You escrita por PepitaPocket


Capítulo 5
Primeiro Dia




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Foi um clássico dia, em que tudo deu errado. Despertador tocou atrasado, Orihime acordou com a impressão que o mundo iria acabar. Colocou a primeira roupa que achou no guarda-roupa, e foi um modelo cinza de mangas longas bem despojado, com uma grande Hello Kitty estampada. Para completar ela acaba na pressa colocando um all star de cada cor, e amarrado seus cabelos em um coque alto, com um lápis.

Arrebentara o fio do carregador quando o puxou da tomada, levando um pequeno choque no processo. Tentara em vão chamar o motorista, mas o aplicativo estava desatualizado, e estava dando erro para atualizá-lo. Apavorada, ela correra na esperança de chegar sã e salva ao ponto de ônibus, e pegar o próximo que passaria dentro de dez minutos.

Mas, estava mexendo na bolsa, enquanto espichava o olho no celular, onde tentava mandar uma mensagem avisando a Unohana que teve um milhão de imprevistos aquela manhã, e atrapalhada parou bem no meio da rua, tentando coordenar sua ansiedade e as coisas que achava que tinha de fazer naquele momento.

— Caralho, Orihime... Sai do meio da rua. – Tatsuki que sempre ia correndo até a academia, e voltava também correndo, quase se descobriu cardíaca quando viu sua mais nova amiga, parada como um poste no meio da rua, com uma plaquinha “me atropele”.

— Tatsuki-san. – A ruivinha cumprimentou sua amiga com um sorriso, mas sua voz estava chorosa. – Eu vou chegar atrasada no meu primeiro dia, não vou poder parar para... – Então as duas garotas se calaram quando um Toyota supra, reluzente de tão branco, parara ao lado das duas.

— Hei, Hime precisa de uma carona? – A ruivinha piscou aturdida quando vira Uryuu abrir gentilmente a porta de seu carro.

— Claro. – A jovem pedagoga sorriu para seu amigo, e agradeceu seu anjo protetor tê-lo enviado.

— Hei, Hime, não entra assim? Você conhece esse engomadinho panaca? – Tatsuki perguntou sem muito tato com as palavras. Na sua cabeça, ela não estava ofendendo, era apenas o seu jeito de falar.

Mas, aquilo não caiu bem aos ouvidos de Ishida, que presava o boa educação, como quesito principal, para determinar se ele gostava ou não de uma pessoa.

— Tatsuki-san, ele é... – Orihime ficou vermelha, por seu amigo tão gentil, estar sendo tão mal julgado por sua amiga.

— Você vem ou não Orihime? – Ishida perguntou com impaciência, para aquele falatório das duas jovens senhoritas. De todos os lugares, de todos os momentos, elas podiam escolher outro momento para fazer as devidas apresentações.

— Claro. – Orihime, disse lançando um olhar de censura para Tatsuki. – Ele é só um amigo, Tatsuki-san. – Ela disse dando uma piscadinha para a morena, tentando descontrair, mas aquilo não surtiu muito efeito.       

— Então eu vou com vocês, só por garantia. – A outra disse abrindo a porta do carro, um tanto sem jeito, e fazendo questão de ser a primeira a entrar no banco de passageiro.

Uryuu a olhou com a sobrancelha franzida, inconveniente era pouco para definir aquela tampinha de cabelos pretos. O que ela achava, que ele era? Um predador sexual?

Já Tatsuki pareceu compreender bem o que ele estava pensando. E, achou muito suspeito, alguém ser tão obcecado pela cor branca, já que notou que a roupa, sapatos e até o carro era branco. E, tudo cheirava tão bem, que a atleta ficou até enjoada.

— Grata pela gentileza, Ishida-san. – Orihime disse dando um sorriso amarelo.

Normalmente, ela era muito avoada, mas até ela percebeu que as coisas estavam tensas entre aqueles dois, e nem duas palavras tinham sido trocadas entre eles.

— Pode chamar-me de Uryuu, hime. – O bioquímico dissera dando um sorriso comedido para a amiga de sua namorada, encarando-a através do retrovisor.

Tatsuki acabou dando uma risada baixa, achando engraçado o nome do estranho amigo de Orihime.

— Disse alguma coisa errada, senhorita? – O bioquímico perguntou apertando o volante com tanta força que os nós dos dedos se tornaram brancos.

— Nada não. – A outra dignou-se a ficar vermelha, sabendo que seu comportamento estava sendo inoportuno. Mas, ela estava acostumada com isto, pois ela sempre metia os pés pelas mãos, quando estava em torno dos garotos, por causa disto, ela nunca teve nenhum namorado.

Uryuu a olhou de soslaio, não podendo tirar sua atenção do trânsito. Mas, olhando Tatsuki de perto, com suas leggings esportivas, e suas regatas apertadinhas, como o estrupício que atravessou seu carro do outro dia, como se fosse uma criança desgovernada.

— Tem alguma coisa errada? – Tatsuki perguntou fechando a cara, o que serviu para que Orihime ficasse com uma enorme gota na cabeça, pensando que quem sabe não fosse tanta sorte, ter parado em um carro justamente com aqueles dois, em meio àquela manhã nebulosa.

— Nada não. – Uryuu fez questão de usar exatamente as mesmas palavras que ela usara instantes antes, o que irritou profundamente a personal trainer.

Fazendo com que do lado em que Tatsuki, a sensação de Orihime é que o ambiente estava rarefeito de tão quente. Enquanto, que do lado de Ishida, ela até prendeu a respiração de tão rarefeito que ficou o ar, de tão frio que ficou o ar.

“Esses dois não poderiam serem mais opostos”. – A ruivinha concluiu, ficando grata, quando seu amigo dobrou a esquina de seu local de trabalho e ela pudera descer, ao lado de Tatsuki que ficara ainda mais emburrada.

Orihime agradecera, educadamente. Mas, Tatsuki não dissera uma única palavra. Havia pego aquela carona por ser enxerida, porque teria de correr o dobro do habitual, para chegar ao seu local de trabalho, e com isto ela chegaria atrasada e levaria uma bronca épica de seu chefe. Mas, nada disso ficou implícito quando a jovem se despediu de Orihime, pois quando gostava de alguém, Tatsuki tornava-se extremamente superprotetora, as vezes até demais.

...

Unohana estava em uma aula quando Orihime chegou, roubando as atenções com seu look para lá de inusitado. A jovem sentara-se em sua mesa, e ligara o computador, preparando seus ouvidos para uma bronca assustadora, e se tinha uma coisa que a Retsu sabia era como meter medo em alguém.

Mas, felizmente a sua chefe estava muito bem humorada naquele dia. Claro, que ela pediu que Orihime fosse mais atenta ao horário de entrada, mas o fez em um tom gentil, quase maternal, e Orihime ficou com a pulga atrás da orelha por causa disto.

E, sua intuição como sempre estava correta. Já que ela teve que trabalhar com muito mais eficiência, naquele dia. Unohana estava testando sua proatividade e capacidade de resolução de problemas, além de organização. E, Orihime não decepcionou em nenhum desses requisitos, o que a tornava uma pessoa no mínimo contraditória.

Mas, no fim a mulher a surpreendeu com um convite para almoçar. E, a regra era falar sobre qualquer outra coisa, menos sobre trabalho. O que fez com que Orihime ficasse apreensiva, por causa da incerteza sobre o que falar com sua chefa. Mas, para sua agradável surpresa Unohana era uma pessoa bastante acessível.

Que não tratava de modo vertical seus funcionários. Ela era casada e tinha dois filhos, um casal. E, ambos eram sócios tanto na escola, quanto em outros empreendimentos. Viviam em um bairro, que Orihime já sabia que era muito nobre, descobrira isto quando estava procurando casas, para comprar. Os imóveis naquela área da cidade, custavam no mínimo sete dígitos.

Uma mulher bonita, inteligente, bem-sucedida em todos os segmentos da sua vida, mas que parecia ter uma melancolia profunda no fundo de seus olhos, e Orihime ficara na dúvida a razão, mas não quis abordar esse assunto.

Depois daquela pausa, de volta ao batente, Orihime fora tragada por tantos afazeres, que ela foi conseguir uma pausa para ir ao banheiro, quando já estava escurecendo. Sendo liberada, apenas depois de compensar a meia hora de atraso, e por causa disto.

...

Ichigo tinha tido um dia de merda. Havia passado parte da noite em um bar, afogando as magoas que já nem tinha mais para afogar, pois restara apenas um vazio no lugar. E, por causa disto, ele ferrara o sono dos justos e dos injustos também, já que passava do meio-dia quando ele foi acordado, por uma chamada no celular.

Era a universidade, ameaçando-o expulsá-lo por causa de suas muitas faltas injustificadas. Seus dois últimos atestados médicos, foram recusados pela reitoria, e agora ele teria de apresentar justificativa para cada uma das faltas e ainda pagar uma multa por causa disto.

O problema é que Ichigo estava duro e liso, por que também deixara de lado seu estágio. Você só vê a bola de neve que sua vida, se torna quando as consequências das escolhas ruins, começam a arrombar sua porta, e tragar seu dia-a-dia.

Então, com toda a cara de pau que não tinha, Ichigo foi até seu local de serviço falar com Kisuke Urahara, que não por acaso era seu padrinho. Ele odiava pedir favores, mas teria de apelar para um pequeno empréstimo de Kisuke que não era nenhum bom samaritano.

Mas, ele nem chegou a seu destino de interesse e foi, surpreendido por uma chamada de Karin, insistindo que ele fosse busca-la na escola de enfermagem.

— Karin, pensei que seu curso era três vezes por semana. – O ruivo disse ranzinza, mas sua irmã já estava habituada, com sua habitual falta de boa vontade para as coisas pequenas do dia-a-dia.

— Eu tinha um trabalho em grupo, Ichi-nii. – Karin dissera usando sua voz de falsete, que a morena só usava quando mentia, e seu irmão sabia muito bem disto.

Mas, no fim ele desistiu de lhe dizer não, pois ele nunca conseguia fazê-lo para as mulheres de sua vida, mesmo rabujando.

...

Orihime estava saindo do trabalho, planejando ir ao centro comercial comprar um carregador, e passar na farmácia para comprar um analgésico, estava com a cabeça fundida de dor.

— Orihime, que coincidência... – Karin havia tomado o cuidado de perguntar o horário de saída de Orihime, no dia anterior.

E o cronometrara com a vinda de Ichigo para busca-la.

Orihime estava cansada, mas mesmo assim sorriu para sua mais nova amiga.

— Karin, querida. – Orihime aproximara-se da morena, e a brindara com um abraço de urso, apesar disto Karin sentiu-se confortável perto de sua amiga.

 — Hime-san, está indo para a casa? – Karin perguntou sem conseguir ser muito discreta. Mas, a ruivinha não se importou com a pergunta.

— Na verdade estava indo ao centro comercial, comprar um carregador... – Orihime disse casualmente apontando na direção do ponto de ônibus para onde pretendia seguir.

— Ah, que bobagem... Deixa que o Uryuu-san compra um para você. – Karin disse não desistindo da ideia de arrastar Orihime e Ichigo até sua casa e coloca-las sentadinhos juntos, assistindo uma comédia romântica na TV, porque foi em uma situação mais ou menos assim, que ela e Ishida se beijaram pela primeira vez, a diferença que eles estavam no cinema.

Orihime ficou na dúvida, achava que ela já tinha tomado tempo demais de Ishida naquele dia.

— Não precisa, posso pedir para uma amiga ir comprar para mim. – Orihime disse pegando o celular e digitando uma mensagem para Tatsuki. A razão e seu celular estar com bateria é que ela havia conseguido conseguir um carregador emprestado no meio do expediente, mas em casa ela achava que não daria a mesma sorte.

— Ande você parece tão cansadinha, vamos para casa, assistir alguns filmes. – Karin disse de um modo um tanto ensaiado, mas Orihime além de cansada estava aérea.

— Veja meu irmão chegou para nos buscar. – Karin disse dando um sorriso de triunfo.

Orihime notara um J3S vermelho, aproximando e fitara o veículo com curiosidade, e seu coração acelerou-se quando a Kurosaki dissera teatralmente:

— Orihime conheça meu irmão, Ichigo.

Are, are Ichigo Kurosaki finalmente encontra uma namorada, é melhor ligar para o editor da sessão do clima, porque uma tempestade vem por aí.

Assim que certo ruivo, carrancudo descera parara ali, usando uma jaqueta jeans por sobre uma camiseta verde, e uma calça jeans bastante apertada e tênis surrados. Orihime lembrou-se do incidente que aconteceu no dia anterior, e Ichigo pareceu lembrar também, a julgar pelo modo que ele a encarou.


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