You escrita por PepitaPocket


Capítulo 21
O Retorno de Senna




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— MALDITO! COMO SE ATREVE A FAZER, O QUE FEZ COM MINHA IRMÃ.

— KUROSAKI-KUN. – Orihime perde o equilíbrio e cai, por conta da investida de Ichigo, sobre Ishida, que se vê segurado pelo colarinho, e empurrado agressivamente em direção a parede, na qual bate com força suas costas.

Mas, nem por isto ele recua, pelo contrário, fecha o punho, enquanto cerra os dentes, ameaçadoramente, antes de encarar Ichigo olho no olho.

— ME SOLTA IMBECIL. – Ishida diz inutilmente, as mãos de Ichigo apertaram com mais força suas vestes e ele batera de novo com suas costas contra a parede.

— NADA DISSO, EU TE DISSE QUE SE MACHUCASSE KARIN, VOCÊ SE VERIA COMIGO, FILHO DE UMA P***! – Orihime leva as mãos a boca, escandalizada pelo linguajar de Ichigo, corroborando com sua atitude nojenta aos olhos da jovem.

Ishida chegou a fechar o punho, para revidar a agressão de Ichigo. O Kurosaki sempre foi fisicamente mais forte que ele, mas das outras vezes que eles caíram na porrada, ele nunca se deixou intimidar pela força de ogro do de cabelos laranja.

O punho de Ichigo atingiu em cheio o rosto de Ishida, que chegou a fechar o punho para revidar, mas o vislumbre da expressão horrorizada de Orihime, ali caída, o deteve... Pois, não queria fazer nada para assustar a garota.

O que era em vão, porque aquele idiota lhe atingiu mais um golpe fazendo-o arquejar para trás, e no impulso da própria raiva, ele levou o pé e acertou direto na virilha, e tentou tomar distância, mas Ichigo foi mais rápido, e também usou o pé, mas em um golpe pouco mais alto, acertando Ishida no tórax.

O rapaz se desequilibrou por cima de um vaso que estava no caminho, e este trincou com o impacto de seu corpo, sobre o material frágil.

Sua mão e parte de seu braço, fora cortado no processo, e ele tombou aturdido, por sobre a terra.

Mas, mesmo notando a desvantagem do outro Ichigo continuou avançado em Uryuu, que poderia ter revidado, mas não iria agir daquela forma grotesca, na frente de uma dama, nem que sua vida dependesse disso.

Por isso, reunindo todo seu orgulho ele quis ficar em pé, e olhar seu amigo olho no olho, como que para mostrar que ele não tinha feito nada de errado. Muito pelo contrário.

Ele estava em paz com sua consciência.

Mas, Ichigo quando se deixava levar pela raiva, deixava de ser um ser consciente, para se tornar um animal movido pelo instinto.

E, Orihime estava vendo isto em primeira, mão.

— Kurosaki-kun, por favor pare... – Grossas lágrimas escorriam da face de Orihime, que vira Uryuu apanhar por quase um minuto, sem nem mesmo revidar, porque até ele sabia que aquela briga não fazia o menor sentido.

— FICA FORA DISSO, ORIHIME. – Mas, Ichigo apenas virara a face retorcida, pela raiva que estava sentindo.

E, seus olhos injetados de raiva, a machucaram mais do que se ele tivesse lhe batido também.

Assustada, com o que viu Orihime se encolheu, sem saber o que fazer.

Ainda mais quando mesmo machucado Ishida fechara o punho e golpeara Ichigo que estava totalmente desprevenido.

O Kurosaki cambaleou para o lado.

— Gomensai, Orihime. Mas, babaca a gente trata assim. – Ishida disse se detestando por ter aumentado ainda mais o mal-estar da jovem que agora chorava copiosamente.

 — Filho de uma... – Ichigo não demorou a reagir, e estava pronto para bater de novo em Uryuu que não se intimidou e ficou em posição de defesa.

Porém, Orihime se colocou na frente do rapaz, com os olhos repletos de magoa.

— Para bater nele, vai ter que bater em mim.

Ela disse abrindo os braços, e encarando-o diretamente nos olhos.

— Orihime? – Ichigo ficou surpreso com a atitude da jovem.

— Anda, seu imbecil... Bate em mim. – Ela disse cheia de frustração, enquanto dava um soco no peito do rapaz, mas aquilo doeu mais nela do que nele.

— Eu não vou... – Ichigo disse tentando segurá-la, mas ela estava furiosa, tão furiosa como jamais se sentiu.

— Orihime o assunto é com esse canalha e não com você. – Ichigo disse não entendo a atitude da garota.

— Ah, então se o assunto fosse comigo você ia resolver na porrada também? – Ela perguntou cheia de decepção.

Ichigo arregalou os olhos perplexo, com aquela acusação. É, claro que ele não levantaria a mão para Orihime. Ele, não levantou a mão para Senna, e nenhuma outra garota, exceto Rukia quando eles estavam no jardim de infância, mas ele sempre perdia para aquela anã de jardim.

— Orihime, ele trocou a minha irmã, pela sua amiguinha... Deveria ficar do meu lado, e não no deles. – Orihime ficou vermelha como um tomate, enquanto sua mente dava voltas e mais voltas de tanto nervosismo, e ela não conseguia formular frases para responder.

Lhe restou fazer cara feia, e o encarar com seus olhos magoados, e aquilo foi mais efetivo do que qualquer argumento.

— Você deveria me apoiar, e não quem está errado na história. – Ele disse  por fim, deslizando a mão por seus cabelos, ainda umedecidos na esperança de se acalmar, mas aquilo foi em vão.  

— SAI DAQUI. – Ela disse repentinamente irritada.

Ichigo estava agindo como uma babaca, nas atitudes e em suas falas, e ela não estava conseguindo nem formular uma frase, não com o rosto de Ishida pingando sangue.

Mas, ele continuava ali firme e forte, encarando Ichigo, e atento para que o idiota, não desse uma de irritadinho com o Kurosaki.

Sendo que no fim, ele lançou um olhar decepcionado para Orihime e outro enraivescido para Ishida, para quem apontou:

— Quando estiver longe das sais da Orihime, nós conversamos. – Ele disse chutando alguma coisa que estava pelo caminho e saiu batendo a porta.

Uryuu ficou possesso e quis ir atrás, mas Orihime o segurou com força pela cintura.

— Por favor, deixe-o. – Ela disse em tom chorosa, e cena partiu o coração do Uryuu que não aguentava ver uma garota fofa chorando.

E, pensar que ele foi até ali para pedir ajuda para resolver o seu problema e acabou arranjando um problema para quem não precisava de um.

— Desculpa-me. – Ele disse como se fosse ajeitar seus óculos, mas estes já tinham sido perdidos pelo caminho.

— Céus, precisamos cuidar de suas feridas. – Mas, ao invés de continuar chorando, Orihime o surpreendeu com um sorriso genuíno, apesar de seus olhos estarem triste.

— Hum, não precisa.  — Uryuu disse, sentindo o corte que ele fizera no vaso, arder.

Os protestos de Ishida de nada adiantaram, pois a garota apenas o puxou em direção ao sofá, onde iria colocar em prática o que aprendeu naqueles cursos de primeiro socorros.

...

Já Ichigo saíra pela calçada, de um jeito que assustou metade dos transeuntes, e a outra metade já o achava naturalmente suspeito, por causa de sua cor de cabelo. Então também saia de seu caminho.

Sua cabeça chegava a latejar de tanta raiva que estava sentido, naquele momento.

Além da preocupação com Karin, tinha a raiva de Ishida que havia sido muito bem avisado para não fazer nada para machucar sua irmãzinha, mas pelo visto ele achou uma boa ideia, ignorar seus avisos.

Mas, o estopim viera coma a reação de Inoue, que pelo visto não lhe deu razão, quando em sua concepção, ele estava correto em defender os interesses de sua irmã.

Mas, certamente ela ficaria do lado de Ishida, por causa da amiguinha estupida dela.

— Kuso. – Ele praguejou, puxando o relógio e dando uma olhada, percebendo que não queria ir para a casa.

O correto seria procurar Karin, mas ele não saberia o que lhe dizer, ao menos não com a cabeça fervendo como estava.

Acabou subindo em seu carro, rumo ao único lugar que poderia tranquilizá-lo:

O mar.

Podia sentir o quebrar das ondas, ao longe e aquilo já foi o bastante para lhe devolver a serenidade. Mas, bastava ele lembrar o semblante choroso de Orihime, para a culpa voltar e devorá-lo por dentro.

Frustrado, ele começara a chutar a areia em seu caminho, criando uma nuvem em torno de si que fizera seus olhos arderem.

Mas, ele não se importava, precisava dissipar o que estava sentindo.

Mas, ali em volto pela poeira que ele mesmo causou, um som chamou sua atenção.

Ele o reconheceria em qualquer lugar aquele som.

— Não pode ser.

Esperou a areia que ele havia chutado baixar um pouco, na esperança de que fosse sua mente pregando-lhe uma peça.

Mas, a sombra de uma silhueta surgiu em seu campo de visão, fazendo o rapaz engolir em seco.

— Não pode ser. – Ele repetiu ainda aturdido, ao ver um par de cochar que ele conhecia muito bem, usando uma saída de banho, roxa que se ajustava a seu corpo pequeno e detalhe. O decote delicado, adornado por miçangas chamava a atenção, mas nada comparado aquele sorriso cheshire.

— Não pode ser.

Ele piscou confuso, por estar vendo Senna ali a sua frente.

Só que diferente das outras vezes, ela parecia surpreendentemente real.

— Não pode... – Mas, então sem aviso ela encurtou a distância entre os dois e sem aviso, tocou seus lábios com os dela.

Pelo visto as surpresas não acabariam naquele dia estafante, o que mais faltava a acontecer? Ichigo perguntara-se afinal.


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