Imperador Negro escrita por Mrs Fox


Capítulo 11
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

OLHA SÓ QUEM VOU VOLTOU? SIM, EU! EBAAAAA!

Aqui esta o capítulo do mês, ainda tô muuito devagar no ritmo da história, mas espero que em um tempo conseguir voltar no ritmo de antes. Agradeço a compreensão de vocês!

Espero que vocês gostem do capítulo! Beijão!



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Ainda que avisado por Tetsuo, Sasuke resolveu ignorar o conselho. Depois de refletir, decidiu que tomaria a situação como um teste. Esperaria para ver a reação de Haruno Sakura, como lidaria tendo alguém de tamanha importância, como Kakashi, questionando sua autoridade perante seus subordinados. Se a jovem falhasse, iria usar os privilégios de sua posição quando recuperasse o trono para interferir na política interna do Clã Haruno. Ainda que geralmente recusasse utilizar tal método, não poderia deixar que nada atrapalhasse no funcionamento do Império. Os Haruno eram pequenos e de pouca fama, mas só era avaliar os segredos que escondiam para ter uma noção da importância que poderiam vir a ter para o Japão. Uma mulher como líder de um clã poderia ser um problema, talvez pequeno no início, entretanto ninguém poderia garantir que não evoluísse. E como Imperador ele teria de evitar isso. Por outro lado, ela poderia passar, e algo na postura da mulher de longos cabelos róseos fazia acreditar que ela tinha tal capacidade.

 

Por isso passou o resto da tarde em seu quarto. Aproveitou o acesso direto que tinha para a varanda da casa pelo shoji, sentando sobre a madeira aquecida pela luz proveniente dos raios solares, tentou usar o tempo até o horário que Kakashi partiria para a vigília para meditar, porém sentia a mente turbulenta, não conseguia fechar os olhos sem lembrar dos olhos do pai no momento que golpeado. Resolveu ocupar-se anotando o nome de cada samurai sob seu comando que estava naquela noite no Palácio, torcendo para que houvesse aqueles que tivessem conseguido escapar.

 

— Príncipe Sasuke, - a voz grave de Kakashi veio detrás do shoji que dava para o corredor de acesso ao seu quarto - vim lhe avisar que já estou saindo para ir tomar meu posto.

— Estou contando com você Kakashi.

 

Ficou atento aos passos que se afastavam, agora dando atenção para as cinco figuras de preto que chegavam discretamente para a frente do prédio da curandeira conforme o sol se despedia, mascarando-se nas sombras. Alguns moradores mais atentos chamavam um membro o outro para uma conversa, mas esta era sempre recusada. Kakashi se aproximou do grupo depois, seguindo os passos de uma pequena figura de preto que julgou ser Sakura. Manteve-se sentado do mesmo modo, aproveitando-se da visão dada pela posição do cômodo. Não queria ser pego por nenhum par de olhos curiosos, já sabia que o senso de observação do grupo era afiado até mesmo nos mínimos movimentos.

 

Os olhos negros observaram a reverência feita pelo grupo no momento que Sakura colocou-se a frente. Pareceu haver uma pequena conversa, e ainda que à distância, teve impressão do rosto de seu sensei se mover em desaprovação. Como se para confirmar as suspeitas de Sasuke, Kakashi moveu-se, virando diretamente de frente para Sakura. Rapidamente buscou qualquer sinal no corpo pequeno que indicasse uma má conduta, pois, conhecendo seu sensei sabia que este estava usando alguma artimanha para desafiar uma ordem. Porém, bastou o que lhe pareceram poucas palavras para a situação acabar. O grupo se dispersou ao redor do prédio, escondendo-se nas sombras da noite que surgia, enquanto dois entravam pelas portas de madeira. No entanto, Kakashi continuava parado ao lado da Haruno. Parecia que conversavam enquanto figuras negras saíam de seus antigos postos na troca de turno. A noite parecia cair rápido e o vilarejo iluminava-se somente pela luz fraca que algumas velas e tochas projetavam. Com um sinal de mão por parte de mulher, uma sombra saltou da árvore que se escondia diretamente na frente da dupla. Quieto, seu sensei parecia escutar outras instruções dadas pela mulher. Quando depois de se curvar, a outra figura de preto desapareceu, correndo por entre as casas até a floresta, a jovem virou-se de frente para o homem de braços cruzados, permanecendo segundos se encarando até o samurai virar-se em direção ao prédio e caminhar para dentro do recinto. Com calma, Sakura caminhou até um dos pilares de madeira que seguravam o telhado da varanda, escalando a estrutura com agilidade e leveza até estar agachada no centro do telhado, observando toda extensão de casas, assim como deveria ter feito na noite anterior.

 

Sem ter mais o que ver, Sasuke resolveu entrar no quarto. Para não parecer que estava espionando o que acontecia, permaneceu esperando por mais um tempo sentado na varanda observando a movimentação dos trabalhadores indo para casa. Depois de um tempo que julgou adequado, levantou-se indo novamente para a calma do quarto e puxou o shoji até fechar, mas não sem antes olhar mais uma vez para a figura agachada no ponto mais alto do telhado. Pelo que vira, a jovem soubera manter a postura, entretanto, não poderia ter certeza de que ela tinha o necessário só por aquilo. Esperaria até o outro dia e conversaria com Kakashi. Em pé no meio do quarto escuro, seus olhos vagaram pelo espaço até pararem sobre o futon. Deveria se deitar, tentar dar um descanso ao seu corpo, mas não havia sono, nem dores do corpo. Por mais que devesse estar sentindo alguma dessas coisas, ou até sentisse, entretanto estava tão aturdido que não era capaz de entender.

 

Acabou que sentando mais uma vez sobre a almofada e acendeu calmamente a vela posta no centro do tampo de madeira. Os olhos vazios caíram sobre todos os nomes já escritos. Antes orgulhava-se de saber o nome de cada homem sob seu comando. Gostava de ter um contado direto nos treinos e ensinar os seus primeiros movimentos com uma tachi. Não era comum, mas via aquela como a melhor forma de melhorar a interação em grupo de seus homens, porém agora aquilo vinha como uma maldição. Os risco pretos não eram simples palavras, tinham vida própria e ganhavam a forma de rostos, na calma conseguia lembra-se de cada um que viu definhar até conseguir sair do palácio. E, como se já não bastasse, ainda tinha a dúvida sobre aqueles que permaneceram lutando, se haveriam continuado em pé ou teriam caído no chão.

 

Sua mão esticou-se até a pena, sem prestar atenção em como a luz mostrava para a noite o modo como seu corpo tremia. Voltou a escrever na lista, concentrando sua atenção em traçar perfeitamente cada nome que lhe vinha a cabeça. Demorou-se por horas na tarefa, sendo distraído em algum momento pelos sons de alguém transitando pela casa. Em algum momento da noite, passos pesados contra a madeira do corredor o fizeram interromper sua tarefa ao notar que o som sumiu assim que chegou a sua porta, sabia que as paredes finas permitiam que a claridade da chama fosse fora do cômodo, o que poderia ser um sinal de sua insônia, e ainda assim preferiu manter o silêncio.

 

— Sasuke, sei que ainda está acordado. - a voz de Naruto era estridente mesmo quando esse falava em um tom baixo. - Você pode me considerar um idiota, mas não sou tolo para achar que está dormindo só por se manter em silêncio.

 

Seus lábios se moveram para articular uma resposta como o costume, só que as palavras não vieram. Um desconforto lhe impedia, voltando a pressionar a boca em uma linha dura.

 

— Isso que está fazendo não é saudável, - a voz de Naruto saía arrastada, como se sentisse alguma dor enquanto falava - sua mente está atormentada com tudo que aconteceu, e te conheço há tempo suficiente para saber que mais uma vez irá se calar. Então, ao menos tenha em mente que Kami nos direciona a percorrer caminhos tortuosos.

 

Depois de longos minutos sem ouvir nada que indicasse uma iniciativa de conversa, Naruto voltou a andar no corredor, deixando a porta do quarto para trás, dirigindo-se para o seu próprio aposento. Sabia que não conseguiria falar com Sasuke. Tentara somente por pedido de sua mãe, que preocupada com a ausência do jovem no jantar, pediu para que o filho fosse oferecer algum tipo de conforto ao amigo, mas aquele tipo de atitude não surtiria efeito. O Príncipe nunca fora do tipo que esperava afeto, nunca dividia suas dores, era recluso em suas obrigações e nada mais.

 

Pousou o corpo sobre o futon tragando o máximo do ar frio da noite para dentro do seu corpo, concentrando-se nos sons vindos do quarto ao lado, onde sua mãe repousava. Conferiu se as duas tachis que tinha trazido consigo do palácio estavam nao seu alcance imediato, para o  caso de alguma emergência, mas mesmo só ouvindo a calmaria noturna, demorou-se até cair no sono. Na manhã seguinte foi acordado por sua mãe. Observou traços de cansaço na feição da mulher, porém nada falou, guardando a pequena observação pra si, respondeu os cumprimentos matinais de sua progenitora e em silêncio foram para sala onde tinham feito as refeições no dia anterior. A mesa já estava posta, mas somente Mebuki encontrava-se presente. A mulher os cumprimentou gentilmente, informando que seu marido não poderia acompanhá-los naquele momento.

 

Sua mãe agradeceu a atenção, e para demonstrar o mesmo, curvou-se dando um singelo sorriso. Comeram a maior parte do tempo em silêncio, até que as mulheres iniciaram uma conversa sobre algum assunto que não lhe interessava. Ao notar a falta de presença de Sasuke, Naruto perguntou a Haruno se tinha tido contato com o Príncipe ainda naquela manhã, sendo informado que após tomar seu próprio café ainda bem cedo, o homem disse que aguardaria no quarto até que Tsunade viesse chamá-lo para visitar Mikoto. Agradecendo pela informação, o loiro voltou a percorrer os corredores da casa, indo mais uma vez para o quarto. Dessa vez não falou nada, só puxou a madeira, a fazendo deslizar sobre o trilho. O lugar não era de nada diferente de onde ficara. A luz amarela do sol que entrava pelo shoji aberto parecia deixar o ambiente ainda mais confortável, mesmo que a figura de cabelos negros sentado na varanda parecesse deslocado.

 

Sasuke notou a chegada de Naruto, mas preferiu não se manifestar nem quando ele se colocou do seu lado. Continuou sentado quieto na varanda, do mesmo modo que tinha feito no dia anterior, fazia pouco tempo que amanhecera e pelo o que vira ainda não estava no horário de trocar de turno na vigilância do prédio. Na mão estava um grande pergaminho, cheio de nomes como resultado da noite em claro.

 

— Mebuki-sama falou-me que está esperando para ser chamado até sua okaa-san.  - o olhar do amigo percorreu sua face, mas Sasuke manteve-se o mais impassível que poderia - Mas algo me diz que não é por isso que está esperando aqui.

 

As duas pedras negras moveram-se lentamente para o lado, às vezes a capacidade de percepção que Naruto tinha para sua intenções eram úteis, principalmente quando estavam em um campo de batalha, ou negociação. Nos outros momentos chegava a ser irritante. Logicamente os anos o fizeram transparente para o amigo, tanto quanto ele era para si, porém enquanto o outro fazia questão de deixar seus pensamentos as claras em qualquer oportunidade que pudesse, sua mente ele preferia preservar, para que assim nem seu melhor amigo fosse capaz de entendê-lo totalmente.

 

— Aguarde Kakashi.

— Teria alguma coisa a ver com este pergaminho em sua mão?

— Isto não lhe interessa, Naruto.

 

Ouviu um bufar e resmungos baixos, preferindo ignorar para focar sua atenção nas discretas figuras que saíam furtivamente dos arredores do prédio. Era tão rápido, que só tinha certeza que uma troca de turno estava sendo feita pois Kakashi saía devagar, caminhando calmo em direção a casa. Assim que reconheceu a figura de cabelos prateados, Naruto acenou brevemente chamando sua atenção, os olhos cansados voltaram-se para a dupla, notando nos olhos negros uma certa ânsia por sua presença. A madeira rangeu assim que apoiou seu peso, fazendo uma melodia desagradável a cada passo dado na varanda. Assim que se aproximou de seus alunos estes curvaram as cabeças, um sinal de respeito aprendido ainda na infância, sempre sendo seguido pela reverência do mais velho.

 

— Algum imprevisto durante a noite, Kakashi?

— Nenhum, Príncipe Sasuke.

— Não houve nem mesmo algum desentendimento com os Haruno? - a pergunta precisa fez Kakashi sorrir levemente. Passara a noite tentando entender o porquê de ter sido observado por Sasuke no dia anterior quando foi assumir seu posto, e com aquilo a dúvida era sanada.

— Devo-lhe ser sincero. A princípio não confiei muito na tática adotada por Haruno Sakura, confesso que a questionei de certo modo na frente de seus subordinados, mas ela soube ter sensatez que poucas vezes encontramos em uma mulher. Explicou sua decisão com palavras curtas, porém não como se quisesse justificar-se, apenas explicar a situação para que me passasse mais segurança.

— Que tipo de tática você se refere?

— Ela optou por deixar dois guerreiros do seu grupo dentro do quarto da Imperatriz, colocando-me como vigia do corredor, tentei argumentar explicando que era provável que manter-me no quarto daria mais tranquilidade a você sobre a segurança de sua okaa-san. Mas aparentemente os dois guerreiros foram escolhidos por terem conhecimentos na arte da cura, e que caso alguma invasão ocorresse durante a madrugada eu deveria acompanhá-los até um esconderijo. O mesmo em que vocês seriam levados pelos membros da Shapu que estão fazendo a segurança desta casa.

 

A boca fina contraiu enquanto ouvia o plano, era uma tática pouco usual, porém ardilosa e eficaz caso uma situação assim surgisse. Garantia a segurança, e se a informação de que estes guerreiros também são curandeiros fosse verdadeira, também a saúde de sua mãe. O que incomodou foi a notícia de que também estavam sendo resguardados, pois não notara sequer uma presença durante a noite.

 

— Este me parece ser um bom plano. - Naruto comentou, os braços cruzados e o olhar fixo na madeira mostrava que estava trabalhando para analisar a situação, ainda que estratégia não fosse sua maior habilidade. - Até mesmo eu posso ver isso.

— Não podemos negar que é. Depois que o grupo se dispersou para tomar seus postos, Sakura deixou claro que compreendia nossa desconfiança, dada a nossa situação, e que se sentisse melhor, o próprio Príncipe teria a liberdade de mudar o que lhe desagradasse. Porém pediu confiança em suas decisões, pois era quem conhecia as habilidades do seu grupo.

 

Deixou as pálpebras caírem, repassando as palavras de seu sensei, como aprendeu com seu pai. Analisou minuciosamente procurando algum outro sentido por trás delas, entretanto ao que parecia, Haruno Sakura tinha qualidades como líder, o que somente aumentava suas dúvidas sobre o futuro daquele povo. Ainda não acreditava que a melhor opção seria uma mulher assumir o liderança de um clã, afinal não haveria quem carregaria o nome da família pelas futuras gerações, mas aparentemente eles também não eram loucos por cogitar esta opção.

 

— Quero que se mantenham observando o comportamento da família, especialmente de Haruno Sakura. Qualquer deslize cometido que mereça atenção deve ser dito a mim.

— Os Haruno tem se mostrado bastante prestativos, Sasuke. Tem certeza que esta é uma boa decisão? - o semblante de Naruto estava perturbado ao fazer a pergunta, aquela era uma situação estressante para alguém como ele, que tendia a confiar nas pessoas com mais facilidade, mas algo na postura de Kakashi mostrava que aquela era o melhor a se fazer.

— Hai.

 

Duas leves batidas na porta chamaram a atenção, três pares de olhos viraram-se para o painel sendo arrastado, dando visão as esmeraldas de Tetsuo. Por breves segundos temeu que o garoto tivesse escutado alguma coisa. Garantia-se no tom baixo da conversa para manter a sigilosidade do que discutia, todavia sabia que mesmo sem ter escutado uma palavra sequer, os movimentos daquelas íris mostravam uma desconfiança tomando forma.

 

— Uchiha-sama, venho lhe informar que já pode ver a Imperatriz-san.


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Notas finais do capítulo

Olha aí, esse Sasuke tá que tá, e essa Sakura continua toda divosa! Até o próximo capítulo.



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