You escrita por PepitaPocket


Capítulo 19
Ishida x Tatsuki




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As luzes do apartamento de Orihime, estavam naturalmente apagadas, quando os dois pombinhos chegados, se enroscando em um demorado beijo.

— Sua amiga não vai ficar chateada? – Orihime perguntou em fiozinho de voz, pois não queria que Rangiku ficasse chateada, por eles terem saído literalmente de fininho.

Até Tatsuki, acabou ficando para trás. Orihime, pediria desculpas para sua amiga depois, mas seu coração quase implorava para que ela ficasse a sós com Ichigo naquele momento.

Tatsuki, não entenderia, mas de certo a perdoaria.

Os dois voltaram a se beijar, sem pressa. Apenas, saboreando os lábios um do outro, e descobrindo novos jeitos de enroscar suas línguas, em uma dança sensual, e apaixonante.

Suas mãos entrelaçadas, criavam uma conexão ainda mais profunda do que o contato de suas peles.

Era tão intenso, que Orihime se via ali arrebatada, por uma intensa vontade de chorar.

— Não chore, princesa de meu coração. – Ele disse enxugando sua lágrima, e beijando sua testa, ela fechara os olhos e encostara a cabeça no peito de seu amado.

— Quero que você durma aqui hoje. – Ela dissera com a fala um pouco trôpega e errante. Ainda não estava pronta, para... “Se tornar mulher”, mas queria muito a experiência de dormir abraçadinha com Ichigo... Será que estaria pedindo demais?

— Como quiser, Hime. – Ele dissera após um momento de visível surpresa, pelo seu pedido inesperado.

— E, não se preocupe. – Ele disse puxando suas mãos e as beijando ternamente. – Será como você quiser.

Ele disse erguendo-a em seus braços, e beijando-a mais uma vez... Eles ligaram a televisão, mas nem prestaram atenção no filme, ficaram trocando carinhos no sofá, e sussurrando coisas ao pé do ouvido um do outro.

Depois, eles sentiram fome, e improvisaram um sanduiche, Ichigo não sabia como tinha conseguido engolir um sanduiche com queijo, banana, quiabo, maionese e salame, mas Orihime preparou com tanto carinho para ele, que ele não foi capaz de recusar.

Pelo menos o suco de nectarina estava uma delícia. E, os lábios da sua doce ruivinha como sobremesa, também.

E, por fim, a melhor parte da noite: os dois deitaram-se na cama abraçadinhos. Ela colocara uma camisola com uma grande estampa da Minnie e insistiu que ele usasse uma orelhinha de Mickey para dormir.

Ichigo ficara apenas de cueca boxer, mas tapara-se rapidamente para Orihime, não se assustar com aquilo. E com a camiseta debaixo.

Então, ela repousara em seus braços, aspirando o cheiro de sua pele, e ele fechara os olhos, percebendo que adorava a sensação de tê-la em seus braços.

Eles entrelaçaram as mãos, trocaram mais um selinho e ficaram conversando sobre coisas banais... Seus empregos, seus planos para o futuro, ele descobriu que ela sabia muito sobre física, e ela percebeu que Ichigo era um leitor voraz, como todo universitário de sua área tinha de ser.

Mas, Ichigo era um cara ligeiramente comum. Tirando por seu cabelo excepcionalmente ruivo, não tinha nada de extraordinário nele, ao menos em sua opinião. Já Orihime, parecia-lhe tão fascinante, que ele as vezes duvidava que ela fosse de verdade.

Ele não lembrava de ter tido esse tipo de encantamento por ninguém, nem mesmo por Senna.

— Que foi? – Ela perguntou reparando, que Ichigo ficara ainda mais sério e carrancudo, quase que repentinamente.

— Hum? – Ele a encarou parecendo confuso, por um momento. – Não nada.

Ele disse sentindo-se culpado por ter pensado em outra garota, estando com alguém tão incrível e maravilhosa como Orihime a seu alcance.

— Estou pensando no quão sortudo eu sou, por tê-la ao meu lado. – Ele disse se sentindo estranho, por falar aquele tipo de coisa... Mas, como era de se esperar, os olhos de Orihime brilharam e ele se sentiu grato por ter dito aquilo.

E, ela seguiu lhe dizendo coisas melosas, fazendo-o descobrir que gostava de ouvir esse tipo de coisa, desde que viesse da boca dela.

...

Tatsuki já não sabia mais o que fazia, para escapar da marcação de Renji, que estava encarando como se fosse a próxima refeição, só que de sua cama, ao invés de sua mesa.

Geralmente, ela resolvia esse tipo de situação com um chute bem dado nas partes baixas, para o sujeito esquecer de como se levanta seu instrumento de orgulho, mas até alguém com pouco traquejo social como ela, sabia que era um vexame total, fazer esse tipo de ceninha em uma festa de aniversário.

Karin estava a fuzilando com o olhar, e Hinamori e Rukia estavam fazendo o mesmo, provavelmente por causa da historieta que a namoradinha do idiota do Ishida contou para elas.

— Merda. – Ela pensou, amaldiçoando ter caído na lábia de Orihime, e ter a acompanhado até ali.

Não achou sua amiga em lugar nenhum, e ela deduziu que ela tinha ido embora, o que fez a Tatsuki pela primeira vez querer encher Orihime de tapas.

E, agora como é que ela voltaria para casa?

A garota pensou por um momento, lamentando não ter levado consigo dinheiro, tão pouco celular. Mas, logo pôs os neurônios para funcionar, e pediria para alguém chamar um veículo para si, pois deveria ter algum trocado para a corrida em casa.

O problema, é que ela não conhecia ninguém na festa, e graças a ação de Karin, ela não era bem quista por ali, podia sentir pelos olhares femininos que ela estava recebendo;

Pedir para Renji, era a mesma coisa que colocar a corda no pescoço, não dela, mas na dele. E, não queria que a academia perdesse seu melhor cliente.

Só lhe restou, uma pessoa...

“Maldita, Hime. Você fez de propósito”.

Tatsuki pensara enquanto buscava por Uryuu com certa contrariedade.

O encontrou ao lado de uma mulher de cabelos negros, olhos azuis, pele muito clara, e que parecia muito com ele. Era quase uma versão de saias de Uryuu, mesmo rosto afinado, mesmo nariz arrebitado, mesmo jeito esnobe de encarar os outros. Só era alguns centímetros mais baixa, e de certa forma antipática.

 Ela não parava de falar e gesticular, algo que só pela fleuma corporal de Ishida, Tatsuki percebeu que ele não estava gostando do que estava ouvindo.

O que Arisawa achou bem feito, por um simples motivo: estava com muita raiva daquele idiota, pelo simples motivo dele fazer com que ela sentisse coisas que nunca sentiu antes, e ainda a colocar naquela saia justa, como pivô de uma separação.

Coisa que ela tinha sua consciência limpa, já que seja o que for que tenha acontecido com aqueles dois, ela estava convicta que não tinha a ver com ela, ao menos intencionalmente.

Por isso, ela decidiu deixar de se levar pela maré do “tititi”, e ir falar com ele, afinal eram conhecidos, e ele era a única pessoa que poderia ajuda-la naquele momento, já que a garota não sabia pedir ajuda para estranhos.

Era isto, ou correr dezenas de quarteirões até sua casa, no meio da madrugada.

“Orihime, você me deve e me deve muito, sabia?”

Tatsuki pensara mais para quebrar o próprio nervosismo, já imaginando as coisas que pediria a sua vizinha.

Uryuu havia trocado de roupa, deveria ter conseguido aquela camisa emprestada, quem sabe de Urahara? Ficava grande nele, mas ele ficava estranhamente bem, naquela cor azul marinho que combinava com seus olhos.

— Posso falar com você um minuto? – Tatsuki dissera um pouco constrangida, sem nem se tocar em cumprimentar Nanao, pois não havia ido com a cara dela mesmo.

— É por isso, que você está trocando Karin? – Nanao apontara com desdém para Tatsuki que imediatamente fechou a cara, pois não tinha sangue de barata para ser ofendida a troco de nada.

— Nanao, por favor. – Uryuu dissera mexendo os óculos, com nervosismo. Enquanto, procurava por Karin que tinha evaporado. O que era bom para ela, pois se a encontrasse ela iria desfazer todas as mentiras que certamente ela havia contado naquelas duas horas que esteve ali.

— Então? – Tatsuki usando todo o controle de si, olhara para seu “conhecido”, pronta para pedir que ele apenas chamasse um motorista de aplicativo.

Porém, a outra teve que abrir a boca:

— Além de vagabundo, é surda. – Ela dissera com desdém, mas seu sorriso provocante se transformara em uma massa de sangue quando o punho certeiro de Tatsuki voara em seu rosto.

Nanao nem viu o que a atingiu, simplesmente cambaleou para trás e caiu sentada no chão.

— Merda, Nanao... – Hisagi correu para socorrer sua esposa, que estava ainda aturdida pela batida.

Já Uryuu, tinha que segurar Tatsuki que queria partir com tudo para cima da irmã dele.

— Me solta, idiota... Eu vou mostrar para essa infeliz, que não deve sair ofendendo os outros a troco de nada.

— Você me bateu? – A outra por sua vez, ainda esta incrédula, olhando horrorizada para o sangue que estava em suas mãos.

— E, vou bater mais... Assim que esse crápula aqui me soltar. – Ela disse deixando o filho de Unohana literalmente no sufoco, na tentativa de segurá-la.

— Vagabunda, surda e... Uma troglodita selvagem. – Mas, quando viu que Nanao, não tinha aprendido a lição seu irmão propositalmente a soltou, e Tatsuki como se fosse um furacão foi para cima da outra, que só não apanhou porque Hisagi se colocou na frente.

A diferença de uma cabeça de altura, foi o que salvou o rosto de Shuuhei de ser alvejado, mas não quer dizer que o golpe que ele levou direto no pescoço não tinha doido.

— Porcaria, você é forte.

Hisagi disse lutando para segurar os punhos da outra, e quando ele finalmente conseguira, não tivera sorte com os pés.

Um chute certeiro, em seus testículos o fez, sentir como se tivesse ido dar um passeio sem volta entre as estrelas.

— Por favor, acalme-se. – Ele arfou... – Não pode bater nela, porque ela está grávida.

Hisagi dissera educadamente, e houve algo em sua vez, baixa e controlada, que fez Tatsuki voltar a razão.

Ela percebeu naquele momento que todos olhavam para ela, e nada foi mais aflitivo do que aquilo, pois a maioria dos que estavam na festa, lhe olhavam feio.

— Quer saber? Dane-se! – Tatsuki disse dando um olhar de desdém para Nanao e todo resto e saindo dali de cabeça erguida, pois não devia nada para ninguém.

— Tatsuki, espere.

Ela seguiu caminhando porta a fora.

Descera correndo a escada, e vento fresco da rua lhe fez.

— Tatsuki... – Ficara ali parada algum tempo, sem saber ao certo, o porquê.

Mas, então ela percebeu que sua mente lhe pregou uma peça, estava esperando por ele... Que correu atrás dela, sem a alcançar.

Mas, alguns minutos depois ele estava ali, vermelho e ofegante, a encarando com um olhar quase suplicante.

“Foda-se”.

Era o que Tatsuki queria dizer, atirar-se em seus braços e fazer o que desse vontade.

Mas, ela ainda não estava pronta para algo assim. Então, sem pensar duas vezes se pôs a correr, com toda velocidade, que suas pernas permitiam.

Não era nenhuma maratonista, mas seu ótimo condicionamento físico lhe permitia alcançar uma velocidade razoável.

Vendo o que ela estava fazendo, Uryuu não pensou duas vezes, e correu atrás dela.

E, para sua surpresa ele não era nenhum pouco devagar, ele só se enredou nos degraus da escada, porque ficou com medo de cair, ao descer de pressa.

Fora vinte e nove quarteirões, e um tempo de corrida que ela não sabia precisar, mas todo o tempo ele manteve-se apenas meio metro de distância dela.

Parara em frente a seu prédio totalmente sem fôlego, a musculatura de suas pernas protestando, certamente havia tido alguma distensão muscular.

Mas, isso não era nada comparado a ruína que estava em sua cabeça.

E, para piorar aquele energúmeno, obcecado por branco e que ainda usava óculos enquanto corria, bateu com tudo em suas costas, e os dois caíram dolorosamente na calçada.

— Oh, não meus óculos, não.

Uryuu gemera aborrecido, quando seu amigo de todas as horas, saltou para longe de seu rosto e na queda se espatifou.

— Bem feito. – Tatsuki dissera sentindo-se dolorida, por causa da batida.

Agora, ela sabia um pouco como era o mundo de Orihime, e quase lamentava ela ser tão desastrada.

— Malvada. – Ele disse tentando soar bem humorado.

Mas, não adiantou.

Bom humor, era algo que passava muito longe de seus espíritos naquele momento.

— Já tive minha cota de ofensas por hoje, tá legal? – Sem que pudesse se controlar ela se vira ali gritando com ele, que estava de cabeça baixa, procurando seu óculos.

Ele sabia que ela estava chateada, mas ele também estava chateado.

Nunca foi o tipo de sujeito emocional. Nem nunca seria, ele foi lapidado, para ser frio, analítico, porque o mundo era de quem não tinha coração.

Só assim ele iria prosperar, na profissão, prosperar financeiramente e se manter longe de encrencas, como aquela que estava olhando diretamente para ele naquele momento.

No entanto, ele sentia que não podia ficar longe.

— Desgraçado, estou falando com você. – Ela disse caminhando na direção dele, com intenções quase que assassinas.

Porém, para sua surpresa, ele foi rápido e se levantou repentinamente, parando a sua frente.

Seu rosto estava escondido em uma sombra, e ela gostaria de dizer que era porque era noite.

Contudo, quando ele se aproximou e ele sentiu nele quase como se fosse uma aura, toda intensidade de seu desejo, ela soube:

Que ela não era a única que estava emocionalmente bagunçada, ali... Ele, também.

Então, o que eles fariam com aquela bagunça? Jogariam no ventilador, e dane-se os resultados?

Ou esconderiam, em baixo do tapete e fingiriam que nada aconteceu.

Suas mentes confusas não sabiam a respostas, mas seus corpos souberam quando se aproximaram mais um pouco... Bastara um passo, para que seus lábios se encontrassem.

E, então a experiência mais assustadora de todas...

O beijo.


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