E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 4
Uma boa história


Notas iniciais do capítulo

Que tristeza; eu só consigo dizer meus pesares pelo atentado na França á todas as famílias de lá e as de coração como eu e mutos outros.. Eu não contava que houvesse outro depois do de janeiro na qual eu havia escrito na fic; para mim o "Charlie Hebdo" seria o único; eu lamento por não ter sido o único estou sinceramente triste. Acreditem, estou doída. Minha França está manchada de sangue inocente; nossa França, a França de todos nós. Então... Levantemos nossos pêsames, nossas varinhas e levantem os dedos...
O__/ * _|||_
Mas continuemos no romance; perdoem o longo capítulo...

~Enjoy



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Victor

Eu fiquei observando ela descer, quando ela aparecer na escadaria com uma xícara em mão, com os olhos vermelhos e úmidos e um sorriso fraco, mas não deixando de sorrir. Ela me entregou a xícara com chocolate quente, que estava fria e me perguntei se aquilo realmente era chocolate quente, olhei para ela sem entender, pois ela ainda estava limpando as bochecha molhadas. Ela parecia bastante frustrada e triste.

—Desculpe, esfriou. – Ela começou á tentar á se explicar, - Eu devia trazer bem quente, mas na verdade. – Ela hesitou. – Desculpe... – Seus olhos se encheram d’água e ela abaixou a cabeça para evitar que as lágrimas caíssem na minha frente, ela as limpou e olhou para mim. – Toma e descansa mesmo que o horário seja diferente, tem que dormir vai te ajudar á pegar no sono. –Ela disse levando a xícara até minha boca, porém evitei beber e dei um olhar de curiosidade.

—Vai me matar? – Disse desviando sua atenção e sua frustração.

—Apenas se tiver diabete alta. – Ela falou com ar de divertida. – Só vai te dar sonolência, dormência no corpo, o chocolate é um calmante incrível. Por favor, não tenha sonolência. – Eu ri.

Bebi tão devagar que comecei á pensar que ela não devia estar bem, ela devia estar chateada e com bastante sono, parei de beber e a encarei.

—Não está com sono? – Ela olhou para as escadas sem dar atenção ao que eu falava estava entre a minha porta e o corredor. – Hey! – Ela me encarou com um susto e dando um pulo.

—O que? Perdão está ruim? – Ela perguntou preocupada e seus olhos até pareciam tristes.

—Não. Não; está ótimo... Claro que muito doce, mais está ótimo!

Oh Deus, ela é tudo o que eu sempre quis, é a mulher dos meus sonhos, aparentemente inteligente, linda, gentil, esses olhos, esse sorriso, ela vai me arrancar um sorriso meu á qualquer momento. Sem nenhum esforço, ah caralho, ela conquistou meu coração só por cair e ficar com vergonha. Como ela consegue? Só me preocupo com sua preocupação, com o que ela está preocupada; e o que me admira é que mesmo preocupada, ela está me dando atenção, mesmo que isso a coloque em aparentes encrencas. Ela estava bem diferente de antes ir fazer o chocolate quente.

—Então o que foi? – Ela perguntou me fitando e me surpreendendo.

—Aan, você não está com sono? – Perguntei sem jeito, ela deu ombros.

—Talvez... – Ela sorriu. – Vamos bebe logo; não estou te apressando nem nada, apenas que você tem que dormir, faz bem tentar dormir. Sabe que o fuso-horário não é muito diferente do Brasil, são apenas três horas, ou seja... – Ela dizia olhando para o relógio no meu quarto. – Se não entrar no ritmo logo vai ficar de olhos inchados com olheiras, sonolento com o raciocínio lento. Tem que descansar. – Eu não ia conseguir dormir, eu estava preso do outro lado do oceano e ela realmente queria que eu descansasse? Nenhum chocolate iria fazer isso, e nenhum calmante também, eu estava furioso para voltar para a minha família, para a minha rotina norma, e ao mesmo tempo furioso por não conseguir dormir. E eu não queria ir lá acordar o meu irmão, e ainda estava mantendo ela acordada que já estava acostumada com o horário e devia estar com a cabeça doendo, além daqueles misteriosos olhos vermelhos e lacrimejantes. Sinceramente? Eu fiquei sentido por ela estar tão... Distante, até ela ouvir passos no corredor e então ela pareceu mais presente que antes.

Ela me empurrou para dentro do quarto com força eu quase caí pra trás, mas ela me puxou rapidamente pela cintura fazendo o nosso corpo se chocar um no outro em uma estranha corrente elétrica, inexplicável mais muito bom. Ela me pediu silêncio tampando minha boca. Foi o maior choque que recebemos, pois ela inflou os pulmões aquela regata com decote fez seus seios subirem e ela me fitou. Só consegui ouvir uns gritos no corredor, mas ela me pressionou contra seu corpo, sem chegar á me tocar, apenas me puxando pela boca o que foi incrível tipo... Eu não consigo explicar nem para mim o que estou sentindo. Um calafrio? Excitação? É o que dizem; se a mulher fica excitada seus seios incham, nos homens o pênis fica duro. Por um segundo ficamos parados e colados. Tentando definir colados: nossos membros estavam colados, juntos um ao outro, sua pele estava toda arrepiada e gelando, eu não sei dizer, eu estava arrepiado. E aquilo estava sendo bom. Inusitado, mas muito bom.

Perdi a noção de quanto tempo ficamos naquele jeito, até a bagunça do corredor cessou e ela foi abrindo a mão devagar, expandindo os dedos devagar e com a outra mão tampou a própria boca, ela queria rir, mas parecia nervosa demais. Mas surpresa. Aquilo tudo foi uma surpresa para ambos.
Ficamos parados por um bom tempo, sem noção ainda, até que ela soltou a respiração, pareceu que a prendeu desde que entrou no meu quarto, e quando soltou me olhou encostou á porta e foi deslizando por ela até se sentar no chão com a mão na boca e aparentemente envergonhada, qual estava aparentemente constrangida e suas pernas tremerem excesso. Meu desejo naquele instante era pular em cima dela e dar-lhe inúmeros beijos. Estava declinada na porta e na parede, tampando a boca como se fosse gritar como eu queria tirar aquelas mãos de sua boca e a beijar, saber se o beijo era bom, se seus lábios eram realmente tão gostosos quanto pareciam apetitosos... Aqueles olhos confusos revirando o quarto se contendo; tão frágil, era o que parecia e, com os olhos cheios de lágrimas, tão brilhantes, parecia um sacrifício continuar ali; era o que parecia mesmo; parados, um olhando para p outro sem dizer nada. Não era um silêncio constrangedor, era um silêncio até que gostoso, não era ensurdecedor, pois eu podia... Podia...

Ouvir o coração dela.

—Está tudo bem? – Perguntei quando consegui formular alguma coisa, minha boca estava seca e eu estava desconfortável com aquela calça, daquele jeito. Deus! Que efeito ela possui em meus olhos... Uma moça maravilhosa, linda que parecia confusa agora.

—Sim! – Ela riu sem graça. – Desculpe ter te empurrado, tampado sua boca e ter te puxado e te pressionado contra mim. – Ela engasgou nessa hora.

—Argh... – Gaguejei. – Não; Erh. Tudo bem... – Escondi o rubor do rosto tomando o chocolate quente que na verdade já estava frio, mais não deixando de ser completamente evidente, o que em seguida deu uma sonolência, talvez pelo fato de ser todo e muito doce. Mas era bom, era gostoso, uma delicia, quando terminei não resisti em passar a ponta dos dedos para apreciar ao último.

—Era um caso de vida ou morte, se me pegassem com você – Ela hesitou. – eu seria punida, mas como está tudo bem. – Ela se levantou ainda com as pernas bambas e apoiou na maçaneta da porta, estava ofegando e ao entendendo por que, era um caso de vida ou morte e isso seria o motivo de ela estar tremendo, claro; mas e de tarde? Era literalmente caso de vida ou morte ou ela tinha algum problema com as pernas? Se tivesse que coisa incrível, seria ver essas pernas tremendo ao redor das minhas, do jeito mais erótico o possível. Algo como um... Sexo selvagem, mas, nem sempre as coisas são como eu imagino e como eu estou muito aparentemente drogado de chocolate, isso não vai dar certo; então parei de imaginar.

—Deu sono? – Ela perguntou pedindo a xícara e eu acenei positivamente e lhe entreguei a xícara meio sem jeito. – Agora vou deixar você dormir. Bonne nuit.

—Bonenuiti. – Ela riu. – O que foi?

—Repete comigo... Bonne nuit.

—Bonne. Nuit.

—Para você também. – Ela disse abrindo a porta e me dando um tchau.

Mas eu não queria que ela fosse embora. Poxa vida, ao menos uma vez. Talvez bastante inteligente e ousando... Solto.

—Aan... Monitora... – Ela voltou.

—Sim?

—Sinceramente? Não vou conseguir dormir agora... – Ela parecia impaciente e cansada, mas me deu atenção e me ouviu completamente, atenciosa, calma, tranquila e aparentemente abandonando o cansaço e a impaciência.

—Você gostaria de ter a minha companhia? Só para você dormir, só para dar tudo certo e não te deixar tenso? Li que você tem algum problema respiratório, certo?

—Éh... – Falei com vergonha.

—Ok. – Ela disse fechando a porta e ligando o abajur depois de desligar a luz do quarto. Ela tirou a sapatilha vermelha e colocou os pés no carpete azul. – Você está de pijama? – Neguei então perguntei se ela se importaria de eu ir me trocar rápido, ela acenou positivamente olhando para a janela.

Entrei no banheiro que era um toillet, pois o chuveiro ficava no final do corredor, antes da escada. Tirei a camiseta e coloquei o pijama, incluindo um short curto mesmo que estivesse frio... Porque no Brasil estava quente, e eu esqueci completamente da mudança de temperatura e o clima, principalmente estação. Quando sai do banheiro ela estava lá no mesmo lugar, perto da janela vendo a neve cair, perto da minha cama o que foi estranho, como um “Déjà vu” , eu sinto que eu já vi tudo isso, que nós nos conhecíamos á anos, décadas, séculos talvez. Pode ser isso que me fez me prender nos olhos dela. Aqueles olhos tão cintilantes, vivos, apaixonantes, encantadores... Talvez seja também o motivo que eu não quis, ou melhor, não tive vergonha do jeito que me vestia, me arrumei e guardei minhas roupas em minhas novas gavetas, sentei na cama, a observei dando um sorriso tímido, ela se sentou no chão perto da cabeceira da cama me olhando com cuidado. Eu no alto, ela no chão. Um sorriso gostoso, puro e mesmo que nós nunca tenhamos nos visto eu estava fascinado. Olhei a tão profundamente que estranhamente trememos juntos, talvez porque estivesse frio, ou porque a nossa conexão afetiva estava forte demais; gosto de pensar no segundo.

—Deita, relaxa, irei ficar aqui até você dormir. – Deitei de barriga para cima observando o teto. Agora o silêncio estava atormentador.

— Qual é o estado mais gostoso da França?

—Inverteremos a pergunta; qual você acha o mais bonito no Brasil? – Hesitei; mas respondi sem pensar.

— Rio de janeiro!

—Bem, me diga então sobre o Rio... – Ela pediu educadamente,

—Lá é tranquilo, pelo menos na cidade onde eu fico, é uma cidade pequena com gente simpática, você iria gostar... – Hesitei. – Eu amo menos gosto; tem algumas ruas de terra, tem Copacabana, lá é linda, a vista nem se fala as noites lá são lindas, lá é tranquilo. Eu sinto falta de lá. – Ela virou a cabeça para mim se se encostando ao colchão quase encostando os cabelos no meu travesseiro.

—Sabe que pode voltar se quiser. Era do Rio?

—Sou de São Paulo, mas gosto mais do Rio, passo as férias lá. – Ela pareceu surpresa. – E aqui na França? Qual o estado mais lindo?

—Ela por inteira é maravilhosa! Mais olhe bem; aqui é a França e na tenho um estado favorito... Eu particularmente adoro Bordeaux o estado do vinho e do queijo, lá tem um anfiteatro romano. – Ela suspirou. – Ainda não pude ir lá, mas quando estivermos nas aulas praticas de teatro iremos lá. Toulouse também é muito linda, tem o Rio Tolosa, a Basílica Saint-Servnin de Toulouse que é completamente iluminada, a adora também. Tem Nice, a cidade da Deusa da Vitória, iria gostar de lá, tem uma praia linda já que você gosta de praias que é absolutamente perfeito para passeios, eu não fui lá, mais minha amiga foi com o meu cun... Digo com o namorado dela e disse que foi magnífico.

—O que mais?

—Tem Lyon, e admirável, o rio Lafayette, as margens do Rio Ródeno, La Cathedarlle Saint-Jean de Lyon; a cidade foi igualada pelos romanos ao Deus Romano Mercúrio. Podemos falar de todas as cidades por toda a noite, mas nada se compara á Paris! Vocês, os calouros vão fazer um “tour” pour La Paris! – Ela hesitou um pouco. – Acho que quem leva vocês será Pierre ou... Eu mesmo; vão conhecer tudo.

—Você não pensa em voltar para o Brasil?

—Estou bem aqui. E se der tudo certo, a Califórnia é meu lugar. – Disse sem pensar. – Mais eu disse que você pode voltar se quiser.

—Estou confuso. É algo novo, algo que eu não eu imaginava. Quando meus pais me deram a escolha de vir morar em outro país eu não pensei... Simplesmente aceitei; e só depois eu fui ver que eu estava indo para outro continente do outro lado do oceano sem mais. Fiz acho que por impulso. E estou com medo de me arrepender.

Ela se ajeitou no carpete e colocou o braço no colchão bem perto de mim, podia sentir o seu calor, ela deu um sorriso.

—Ah, eu tive a mesma confusão mental que você. Quando me surgiu a proposta, não fazia ideia se era a escolha mais certa em minha vida. Eu ia fazer dezesseis anos ainda e não fazia ideia se era isso que eu queria, foi tudo por impulso; o impulso de se sentir infeliz, mostrar que posso fazer o meu melhor, então na primeira noite que cheguei aqui eu me perguntei. “O que estou fazendo nesse lugar?” eu chorei muito. Tudo era estranho, idioma, comida, pessoas. Oh, eles são educados como ninguém, acredite são hospitaleiros, mais muito exigentes, tudo tem que está me perfeita sincronia e não toque neles. – Ergui a sobrancelha. – Para eles é uma falta de educação. Mas o essencial é sempre o “Bonjour”, “Sil vous plaît”, “Merci”, “Pardon”. Eu fiquei dois dias totalmente presa no meu quarto e confesso foi horrível eu estava nadando ou me afogando? Nunca soube nem saberei. Ninguém veio me fazer companhia... Ninguém veio ficar comigo ou conversar; eu fiquei sozinha; aqui não é o Brasil, eles têm leis de verdade, etiquetas severas e temos que segui a multidão mesmo que seja difícil. É uma escolha e uma escolha é como um rio que tem vários outros caminhos que dá há vários destinos; Eu estou no destino da França, meu rumo será Hollywood.
Então me toquei que eu amo Paris, amo a França, poderia ter escolhido ir para a Espanha ou diretamente para os Estados Unidos, mais eu sei que a França é deliciosa, gostosa, ela tem gosto de croissants e cheiro de perfume caro, é amável. Pode estar em duvida agora, hoje, mas temos escolhas tem a sua se quiser voltar, se quiser ficar será bem-vindo e eu o monitorarei com todo o prazer.

“O prazer é todo nosso.” Respondi mentalmente. Ela era encantadora, céus, Deus do céu, da terra e de tudo que existe que voz é essa? Ela realmente consegue tocar dentro de mim e descreveu exatamente o porquê de eu aceitar essa louca proposta. Eu me senti feliz, depois de tanto tempo eu irei consegui dormir. Mais ela é tão linda.

—Ficou com medo quando veio pra cá e viu que nada seria fácil? – Ela suspirou profundamente, apertou os joelhos ao corpo como se estivesse se protegendo.

— A única vez que fiquei com medo da França, foi quando me perdi, sim a segurança é ótima, mas eu tive medo, mais do que medo;pavor, eu não sei o que me deu em sair nas ruas sozinhas e me imaginei no Brasil e aparecer algo tipo Pah; pah; pah; bow! – Ela fez sinais de armas e tiros. – Por um instante tive tanto medo, pavor; a única coisa que eu pude fazer e lembrei da minha música favorita do musical "Les Miserables" tanto no teatro como no filme... “Já se perguntaram qual é o preço a pagar? Isto é simplesmente um jogo para um garoto rico? As cores do mundo estão mudando dia após dia. Vermelho! O sangue de homens furiosos. Preto a escuridão de eras passadas. Vermelho! Um mundo prestes á amanhecer. Preto! A noite que termina finalmente. Vermelho, eu sinto minha alma em chamas, preto, meu mundo sem você não existe. Vermelho a cor do desejo, preto a cor do desespero.” Não houve muito isso, mais, eu estava em chamas, como aquele filme em que é de uma garota em chamas; já pensando no preto que retrata a cor da morte e do desespero com o desejo de vingança. E olha que a bandeira da França só tem a cor vermelha. Depois eu me toquei, eu não estava tão longe do dormitório.  – Ela riu.

Eu travei, ela canta magnificamente bem, foi lindo, meu coração quase parou, ela se sentiu á vontade para cantar para mim? Impressão de conhecê-la á décadas.

—Mas, isso é apenas questão de prestar atenção, de se manter atento e não ficar com tanto medo; é questão de você estar em um lugar novo e o tomar como se fosse a sua antiga casa. Aqui você está seguro, todas as pessoas que amamos nós devemos guardar elas no coração, por muitos motivos, e se desapegar muitas vezes, você está para realizar um novo sonho, se apegue aqui.– Não soube o que responder. – Por que  pesnse comigo, você está na cidade luz, pode aliviar-se e aproveitar por estar na cidade do amor, onde a regra obrigatória deveria ser apenas, nos apaixonarmos apenas e morrer de amor.

Isso, nos apaixonarmos e morrer de amor. Podem dois corações ansiosos bater por um só?

—Você tem quantos anos? – Perguntei para evitar dizer algo desagradável.

—Eu tenho dezoito... Você tem treze , certo?

Dezoito? Dez mais oito? Impossível ela não tem rosto ou qualquer coisa de alguém de dezessete anos. Algo de mais velha, de modo algum.

—Éh. Mas, eu não te daria dezoito, te daria quinze, catorze... – A idade mais apropriada para mim, com certeza para ela também.

—Obrigada, nem sei o que dizer. – Ela sorriu com um rubor na face. – Mas obrigada. Não me deixe com vergonha... Quer que eu lhe dê uma idade?

—Não! – Exclamei, estava de boa, acho que puxar esse tipo de assunto não seria bom de jeito nenhum, foi ridículo.

—Ora não irei te chamar de velho nem idoso; uns dezesseis para dezessete? Que tal? Não estou raiva por ser chamada de nova. – Ela sorriu.

—É legal, é bom, seria tenso eu ter 13 com cara de quem tem trinta ou vice versa. Tem gente que relaxa, não cuida da pele, nem do corpo e tecnicamente parece mais velho. Para algumas mulheres é tenso e até estranho, inacreditável, mais não se pode fazer nada. Só que não é pior que aquelas idosas de sessenta anos querem ter dezoito é horrível. Agora não sei se fico bravo ou feliz porque aparento ser mais velho. É um dilema mundial. Não importa o idioma. A aparência diz tudo.

—Ora; garoto inteligente. Fique feliz por parecer mais velho, isso vai lhe dar confiança, principalmente aqui por que aí ninguém monta em você, nem você monta em ninguém. Ou pode montar-nos outros mais novos. Mesmo que depois a caça vire contra o caçador. Não o aconselho a fazer isso. – Ela riu e eu a acompanhei, eu estava me divertindo. Não estava mais com medo, nem me sentindo sozinho, inacreditavelmente eu tinha naquele segundo uma garota em meu quarto; mesmo que estivesse morrendo de vergonha, eu estava adorando.

—E o Brasil? – Perguntei novamente. – Desde que chegou aqui não voltou mais?

—Voltei. Duas vezes, nas férias de verão; mas esse ano eu ficarei na escola. Acho que tenho medo de sair e não voltar mais. Pensei nisso nas últimas vezes também. – Seus olhos não estavam brilhantes por causa das lágrimas, mais sim por alegria. – Esse ano os calouros são privacidade. – Fiquei entre aliviado e sorridente. Ela ficaria as férias no colégio. E nós não iríamos para casa nas férias, eu estava radiante; mesmo que meus olhos começassem á pesar, eu estava feliz e com sono.

Ao fundo eu adormeci com uma duvida em essencial, estava sonhando ou alucinando? Ela estava cantando para eu dormir? Acariciando meus cabelos? Quanto tempo ela ficou ali?

Allons enfants de la Patrie

Le jour de gloire est arrivé

Contre nous de la tyrannie

L'étendard sanglant est levé

L'étendard sanglant est levé:

Entendez-vous dans les campagnes

Mugir ces féroces soldats!

Ils viennent jusque dans vos bras

Égorger vos fils et vos compagnes

Aux armes citoyens

Formez vos bataillons

Marchons! Marchons

—VICTOR! ACORDA!

O som das batidas violentas na porta do meu quarto fez com que eu e... Ela; acordássemos aos pulos. Seu braço estava sobre o meu travesseiro contornando a minha cabeça, com os dedos perto do meu rosto, seu ombro acomodava a sua cabeça e nos dedos da mão esquerda estavam juntos, encostados um no outro. Com as batidas ela caiu de costas e deu um pulo quando viu que horas eram.

—Sacre Bléu! – Ela murmurou abismada e assustava enquanto as batidas e os gritos ficavam cada vez mais fortes ela aparentava ficar mais nervosa. Devia ser constrangedor e pelo rosto ela não devia estar ali, não podia estar comigo. – 10:10? – Ela surtou.

Talvez ela devesse estar em outro lugar. Mais ela se levantou rápido e ficou estaticamente parada e sem saber o que fazer. Seus olhos voltaram á se encher de água e seus braços ficaram frenéticos como se ela estivesse tendo uma crise nervosa. Aliás, ela estava tendo uma crise nervosa.

—Eu não devia estar aqui! Eu não podia ter dormido aqui com você! Eu não podia estar aqui! Eu não devia ter dormido! – Ela começou á dar voltas no quarto e aquilo me deixou angustiado. Levantei-me para acalma-la e nisso acabei me enrolando nas cobertas e caindo acidentalmente em cima dela, da forma mais constrangedora que se podia imaginar.
Do último que poderia acontecer foi do jeito que aconteceu.

Membros chocados, peito em contato com os seios uma respiração acelerada. E o silêncio, a burrada. Sai de cima dela vermelho, com o rosto queimando, fitei a e em seguida não consegui a olhar novamente diretamente.

—Desculpe... – Ela fez um “hurum”. – Eu preciso abrir para meu irmão. – Outro hurum, ela estava confirmando.

—E eu preciso sair daqui sem ser vista.

—E como pretende fazer isso? – Perguntei

Ela nem precisou pensar muito.

—Abre a porta e joga um travesseiro nele, ou melhor, umas duas cobertas dê um abraço, se sinta sozinho o afaste da porta, nessa distração eu saio correndo. – Ela parou. – Me desculpe, eu não queria que você me tivesse como incomodo, nem problemas... Eu...

—Não tem problema! Obrigada por me fazer dormir. Ter me relaxado e... Obrigado. – agradeci sem jeito e peguei as cobertas nas mãos. – Pronta?

—Hãn, eu já nasci pronta, careca, sem dentes, pelada e o que veio até hoje é lucro! –Ela parecia nervosa, mas mesmo sendo arriscada nosso plano ela estava confiante e ela me transmitiu sua confiança, o que era bom. – Pronto?

—Pronto! – Exclamei e ela foi para trás da porta com suas sapatilhas em mão. Na hora em que abri a porta que era para dentro, Leo entrou correndo e eu joguei as cobertas em cima dele, naquela confusa ela conseguiu sair. O que foi realmente habilidoso, um jogo de cintura que só uma brasileira era capaz de fazer.

—Pô Victor o que é isso? –Perguntou Leo espantado. – Que é isso? Tá maluco?

—Você me acorda! – Reclamei. – Qual é o seu problema?

—Ah, você perdeu o café da manhã. Eu ia perder, já que a monitora desse andar sumiu... – Ele começou. – Então a monitora do terceiro andar nos levou lá. Junto com uma garota que não para de falar. Você perdeu todo o suco com gosto de vinho, as torradas, a geleia.

Eu não ligo Leonardo; a pessoa mais delicada; talvez de toda França, estava dormindo comigo, creio que nenhum café da manhã terá um gosto melhor que essa sensação de ter alguém cuidando de você quando ninguém mais quis.

—Deve ter sido delicioso... – Comentei. – Eu não consegui dormi ontem, talvez quando fechei os olhos já deviam ser umas quatro da madrugada.

—Por quê?

—Insônia! Eu não consegui dormir direito e você vai lá e me acorda? – Respondi ironicamente, nossa como eu minto dizendo a verdade.

Ele riu.

—Pois é estamos de férias aqui. O triunfo é todo nosso; ou até as aulas de francês começar. Mas é tudo que precisamos.

Eu só queria mais tempo com ela, apenas mais um pouco, vê-la acordando de verdade não o susto, seu rosto, sua careta devem ser linda de manhã, inestimável. Ela é tudo que eu sempre sonhei. A minha sorte está mudando, a minha vez chegou e que eu tratasse de valorizar isso. Pode ser só por um momento, apenas este momento, mais será o momento que guardarei para sempre como aquele chocolate quente-frio feito pela minha... Garota Francesa- Brasileira – Paulista – Monitora.

Só mais... Cinco minutos tranquilos, se nem sei quando a verei de novo. Nem se poderemos nos encontrar novamente, ou e poderemos fazer tudo isso de novo...

Ela só não contava em esquecer sua xícara aqui, e nem um par de sua sapatilha que eu joguei embaixo da cama para que Leo não vesse. Sorte, destino ou azar? Amor.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo.
♥Beijos da Autora♥