A Caminho do Amor escrita por Eduardo Prado
Notas iniciais do capítulo
Pessoal, no capítulo anterior, esqueci de colocar a parte da peça. O erro foi resolvido e, agora, é só ler. Houve algo muito importante no final do capítulo, então é melhor ler. Desculpa!
Boa leitura.
Posterior a peça, tive que chamar a mãe de Tiago. Ela ficou com um rosto de preocupação.
—A doença deve ter chegado em um nível forte.- Ela me avisou.
Fomos correndo ao palco, que todos os atores e o pastor com sua esposa estavam ao redor dele. Estavam orando.
—Preciso ligar para uma ambulância.- Eu disse, pegando o meu celular.
—Eles não vão chegar a tempo.- A mãe de Tiago observou.- Alguém o carregue e leve-o para o carro.
Os amigos de Tiago o levaram para o carro e Tiago agradeceu. Eu entrei no banco traseiro, onde ele estava sentado e seus pais foram na frente.
—Gabi, não precisa vir.- Tiago disse.
—Relaxa.- Eu falei, enviando uma mensagem ao meus pais.- Eu só vou avisar meus pais.
**
No hospital, Tiago foi levado diretamente ao leito e chamaram o médico especializado. Após a mãe dele responder que ele não responde mais aos exames, o doutor olhou para ela.
—Vou tentar fazer o meu melhor. O quadro de seu filho é de risco.
—Tudo bem, doutor. Seja que Deus quiser.- A mãe dele falou.
Eu estava do lado de fora, muito preocupada com Tiago. Nunca reparei muito nas pernas de Tiago, mas eram finas. Estranhamente finas. Estava vendo o doutor examinar e vi a escápula de Tiago. Estava muito destacada e grande. O doutor teve que o ajudar a se sentar.
—Filha!- Meu pais disse assim que me viu.- Como você está?- Ele me abraçou.
—Estou bem, pai.
—Gabi, o que houve?- Minha mãe me perguntou.
—O quadro de Tiago piorou. Ele está muito ruim. Mas tenho fé. Vamos esperar e ver o que o doutor irá falar.
**
Depois de examinar Tiago, que era em torno de uma hora da manhã e meus pais já foram embora, o médico veio ao nosso encontro.
—Então, doutor. Como ele está?
—Ele está muito mal. Já mandei colocar o aparelho que o ajudará respirar. Daqui para frente, vou contatar um fisioterapeuta para o ajudar. A perna dele está com os músculos atrofiados, porque você não o levou ao fisioterapeuta?- O médico perguntou a mãe de Tiago, que estava com lágrimas nos olhos.
—Eu não sabia. Ele escondeu de mim.
—Tudo bem. Vamos tentar o ajudar com tratamento. Esperamos que tudo ocorra bem.
—Eu posso vê-lo?- Perguntei.
—Pode, mas acho que ele dormiu.- O médico avisou, mas eu entrei no leito de Tiago.
—Tiago?- Eu o chamei.
—Oi, Gabi.- Ele abriu os olhos bem devagar.
—Como está?
—Com dores nas costas, na cabeça e me sentido fraco e muito cansado. Nunca imaginei que estaria tão cansado assim.- Ele riu.
—Ti, não ri agora.- Ele riu de novo, depois que eu disse.- O que foi?
—Você nunca me chamou de “Ti”.
—Verdade.- Eu me sentei.- Eu amei a música de você cantou.- Comentei.
—Obrigado, amor.- Ele abriu um sorrisinho fraco, mas charmoso. Ele fechou os olhos.- Eu amei a sua música. Tocou muito o meu coração.
—Obrigada.
—Sua voz é linda.- Ele disse.- Posso te pedir um favor?
—Pode.- Falei, pensando que aquilo poderia ser o último dos pedidos dele para mim. Uma lágrima escorre em meus olho e passam pela minha bochecha quente.
—Prometa que você irá usar sua voz para louvar somente a Deus.
—Sim. Eu estou até pensando em me tornar cantora. Senti algo único no momento em que cantei.
—Sim... Sinto isso todas as vezes que canto. É como... se eu me completasse.
—Você precisa de descansar agora.- Levantei-me da cadeira e cheguei perto dele. Dou um beijo na testa e sinto a pele quente.- Dorme com Deus.
**
De manhã, Tiago não acordou cedo. Ele devia estar muito cansado. Eu não consegui dormi bem, então pesquisei um pouco sobre a Doença de Pompe e descobri que, por causa das dores musculares crônicas, Tiago devia estar muito cansado.
Fiquei com ele a manhã toda. Nós estávamos de férias e eu fiquei muito feliz de não me preocupar com a escola.
—Quer que eu busco nosso boletim?- Perguntei a ele.- Deve ter saído.
—Se... não for demais.- Ele respondeu fracamente.
Precisava de mudar de pensamento e peguei um ônibus para ir à escola. Minha mãe me ligou e perguntou como eu estava e depois me disse que o meu irmão poderia ligar a qualquer hora do dia.
Chegando lá, peço a secretária que pegue o nosso boletim, mas primeiro tive que mostrar a minha carteirinha, pois ele era novata.
Olhando o meu boletim, fiquei tão feliz. Um sentimento que tinha me deixado na noite passada. E depois olhei do Tiago e não me senti tão bem assim com as minhas notas... Senti uma vontade enorme de orar a Deus e pedi a Ele que desse forças a todos nós e que curasse o Tiago.
**
Depois de uma semana, Tiago saiu do hospital em uma cadeira de rodas. O médico disse que ele estava melhor. O tratamento estava dando certo e parecia que a doença estava deixando Tiago.
Eu estava radiante. E uma ideia surgiu em minha cabeça: vamos viajar. Ter um tempo só para ele e eu. Estava doida querendo ir à praia.
Meus pais hesitaram no início, mas depois deixaram. Com os pais de Tiago foi um pouco mas difícil. A mãe dele sempre colocando empecilhos no caminho, contudo ela deixou, com a condição de que nossos pais viajassem. Aceitamos.
**
Estávamos todos prontos, com malas e tudo. Tiago estava em sua cadeira de rodas, mas alugamos uma van. Iríamos ao Rio de Janeiro.
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