If I Could Change Your Mind escrita por Maria Fernanda


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, pretendo atualizar toda semana ♥



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–Atena me escuta, por favor! – Romero grita saindo do quarto e indo em direção a sala, onde Atena, de forma sensual, andava até a geladeira.

–Não adianta, vou cumprir essa missão, você querendo OU NÃO! Até porque, eu não te devo satisfações, Romerinho – Responde abrindo a garrafa de vodca.

Ele a encara com raiva. O que Romero sentia por Atena não era apenas um simples e desprezível ódio, o que ele sentia por ela era algo além do amor, algo que podia quebrar fronteiras, acabar com guerras e causar a paz mundial. Quando estava com ela, Romero sentia-se como se tudo no mundo estivesse parado, como se só estivessem os dois. Mas ele não admitia isso, ás vezes o ódio encobria seu sentimento bom por ela e o fazia detestá-la.

–Você não vai! Tá me escutando bem ou a vadia está meio surda? – Pergunta indo até ela e segurando seu braço com força. Ela morde os lábios.

–Romero, entende uma coisa: você disse que me amou e quando descobriu que eu estava te roubando me odiou, normal? Totalmente. Agora você vem ameaçando me matar a séculos e poupou minha vida! Transamos pra você ficar com sua cobertura, mas, infelizmente, não temos nada além do que tínhamos desde o início! – Solta seu braço das mãos de Romero.

–Ah é? E o que nós tínhamos no início? – Pergunta cruzando os braços.

–Sexo – Sorri para ele cínica.

–Cínica – Xinga.

–Cachorro! – Responde cruzando os braços.

–Ok, se é assim, pode ir, mas também não volta mais! Transa com esse “delegato” e aproveita pra ficar por lá, mesmo! – Romero não percebeu as besteiras que saíram de sua boca na hora.

–Vou fazer um favor e atender sua vontade agora mesmo! Quando estiver pobre e sem ninguém que te ame de verdade, espero que sinta as consequências de ter expulsado a Ateninha aqui da cobertura – Saí em direção ao quarto, puxando uma mala e enfiam todas as suas roupas dentro da mesma com raiva.

Ela estava com muita raiva e de vez em quando bufava ao sentir a presença de Romero no quarto. “Para, Atena, você não pode ir embora” pensa Romero sentindo a dor e o arrependimento o invadirem.

–Atena! – Grita chegando mais perto.

Atena não faz questão de responder. Ela sente uma lágrima escorrer de seu rosto e passa a mão nele com a intenção de secá-la.

–Fala comigo... – Ele tenta contato novamente.

Sem resposta.

Com arrependimento o ex-vereador segura o braços da “ladra” e imobiliza seu corpo, fazendo-a soltar uma das peças de roupa presentes em sua mão.

–Dessa vez você querendo ou não, eu vou embora – Coloca a última peça de roupa na mala e fecha.

Vira-se em direção a Romero e o encara triste. Vai em direção a porta e chama o elevador no hall de entrada. O ex-vereador demora um tempo para processar o acontecido e fica sem reação a atitude da amada.

–Você vai me escutar! – Grita entrando no hall e batendo a porta da casa.

Ele percebe as lágrimas saindo dos olhos da amada e a vira para ele, segurando seu rosto com as duas mãos ele limpa as lágrimas que escorriam pela bela face de Atena.

–Não vai – Ele sussurra.

–Você acha que eu quero mesmo ir? – Ele não responde – Mas eu cansei de ser trouxa, eu te amei muito Romero, desde o dia em que você disse que me amava e eu me tranquei no banheiro. Eu ignorei todos os avisos da Sueli sobre estarmos apaixonados, mas o que eu podia fazer agora? Você já me odiava, eu já tinha te roubado e... – Soluça e deixa cair mais algumas lágrimas – e... E agora tudo o que eu tenho é um homem que eu acredito que me ama, que age em alguns momentos como se me amasse, mas que finge me odiar. Eu já entendi que sou um nada para você, Romero.

–Tá terminando comigo? – Pergunta sem perceber que agia como se fossem namorados.

–Nunca tivemos nada, seu idiota – Responde tirando as mãos dele de seu rosto.

–Atena...

O elevador chega e ela entra dando as costas para o “comunistinha” que tanto ama.

–Não me procura mais, só se dirija a mim em encontros com a facção, eu espero que sua morte seja lenta e dolorida ao lado da favelada, seu cachorro – Fala abaixando a cabeça e ouvindo as portas do elevador se fecharem, aos poucos, deixando um Romero perplexo no hall da cobertura.

Na cobertura, Romero pensava nos momentos bons que havia vivido com Atena, nos momentos em que tinha sonhado com ela acordado. Da vez em que falou da beleza extrema da mulher para Ascânio e da vez que ela se apresentará para ele no bar. Foram alguns dos melhores momentos da vida de Romero e ele ainda estava em choque com o que havia acontecido.

Bate a cabeça na parede do Hall de entrada e deixa as lágrimas escaparem. Entra em casa meio tonto e deprimido, logo pegando uma garrafa de whisky. Bebe tudo em alguns goles e se sente mais tonto do que antes.

Na saída do prédio, Atena chama um táxi e enquanto espera pensa, assim como Romero, nos momentos em que o casal viveu junto. As últimas palavras ditas pela loira não saiam de sua cabeça: “Não me procura mais, só se dirija a mim em encontros com a facção, eu espero que sua morte seja lenta e dolorida ao lado da favelada, seu cachorro”.

–Por que eu falei aquilo? Atena por que você falou aquilo? – Suspira com os olhos lacrimejados.

A loira pega o telefone e checa as mensagens, pensando ter alguma coisa de seu comunistinha. Percebe que depois da morte de Sueli, ninguém iria aceitá-la na pensão, ou seja, não tinha lugar para morar, ficar, passar uma estadia, seja lá o que ela estivesse vivendo. Passa os olhos pela lista de contato e encontra o número de uma amiga de infância, resolve ligar.

Chama uma, duas e no terceiro toque ela atende.

–Alô, quem fala? – A voz doce atende do outro lado da linha.

–Alô, Maria? É a Atena – Diz tentando fazer a mulher a reconhecer.

–ATENA, MININA ONDE TU ANDA? – Grita com felicidade demais.

–Amiga, eu te explico tudo, mas primeiro me diz se você tá no Rio de Janeiro – Atena responde manhosa e sem nenhuma animação na voz.

–Tô sim, miga. – Maria responde e passa o endereço para Atena.

Atena pede para que o taxista a deixasse no endereço dado pela amiga. Não era um hotel 5 estrelas, daqueles que Maria normalmente frequentava, era uma casa rustica, com grandes janelas de vidro e um jardim impecável. Desde sempre aquela menina havia sido rica, mas Atena nunca chegou a pensar que ela tinha TANTO dinheiro.

Atena aperta a campainha e a mulher loira de olhos azuis e pele branca abre a porta a envolvendo um abraço. Sem pensar muito, Atena retribui.

–Atena! Entra por favor! – Faz um gesto para que ela entrasse.

–Me, desculpa, eu não queria incomodar, Maria – Senta-se no sofá.

–Você não me incomoda, sabe que pode me contar tudo. Eu não sou meu pai, não vou te denunciar para a policia, até porque, acho que não vai querer me roubar depois de tantos anos tendo dinheiro, Ateninha – Brinca oferecendo um copo de suco para Atena, que aceita.

Passam-se algumas horas e Romero ainda estava em casa. Jogado na cama, ele não sabia o que fazer, Atena havia ido embora e ele não sabia viver sem ela. Romero coloca a primeira jaqueta que estava em seu armário e vê o vestido que ela usara no primeiro encontro deles ainda ali, passa por ele tentando conter as lágrimas e chama o elevador decidido a encontra-la.

Em sua cabeça de “idiota”, como havia dito Atena, pensa que primeiramente a loira teria ido a pensão da falecida. Ao chegar lá, encontra um Ascânio bêbado e rindo de alguma coisa aleatória.

–Ô, velho! – Grita entrando na pensão.

–Ô, meu filho. Andou aprontando muita safadeza com a Ateninha, lá? – Brinca soltando uma gargalhada.

–Você sabe onde ela está? – Fala preocupado, mudando o tom de voz.

–Vem cá, tu já tentou ligar pra ela? – Ironiza Ascânio.

–Até parece que ela vai me atender – Senta na cadeira com raiva, chutando o chão em seguida.

–Mar tu já tentou?

–Não.

Após contar toda a história para a amiga, Atena pede para ficar na casa, afinal, realmente não tinha para onde ir. Com o intuito de ajudar Atena ao máximo, Maria a hospeda em sua casa, deixando uma das suítes inteiramente para Atena.

Deveriam ser umas 21h e Atena estava deitada na cama observando o teto da imensa suíte, Maria havia saído com o namorado e ela estava entediada. Durante o dia, praticamente inteiro, não conseguiu parar de pensar em Romero, da forma como ele a beijava e até da forma como ele a chamava de Vagabunda, ela sentia falta.

O celular toca em cima do criado mudo, ela olha no visor e percebe que o número era privado, provavelmente era a facção.

–Fala, Tio – Tenta parecer o menos abatida possível com sua voz.

“Atena, precisamos de você no ‘esconderijo’, você sabe onde é”, afirma.

–Mais ou menos que horas? – Pergunta. Sendo uma mulher vaidosa, precisava de no mínimo 20 minutos para um bom banho.

“Quando o relógio badalar dez da noite, estaremos recebendo os membros aqui no ‘esconderijo’, Vitória na guerra, irmã!”

–Vitória na guerra, Tio – Responde desligando o telefone.

Vai para o banho e coloca um vestido preto frente única. Faz uma maquiagem básica, na verdade, ela faz o de sempre. Deixa um bilhete em cima do balcão da cozinha e tranca a porta de casa, pegando a chave reserva que Maria havia deixado. Nessa brincadeira, já eram quase 21h45min.

Pega o primeiro táxi para o local e sai ouvindo o barulho do salto batendo no chão de concreto do esconderijo. Passa por um corredor, o qual era preciso dizer “Vitória na guerra” a cada dez segundos... Entra no cômodo cumprimenta todos no local. Senta-se ao lado de outras duas mulheres, tão bonitas quanto ela, e, só depois, percebe que o único homem que ela não havia cumprimentado ou visto, estava sentado a sua frente.

A menina sentada a sua direita resolve se apresentar.

–Com licença – Cutuca o ombro de Atena.

–Oi! – Atena responde animada.

–Você é a Atena, né? Ouvimos muito sobre você – A menina a direita, que era ruiva, coloca com um sorriso nos lábios.

–Nossa – Atena responde surpresa.

–Meu nome é Annalu, meu pai era um bêbado que registrou errado porque era para ser Anna Luiza. Aquela ali morena do seu lado é a Sabinne, não é de muitas palavras, mas depois que a conhece fica tudo bem – Sorri Analu depois de falar.

–Como muitos de vocês já devem saber – Tio começa a falar e todos voltam sua atenção para ele – Temos uma missão bastante importante: Arrecadar informações sobre o Magnata Gregório Ditter. Para isso, a facção irá entrar infiltrada, mas nem tanto, na festa que ele irá realizar daqui a duas noites.

Romero levanta a palma da mão, Tio lhe da a palavra.

–Por que a parte do “infiltrados, mas nem tanto”? – Pergunta e a maioria da sala solta um suspiro. Atena resolve mostrar que sabia o que estava fazendo.

–Vamos nos infiltrar, não ser penetras, por isso precisamos de convites e acho que sei como arranjá-los – Diz sorridente, causando um olhar de inveja em Romero.

–Como? – Analu e Sabinne ficam curiosas.

–Eu meio que o conheço, meio que ficamos uma vez em Paris – Afirma encostando-se na cadeira.

–E meio que usou a chantagem do vídeo com ele também? – Brinca Tio.

–Talvez – Responde com uma cara brincalhona.

Ao fim da reunião, todos na sala se levantam e vão embora, ficando apenas Romero, que estava dentro da sala, e Atena, que estava na porta. Ela vai até o final o corredor, procurando por seu celular na bolsa.

–Por que tá me ignorando? – Romero pergunta bravo enquanto puxa o braço da loira com força.

–Você ainda pergunta? – Fala se desvencilhando dos braços do ex-vereador.

–Vai mesmo nessa festa? Vai mesmo transar com o delegado? Tem certeza disso Atena? – Grita com ódio do que estava sentindo.

–Como eu já disse uma vez Romero Rômulo – Fala usando o nome do comunista completo – Você só deve dirigir sua palavra a mim nas reuniões da facção, e esta aqui já acabou.

Depois disso, Atena vai embora novamente, com os saltos batendo no piso de concreto e o cabelo voando ao vento. E, mais uma vez, ela deixa um Romero deslumbrado com sua beleza e assustado com o que acabara de acontecer.


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Notas finais do capítulo

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