O Livro Preciso escrita por L G Bida


Capítulo 13
Uma festa muito louca




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Mike não teve boa impressão, o que aquilo queria dizer? Agora teriam seguranças, não sabia por que, mas não parecia coisa boa.

No recreio tinha três homens observando-os, olhando feio pra qualquer um. Todos usando terno, pareciam que estavam indo pra uma festa de gala. O segurança que tava perto dele, um ruivo, bem alto, saiu em direção de duas meninas, aparentemente da segunda série, que estavam sentadas na escada, ele não pode ver porque, elas estavam de costas.

— Vocês, não podem, comer aqui — falou o guarda erguendo as crianças, pelo colarinho, e as pondo de pé, cada uma segurava um sanduíche.

— Não é permitido comer no recreio, vocês têm hora do lanche — falou o ruivo, tomando os sanduíches delas. Realmente, eles tinham hora de lanche, alguns minutos antes do recreio, mas era só uns minutos, ás vezes nem dava tempo de comer direito.

— Além disso, não é permitido, trazer comida de casa — o segurança, foi falando enquanto levava as meninas pra dentro, com certeza pra sala do diretor. Murano o olhava, sem entender nada.

— Mas, eles não são seguranças? — falou o menino meio revoltado.

— Isto tá mais pra guarda — falou Taci, tão admirada quanto eles.

Aquilo era arbitrariedade, o diretor não podia fazer aquilo. Depois da aula Mike chegou em casa, ficou olhando pro teto, por um tempo , pensando em tudo que estava acontecendo,até contou os buracos pra ver se não tinha nenhum novo, se tivesse iam ter que arrumar mais baldes. Não! Ainda eram os mesmos cinco. Tinham que fazer algo, não aquilo não podia ficar assim, o diretor não tinha direito.

Antes de dormir, pegou o livro Preciso, mas nem teve cabeça pra estudar. Adormeceu com a imagem de Malum na cabeça, aquela cara feia, o nariz torto, pele acinzentada.

Sonhou que tava na sala do diretor, que o homem pegava uma varinha e um livro e fazia um feitiço que o transformava num sapo, e falava para o seu vice,:

— Traga mais criança, eu quero mais — Mike acordou ofegante, olhou em vou estava escuro ainda, sentou na cama, era isso, veio na sua cabeça, onde ele tinha visto o símbolo do livro negro de Malum, era no seu próprio, no Livro Preciso, isto só podia significar uma coisa, Malum era um bruxo. Não parecia possível, mas tinha quase certeza que ele tinha alguma coisa a ver com o desaparecimento das crianças.

Levantou no meio da noite, não conseguiria dormir mais aquela noite, pegou sua varinha, olhando os desenhos gravados, passou a mão, sentido o calor que emitia da madeira, dava uma sensação boa, quase como uma alegria, porém mais aconchegante. Se ele for mesmo um bruxo deve ter uma varinha também, se eu pudesse entrar na sua sala pegar aquele livro e a varinha. Ficou pensando era isso que ele ia fazer.

Decidido, agora só tinha que arrumar um jeito de entrar na sala de Malum sem ninguém ver, estava mais difícil do que nunca, com aqueles brutamontes os cercando o dia todo.

Chegando na escola, Mike ficou observando os guardas. O que podia fazer? Mike se lembrou de um feitiço que tinha visto no livro, nunca tinha usado masseria perfeito, ainda bem que agora sempre carregava sua varinha. Um guarda estava de costas para o banheiro dos meninos, seria fácil de enfeitiçá-lo la de dentro sem que ninguém visse. Passou perto do guarda, um homem grande, da cara quadrada. Entrou no banheiro, esperou todos os alunos sair, mirou com a varinha por trás da porta aberta.

—Talantallegra.

O homem começou dançar, uma mistura de funk com axé, era muito engraçado. Em um segundo estava cheio de alunos por volta, uns dando risada, outros parados com cara de quem viu fantasmas. Mike escondeu a varinha e saiu no meio da multidão, indo em direção da sala do diretor, viu quando o outro guarda, um loiro de cabelos cumpridos, correu pra ver o que estava acontecendo, procurava algo dentro dos bolsos. Um pensamento passou como uma flecha pela sua cabeça, quando o viu, “será que os seguranças também são bruxos?”. O guarda começava a ficar desesperado mandando o outro parar de dançar. Olhava em volta, “deve estar esperando Malum”, colocou a mão no bolso, parece que achara o que procurava, “já sei”, pegou a varinha discretamente—Talantallegra— O loiro Também começou, mas esse dançava de um jeito diferente, ainda mais engraçado, parecia uma rã com dor de barriga, tentando dançar balé. Agora todos os alunos da escola estavam ali, eles gargalhavam, gritavam, assoviavam, alguns até dançavam junto com os seguranças. Parecia uma festa muito louca, mas sem música por que o diretor tinha proibido.

Malum, Paredes e o terceiro segurança, passaram por Mike como um furacão, “tenho que ser rápido”, correu pra sala de Malum, que ficava do prédio principal, por sorte não encontrou nenhum professor, deviam estar se divertindo na festa.

“Não pode ser” . Deu com a cara na porta, a sala estava trancada, “como era mesmo aquele feitiço? Vamo Mike. Ah é”—Alohomora— porta se abriu com um tac. Entrou correndo, se lembrando de fechar a porta pra que ninguém de fora o visse. Foi direto na estante que tinha visto o livro da outra vez, tirou todos livros, um por um, “Matemática básica, Os contos de Beedle o Bardo, O Silmarillion” , revirou tudo, mas o que ele queria não tava ali. Olhou na mesa, abriu todas gavetas que tinha pela frente, achou um cachimbo estranho, parecia ser feito do chifre de algum animal, mas era bem cumprido, achou uma corrente grossa com um pingente na ponta, um esqueiro, um caderno de capa verde, abriu na primeira folha, estava em branco, quando foi mudar para segunda, escutou:

—Quem fez aquilo?

—Eu não sei senhor!

Eram as vozes de Malum e Paredes vindo pelo corredor. Mike devolveu rápido os livros na estante, fechou as gavetas, mas não tinha pra onde fugir, se saísse ele o veriam com certeza, sem ter o que fazer, se escondeu embaixo da mesa.

—Tem mais bruxos nesta escola, eu posso sentir.

—Vamos encontrá-los senhor.

—Se, pelo menos, tivesse a varinha em minhas mãos, poderia encontrá-los facilmente.

Mike enxergava a sombra dos dois por baixo da porta, estavam no lado de fora da sala. Se tivesse a varinha? Então ele não tem uma varinha?

—Você viu aquele garoto da briga perto daquela confusão?

—Não senhor.

Estavam falando dele. A porta abriu

—Aposto meio quilo de pó de Flu, que foi ele que fez isso, mas não sei como , ninguém controla os poderes, antes dos onze anos.

“ninguém? eu controlo!”

—Vá até minha mesa é pegue meu caderno de anotações, que está na segunda gaveta.

Mike viu os pés do homem de Malum parado na frente da porta e Paredes caminhando na direção dele, parando bem em sua frente, caso abaixa-se, o acharia com certeza.—Não tá aqui— Paredes estava revirando as gavetas.

—Tá sim, seu imprestável, olha na outra.

Foram segundos, mas pra Mike pareceu horas, estava com a respiração pesada, uma gota de suor descendo por seu rosto, a costela latejando, estava centímetros do homem, nem queria pensar no que fariam se o achassem ali. Talvez Malum não tivesse um varinha mas, com certeza Paredes tinha.

—Eu vou até aí! Seu imprestável.

—Ah! Achei tava na outra gaveta.

—Ta vamos logo, fazer aqueles patetas parar de dançar.

Os dois saíram, a porta bateu com um barulho, que vez Mike dar um salto.

—Uffa, foi por pouco—Mike saiu debaixo da mesa, a sala parecia cenário de filme de terror. Chegava dar medo ficar muito tempo lá. Melhor sair antes que eles voltem. Mike já estava na porta. E o livro? Esta podia ser sua única chance. Olhou a luz fraca da lamparina, percebeu algo de baixo, chegou mais perto, era o livro, pegou saiu correndo pelo corredor, de longe viu sombras, devia ser Malum e os guardas. Estava bem em frente a uma porta fechada, não lembrava de tê-la visto antes, mas entrou mesmo assim, era a única alternativa. O lugar que a zeladora guardava seus materiais, tinha um metro quadrado, e a cabeça de Mike ficava a dez centímetros do teto, cheirava a bolor, e estava uma bagunça. Esperou até todos passarem, o corredor ficou silencioso, quando resolveu sair tropeçou quase caiu, se não fosse loucura podia jurar que uma vassoura tinha tentado derrubá-lo.


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