A vida é como café sem açúcar, cada um adoça ao seu gosto...

Mas ainda há quem prefira amargo.

...

Entraram na sala da Dr. Haruno e lá estava ela com seu cabelo preso em um coque e o jaleco branco impecavelmente limpo e bem passado, ela sorriu quando avistou a ruiva e a morena.

Sakura: - O que está acontecendo Karin?

Karin: - Eu preciso fazer um exame.

Sakura: - De rotina?

Hinata: - Sakura a Karin acha que é soropositivo. – disse sem rodeios fazendo as duas mulheres arregalarem os olhos com sua indelicadeza. – O que não me olhem assim, o quanto antes ela souber o resultado melhor é.

Sakura balançou a cabeça e suspirou, escreveu algo em um papel e entregou a Karin. – Vá até a sala no fim do corredor á direita e entregue isso ao enfermeiro que estiver lá. Ele vai tirar seu sangue e encaminha ló para o laboratório. – disse sorrindo para Karin que pegou o papel apreensiva, saiu deixando Hinata a esperando na sala da rosada.

Hinata: - Espero que esse exame de negativo.

Sakura: - Você não quer aproveitar e fazer também? – disse debochando da Hyuuga.

Hinata: - Não, eu me cuido Haruno. – disse fazendo bico, mas uma lâmpada se ascendeu em sua mente, ela tomava cuidado quando dormia com alguém – as poucas vezes acontecia— mas havia uma noite da qual ela não se lembrava, uma noite que passou com Naruto, corou violentamente, afinal acabara de dizer uma meia verdade. Mas ele não era doente e ela tinha certeza disso ele sempre se cuidou quando era jovem, passou muito anos casado e dormindo com a mesma mulher e Hinata sabia Shion poderia ter todos os defeitos, mas se entregara apenas a Naruto.

Sakura: - Com quem você dormiu e não sabe se preveniu ou não? – perguntou vendo Hinata corar e pensar muito, conhecia muito bem a mulher para saber que ela estava tendo um conflito interno sobre sua meia verdade contada.

Hinata: - Eu não... não... quê? Como você sabe? – perguntou derrotada.

Sakura: - Te conheço muito bem Hinata Hyuuga. Vamos conte logo? – perguntou curiosa, sabia que Hinata dormia com alguém ás vezes, afinal ela é uma mulher e tem necessidades.

Hinata: - Não vou lhe contar nada Sakura, não tenho nada a declarar. – disse olhando para o teto ignorando o olhar fuzilador da mulher a sua frente.

Sakura: - Você não pode fazer isso, eu estou grávida Hinata.

Hinata: - E? – disse dando de ombro, Karin entrou na sala olhando para Sakura e Hinata sem entender o porquê do clima entre as duas.

Karin: - Vocês estão bem?

As duas assentiram conversaram sobre a possibilidade de Karin estar doente e sobre o tratamento, o exame de Karin estaria pronto e que ela poderia esperar em sua sala ou ir para casa.

...

Madara estacionou o carro em frente ao orfanato, era uma imensa casa de estrutura antigas, janelas de madeira as paredes escuras pelo desgaste do tempo, uma casa construída no século passado, o portão cinza de grades e pontas em formato de espada em sua ponta descascado e enferrujado, Sasuke tocou a campainha que era a única coisa que parecia ser moderna ali, algum tempo depois uma mulher alta e magra veio correndo, os cabelos grisalho amarrados em um rabo de cabelo, as rugas mostravam o quanto a mulher viverá e quanto de experiência poderia passar adiante.

— Posso ajudar?

— Sim, estamos procurando uma criança. – disse Neji.

— Oh sim. - ela disse abrindo o portão para eles entrarem. - Vocês pretendem adotar? - perguntou esperançosa pelas crianças.

Neji: - Infelizmente não, estamos procurando uma criança que desapareceu.

— Recentemente? - perguntou a mulher.

Sasuke: - Não, na verdade faz dez anos que, mas acontece que na época a criança foi dada como morta.

Madara: - Seu nome é?

— Me desculpe, meu nome é Nora. - ela disse, Neji, Sasuke e Madara se apresentaram para a mulher. - Prazer em conhece lós.

Madara: - A senhora Nora poderia nos deixar ver as crianças?

Nora: - Claro, venham comigo, agora eles estão todos no refeitório tomando café da manhã. - disse caminhando seguida pelos três homens, eles subiram as escadas e entraram no imenso casarão, por dentro era bem pintada e conservada e limpa, o piso de madeira brilhava. Passaram por uma sala onde continham alguns brinquedos, outra sala com televisão e colchonete, e passaram pelos quartos, vários deles com beliches.

Sasuke suspirou era um local confortável, mas era um lugar triste onde crianças eram abandonadas sem carinho, sem amor ou remorso do vazio que deixariam em suas vidas. Não entendia como alguém poderia abandonar um filho, Sakura carregava o seu da qual não sabia se era homem ou mulher, mas já o amava de uma maneira que não conseguia mais imaginar sua vida e a da Sakura sem o filho. Chegaram ao refeitório, muitas crianças comiam bolacha e bebiam leite em uma cabeça de alumínio. Crianças de todas as raças e idades e tamanho, Sasuke sentiu um vazio um aperto no peito.

Nora: - Você está bem rapaz? - perguntou notando o olhar vago e marejado do moreno.

Sasuke: - Não sei, não consigo imaginar como alguém consegue abandonar essas crianças. - disse tentando conter o choro, nunca imaginou que um local assim pudesse mexer tanto com seus sentimentos. Neji e Madara nada disseram apenas observaram Sasuke e seus sentimentos pela primeira vez nítidos como água cristalina, eles sabiam que para algumas pessoas não era fácil enfrentar tal drama.

Nora: - Eu também não sei, e posso te garantir uma coisa senhor Sasuke seu filho será muito amado e você será um excelente pai.

Sasuke: - Obrigado. - disse olhando para as crianças, eram tantas e todas elas olhavam para eles curiosas.

Nora: - Vocês podem ficar á vontade. Espero que encontrem a criança que procuram.

Sasuke: - Também, a mãe dessa criança sofre tanto por acha que está morta. – olhava as crianças. Nora assentiu desejando que a criança que eles procuravam estivesse ali no meio para que pelo menos uma conseguisse o amor e carinho de uma família.

Madara: - Bom dia crianças. - disse sorrindo.

— Bom dia. - todas disseram em uníssono, um coro ensaiado não sairia tão belo quanto aquele “bom dia”. Neji foi até o carro junto de Sasuke e pegaram algumas coisas.

Neji: - Crianças, trouxemos presentes, mas vocês precisam terminar o café da manhã. Iremos esperar vocês na sala de brinquedo. - disse e eles foram para a sala de brinquedo. Nora levou as crianças após o café, todas se sentaram no chão frente aos três, Madara se sentou no chão seguido pelos outros dois.

Madara: - Quando eu for levantar vou precisar de ajuda. - disse e as crianças riram.

Sasuke percebeu um garoto entre as crianças, tinha que ser ele. Madara entregou os brinquedos que comprara para cada um e o sorriso no rosto demonstravam a alegria que sentia, as crianças conversaram entre si.

...

Hinata estava angustiada, por que se sentia daquela forma. Algo ruim estava para acontecer, mandou esses pensamentos para longe se convencendo de que era apenas uma sensação ruim nada mais.

Ela começava a ter algumas lembranças da noite anterior, eram flashes que a faziam ficar arrepiada. Nos flashes ela se via arranhando o peitoral de Naruto, o sentia tocando seu corpo. Eram flashes tão vivos que ela podia jurar estar sentindo ele toca lá, havia sido uma noite e tanto, uma noite da qual Hinata só tinha pequenos flashes. Sabia que não deveria ter dormido com ele, mas se tinha feito não custava se lembrar. Suspirou - Será que ele está tendo esses flashes também?— ficou envergonhada e se ele lembrasse que ela o unhou, a merda já ta feita. Terminou de tomar o café que já estava frio na caneca, fez careca.

Horrível.

A campainha tocou, ela foi até a porta e a abriu e não havia ninguém, olhou no chão e pegou o envelope que estava jogado. Não era conta, não tinha remetente nem nada escrito, voltou para dentro e abriu o envelope se sentando no sofá.

"Eles precisam parar Hinata Hyuuga, eu não estou brincando.”

Leu e releu, achou estranho, a sensação ruim voltou com força - alguém quer brincar comigo— era o que pensava, ficou com medo. Guardou o papel e envelope, aquilo parecia uma ameaça - Mas do que se tratava? Mandar quem parar? Parar o que? — eram essas perguntas que rodeavam sua mente.

Decidiu que precisava distrair a cabeça, mas não queria sair de casa, ela foi para o quarto tentar dormir e quem sabe a sensação ruim passasse. Lembrou se de Karin, a ruiva não quis esperar o resultado preferiu ir trabalhar e depois buscaria o exame com Sakura, Hinata desejava de verdade que desse negativo aquele exame. Karin não merecia passar por isso por mais que fosse sem juízo não era justo com ela e nem com ninguém.

...

Sasuke: - Neji olha aquele garoto ali conversando com aquela loirinha de azul. - disse e Neji procurou as crianças com os olhos e as encontrou, o garoto era igual ao Naruto, mas os fios eram negros azulados como os de Hinata.

— É ele!

Neji perguntou o nome dele para Nora.

Nora: - Menma venha aqui. - disse chamando a atenção do garoto, que arreganhou os dentes sem graça coçando a cabeça.

— Não fui eu, eu juro. - ele disse se aproximando recebendo risinhos dos outros. Provavelmente ele era bagunceiro.

Nora: - Você não fez nada, esses homens querem conversar com você. - disse levando o menino para outra sala mais reservada.

Neji: - Nora a quanto tempo esse menino está aqui?

Nora: - Há mais ou menos nove anos. Ele veio para cá, eu acredito que ele tinha acabado de nascer, pois ainda estava sujo de sangue...

Neji: - A senhora sabe quem o trouxe?

Nora: - Infelizmente não, ele foi deixado na porta enrolado em uma manta com um símbolo diferente.

Neji: - Posso ver essa manta?

— Claro, vou busca lá. Senhor Neji, tem uma mulher que liga perguntando dele, eu sempre achei que fosse a mãe dele, porém ela nunca se identificou. - ela disse e saiu, Menma estava brincando com Sasuke e Madara.

Sasuke: - Hei garoto você gosta de morar aqui?

— Gosto, Nora é muito legal e carinhosa e tem a outra mulher que vem me ver no portão. – disse e sussurrou a última parte.

Madara: - Uma mulher?

— É... ela tem o cabelo branco e um olho bonito. - disse o menino com a voz suave.

Sasuke: - Ela deve gostar de você.

— Sim ela é minha amiga. Ela me disse uma vez que eu não posso conhecer a minha mãe...  disse que é perigoso. - ele disse pensativo, mas ele não entendia por que era perigoso, Menma estava se abrindo para Madara e Sasuke de uma maneira estranha para o menino, ele nunca havia sentido confiança em alguém nem mesmo em Nora para falar da mulher que o visitava sem ninguém saber.

Sasuke: - Ela deve ter dito para brincar com você, mas quem sabe algum dia você não conhece a sua mãe. – o menino deu de ombros.

— Eu sonho com ela... com minha mãe.  – ele sussurrou para Sasuke, Menma sussurrou seu maior segredo. O moreno sorriu.

Sasuke: - Como você imagina sua mãe?

— Nos meus sonhos ela tem o cabelo enorme e escuro, um sorriso doce e cheio de carinho, quando ela me abraça eu sinto que posso voar, mas eu não consigo ver seu rosto além do sorriso. - disse Menma triste, queria ter uma doce ilusão de como seria sua mãe.

Sasuke sorriu mais, o laço dele com Hinata o fazia sonhar com o sorriso que ela já não dava. Nora voltou e entregou a manta para Neji que aumentou o sorriso, Sasuke olhou para ele quando a manta foi aberta e lá estava o símbolo bordado do clã Hyuuga.

Sasuke e Neji se afastaram do garoto que conversava com Madara e agora com Nora.

Sasuke: - Neji temos que tirar esse garoto daqui.

Neji: - Temos que conversar com Hinata e com Naruto.

Sasuke: - Tem alguém o vigiando, ele me disse que uma mulher falou que ele não poderia conhecer a mãe, pois era perigoso. - disse e Neji arregalou os olhos surpreso. - Menma é apenas uma criança e confia nessa mulher, ele vai contar que estivemos aqui. - Neji pensou no que poderia fazer. Agora ambos tinham certeza o ataque tinha algo relacionado ao garoto.

— Sasuke não podemos tira ló daqui sem ordem judicial.

Sasuke: - Mas podemos convencer Nora a deixarmos leva ló para proteção dele.

Neji: - Onde ele vai ficar?

Madara: - Na minha casa, eu sou o único que vive no distrito Uchiha desde que todos foram embora.

Nora: - Vocês podem me dizer o que está acontecendo? – disse mandando o menino ir brincar no pátio.

Madara: - Eu gostaria de levar o menino para passar um fim de semana na minha casa, eu posso?

Nora: - Sinto muito senhor, mas as crianças só saem daqui com ordem judicial. Você teria que adota ló.

Sasuke: - E se eu disser que ele corre perigo aqui. - Nora ficou surpresa.

Nora: - Perigo?

Neji: - Tentaram mata ló a anos atrás, mas não conseguiram então o separaram da mãe.

Nora: - É loucura isso.

Madara: - A senhora sabe que tem uma mulher que conversa com ele?

— É verdade tia Nora, uma mulher sempre chama o Menma no portão na hora que vamos para o jardim... ela ta lá com ele agora. - disse uma menina de cabelos castanhos chocolate, Nora saiu correndo em direção ao portão. Eles olharam pela janela e viram Kaguya.

Algum tempo depois Menma e Nora entraram na sala, Menma chorava.

Sasuke: - O que aconteceu Menma?

— A tia Nora assustou a minha amiga, ela fugiu com raiva de mim... - disse o garoto chorando.

Nora: - Ela o ameaçou. – ela sussurrou assustada e temerosa.

Madara: - Hei pequeno que tal passar uns dias comigo na minha casa, posso te levar para conhecer lugares legais. – disse e os olhos azuis safiras do garoto brilharam em expectativa.

— Ti-ti-a Nora eu-eu po-posso? - disse gaguejando, Neji e Sasuke riram. Ele herdou a gagueira de Hinata, o menino ficou vermelho, pois sabia que estavam rindo dele, Neji gargalhou ao vê ló vermelho igual Hinata a anos atrás.

Nora: - Claro... mas vocês sabem o que devem fazer.

Neji: - Vamos recorrer a guarda assim que contarmos a mãe e o pai dele que ele está vivo. - disse somente para Nora ouvir, ela sorriu, queria que o garoto ficasse bem. O garoto arrumou o pouco de roupa que tinha em uma mochila e entrou no carro junto de Sasuke, Neji e Madara, eles voltaram para Konoha.

...

Um carro estacionou frente a um imenso portão cinza enferrujado, um homem de terno o abriu, o carro entrou fazendo o caminho até a porta de entrada, o jardim cheio de mato mal cuidado, a mansão antiga de cores claras e manchada pelo tempo e por mofo. O automóvel parou e um homem de terno desceu do banco do motorista e abriu a porta do passageiro. Uma mulher desceu e caminhou para a entrada da casa, seu rosto demonstrava puro ódio e raiva.

— EU QUERO AQUELE GAROTO MORTO. - gritou abrindo a porta com tudo e os dois homens sentados no sofá a olharam assustados.

— Calma, não pode mata ló ainda. - disse um homem de cabelos castanhos e olhos Hyuuga.

— Hideki esse garoto deveria ter morrido a anos atrás, Neji e Sasuke o encontraram. - rosnou a mulher para o homem.

Hideki: - O que?

— Você ouviu bem, EU VOU MATAR AQUELE GAROTO E QUEM SE METER NO MEU CAMINHO JÁ ESPEREI DEMAIS E NÃO VOU DEIXAR ESTRAGAREM MEUS PLANOS. - ela gritou enfurecida.

Dois capangas apareceram ela olhou para eles com um sorriso nos lábios. - Quero que matem esse garoto e destruam esse orfanato. - disse entregando uma foto e o endereço para os dois homens que saíram logo em seguida.

Em sua mente ela queria colocar fim na vida de Menma, não deixaria que aquelas crianças colocassem fim em sua vingança. Ela só lamentava Hiashi não estar vivo para ver a gloriosa volta por cima de Kaguya.

 - Seria tão diferente se Hinata fosse minha filha, mas você Hiashi não quis nem me dar um filho seu. - murmurou se olhando no espelho, a amargura de ter sido trocada ainda a corria, Hinata poderia ser sua filha, mas não, a garota era filha de sua rival, Kaguya odiava Hinata por ser tão parecida com sua mãe, odiava Hiashi por te lá trocado. Por isso ela fez o que fez para destruir o clã Hyuuga.

...

Karin andou a passos apressados rumo á saída do hospital, estava com o resultado de seu exame nas mãos, mas não tinha coragem de abri ló. Precisava da coragem de Hinata para xinga lá ou para abrir por ela e jogar o resultado em sua cara.

Hinata provavelmente a chamaria de covarde e tudo mais, mas e daí, era isso mesmo que estava sendo uma grande covarde, com medo de abrir um exame que poderia mudar para sempre sua vida e principalmente sua saúde que era o que mais temia. Quando se deu conta já estava frente a casa de Hinata, desceu do carro e nem sabia quando havia entrado nele, bateu na porta se esquecendo da campainha.

Hinata abriu a porta algum tempo depois e encarou Karin.

— Qual foi o resultado?

Karin: - Não o abrir.

Hinata: - Não seja covarde Karin, é só um exame... você tem que ser forte e corajosa. Me de esse exame aqui. – pegou o envelope das mãos de Karin e entrou sendo seguida pela ruiva que fechou a porta atrás de si. Hinata abriu o envelope e leu atentamente, vez ou outra ela olhava de soslaio para a ruiva que estava branca e suava batendo os pés freneticamente no chão olhando atentamente para a reação de Hinata.

Hinata: - Karin... você tem cuidar muito da sua saúde a partir de agora.

Karin: - Eu... – não conseguia formular nenhuma frase, o coração acelerou teria um ataque cardíaco a qualquer momento - estava doente? - não, não era justo. As lágrimas começaram a arder sua visão. – Hinata, eu- eu estou mesmo com aids?

Hinata: - Karin, eu sinto muito... mas sua irresponsabilidade... – o olhar perola encarou a face seria e pálida de Karin. – Não gerou em nada, sua saúde está ótima. Agora você tem que cuidar mais da sua saúde para não passar por isso de novo. – sorriu debochada e jogou o papel na cara da ruiva, Karin abriu a boca e depois trincou a mandíbula sem acreditar que Hinata quase fez com que ela tivesse um ataque.

Karin: - ESTA LOUCA HINATA, EU QUASE TIVE UM ATAQUE... SUA VACA... – suspirou aliviada começando a chorar. – Eu não estou doente? Hina diga a verdade... por favor...

Hinata: - Você não está doente! – apontou para o papel, a ruiva o pegou e o leu.

Karin: - Hinata sua vadia, quase me matou... eu vou matar você... Ah! obrigada Hina... – abraçou a morena que sorriu sem reação, Karin era um misto de emoção, um misto de várias coisas por isso Hinata adorava sua companhia.

Hinata: - Chega Karin, vem vamos tomar um café para comemorar sua saúde.

Karin: - Você está tomando muito café... vai viciar...

Hinata: - Acho que já viciei, não consigo mais parar... e outra Karin... café é vida. – debochou, mas estava mesmo apaixonada por café, talvez pelo fato de que tudo que fazia estava com uma caneca cheia do glorioso liquido negro que relaxava seu corpo, mas Hinata não gostava de café com leite e nem com nada, era apenas o café puro, amargo e maravilhoso.

...

Naruto estava fuçando nas coisas em seu quarto, eram tantas coisas que sua amada mãe conservou, como se ela soubesse que ele voltaria, sorriu.

Seus materiais escolares estavam junto de uma pasta cheia de fotografias, fotos suas e de seus amigos na escola, era uma nostalgia olhar cada foto que gravara os momentos felizes daqueles jovens.

Em uma das fotografias, eles estavam todos a beira de um penhasco com os braços abertos, Hinata sorria timidamente, Sakura estava no ar pulando, Sasuke estava mal humorado, Neji sorria de canto, Shion e Tenten faziam caretas enquanto Ino mandava beijo para câmera de cima do ombro de Shikamaru e Gaara sorria olhava indignado a turma e o loiro estava ajoelhado no meio deles na frente de Hinata, Shion e Tenten. Sorriu aquele dia havia sido muito bom.

Flashback

Eles chegaram ao fim da caminhada, jogaram as mochilas em um canto e foram admirar a vista perfeita daquele penhasco.

Ino: - EU NÃO CHEGO PERTO DISSO. — gritou afoita indo para trás, Hinata parou ao lado dela indignada com o medo de Ino.

Hinata: - Acalme se Ino, ninguém vai cometer suicídio ou homicídio. — zombou da amiga e todos riram deixando Hinata corada, pois não imaginou que todos prestavam atenção nelas.

Sakura: - Isso mesmo porca é só um buraco muito alto que se alguém cair morre, nada de mais.

Ino: - Nossa como você me motiva testuda! — disse fazendo careca a rosada soltou uma gargalhada. Ino foi suspendida por Shikamaru e levada até a beira do penhasco, a loira se agarrou ao pescoço do preguiçoso. — AAAAAH SHIKAMARU FILHO DA PUTA... ME SOLTA, NÃO PERA, NÃO ME SOLTA POR FAVOR... — gritava sem se importa com as risadas, estava morrendo de medo e aquele corno encubado ainda fazia isso com ela.

Shikamaru: - Você é problemática Ino. — disse a colocando de pé, ela ficou próxima ao moreno olhando nos olhos deles e ele viu os olhos azuis safiras marejados, pelo medo. Ela deu um tapa nele e saiu bufando ficando longe  do penhasco. Hinata sentou em uma pedra observando e fotografando o céu e a vista a sua frente, Naruto a observou por longos instantes até perceber que Shion o fuzilava com os olhos.

— Hei Hina, por que das fotografias? — perguntou Tenten.

— É para Hanabi ver o quanto aqui é lindo, ela queria vir, mas não pode... — disse olhando para o nada a sua frente, Hinata naquele momento só desejava que Hanabi estivesse ao seu lado para contemplar a criação de Deus.

Eles montaram barracas e ascenderam uma fogueira, passaram a noite ali enrolados em cobertores enquanto Naruto tocava e cantava junto de Hinata e todos ouviam curtindo aquele momento tão bom entre amigos.

Flashback

Mas Hanabi nunca viu as fotografias, o filme da câmera de Hinata sumiu em meio a caminhada de volta, agora Naruto enxergava que ela não era estúpida para perder algo que mostraria a irmã. Hinata podia ter todos os defeitos, mas nunca o desleixo faria parte dessa lista ainda mais em algo que seria entregue a Hanabi.

A culpa pelo sumiço do filme tinha um nome e um sorriso malicioso e incrivelmente alegre, Shion Uzumaki.

Continuou sua busca por coisas sem sentido, continuou a olhando suas coisas de quando era adolescente e só conseguia pensar em uma palavra para suas coisas – Idiota — era exatamente isso que Naruto Uzumaki era, um perfeito idiota, gargalhou com as coisas estúpidas que tinha, mas algo lhe chamou a atenção, em meio a fotos e rabiscos em papeis havia uma pasta azul com um coração colado na capa, o pegou e o abriu e sentiu o coração falhar uma batida.

Ali estava uma canção, não que ele tivesse talento para ser cantor, mas sua voz também não era ruim e por vezes conquistava as garotas cantando músicas a elas, mas a música a sua frente ele havia composto para uma única mulher, mas essa nunca chegou a ouvi lá.

Levantou e procurou o violão em suas coisas, não o encontrou caminhou até a cozinha atrás de sua mãe, e lá estava Ino, Sai conversando com sua mãe animadamente.

— Olá – disse Naruto chamando atenção de todos para si.

— Oi. – Ino e Sai disseram em uníssono.

Naruto: - Mãe onde está o violão?

Kushina: - Acho que seu pai o colocou no sótão, por quê?

Naruto: - Preciso dele. – disse indo buscar o instrumento que queria. Ino e Kushina se entre olharam e foram atrás dele, Sai foi para o trabalho depois de se despedir de ambas as mulheres. Quando as duas chegaram ao quarto de Naruto, ele já estava com o violão nas mãos e tocava e cantava uma melodia tão linda e apaixonada. Elas ouviram Naruto cantar a música e ficaram ali olhando o homem que após tocar a ultima nota finalizando a canção suspirou tristemente.

Ino: - Que canção linda, você quem compôs? – ele assentiu olhando ainda para a pasta com a música, sua caligrafia estava tão caprichada. – Ela teria ficado muito feliz se soubesse que compôs uma música para ela. – por um momento Naruto achou que Ino falava de Shion, mas quando seus olhos encontraram os olhos azuis da sua irmã ele teve certeza , Ino sabia quem era a sua inspiração para aquela música. – Deveria mostrar a ela. – ela apenas moveu os lábios sem que a mãe notasse e ele abaixou o rosto e sorriu de canto.

...