O Livro Preciso escrita por L G Bida


Capítulo 12
Crianças desaparecidas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656354/chapter/12

Foi ao banheiro, se olhou no espelho, agora as manchas arroxeadas doíam mais que no dia anterior, talvez por causa da adrenalina, não sentiu na hora, mas agora sua pele parecia queimar. Mike deu a desculpa de dor de barriga, pra não ir à escola, não havia contado pra sua mãe sobre o ocorrido no campinho, ela até falou que se ele não melhorasse da barriga a dona Jane iria levá-lo no médico. Levantou tarde, ficou na cama lembrando da surra que levara Se eu estivesse com minha varinha, eles iam vê. Mas pensando bem eu ia fazer o que? jogar água neles? ou vento?, talvez transforma-se o nariz de um deles em pedra haha ” apesar de tudo riu da situação.

O livro em cima da cômoda, Mike se perguntava se não tinha algo que desse pra usar numa situação como a de ontem, devia ter. Abriu o livro olhou um por um dos feitiços até chegar no último “soltar bolhas pela varinha”. “Que inútil”, pensou um pouco bravo, já ia fechar o livro quando percebeu que tinha mais alguma coisa escrita, pra sua surpresa. Era como um novo capítulo.

“Todos os feitiços ensinados aqui, só devem ser utilizados contra outros bruxos”,

—Eu não vou usar magia por que Nícolas não é um bruxo? Tá bom! —Falou sozinho .

O primeiro, ensinava como se proteger de feitiços lançados por outro bruxo, era “protego”, o segundo era pra absorção também de outros feitiços chamava “deflexio” .

Absorção, proteção de feitiço, não tem nada que eu podia usar que não seja contra outro feitiço? O outro era “Impidimenta” que paralisa o oponente, esse ele gostou. Olhou em volta pra ver se tinha algo em que pudesse testar. Foi no quintal, havia muitos passarinhos.

—Impimenta—falou mirando na ave mais próxima. A sabiá ficou como uma estátua, não se movia, Mike esperou um tempo e nada da ave voltar ao normal. E agora? ,será que ele vai fica assim pra sempre, ou será que tá morta? Será que ele tinha matado a ave.

—Mike ? —Escutou a voz da Dona Jane.

—O que? to aqui traz—gritou escondendo a varinha.

—Você tá bem? Precisa ir ao médico?—falou parecendo na porta dos fundos.

—Não! to bem—mas mesmo com todas as alegações de Mike, ela fez questão de tirar a temperatura, e fez umas quinhentas recomendações, se não se sentisse bem, desse um grito.

—Tá—quando ela foi embora, ele se virou e o pássaro não tava mais ali, devia ter voltado ao normal e voado “uffa”.

No fim de semana, durante o dia, ele vendeu seus doces no semáforo, sua mão queria deixá-lo ir, para não atrapalhar os estudos, mas ele insistiu tanto, que ela não teve alternativa. De noite ele treinava seus feitiços, mas somente aqueles que não eram defesa contra magia, pois não conhecia outro bruxo pra ajudar, nem sabia se existiam outros e sozinho seria impossível. Depois de um tempo praticando percebeu que não tinha nenhum de ataque.

Na segunda, estava no ponto de ônibus, para ir à escola, teve que esperar numa fila de umas dez pessoas, todas conversavam ao mesmo tempo, uma mulher de cabelo loiro que era a terceira da fila falou:

— Você soube das crianças desaparecidas?—tirou algo de dentro da bolsa e mostrou para outra, Mike não poder ver o que era, tinha um homem na frente.

— Pois é menina, dizem que já são quatro—respondeu outra, um pouco mais velha de cabelos vermelhos.

O homem alto, que estava na frente de Mike disse:

— Soube que eram sete, na semana passada— e abriu um jornal—A última que sumiu, foi a pequena Mari, filha dos Silva.

Mari Silva? Mike a conhecia, era uma menina ruiva cheia de sardas, estudava na terceira série, na mesma escola que ele. Morava do outro lado da cidade. Nessa hora o ônibus chegou, mas ele não tava com a mínima vontade de ir, a escola estava cada vez mais insuportável, agora Malum tinha virado um ditador, ninguém podia fazer nada sem autorização dele, quem chegasse atrasado um minuto perdia a aula, dois alunos tinham sido expulsos, por motivos que ninguém sabia, eles não podiam conversar hora nenhuma, até no recreio, todo mundo que falar baixinho, Malum ficava andando o dia inteiro pela escola chincava qualquer aluno que andasse pelo corredor fora de hora, nem queria saber se era autorizado pelo professor ou não.

—Soube da Mari? Peguntou Murano ao se sentar.

— Pois é! O que será que aconteceu?— respondeu Mike abrindo o caderno

—Ninguém sabe

—Quantas crianças já sumiram?——Falou Tomi, todos falavam bem baixinho, pois até o professor que antes era uma pessoa legal, agora tava ficando muito chato, e não era só o deles todos os professores estavam diferente, culpa do diretor com certeza. Taci ia chegando na sala e sentou na carteira da frente.

—Alguns dizem que são oito outros cinco, mas ninguém sabe ao certo—falou ela quase sussurrando.

—Caraca—falou alto Mike.

—Schiu—os outros falaram juntos

—Foi mal.

—Atenção alunos!—O diretor entrou na sala, e eles nem viram— Depois que surgiram boatos sobre o desaparecimento de crianças, muitos pais têm me procurado, preocupados com a segurança de vocês. Então para acalmá-los resolvi colocar seguranças na escola, eles olharão vocês na hora de entrada, no recreio e também saída.—olhou pro professor Ruben— Apesar de achar essa história um absurdo sem tamanho.—voltou aos alunos—Tenham uma boa aula.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Livro Preciso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.