E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 9
Como dizer "Não quero" em francês


Notas iniciais do capítulo

Não demorei pra postar dessa vez; e sei lá o que aconteceu que consegui postar em menos de 7 dias... Espero que gostem do capítulo; lembrando "essa história foi postada no meu puro tédio de 35 dias em que passei na Bahia"; foi difícil, então... Foi o maior capítulo que já escrevi; então desculpem-me...

~Enjoy

OBS: Merci Beaucoup amoras pelos comentários; é um mais fofético que o outro... Apaixonei



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Victor

—Um namorado? – Perguntou Leo. – Jura?  Hãn; eu achei que aqui tivesse regras.

Eu não fazia idéia que ela tinha um namorado, mais claro, ela tão linda, porque não ter um namorado para protegê-la? Cuidar dela que é simplesmente fantástica e eu não a deixaria escapara se eu pudesse. Então foi por isso que ela correu hoje de manhã? Que ela fugiu e se escondeu desde quando eu ia dormir e quando acordamos?  O cara é grande; claro ele é grande mais não é dois e eu sou pequeno mais não sou metade. Simplesmente perfeito. Simplesmente magnífico; eu passei a mão no rosto frustrado enquanto Leo comentava com uma garota do seu lado que aquilo era abusivo por eles serem monitores; pelo jeito estava tudo bem desde que não fosse monitores com alunos ou veteranos com calouros; veteranos tinham regras e isso me fez tremer. Eu suspirei fundo não queria acreditar que ela dormiu ao meu lado, foi simpática, amável, sensível, doce, calma, perfeita, uma perfeita futura namorada para ter um namorado. Que mesmo sendo o que fosse aparentemente não a merecia. Eu também não sei dizer se eu a merecia por que aquilo era completamente novo para mim; algo tão novo como ler um livro só porque gostou da capa e amar a história se tornando fã número um.

—Olha; por mim nem importa. – Falou Éponine de uma maneira grosseira, ou dando um fim no assunto. – Eu já tenho o meu e quem quiser um que se apresse. – E nisso ela me arrancou um beijo selvagem apertando minhas bochechas e me arrepiando de medo. Tomei espaço e dei um sorriso sem chão e disfarçadamente limpando a boca, céus ela me engole toda vez que me beija.

—Aan; á quanto tempo eles namoram?  - Pergunto á Éponine que parece estar me comendo com os olhos, imaginando algo com certeza impressionante, mais não me olha como Mikaele me olhou. Com certeza nunca ninguém vai me olhar daquele jeito sem ser ela. Eu sei que amor á primeira vista não existe que no máximo leva tempo e que precisa conhecer a pessoa primeiro para isso acontecer; mais é tão... Irreal.
Estava esperando uma resposta de Éponine mais para minha resposta é o tal de Pierre que não parecia tão interessado na refeição assim.

—É engraçado perguntar isto jovem. – Provavelmente ele não queria responder; ele pensou por um momento tomando a atenção de todo mundo na mesa, o que me fez ficar encabulado e com rosto queimando. – Talvez, quase um ano agora; certo? – Ele perguntou aos demais que negam.

—Dois anos Pierre! – Exclamou Alexandra suavemente tomando sua xícara de café.

—Na real, desde que eles se conheceram. – Disse o... Shin que parecia que nunca chegava á uma conclusão; eles falavam entre escorregões o português de Portugal; estava fácil entender.

Aquilo me cortou por dentro, estraçalhou meu coração, agora que eu tinha motivos para o meu coração bater novamente pelo amor, ela simplesmente desaparece nos braços de outro. O que estava realmente me incomodando era que eu achei que tinha chances com ela. Eu por um momento a desejei, a queria do meu lado; o que não muda agora, só aumenta cada segundo duas vezes mais. E assim por diante até que não ajam mais maneiras de me afastar dela. Isso só vai aumentar o desejo que eu tenho por ela. Nunca vou conseguir esquecer aqueles olhos, aquele sorriso; eu adoro aquele sorriso mais sincero que o de uma criança, sua ajuda. Ela é um anjo; não se pode dizer que ninguém é perfeito, porque perfeito é Deus, mais ela será sim perfeita se for á imagem de Deus e se não for. É linda de qualquer jeito, de todos os jeitos; eu só sou um calouro e competir com o grandão vai ser difícil. Quando enfim chegaram ao final da discussão e arrumaram uma resposta, Éponine esbravejou algo em francês que os fizeram calar a boca e prestarem atenção nela, já que ela parecia completamente frustrada ou com raiva por não ter atenção.

—Do que lhe interessa Victor? – me afastei de Éponine com jeito. Eu devia agir, pensar, ser, rápido, mais eu não conseguia formular nenhuma básica ou fundamental palavra que fosse; eu iria chamar o nome dela, iria me entregar. Então dei ombros me fazendo de desinteressado.

—Por curiosidade? – Ela apontou o dedo para começar á dizer algo, mais não conseguiu.

Andréia deu ombros, revirando os olhos e bufando encarou Éponine como se desejasse dar lhe um soco. E começou outra discussão de boca e em francês, o que foi tão rápido que só quem entende pode compreender que Andréia estava certa e Éponine errada, que até então o jeitinho silencioso da veterana monitora mostrava uma boa máscara para o seu mau humor. Eu não fazia idéia do que eles falavam; pareciam àquelas pessoas que fazem de conta que sabem falar um idioma, essas pessoas que falam outros idiomas, pareciam pessoas que falavam dois idiomas diferentes. Eu me afastei de

— Quem você acha que agride primeiro? – Perguntou Leo em um sorriso diabólico e malicioso.

—Éponine. – Chutei. – Ela tem cara de quem bate.

—Mais a Andréia não tem cara de quem apanha.

—Ah, ela tem sim. – Ele falou e nós dois rimos. – Ou tinha; tá difícil dizer.

Dava para perceber que Andréia estava dizendo o quanto Éponine estava errada e acho que “veteran” (*a forma certa de se escrever é vétéran) é veterano e no caso ela estava corrigindo ou se achando melhor que Éponine; quando Éponine começou á elevar a voz, o grandão apareceu fazendo todos ignorarem as duas e olhar para ele que se sentou irado na mesa que era longa, em uma cadeira vaga. Aquele sim estava nervoso.

—O que vocês estão olhando? Voltem á briga de vocês! – Ele berrou, eu e Leo ficamos tensos e nos afastamos da mesa, para evitarmos sermos culpados ou de apanhar. Ele com certeza descobriu que ela dormiu no meu quarto, eu travei na hora, gelei, assim digamos. – Você faz tudo, tudo pelos outros e olha como retribuem! Que droga! Que inferno! – Ele apontou para o queixo e a bolsa do olho que estavam inchados. Pela ordem divina que não seja o que eu estou pensando.

Não...

—O que é que foi isso Cainan? – Perguntou Pierre assombrado com a visão. – Você apanhou?

—Não! Eu não apanho. – Não, por favor... – Eu só levei uns dois socos entende? Eu e a Mika brigamos feio. – Meu Deus! Eu com certeza comecei á suar e meu coração disparou e afastei mais a cadeira da mesa. – Foi isso que aconteceu.

Meu coração disparou não que nunca fosse ficar nervoso ou disparar perto daquele grandão mais ele podia ter machucado a Mikaele, deve ter deixado ela inconsciente e veio dar uma de bonzinho. No mínimo ele pode ter feito isso, ele tem cara de quem cinta uma boa história. E o olhar de perplexidade me deixou preocupado, ele não pode ter feito isso. Passei a mão no rosto tentando controlar a vontade de sair correndo do refeitório, bater na porta dela e a ajudar.

—Discutiram? – Perguntou Éponine animada, franzi o cenho, ela estava feliz, afobada, curiosa ou coisa do tipo? – Tipo á ponto de se agredirem? Um machucar o outro...

Ele piscou e como todo mundo abriu a boca; ficamos abismados com a pergunta e Éponine aparentava alegria e entusiasmo, ansiosa com a resposta, ela observava esperançosa; sim, esperançosa, e visivelmente não estava ligando se Mikaele estava ou não bem. O que me deixou um pouco mal, talvez muito mal. Ela queria o mal dela?

—Você tá louca Éponine? Eu nunca machucaria ninguém que não merecesse, aliás, eu nunca feriria a Mika, eu gosto dela. – Gostar é menos que amar, quando se tem certeza não é preciso esperar, o tempo é mestre para tudo, se ele não ensinou o caminho para o coração de ambos... Fiquei intacto e aflito como ele ousaria machucar ela? Não precisa ser fisicamente, pode ser emocional; o que ele fez para ficar daquele jeito? – E além de gostar dela eu cuido muito bem dela; ela me deu dois socos e eu fui obrigado á sair de perto dele para não cometer nenhuma loucura; não sou agressivo. Não á ponta de machucá-la. Está me ouvindo? – Ele se emburrou. – Até pareço uma ameaça. – Não parece uma ameaça; você é uma ameaça.

—E então o que aconteceu? Você a feriu? Houve algum quebra-quebra? Porque pra quem gosta de outra pessoa uns tapas ou socos não são nada perante palavras frias.  Eu já a acudi muitas vezes. – Perguntou Andréia de olhos revirados dizendo aquelas palavras ásperas.

—Posso te ajudar? Posso cuidar desse dodói? – Perguntou Éponine se aproximando de Cainan que não se afastou.

—Pode sim Éponine, só cuidado. Tá doendo e pode ser que você me machuque mais. –Ele não se importou... Ele odiou a critica, uma possível verdade de tudo que Andréia estivesse falando fosse verdade. E se fosse o “gostar dela”? E gostar é menos que amar, e isso me intrigou, chegou á me decepcionar, como ela pode estar com alguém que só gosta dela? E vendo Éponine, na qual eu não pretendia ficar muito tempo, porque ela prefere outra pessoa, em especial alguém que acabou de se machucar no rosto. No que parece ela é pegadora; muito pegadora; e usou de mim para ser mais uma pegada na qual eu caí direitinho. Eu fiquei sem graça e então m levantei da mesa com o meu prato indo para a mesa de trás enquanto eu, e o refeitório ouvíamos ele esbravejar em como estava furioso e tals; bom ele falar português.

Em minha opinião; ele é ignorante e se acha, ele se sente um Rei quando está com ela. Será que ela se sente uma Rainha? Ou então ela se sente uma serva? Concubina? Eu não queria realmente me encontrar nessa situação; apaixonar-me por alguém que fosse de um alto escalão escolar; ela sabe quem eu sou além de um garoto assustado que mal consegue dormir á noite? Estava em uma mesa praticamente vazia, com certeza ou foram comer fora ou já acabaram; só conseguia olhar para o grande quando alguém se encostou a mim.

—É.  – Era uma confirmação. – Eu também odeio o jeitão metido dele. – Era idioma brasileiro, um sotaque bem feminino, do sul do país, talvez; olhei para ver quem era que havia comentado aquilo do meu lado, me impressionei ao ver uma menina de cabelos longos e loiros escuros, com um batom vermelho lacrimejante escandaloso. Ela também olhava para o grandão. Encarei- a que sorriu para mim; não estava dando em cima de mim, estava mesmo puxando assunto.

— Olá, boa noite, eu sou Katherynne! – Nós nos cumprimentamos, eu estava meio assustado, eu não esperava aquilo. – É um prazer conhecer alguém que não goste do “Senhor Perfeito”. Mesmo que ele seja meu cunhado... – Ela revirou os olhos.

—Não disse que não gostava dele. – Falei firme, em pensei em ignorar-la e ir embora, mas; só tinha ela de companhia.

 -Não precisa dizer; olhe bem como olha para ele. – Impossível de eu me ver. – Ele realmente não é lá muito perfeito e de bom monitor só na frente dos outros. Daria tudo para ver o irmão dele monitorando. – Ela suspirou. – Como aquele ali engana; amar a Mih? Jamais; pode até parecer mais é uma ilusão perfeita!

—Ok. – Coloquei o garfo no prato encerrando a minha janta; afinal, comi a metade e depois de ver Mikaele e o outro ser ali juntos eu perdi o apetite completamente, poderia dizer que era enjôo dos ferimentos dele, ou só por ter comido muitas entrada e besteira; pode ser isso também, pois fiz isso; mais não. Era por causa daquela cena horrorosa dos dois na minha frente. – Está tudo bem?

—Aan? – Ela passou o cabelo para trás. – Nada; na real só não gosto dele. Não gosto do que ele faz com a minha amiga. Sabe, ele diz di que a ama, mas não acredito, ele é meio, incapaz de fazer isso. Pois já a vi chorando tanto por causa dele, agüentando calada; sem uma defesa própria. Eu não entendo porque ficar com ele.

—Bem; deve ser costumes de namorados e...

—Namorados? Hãn; querido que eu não sei o nome...

—Victor

—Victor; belo nome, ele nunca a pediu em namoro. Em nenhum momento se ouvia a frase “Nós somos namorados”, ficar não é namorar e mesmo que se fique quase três anos, sem um se desgrudar do outro, se não houver o pedido não são namorados. Mesmo que aqui na França se saímos duas vezes com uma mesma pessoa já estamos namorando, mais que eu saiba, nós somos brasileiros! – Estreitei os olhos, dessa não sabia. Ah! Ela puxa muito o sotaque, ela é gaucha.

—Mas todos falam que eles namoram.

—Eles mentem para si mesmo; tá mais do que na cara que o “Cay” nunca gostou da Mih de verdade; ele só quer o que é carnal; eu já ouvi tanta patada que mexe até com o meu sentimental, imagine o dela. Ela é muito sensível, sabe? – Imagino que sim. – E claro, ela já pediu e pede inúmeras vezes em namoro; ele pede só calma, paciência, tempo.

—Quando se tem certeza que ama, não é preciso esperar. – Respondi olhando para o meu prato de porcelana; eu nem havia notado que era de porcelana, na verdade eu não notei nada dessa escola, apenas na monitora, eu parecia estar em um restaurante muito chique que eu não poderia pagar no Brasil, estava em um paraíso. Mas, eu estava querendo sorrir no que a gaucha falava, mais não acreditava muito, pois eu nunca tinha visto-a, nem a visto com a Mih “Céus!” (Eu estou usando o apelido sem ao menos conhecê-la?) como posso acreditar na garota de batom lacrimejante?

—Isso aí rapaz! – Ela exclamou e nisso Andréia se levantou da mesa rangendo os dentes, Cainan acabou falando alguma coisa para ela sair e ir pegar comida para Mikaele; ele falou em espanhol, eu estudei espanhol um ano e meio; eu entendi! Leo ouviu a briga junto com Alex, Simone, Pierre, Shin e Camélia, eu observava mais no fundo eu não queria estar ali. Eu só sou um menino, um menino e ela uma moça; eu não tenho forças. Eu quero; só não consigo pensar ou achar. – Lá vai tudo de novo.

 -O que?

—Mih fica livre, Cay não gosta, eles brigam, ele a maltrata de algum jeito, ela fica mau, ele fica de boa, Andréia briga com ele, Éponine se mete na briga, todo mundo discute e só voltam á se falar se a Mih tiver bem; senão acaba tudo. Três meses de cara virada, foi o marco de tudo.

—Á quanto tempo é assim?

—Á muito tempo.

Quer dizer que eu me preocupo com o desgraçado, fico triste por ela estar sofrendo achando que isso só aconteceu hoje, sendo que acontece á muito tempo... Será que ela está bem no final das cotas por ele estar machucado fisicamente, a dor da alma é a pior que alguém pode sentir; ele deixou ela machucada? Fiquei observando de onde estava a algazarra, perdi contato, pois eles começaram á discutir em francês.

—Sacre Bléu! – Exclamou Katherynne do meu lado.

—O que foi?

—Andréia disse que Cay vai perder Mih de verdade, se não for por outro, pra outra e talvez a morte seja mais digna dele. Aí ele a chamou ela de; digamos chifruda e falou que ela falou que ele era também. – Ri.

—Ele é?

—Dificilmente. Ela é vigiada 24 horas por dia, sete dias por semana, quatro semanas por mês, doze meses por anos. E no final eles mal se gostam de tanto ficarem colados. – Abaixei a cabeça pensativo.

Então a proximidade afasta?  Não é exatamente isso que eu gostaria; que eu gosto, na real é a aproximação do casal, quanto mais perto melhor e muito mais romântico, algo de todo dia, algo de coisas que são impossíveis explicarem; mais é bom ficarem afastados e sentirem saudades. Se ela é tão vigiada, isso explica ela sair correndo do meu quarto; não pode ser vista pelo Cainan; - Tremi – se ele me pegar com ela, será que ele me bate? Porque nela ele não vai bater, mais se ele bater eu mato ele; porém se não for isso que acontecer vai doer, sim tudo dói e com certeza ele vai me machucar. Dores, dores; mas se ele for errado, ela quem vai cuidar de mim; se eu me machucar é comigo que ela vai ficar e cuidar. Isso me foi tão elaborado e me pareceu real por um segundo.

—E ela gosta dele? – Ela riu.

— Por quê? Você está interessado nela? – Ela me olhou com aquele olhar investigativo, profundo, curioso e ousado, não sei o que mais me incomodou, ela me olhando ou aquela sensação ridícula de ouvir um sim; que ela gosta, ama ele.

—Eu sou curioso! – Respondi friamente, sou muito bom em fingir. – Ela é da Elite; você veio falar deles.

—Se ela gosta dele?

—É!

—Hum. – Meu coração travou se é possível disso acontecer e eu fiquei sem movimento, ela abaixou a cabeça tranquilamente eu devia desconfiar.

Eu encontrei uma pessoa fascinante e me apaixonei por cada detalhe dela, fiquei feliz quando dormi ao lado dela, quando ela cuidou d mim, não conseguimos fazer plano nenhum, ela gosta de alguém que a maltratava, mais eu pensei em ficar junto com ela para sempre de sempre a amar; dormindo e tendo contato por uma noite; eu a amava, meu sorriso vai virar lágrimas, eu vou ficar sem saber o que fazer aqui agora, eu devia ter uma noção de que ela estava apenas sendo educada, carinhosa, humilde, sincera... Doce. – Eu não sei te explicar; mas com sua idade deve saber que ela é submissa. Por isso não se largam; ela é a submissa dele; se entregou a ele abertamente, eles têm uma espécie de relação onde ela o obedece como uma figura d respeito e ele a respeita; damos um pause nessa parte porque nunca o vi a respeitá-la. E com ele, ela é dócil, respeitosa, falar o que faz e aonde vai. Ser submissa compromete ambos em cada ciclo que os faz ficarem junto, onde ele não precisa pedi-la em namoro, esse comprometimento os une em uma relação forte, cheia de prazer diversão, harmonia e paixão. Ela é dele, e ele é dela.

—Ela é a escrava sexual dele? – Meu mundo caiu.

—Não! – Ela ergueu uma sobrancelha. – Presta atenção... Não envolve sexo, envolve algo mais; submissão não é tão igual ao namoro, mais é bem parecido.

—Qual a diferença?

—Eu não vou saber te explicar criança; o irmão dele só me explicou assim essas coisas menos absurdas.

Posso dizer que Katherynne não é como as demais garotas; ela é curta e grossa, é o que importa. Então a garota com quem me apaixonei é uma submissa? A simples idéia me desanimou, eu sou tão estúpido, aqueles olhos me enganaram. Nesse momento em que estava desabando Éponine apareceu segurando Cainan segurando ele pelo braço, com delicadeza, a garota deu as costas e saiu da mesa murmurando algo que me pareceu uma ofensa, não sei para quem, pra ele, ele ou os dois.

—Querido; - chamou Éponine – eu vou à enfermaria com o Cainan, você pode me esperar aqui?

Eu não sou seu querido!

—Esperar?

—É talvez demore um pouquinho. – Os dois riram em um clima em que aparentava que “eles” eram namorados. –Mas, se você esperar aqui...

—Eu não quero esperar.

—Como assim não quer? – Meu Deus, como se diz que eu não quero em francês? Respirei fundo, sem ser grosso, sem ser grosso, seu primeiro dia...

—Não estou a fim de ser vela de vocês dois. – Falei me levantando da mesa a encarando. – Não seria adequado. – Eu respirava procurando minha voz mais tranquila que eu tivesse. – E tranquilamente eu não vou ficar esperando até sei lá quanto tempo. – Ela me olhou chocada, sem graça, mais ao que me pareceu satisfeita, mas com a força no olhar de quem não gostou... Ou fingia, ou gostou ou que se dane o que ela estava pensando, olhei para meu irmão de consideração, Leo, apontando que iria para o quarto na companhia de Marjorie, então encarei Éponine. – Aproveite a companhia.

—Está com ciúmes? – Perguntou Cainan em um tom de deboche; sim, de você com Mikaele, não de você com Éponine, tenha dó.

—Acho que ele só está observando como você se porta como amiga da onça quando as companheiras e parceiras não estão presentes. – Falou Katherynne dando uma de grandiosa, ele deu uma risada de superioridade olhando para nós dois.

—Olha quem fala. Minha cunhada falando isso pra mim, agora que o “companheiro” dela não está aqui.

—Argh! – Ela quase cuspiu nele, ele é novato; estou dando uma ajuda. – Eu respirei fundo, coitada da gaucha.

—Deixa ela em paz. – Seu idiota, seu idiota, seu idiota!

—Ah; cuida da sua vida.

—Vou fazer isso mesmo.

*

Eu estou meio louco, mais ela me ajudou bastante.
Onde ela ficou ainda tem o perfume dela, o cheiro inconfundível e alarmante dela, só consigo dizer que ela não pode ser uma submissa. Ela não pode ser nada dele. A minha idéia era ver se ela estava bem. Eu estava tão preocupado se ela estava bem, se ele a machucou se estava chorando ou até mesmo se estava presa. Sentei na cama e comecei á pensar no quanto eu estava amando, no quanto eu estava envolvido eu não sabia... Só sei que eu a amo, e a amo mais do que eu esperava; do que pensava, eu consigo amá-la e tirar daquele cara louco. Mesmo que seja um pouco impossível; ou não... Eu dei um suspiro e pisquei desacreditado eu havia dado uma reposta em Éponine e em Cainan e ela não pareceu se importar... Eu devia cuidar da minha vida. Da minha nova vida.

Afinal de contas, eu não tinha reparado em nada naquele dormitório, eu estava tão avoado, tão distante, que nem reparei no meu quarto, não reparei em lugar nenhum; a não ser na Monitora. Há uma janela, um banheiro onde tem privada, pia e espelho, o chuveiro fica no fim do corredor, e eu não tomei um banho decente, aliás, aqui está tão frio; há uma escrivaninha com computador, estante de livros acima da escrivaninha, janela, piso forrado, completamente confortável. Peguei um livro na estante que eu havia organizado ontem e comecei á ler; era como se o mundo literário fosse muito mais feliz; e eu estava feliz, ou eu fingia estar feliz porque eu estava disposto á fazer uma loucura; ofeguei ansioso quando fechei o livro e fui até a porta abrindo-a e observando a movimentação do corredor, parecia tudo parado, claro estava tão frio; o inverno é bom para dormir, afinal roupas de frio pesam, casacos pesam e eu gritei.

—Aaah! – Um vulto apareceu na minha frente, de repente, do nada me fazendo pulara para trás assustado com a imagem daquela gaucha do refeitório, independente da hora que fosse ela estava animada, olhei na janela do final do corredor, já estava escuro. – Que horas são?

—Bonsoir para você também. – Ela respondeu sorridente. – Deu uma resposta em Éponine, basicamente um fora e encarou Cainan, aquilo foi fantástico! – Sei sotaque misturado com francês me fez rir e parar imediatamente porque ela me dá um pouco de medo. – Já são sete horas mocinho...

— Parece tão tarde.

—Não se preocupe no verão, essa hora você ainda veria a luz do sol; mais eu estive procurando você por um tempão. Se eu soubesse que era do mesmo andar que eu me pouparia tempo.

—Eu? Por quê? – Ela franziu a testa.

—Não vai me convidar para entrar não maluco? – A olhei de cima a baixo. – Que foi?

—E pode? – Ela me empurrou entrando em meu quarto com tudo me deixando sem saber o que falar ou fazer a não ser encostar a porta boquiaberto.

—Se pode ou não; estamos de recesso, posso fazer o que eu quiser. – Ok. – Agora que eu te achei, depois de rondar os primeiros três andares, você não pode negar que gosta da minha BSF. – Ela sentou na cama enquanto eu estava imobilizado, a garota estava me procurando? Céus. No mínimo ela é louca, só pode ser porque normal aquela ser humana não é, e sim estava desesperado, torcendo para que ela não desse em cima de mim, nem que ninguém nos pegasse agora.

—O que? – Resmunguei perdido em meus pensamentos quando ela começou á me sacudir. – Para com isso.

—Você gosta dela. Eu sei.

—De quem?

—Mikaele, ué. – Ela riu. – Eu sei que está abismado por ela. – Ela pegou o livro que eu lia e deu uma folheada o colocando na cama novamente. – Que está gamado nela, que quer ela pra você.

—Não! – Ela parou.

— Você é gay! Você quer o Cainan! Sacre Bléu!

—Não! Eu não sou gay!

—Oshee... Então...

Engoli em seco. Eu não queria falar nada, nem pensar nada. Eu estava errado em querer outra pessoa que estava com outro. Olha o mandamento de “Não cobiçar a mulher do próximo”. Mais daí que eu cobiço, eu nem sabia que ela tinha outro e isso foi o lado ruim porque o cara era totalmente forte, alto, enorme, assustador, estranho e eu era um magrelo nada assustador, não perto dele, ele devia ter o que? 20 anos? Olhei para Katherynne precisava pensar em algo para dizer. A verdade? Muito arriscado, não a conhecia. Uma mentira? Tinha que ser uma bela mentira. E eu estava muito bom em mentiras ultimamente.

—Eles são um casal popular; é como se fossem famosos. Ela é minha monitora.

—Hãn, sua vida pode ser igual ou até melhor se torne um monitor também.

—Como? Eu? Mais eu mal cheguei.

—Se é pelo caso deles serem populares, seja responsável, seja um monitor, esteja por dentro da elite, seja famoso também. – Franzi os olhos. – Seja melhor que o Cainan, o Shin, Pierre...

 -Porque você não é da Elite? Não é monitora?

—Não é minha praia, nem minha laia, nem nada. Gosto de ser livre e para que eu fique livre não posso ter responsabilidades com eles. Aliás, meu amor não ia querer esperar eu executar as minhas tarefas, se é que me entende. – Ela me cutucou e eu dei um sorriso perfeitamente sem graça. – Claro... – Ela se levantou e me encarou, foi nesse momento em que nossas respirações se misturaram e meu coração começou á disparar de nervoso, onde ela não podia me beijar. Eu não podia a deixar fazer nada, ao menos na França eu queria um belo beijo da monitora do meu andar. – Ela trabalha em uma biblioteca á uns quarteirões daqui, pode ir sempre visitá-la.

 -Hãn. – Ela abriu a porta, olhou ao redor e se espreguiçou.

—Quando as aulas começarem eu vou te arrumar uma namorada para você.

—O que? Pra que?

—Sair em casa, alguém que destrata Éponine deve ser meu amigo. Apesar de que meu ursão não vá gostar de alguém que confrontou o irmão dele, porém, ele não precisa saber. – Acenei. – Bonne nuit. – Ela bateu a porta.

—Tchau.

Ok, ela é louca.

Dezoito anos... Dezoito anos... Monitora, aluno, veterana, calouro. Esse é o sentimento mais puro e verdadeiro que eu já senti. Perfeito não existe mais ela é linda. E se Éponine prefere o grandão, tudo vai ao meu favor. E nesse tudo vai ao meu favor, eu precisava ir ver como ela estava...

Não sei dizer que horas eram, mas já que o corredor estava vazio decidi ir procurar ela no quarto dela; ver se ela estava bem, se precisava de alguma coisa, se queria companhia; se eu podia dormir ao seu lado como ela dormiu do meu lado; se ela podia e queria me ver. Mas, caso se não desse? Um bilhete! Isso, com um bilhete de agradecimento. Entrei no quarto, peguei uma folha do meu caderno que eu iria usar nas aulas e pensei no que escrever. Como escrevo? O que escrevo? O básico. Pelo o que fez, por ter me tranqüilizado, me acalmado, ter cantado para mim, ela cantou tão bem uma música que parecia falar sobre tristeza, e não seria mais justo fazer o mesmo para ela.
Revi o que escrevi nada muito na cara que eu estava á fim dela, estava como um agradecimento. Pronto, perfeito. Então comecei á caminhar tranquilamente pelos corredores silenciosos, nem fazia idéia de que horas poderia ser, aliás, fiquei um tempão no quarto, devo ter cochilado por muito tempo, mais garantia á mim mesmo que ela não iria se importar comigo, assim eu espero; á sim estava devolvendo o chocolate quente que ela carinhosamente me deu. Cheguei ao final do corredor, topei com o seu aroma quando cheguei perto da porta. Tudo bem, não há ninguém no corredor, eu vou bater três vezes e se ela não responder eu volto pro meu quarto. Esse é o plano.

Respirei fundo e bati a primeira vez. Não houve resposta. Daí eu me toquei, se ela estiver dormindo ela não vai me ouvir. Se eu chamar... Não; outras pessoas achariam estranho. Bati uma segunda vez em um ritmo menos escandaloso, não chamar. Bati uma terceira vez bem devagar. Meu Deus, devagar? Senhor; eu sou louco. Daí eu cheguei perto da fechadura e murmurei tranquilo e calmo.

—Mikaele... Monitora... Mikaele? – Mordi meu lábio inferior e franzi a testa nervosa. Então eu me acalmei. Respirei fundo novamente, torcendo para o grandão não estar com ela, eu ia chamá-la de novo, porém, ouvia a nervosa se aproximando da porta. Meu coração disparou.

Quem é?

E disparou mais ainda quando ouvi a voz dela; como eu diria quem eu era? São tantos garotos nesse corredor, poderia ser qualquer um, eu era só mais um; como sempre, só um numa enorme multidão, eu não queria fazer um alvoroço nem pedir para ela abrir a porta.

—Sou eu; Victor Azevedo; o menino do chocolate quente.

Ah que droga! O menino do chocolate quente. Putz.

 Azevedo; está tudo bem com você? O que houve? Você está bem? Precisa de alguma coisa?

Eu quase ri quando ela chamou meu sobrenome; era eu, ela estava falando comigo aqui; meu sobrenome parecia uma canção saindo de seus lábios, mais eu segurei o riso, colocando a mão na boca, que vergonha. Ela estava preocupada comigo sendo que quem precisava de ajuda era ela. 

—Está tudo bem com você? – Não minta, eu quis dizer; mais não consegui.

Sim. Estou bem; obrigada e você? Você está bem? Precisa de alguma coisa?

—Na verdade; preciso saber se você não está machucada. – Como eu queria pedir para ela abrir a porta e eu ver ela, ver realmente como estava o corpo dela, como ela estava, se ela também o machucou como ele a machucou.

Machucada?— Houve uma pausa; por favor, não. – Ah; não; ele não tocou em mim. Mas...

—Como cavalheiro; - Nossa; cavalheiro? – ainda bem que não está machucada. – Oe? Que foi? Eu falei a frase meio confusa e acabei dando uma risada, como eu paguei um mico, meu Deus.

Foi daqui que meu pesadelo começou. Pois aquele monstro deu um berro no final do corredor, seu queixo estava com alguns curativos e perto do olho havia muito esparadrapo e gazes, cheio de curativos.

—HEY! ELA ESTÁ MAL; SAÍA DAÍ! – Meu coração disparou mais eu não queria sair dali; eu queria ver a Mikaele, eu queria muito ficar ali. Mas como ele se aproximou rápido e eu não queria mais confusão, deixei o bilhete escorregar da minha perna até o chão e chutei-a por baixo dela e aí eu saí correndo pelo corredor, como o meu quarto era próximo do fim do corredor e ele não queria falar comigo, eu entrei no quarto, tranquei a porta e sentei no chão de costas para a porta.

Eu podia penar até pensar duas vezes, mas eu estava com medo, eu não queria ir embora, mais não queria deixar as coisas difíceis para ela. Eu poderia ter dito um monte de coisas, mais só ia piorar a minha situação naquele lugar. Meu coração batia com tanta força que minha barriga começava á doer, não era ansiedade, era raiva de ter fracassado em protegê-la, meu ar faltava e tecnicamente eu estava sobrecarregado de tensão o suficiente.  Por um longo tempo ele ficou gritando ela, mandando que ela abrisse a porta, mais parecia que ela iria abrir, pareceu que ela não abriu, por que ele berrou enchendo a porta de murros, berrando de um jeito que era capaz de acordar o prédio inteiro.

EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ ACORDADA!— Claro que sabe, deve ter uma ligação muito forte entre vocês (sarcasmo). – EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ ME IGNORANDO! FALA COMIGO!— Se ela está te ignorando, ela não vai falar com você. – ME RESPONDE MIKAELE!

Mas ela não respondeu, não falou, e provavelmente não abriu a porta, eu com certeza fiquei mais tranquilo, principalmente porque depois de uns minutos, que pareciam horas, a voz exclamante de Katherynne soou pelo corredor, ela parecia nervosa, sim, ela mandou ele ficar quieto, ela o ameaçou, mas ele continuou batendo na porta; eu estava com medo dele matar ela com a raiva que ele estava sentindo, de espancar ela, de maltratá-la, de fazer algum mal á ela, então, inesperadamente eu peguei o meu terço; eu ia levá-lo para o Vaticano em Roma quando entrasse em férias, mas me pareceu uma boa hora para rezar para que ele parasse...

Depois de mais uns segundos a chamando, ele deu um último soco na porta, e parou. Segura, ela estava segura, naquela noite, naquela noite, ela estava segura e estava bem e não estava machucada. 


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Notas finais do capítulo

Por favor se vocês notarem algum erro; por favor, por favor mesmo, me avisem; tentarem ao máximo arrumar; já que estou á duas hora ( sim 2 horas) tentando postar esse capítulo; então me ajudem viu??

~Até o próximo capítulo~
~❤Beijos da Autora❤~



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