão do jardim até se abrigar dentro das grossas paredes do Palácio, passando por belas pinturas e tapeçarias, que tinham sua beleza refletida no piso cuidadosamente ilustrado. Conforme caminhava pelo corredor, ouviu uma voz conhecida desde de sua infância, quando tomou o caminho pela direita entrando em um pequeno salão avistou a mulher alta de longos cabelos vermelhos dando instruções as criadas que arrumavam a decoração. Percebendo sua aproximação, a mulher virou a cabeça para si, dando um dos seus simpáticos sorrisos, conforme as empregadas o reverenciavam.

 

Sasuke sempre admirou a figura de Kushina. Mesmo após deixar de ser Imperatriz empunhava respeito, tinha grande estima dentre diversas importante famílias, além de ser inegavelmente admirada nos principais clãs do Japão, e ainda manter sua postura aprendida desde pequena dentro da Família Real em cada gesto, ou na forma de falar, por mais descontraída que fosse. A amizade que esta mantinha com sua mãe também era admirável. Certa vez ouvira que havia sido Kushina a ensinar todas as normas de etiqueta da nova posição que ela ocupava, além de que, por sua amizade com Naruto, muitas vezes o tratava como integrante da família.

 

— Sasuke-san, como é bom encontrá-lo, querido.

— Boa tarde, Kushina-sama. - respondeu, abaixando a cabeça em sinal de respeito.

— Não precisa de toda essa formalidade, Sasuke-san. - ela ria de leve, com aquela vivacidade tão autêntica de sua família - Mikoto estava lhe procurando desde o final da manhã.

— Arigatou por me avisar, irei procurá-la. - com uma outra reverência, saiu caminhando.

 

Para sua satisfação, não teve trabalho em achar sua mãe, já que essa veio ao seu encontro assim que atravessou o salão principal, onde ela contemplava a decoração. Como sempre a mulher sorria serena e gentil, os olhos negros eram exatamente como os seus, diferente das expressões duras que tinha adquirido do pai. Sasuke se curvou à sua mãe, Mikoto era uma  das pessoas que ele mais respeitava e admirava, além de ter um grande amor pela mulher que o criara com tanto carinho. Sua mãe percebia isso em cada gesto lhe destinava, sempre recebendo de bom grado as referências ou pequenos sorrisos do filho que não se expressava de uma forma que não fosse aquela.

 

— Estava à minha procura, haha? - Sasuke perguntou enquanto terminava sua reverência, revelando a diferença de altura entre ambos.

— Oh meu querido, fiquei preocupada quando você não compareceu ao almoço.

— Eu estava treinando no dojo.

— Por isso esta expressão cansada. - carinhosamente a mão da mulher se elevou até o rosto do filho fazendo um leve afago, aproveitando que o cômodo não tinham mais ninguém. - Você não deveria se sacrificar tanto, Sasuke, já um excelente guerreiro.

— Itachi ainda é melhor do que eu, haha, como poderei me tornar general e protegê-lo desta forma?

— O reino está em paz, então não diga nada como se almejasse a guerra. - a voz doce era dura, apesar do tom calmo.

— Gomenasai, haha, não foi minha intensão assustá-la. - mais uma vez, em sinal de respeito, Sasuke abaixou a cabeça, mesmo discordando da mãe.

— Sei que quer trazer honra e glória por meio de tachi, assim como seu otou-san fez, mas, meu querido, não almeje ter sua lâmina banhada em sangue.

— Hai, haha. Com licença, irei descansar para as comemorações de hoje à noite.

— Vá, sua noite será agitada, deixei meu presente em seu quarto, use-o hoje.

— Arigatou, haha.

 

Ambos se reverenciaram antes de Sasuke sair. Ele não se sentia confortável com os pedidos de sua mãe para que se esforçasse menos. Estavam em tempos de paz que poderiam mudar à qualquer instante, era uma lição que seu pai lhe ensinara cedo, e por isso devia ser o melhor comandante de exército que seu clã havia visto, e só assim seria capaz de superar seu irmão. Porém, Sasuke não a culpava. Ouvira certa vez do irmão, que desde o dia do massacre ela afastava suspeitas de conflitos em sua frente, naquela noite Uchiha Mikoto matara um soldado com um pequeno punhal para proteger um bebê e aquilo marcara a mulher sempre dócil que nunca empunhara uma lâmina. Sasuke se sentia mal, afinal ele era o bebê em questão.

 

Apesar do excesso de objetos, Sasuke considerava seu quarto aconchegante, as tapeçarias lhe eram confortáveis ao pisar sobre os pés descalços, lembrando a sensação de pisar sobre a grama macia do grande jardim. Algumas poucas pinturas circulavam as paredes, mas a parte que ele mais gostava era o pequeno armário que mantinha repleto de armas, como punhais, adagas e tachis, comportamento que para muitos era considerado incomum, mas daquela forma ele as mantinha devidamente cuidadas. Entrando no quarto, Sasuke avistou um grande embrulho sobre a mesa de madeira e sentou-o na almofada puxando cuidadosamente o papel marrom para revelar uma veste. Era de um tecido azul escuro com alguns detalhes roxos, mas o que agradou à Sasuke foi perceber que a roupa era muito mais parecida com a que usava em seus treinos do que com as vestes comumente usadas em festas, que sempre lhe incomodaram por serem pouco práticas, ficando ainda mais contente em notar o cinto para prender uma tachi.

 

Por serem uma família originalmente de guerreiros, mesmo em cerimônias ou festas, sempre carregavam uma arma. Para alguns era desrespeito ou ofensa, como se os visitantes e convidados representassem uma ameaça e não fossem bem vindos, mas para eles era uma sinal de proteção, era uma ordem direta do Imperador Fugaku, que Sasuke sabia que sempre carregava uma Chisa Katana ou um O Tanto escondida por entre as vestes, e que após o ataque de anos atrás sempre zelava ao máximo pela segurança do palácio.

 

Guardava a roupa quando ouvi leves batidas na porta, uma serva entrou no cômodo trazendo uma bandeja com chá e alguns alimentos leves, dizendo que eram por ordens da Imperatriz. Sasuke observou enquanto a garota deixava a bandeja em cima da mesa fazendo uma referência ao sair, sempre de cabeça baixa, costume que ele entendia, era o sinal de respeito e obediência àqueles que governavam o país, porém sempre se incomodava com aqueles que não o olhavam nos olhos.

 

O jovem príncipe estava sentado próximo a janela, enquanto o vento balançava seu cabelo ainda suado pelo treinamento, no meio de uma de suas muitas sessões de meditação, quando ouviu a porta do quarto ser aberta. Somente duas pessoas entravam em seu quarto sem autorização, e pelo cuidado em não fazer nenhum barulho, deduziu que não se tratava de Naruto, já que este dificilmente se preocupava em ser silencioso e discreto. Abriu os olhos, sorrindo de leve ao ver Itachi em seu quarto. Este vestia-se com uma roupa semelhante a que ganhara de sua mãe, em tons de vermelho e azul, e mais tecidos adornando a veste trabalhadas com bordados dourados, além do chapéu negro com detalhes vermelhos, indicando sua posição naquele lugar.

 

— Já está pronto para a festa, ani? - foi até o irmão feliz pela visita daquele que sempre admirara.

— O sol já vai se pôr, Sasuke, você que não deveria ainda estar com roupa de treinamento. - Sasuke se virou para janela vendo o sol se preparar para sumir no horizonte.

— Estava meditando há umas horas e não notei o tempo passar.

— Vejo que Naruto tem razão em dizer você medita demais. - Itachi sorriu, sereno como a mãe, ao ver a reação contrariada do outro.

— Se Naruto meditasse tanto quanto eu, veria isso refletido em sua concentração na batalha. - era com essas frases, todas adquiridas dos ensinamentos de Kakashi, que Itachi notava o guerreiro excepcional que o irmão se tornava.

— Com isso não posso discordar, porém, relaxar também faz bem para a alma de um guerreiro.

— O que faz aqui? - Sasuke cortou rudemente o sermão que viria do seu irmão. Este, junto de sua mãe, sempre falava que ele se esforçada demais - Não consegui falar com você desde que voltou de viagem.

— Gomen por isso, tenho estado em muitas reuniões com nosso chichi. - o caçula desviou o rosto para o lado, observando a pintura na parede, mesmo sendo filho do Imperador e futuro General passava pouco tempo com o pai, seu tempo era todo preenchido com treinamentos para assumir o cargo - Vim lhe trazer isto. - disse Itachi mudando de assunto ao perceber a frustração do mais jovem.

 

Sasuke observou o rosto em expectativa do irmão. Dirigindo o olhar para a caixa de madeira que antes não tinha dado atenção, tirou a tampa, vendo algo que fez seus olhos brilharem. Retirou a tachi da caixa quase em adoração, a bainha negra com pequenos falcões escupidas combinava perfeitamente com o baco negro com detalhes em prata. Ao puxar a lâmina para fora, admirou o brilho do metal recém polido; notou também seu nome gravado junto de um pequeno desenho do simbolo do clã. Olhou para o irmão abrindo um grande sorriso, um daqueles que tinham sido abandonados ainda na infância pela pressão imposta pelo pai de crescer e proteger seu irmão.

 

— Feliz aniversário, Sasuke. - ele tocou na testa do irmão, um gesto que se repetiu tantas vezes quando jovens.

— Arigatou, ani. - Sasuke ia ser curvar, mas Itachi interrompeu o gesto.

— Vá se arrumar, logo sua presença será requisitada.

 

Sasuke esperou o irmão sair do quarto para analisar novamente a tachi; era impecável, de um material muito resistente e estava perfeitamente afiada. Era claramente uma arma excepcional. Algum tempo depois, Sasuke estava andando pelos corredores do palácio, por um acaso parou em frente à um espelho, verificou sua roupa, ajustando novamente a tachi recém ganha na cintura. A roupa azul escura combinava perfeitamente com as botas de luta pretas com detalhes em finas costuras de linho prata. Era incomum que um membro da Família Real não optasse pelo o ouro, mas ele ignorava, afinal, não fazia parte da importante trindade formada pelo núcleo principal: o Imperador, a Imperatriz e o Príncipe que assumiria a Dinastia Uchiha. Depois de tudo devidamente inspecionado, abandonou o espelho, se encaminhando ao salão pelo corredor. O que Sasuke não percebia era que, mesmo se vestido de forma mais simples que o necessário, algo em sua figura inspirava poder e confiança. Talvez fosse destaque que as roupas escuras causavam sobre a sua pele branca, ou sua expressão inteligente e feroz, e até mesmo seu olhar leal junto da postura confiante e protetora, fazendo muitos acharem que ele sim tinha o espírito de um Imperador.


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Notas finais do capítulo

Uma boa notícia, como Doce Rendição será finalizada hoje poderei postar capítulos todo domingo! Então gente, até lá!



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