Ela está parada lá, há uns poucos metros de distância. Ela parece surpresa ao me ver. Mas não mais do que eu.

E eu sinto que não há mais ninguém ali, a não ser eu e ela.

Eu prometi tanto pra mim, todas as noites desde que ela foi embora naquela viagem, que eu iria seguir em frente com a minha vida e que quando eu a visse de novo, eu estaria completamente "curado" do amor que sentia por ela.

Mas somente o contato dos seus olhos nos meus, faz todas essas promessas parecerem tão banais agora, porque eu não posso mandar na maneira como o meu coração está acelerando lentamente à maneira que as lembranças dos momentos em que tive ao lado dela, voltam a invadir meus pensamentos.

Eu volto pra realidade assim que Julliet me pergunta o que foi, porque meu sorriso de antes desapareceu de repente.

Eu ainda não respondo e então ela descobre o porque da minha mudança. Ela olha na direção da Emilly e apenas respira fundo.

Julliet segura meu braço, olha pra mim e diz:

__Tudo bem Harry?

Eu olho pra ela e depois de um tempo digo com um sorriso fraco:

__Tô sim.

Acho que não estou sendo muito convincente,mas ela prefere deixar as coisas assim mesmo e não me questionar outra vez.

...

Assim que me viro novamente na direção "dela", vejo que ela está ao lado de um cara. Eles estão muito próximos para ser apenas um amigo.

Depois de ficarmos olhando aleatoriamente uns para outros, ela decide vir até onde estamos.

Eu respiro fundo, isso não vai ser muito fácil para mim.

Ela nos cumprimenta:

__Oi Harry! Julliet!

Ela olha pra mim e em seguida pra Julliet,mas depois volta a olhar pra mim e em seguida para baixo. Está claro que ela não se sente à vontade nos vendo ali de mãos dadas,mas ela disfarça.

Eu digo com um sorriso não muito convincente, porque por dentro eu estou tão confuso:

__Oi Emilly!

Julliet vai até ela e lhe dá um beijo no rosto como cumprimento e também responde:

__Oi Emilly tudo bem?

Ela afirma que sim. Ela olha outra vez para nossas mãos dadas, em seguida para mim.

Ao olhar para ela ali na minha frente, eu sinto um misto de alegria e raiva que nem eu mesmo entendo.

Ela de repente se dá conta de que está acompanhada e confesso que eu mal havia notado a presença dele.

Ela nos apresenta o cara, de um jeito meio envergonhado por tê-lo deixado ali olhando para nós por um tempo.

__Este é o...

Ela demora um tempo para dizer o nome dele e ao dizer, ela o faz com certa apreensão, que eu logo entendo o porquê, assim que ouço o nome.

__Este é o Hunter.

O quê? Ela só pode estar de brincadeira comigo.

Julliet percebe minha mudança corporal sutil e aperta minha mão trocando olhares rápidos comigo.

Eu respiro fundo.

Eu quero muito soltar a mão da Julliet agora, pegar a mão da Emilly, levar ela até um lugar menos tumultuado e perguntá-la porque ela quer me destruir assim.

Mas, eu apenas respiro fundo outra vez.

Eu sei, que ela sabe como isso está me afetando, eu só não sei porque ela tá fazendo isso.

Ele nos cumprimenta e tentamos agir da forma mais casual possível.

Louis chega de algum lugar me dizendo alguma coisa,mas pára assim que a vê ali com o tal de... Hunter.

__Uau! Emilly?

Ele diz enquanto me olha e depois vai em direção a ela, lhe cumprimenta com um beijo rápido no rosto e em seguida cumprimenta o cara ao lado dela.

Louis pergunta:

__Há quanto tempo você voltou pra cidade?

__Há alguns dias atrás.

Ela me olha outra vez,mas logo desvia as olhos.

Julliet olha pra baixo.

Eu estou odiando toda essa tensão aqui. Eu estou odiando ver a Julliet nessa situação. Porque eu sei que ela sabe como eu estou me sentindo, ela me conhece melhor do que ninguém e sabe que esse reencontro está mexendo comigo.

Louis parece perceber, porque ele me diz que estão solicitando minha presença em sei lá onde.

Então nos preparamos para nos despedir e eu vejo...

O cara ao lado dela, passa a mão pela sua cintura. Então eu realmente me dou conta de que eles não são apenas amigos. Ela realmente está fazendo de tudo pra me ver enlouquecendo de vez.

Nos despedimos, porque o que eu mais quero no momento é cair fora de perto deles.

Eu agradeço ao Louis discretamente enquanto estamos indo em direção ao local onde ele disse que queriam minha presença. É só mais uma entrevista para uma revista,mas eu agradeço aos céus por poder manter esta distância daqueles dois.

Eu começo minha entrevista tentando não pensar que isso tudo está realmente acontecendo.

Do outro lado da sala eu vejo Julliet, ela parece um pouco balançada com tudo o que aconteceu. Ela agiu tão bem com a Emilly, mas eu sei que lá no fundo ela deve estar um poço de insegurança e eu tenho que dar um jeito nisso.

Assim que termino a entrevista, vou até ela e pergunto:

__Você está bem?

Ela sorri fracamente, mas balança a cabeça afirmativamente.

A última coisa que quero no mundo é vê-la sofrer, porque ela não merece.

Eu olho no relógio e já é um pouco tarde. Eu não quero mais me encontrar com aqueles dois por aqui.

Então eu pergunto pra ela:

__Você quer ir embora?

Ela afirma que sim.

...

Chegamos em sua casa. Entramos e começamos a nos beijar. Minha cabeça está a mil e Julliet parece perceber isso.

Ela pára de me beijar por um tempo, segura meu rosto, olha em meus olhos e diz:

__Harry, tudo bem se você não quiser dormir aqui!

Eu a olho surpreso. Essa mulher parece me ler por completo. Ela me olha nos olhos e sorri.

Eu a olho e queria decifrar o que ela está sentindo agora,mas eu não consigo. Ela não deixa transparecer nada, ela é tão cheia de mistérios mesmo sem nem tentar.

Eu respiro fundo, lhe dou um beijo rápido nos lábios e um beijo demorado em sua testa.

Eu me afasto dela e ela ainda está sorrindo aquele sorriso enigmático,que não me deixa desvendar nada.

Eu seguro seus braços que ainda estão em volta da minha cintura e digo:

__Eu não vou fazer nada que te magoe, nunca!

Ela diz:

__Eu sei.

Ela fica me observando enquanto eu sigo em direção a porta.

...

Eu estou em meu carro de frente ao prédio dela. Eu não sei o que eu tô fazendo aqui. Talvez seja efeito dos dois copos de uísque que eu tomei. Mas eu não consegui ir pra casa sem passar aqui em frente antes.

Eu odeio que tudo o que eu sentia antes por ela, esteja voltando com a mesma intensidade com que tentei tirar do meu coração.

Um carro pára de frente de frente ao prédio dela. Eu a vejo descer e se despedir do que me parece ser aquele cara.

Eles se beijam rapidamente e eu juro que daria tudo no mundo para não presenciar este momento entre os dois.

Ele vai embora e ela entra no prédio.

Eu fico dentro do meu carro por um tempo. Mas eu não consigo ficar ali por muito tempo.

...

Eu estou batendo na porta dela. Não me perguntem de onde eu tô tirando essa coragem, porque nem eu sei.

Segundos depois ela abre a porta. Ela parece surpresa quando diz:

__Harry?