Savin' Me escrita por Sagittarius


Capítulo 4
1X04 —Returning to the origins


Notas iniciais do capítulo

Olá hunters! Demorei? Muito! Mas, eu voltei. As aulas finalmente acabaram e como passei direito, nada de recuperação. Terei um tempo de férias maior e isso é realmente ótimo.

Pretendo não demorar tanto nas postagens e ajudaria muito se os fantasminhas aparecessem.
Há! Ravenah e Alex, estão de olho em vocês.

Tenham uma boa leitura!

Tradução do nome do capítulo: Voltando às origens.



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01X04 — Returning to the origins

Norman, Oklahoma

—Dylan disse algo sobre esse jogo? O que realmente acontecia? —a morena colocou as mãos sobre a mesa da lanchonete, juntamente de um gravador e olhou para os dois jovens a sua frente. Usava uma camiseta branca e jeans escuro. Dizia estar em uma longa pesquisa sobre as mais diversas histórias paranormais do país e os recentes casos haviam chamado sua atenção. Para os céticos de plantão ela era uma impostora, mas aqueles dois pareciam muito bem confiar em cada palavra sua e eventualmente lhe ajudariam.

—Era um jogo estúpido... Eu disse tanto para ele não fazer isso—Amy disse em um sussurro triste. Dylan era seu namorado e, uma das vítimas do último ataque.

—Está tudo bem, só quero ajudar—disse Ravenah sorrindo gentilmente.

Uhum —Amy concordou, arrumando uma mecha de seu cabelo ruivo atrás da orelha. —Há quatro meses esse casarão fora aberto por jovens curiosos. Todos da cidade sabem da real história daquela casa. Então resolveram simplesmente se desafiarem. O desafio era: Uma noite na casa e uma filmagem da experiência de contato com Eliot. O jogo era baseado naquele maldito tabuleiro Ouija e outras coisas a mais. —A ruiva começou a chorar, sendo amparada pelo amigo ao seu lado.

—Entendo—assentiu— Eliot morreu na casa, certo? —questionou olhando para o garoto.

—Sim, é o que dizem, pelo menos—respondeu Patrick arrumando os óculos de grau sobre o nariz enquanto afagava os cabelos de Amy. —Shh, querida. Está tudo bem.

—Ok, obrigada. Vou indo, fique bem, Amy.

A ruiva assentiu e Patrick sorriu levemente acenando.

Saiu da lanchonete seguindo até o Mustang. Adentrou o veículo e saiu em rumo ao hotel. Após o caso do vampiro no Mississipi, Ravenah estava em Oklahoma aparentemente em um caso de espírito vingativo. Quatro mortes já haviam sido registradas em circunstâncias nada normais.

A noite já preenchia o céu e Ravenah mantinha-se deitada na cama; seus olhos pesavam, mas por algum motivo não queria fecha-los. O trabalho sem pausas estava lhe cansando, porém, a caçadora não queria férias.

Como disse a David, a estrada lhe distraía, lhe livrava das lembranças dolorosas. Não pensava em retornar ao Colorado, ela tinha um objetivo e iria lutar para alcança-lo.

O vento fresco balançava as cortinas e acariciava de leve o rosto da caçadora; seus olhos passavam a piscar longamente, vencendo-a em menos de minutos.

Era cedo, umas sete horas da manhã, no máximo. A caçadora mantinha-se embaixo do chuveiro, tentando acordar e livrar-se de qualquer pensamento que lhe atormentasse. Desligou o chuveiro e enrolou-se em uma toalha saindo do banheiro. Vestiu suas roupas e pôs-se a pentear os cabelos molhados. Em frente a um espelho que havia no quarto, pode observar que sua aparência não era das melhores e tentaria ao máximo dormir melhor na próxima noite.

Ravenah ajeitou o moletom sobre o corpo e suspirou. Colocou a escova sobre a mesa e dirigiu-se até a cama sentando-se.

Retirou algumas de suas armas que estavam consigo no quarto e pôs-se a limpa-las. Não conseguia se concentrar em nada desde que acordara. Na noite passada, após conversar com Amy e Patrick, ela havia ido até o casarão assombrado e percebido que aquele local realmente não estava vazio. Com um distintivo falso e uma pose de federal, ela conseguiu as gravações das vítimas. Descobriu que além de desafios e tabuleiros, havia grandes feitiços de invocação em meio a tudo isso. Naquele lugar havia algo e era seu dever por um fim naquilo.

Batidas na porta chamaram sua atenção. Estranhando de fato aquilo, se aprontou em jogar seus pertences dentro da mochila e colocar um revolver escondido atrás de si. Empurrou com pé a mochila para debaixo da cama e seguiu até a porta.

Após destranca-la, girou a maçaneta e abriu-a rapidamente, assustando-se ao ver quem se encontrava ao outro lado. Franziu a testa, confusa.

—Alex? — perguntou com a voz falha, visivelmente surpresa. A outra apenas lhe olhava tristemente; seus cabelos estavam um pouco bagunçados e sua expressão era de cansaço e talvez, tristeza.

—Oi, Ravenah— disse pesadamente.

—Er, entre! —deu passagem para que a outra adentrasse o quarto. Ravenah fechou a porta e virou-se para olhar a outra. Ela não estava totalmente certa de que aquela era Alex. Quando se é caçador nada é totalmente seguro.

—Sou eu, Enah. Pode confiar—disse sentando-se na cama. Olhou para o criado mudo e viu o conhecido cantil de Ravenah; pegou-o e bebeu o líquido. —Quer fazer mais algum teste?

—Não! Não, Alex. O que aconteceu? —questionou, sentando-se ao seu lado.

A outra suspirou e pôs-se a falar.

— Logo após que você saiu, eu percebi que não tem sentindo ficar lá, sabe? Sempre estivemos juntas e é ruim separar-se. Eu pensei muito sobre tudo e vi que é como se eu estivesse negando o que eu sou. Não sei ao certo — olhou para Ravenah que a ouvia atentamente —Eu tô confusa, mas sei que minha vida sempre será essa mesmo. Nada que eu faça ou deixe de fazer irá mudar isso.

—Foi o que eu te disse, lembra? — sua voz era calma e não queria esfregar na cara da amiga, mas sim, lhe mostrar que fugir não era a melhor opção.

—É...—concordou— E sabe aquele povo certinho estava me enchendo o saco— um riso triste escapou por seus lábios em uma risada leve que fora acompanhada pela outra.

Ambas estavam em uma lanchonete próxima ao hotel, conversando sobre a recém volta de Alex.

—Eu gostaria de ter ficado na faculdade...Droga! Aquilo era o meu sonho, Ravenah. Eu tentei tanto fugir dessa porcaria—suspirou, erguendo a cabeça para olhar a outra.

—Alex, eu sei que isso de voltar para a estrada nunca fez parte dos seus sonhos, mas entenda. Nós não temos sonhos; tudo se resume em um grande pesadelo. Acostume-se.

—Falar é fácil, Ravenah! Você nasceu com essa determinação de aceitar o seu caminho, entende? Eu não tenho isso. Eu não aceito as coisas, assim do nada. Já pensou em questionar? É legal, sabe —sorriu, sarcástica.

—Você voltou para ficar reclamando igual uma velha ou vai fazer algo de útil? — colocou as mãos em punho sobre a mesa. —Esquece a faculdade, ok? Acabou! Aquilo não é pra gente.

Alex respirou fundo, soltando o ar pesadamente.

—Está bem...—disse, os olhos fixos na mesa.

—Eu estou em um caso e se você quiser me ajudar... — disse colocando um pedaço de bacon na boca. —Dá uma olhada aí— Jogou o jornal até a amiga.

Alexie passou os olhos sobre o jornal e depois olhou para a outra.

—Quatro mortes até agora, no mesmo lugar e do mesmo modo. Andei dando uma pesquisada e soube que vai ter uma festinha na casa de Eric e a próxima parada é a casa. Ou seja, outro ataque. Está dentro? — ergueu a sobrancelha; os lábios brilhando devido ao óleo.

—Acho que sim—suspirou.

—Isso garota. Agora prova esse bacon. Está dos Deuses — Beijou as pontas dos dedos.

Um pequeno sorriso formou-se nos lábios de Alex. Ela não estava sozinha.

19hr00min PM. Local do caso.

Ravenah e Alexie saíram do Mustang 68 e dirigiram-se até o porta-malas. Depois de devidamente armadas seguiram até o casarão, escondendo-se atrás de uma enorme árvore próxima a residência.

Ravenah chegacava a shotgun, enquanto Alex observa o local.

Logo elas avistaram quatro adolescentes entrando na casa. Tudo parecia um cenário de filme de terror barato; uma loira peituda, um cara (O tal Eric) estilo capitão do time da escola e um casal de nerds. Só faltava o pornô gratuito.

Alguns minutos passaram-se.

—Queria tirar algumas dúvidas. Por que eles estão aqui? As mortes...

—Sabe uma coisa chamada desafio? Então, é isso que rola, além de uma invocaçãozinha do mal, entende? O objetivo é sair vivo para contar história... O que vejo que está falhando miseravelmente — disse após ouvir gritos vindo do local— Vamos!

Correram até a faixada tentaram abrir a porta; o que falhou terrivelmente. Mais gritos foram ouvidos e as duas apressaram-se em correr até o lado da mansão. Quebraram os vidros das janelas e entraram pelas mesmas.

Pararam na sala da casa, mas pelo que se via não era ali que ele estava atacando, avistaram a escada que levava até o segundo andar e subiram correndo.

Pararam em frente a um quarto. Ravenah chutou a porta que se destrancou rapidamente. Adentraram o local e viram a jovem loira sendo erguida pelo espírito de Eliot.

Alexie atirou nele que desapareceu para o alívio da garota.

—Leve eles lá para fora —ordenou Ravenah— Agora!

Os cinco seguiram até a saída, mas foram brutalmente jogados contra a parede juntamente da caçadora mais velha.

Seu filho da mãe! — murmurou tentando se levantar. Levou a mão até a arma que se encontrava um tanto longe e a pegou prontamente atirando nele que desaparecera no ar novamente — Vão! Agora! — ergueu-se do chão, arrumando a jaqueta sobre o corpo.

Dessa vez aprontaram-se em ser mais rápidos e conseguiram sair. Ravenah saiu do quarto correndo até outro cômodo pelo longo corredor. Parou em frente à porta e rapidamente a arrombou, adentrando o local.

Pelo o que soube ao pesquisar sobre o caso, Eliot Jobs havia morrido ali e seu corpo jamais fora encontrado. Infelizmente o caso não havia tido a devida importância, sendo arquivado, meses depois. A caçadora não tinha ideia de onde poderia estar os restos de Eliot, de acordo com algumas versões que ouvira, Antony Jobs havia assassinado o filho logo após saber da morte da esposa, desesperado pelo ato feito, se suicidou sendo encontrado na floresta da cidade.

Como última alternativa, Ravenah saiu correndo pelo corredor da casa logo descendo as escadas e saindo pelo mesmo lugar que entrara.

Encontrou a amiga ao lado dos quatro adolescentes e seguiu sem falar com ela até os fundos da casa. Ajoelhou-se ao chão ao ver a porta do porão. Um cadeado impedia a entrada.

—Sai da frente — disse uma voz atrás de si. Era Alex que prontamente atirou no cadeado o destrancando.

Ravenah abriu as pequenas portas e adentrou o local em um pulo, ignorando a pequena escada. Logo atrás de si, seguia-se Alexie.

—Tem noção de onde pode está os ossos dele? — questionou a mesma.

—Seu corpo nunca fora encontrado e ele foi morto aqui. Só pode está em algum lugar dessa casa, bem escondido — disse mirando a lanterna que a amiga havia lhe trazido para um armário de ferro — Aqui!

—Acha que está aí dentro? Não! Muito óbvio. —balançou a cabeça.

—Não dentro, mas... Me ajuda a empurrar isso aqui—disse se colocando ao lado do armário e o empurrando. Com esforço conseguiram tira-lo do lugar. Havia a parede com uma estrutura acabada e visivelmente a distração de algo escondido. Ravenah bateu com o cabo da shotgun na mesma, tendo como resposta alguns pedaços caírem sobre seus pés e um som característico de algo ocado.

Ravenah olhou para os lados e avistou um pé de cabra próximo a uma mesa antiga, pegou-o e colocou-se a destruir a parede, mas algo a interrompeu ligeiramente. Suas costas se chocaram contra a parede e ela podia jurar que aquilo ficaria roxo por alguns dias. Gemeu em meio a recente dor e pode avistar o espirito jovem de Eliot próximo a Alex. Levantou-se com esforço e moveu o armamento de ferro que tinha em mãos sobre ele, que momentaneamente desaparecera no ar.

—Tá tudo bem? —questionou Ravenah, olhando para a feição assustada de Alex, a mesma assentiu—Você está enferrujada. —sorriu, voltando a fazer o seu trabalho.

Após acabar com a parede, puderam avistar uma porta de tamanho médio, quase destruída pelo tempo. Realmente os restos de Eliot estavam ali; porém, muita coisa não sobrara dele.

Alex pôs-se a jogar álcool sobre os ossos, porém fora interrompida juntamente da amiga, pelo próprio Eliot. As duas foram de encontro a parede do pequeno porão, sentindo na pele a fúria do adolescente.

O espírito seguiu até Ravenah, a mesma mantinha-se de olhos fechados tentando recuperar-se das dores. Eliot a olhava; os olhos azuis queimando em ódio. Seguiu com sua mão até o rosto da caçadora, tocando-a. Ela gritou roucamente, tentando livrar-se do toque doloroso do garoto.

Alexie aproveitou a atenção que o espirito dava à amiga e levantou-se devagar. Caminhou até onde se encontrava os ossos do garoto, salgou-os e tratou de queima-los imediatamente. Olhou para amiga e ainda pode se ver a chama azulada do espírito de Eliot Jobs desaparecer. Havia acabado.

Correu até a caçadora e pegou em sua mão ajudando-a se levantar. Pode ouvir resmungos, porém, não deu importância. Tinham que sair dali.

Ao lado de fora do porão as duas seguiam até a frente da casa encontrando os quatro que se mantinham com expressões assustadas.

—O que eles ainda estão fazendo aqui? —Sussurrou Harper, colocando as mãos nas costas. Gostaria de chegar logo ao hotel e tentar pelo menos dormir.

—Merecemos agradecimentos, sabe? —sorriu divertida pronta para os discursos de agradecimentos direcionados a si.

Caminharam até os jovens que as abraçaram estranhamente.

—Obrigado. Vocês salvaram as nossas vidas — disse um garoto de cabelos incrivelmente negros, logo após as soltarem.

—Tudo bem—disse Alexie sorrindo.

—Uhum. Mas acho bom, vocês não ficarem aceitando desafios, sabe? E não mexam com o que vocês não conhecem. Podem acabar mortos — disse séria, sem um pingo de emoção em si. Dirigiu-se até o carro abrindo a porta rapidamente.

—Não liguem para ela, mas fiquem longe de casas abandonadas e desafios estúpidos. É só um conselho—disse e viu os quatro assentirem entendidos—Vou indo, se cuidem — acenou e seguiu até o carro, entrando.

Ravenah deu partida e arrancou dali.

— Você tinha que ter visto a cara que eles fizeram quando você falou aquilo—riu ao lembrar-se.

—Jovens estúpidos— revirou os olhos apertando o volante.

O caminho até o hotel seguiu silencioso, logo pararam em frente ao mesmo. Estava tarde e resolveram sair pela manhã; ainda tinham que ter certeza que tinha acabado mesmo. Desceram do carro e seguiram até o quarto de Ravenah. A caçadora sentou-se na cama arrancando dos pés os coturnos marrons. Enquanto a outra se dirigia até a pequena cozinha do quarto e pegava um copo d'água.

—Hoje te lembrou de alguma coisa?—perguntou Ravenah.

—Sim, nosso primeiro caso, sozinhas — Alexie sorriu ao lembrar-se.

É... Um espírito vingativo na nossa escola. Que loucura—balançando a cabeça, sorriu.

Uhum — suspirou e sentou-se ao lado da amiga — E o... Demônio? Digo você já encontrou algo que possa nos ajudar a encontra-lo? —ela parecia receosa com a resposta, aquele assunto lhe trazia lembranças terríveis.

—Você quer encontra-lo, agora?—perguntou dirigindo seu olhar para Alexie.

—Eu nunca disse que não queria encontra-lo — tentou se justificar.

—Ok, olha não vamos brigar. Eu não tenho nada que possa dizer onde ele está, tá bom?—colocou as mãos sobre os joelhos e levantando-se.

—E David? —mudou de assunto, olhando para suas mãos entrelaçadas sobre as pernas.

—Eu nunca mais falei com ele...—falou, retirando a jaqueta.— A última vez que falei com ele foi alguns dias depois de voltar a caçar. Depois não tive mais noticias suas.

—Entendi... Saímos amanhã cedo?—questionou levantando-se e indo em direção à porta. Havia pegado outro quarto para si já que o da amiga só havia uma cama.

—Sim. Ah, e sua vez de procurar algo — piscou.

—Ok. Boa noite — acenou trancando a porta após sair.

—Boa noite.

Elas estavam de volta...


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Notas finais do capítulo

Sim, a Alex voltou e logo de cara ganhou um caso. Afinal, elas são uma dupla, não é mesmo? Para quem queria vê-las em ação, aí está. Alex meio enferrujada, mas tá valendo.

Não quis detalhar muito o caso, mas há uma explicação. O próximo capítulo já será bem detalhado, pois é bem baseado em um episódio da série. Então, espero que tenham gostado da volta da Alex.

Obs: Não estranhem, a Ravenah é bem grossa, ás vezes. ;)

Ah, obrigada pelo carinho nos comentários. Eles são de grande incentivo.

Spoiler: O próximo capítulo será interessante, digamos assim.

ENTÃO COMENTEM, HUNTERS! UHUL. Até o próximo capítulo. Beijão.



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