Before - League of Legends III escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeee voltamos!
Espero que aproveitem o (enfim) final de Before - League of Legends!



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O frio que fazia nas florestas de Freljord era entrecortado. A cada lufada de neve que o vento trazia, Heimerdinger tremia o seu pequeno corpo agasalhado tentando, em vão, gerar algum calor. Os quatro dedos enluvados de cada uma das suas mãos de yordle trabalhavam incessantemente digitando em projeções de tela dezenas de coordenadas e comandos remotos por segundo.

Tinham encurralado Viktor até ali, forçando o arauto das máquinas e o seu exército a recuarem cada vez mais. Após semanas de movimentação, finalmente não tinha mais para onde recuar. O perverso zaunita enfrentaria a justiça do Instituto ou pereceria enterrado pela brutalidade da neve Freljordiana.

“Justiça do Instituto”, Heimerdinger pensou, amargamente. O que era o Instituto senão mais uma ferramenta das Rosas Negras? Por aquele lado, ele e Viktor eram igualmente vilões. Ambos conspiravam contra as Rosas, e também uns contra os outros. O yordle lamentou a radicalidade do cientista de Zaun. Em outros tempos, ele se deixaria acreditar em algum pedaço remanescente de humanidade no rival, mas já tinha perdido muitos filhos naquela guerra para se dar ao luxo de confiar.

– Heimer, preciso de ajuda aqui! – Jayce exclamou, no exato momento em que estraçalhava um drone em pleno ar com o seu martelo de mercúrio.

O yordle despertou de sua reflexão, enviando um mini-mapa em um holograma de tela que surgiu na lente de contato especial que o defensor de Piltover estava usando. Com mais alguns ajustes, Heimerdinger conseguiu ajustar cores, colocando os pontos vermelhos na localização dos inimigos e azuis nos aliados, tudo baseado nas medidas de calor que o seu satélite registrava dali.

Ezreal, Vi e Caitlyn corriam pelo solo, mantendo uma distância entre si, mas próximos o suficiente para dar apoio uns aos outros. As rajadas de energia da manopla do explorador praticamente eliminavam qualquer drone ou ‘inseto’, como eles chamavam os robôs menores de Viktor. Pequenos infiltradores metálicos com uma pinça afiada.

O sistema de navegação em suas lentes era muito bom, pois, mesmo na velocidade em que corriam, com suas botas de mobilidade modificadas, as árvores coníferas quase não representavam um obstáculo de verdade, se resumindo a comporem a paisagem nevada da floresta.

– Eu estou vendo alguma coisa. – Malphite resmungou, de dentro da sua armadura Mecha. A leitura de calor indicava um alvo grande o suficiente para não ser um drone ou um inseto, mas pequeno o bastante para ser Viktor. Na verdade, há tempos ninguém via Viktor em pessoa.

– Tente fazer visual, eu estou chegando aí. – Jayce respondeu, pulando por cima das árvores, fazendo-as derrubar neve enquanto dava pequenas propulsões em suas botas de curto voo.

Heimerdinger não gostava muito da ideia. O combate estava fácil demais para quem estava enfrentando um adversário sem muitas opções. Onde estava a frota final de Viktor? Ainda assim, ele não se atreveu a materializar os próprios pensamentos, torcendo para que estivesse errado. Tinha se enganado tanto sobre coisas boas que talvez o universo estivesse tentando lhe retribuir com uma boa vitória.

– Você também viu isso, docinho? – Vi perguntou para Cait, quando uma sombra perpassou pelas árvores ao redor.

– Estava torcendo para que você não perguntasse. – A xerife respondeu, derrapando na neve ao parar de correr para sacar a arma das costas e tentar mirar na sombra. – Alvo na mira.

A sombra em forma de lobo rugiu em sua direção, avançando em uma velocidade incrível e se desfazendo em pó quando encostou na atiradora. Ezreal translocou-se arcanamente na direção do ocorrido, sem crer no que tinha visto.

– Aquilo foi um…? – Ele começou, antes de ser interrompido pela voz do yordle no seu comunicador.

– Insetos! – Heimerdinger se resumiu a alertar, poupando tempo. Eles não apareciam nas leituras de calor, mas suas matrizes energéticas irradiavam energia o suficiente, fazendo centenas de pontos aparecerem ao redor do trio. – Jayce, precisam da sua ajuda aqui atrás!

O defensor de Piltover parou, indeciso. Podia voltar ou seguir. De um jeito ou de outro, abandonaria os seus companheiros. A hesitação lhe custou um segundo de atenção, cobrado por um cutelo arremessado às suas costas, perfurando a sua armadura e cortando-lhe a carne.

– Mundo esmaga bonitão! – Jayce ouviu uma voz gritar extasiada, antes de começar a cair, sendo golpeado pelas folhas afiadas no caminho.

– Jayce! – Heimerdinger exclamou desesperado, assistindo a tudo pela projeção de tela conectada às lentes de Jayce. – Malphite, retorne agora!

– Não posso! – O golem de pedra rugiu, defendendo-se de um ataque de espada que, caso direcionado contra alguém de carne e osso, teria sido fatal. – Eles têm um deles, Heimerdinger! Viktor tem um cronodisplata!

O garoto de moicano branco investia contra Malphite com divertimento, tentando encontrar brechas em sua armadura e, sempre que era atingido, de alguma forma, revertia o tempo para segundos antes e então desviava do golpe. Malphite sabia que nunca teria percebido aquilo, não fosse o filtro temporal nas lentes.

Ainda assim, não estavam preparados para a magnitude daquele poder. Todos tinham ouvido durante os últimos cinco anos os relatos de Vayne e Riven sobre a batalha da Ilha de Doran. E tinham aprendido a temer o poder ilimitado de um cronodisplata. Infelizmente, suas fileiras não contavam mais com Brandon ou Zilean.

– Qual é o problema? Quer que eu desacelere? – O jovem cronodisplata zombou, fazendo saírem faíscas da couraça de ferro que cobria o monólito vivo.

Heimerdinger buscava, em vão, por uma solução em seu vasto e genial cérebro, encontrando apenas desespero. Seus aliados caíam um por um, e ele só podia se limitar a assistir e ouví-los pedir por ajuda.

– Tudo acaba. Era isso que ele dizia, não era? – Uma voz feminina comentou atrás do cientista, antes de sussurrar em seu ouvido. – Brandon Beck.

– Quem é você?! – O yordle exclamou, virando para visualizá-la. Nunca a tinha visto antes.

– Não se preocupe, professor. Não é aqui que a sua equipe morre. É aqui que o mundo muda. – Ela explicou, sentando-se em uma pedra coberta por neve, para então sorrir. Não amigavelmente, mas de um jeito perigoso. – Para sempre.

Quando as leituras do traje de Malphite subiram, ele percebeu que não tinha como vencer. O poder que o cronodisplata liberava era imensurável. A energia cronal fluía de seu corpo naturalmente, deixando um rastro, uma sombra, a cada movimento. Voltando e adiantando o tempo, manipulando-o a seu favor. Até que ele se estilhaçou. Para sempre.


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