E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 27
Você sabe que eu a quero, não é segredo


Notas iniciais do capítulo

E faltam quantos dias para o ano acabar? Uns 21 dias? Quantos capítulos eu consigo escrever em tão pouco tempo? Vamos ver...
Porque eu analisei bem e não demorei para postar dessa vez; e sei lá o que aconteceu que consegui postar em menos de 7 dias... Simplesmente foi; e o mais importante, tempo, muita música e comida.Espero que gostem do capítulo;

~♪♫Enjoy♥♪♫

OBS: Tlavez ele ficou um pouquinho, só um pouquinho grande... Desculpem. ♥



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Victor

Falar comigo(...)Precisa falar comigo; sobre o que?
 Já era 02:39, basicamente quase três da manhã e eu ainda estava acordado, com sono, recebendo gente no meu quarto aleatoriamente, e isso me daria uma dor de cabeça se eu não dormisse direito.

Eu estava em silêncio, eu queria poder fazer de conta que eu estava dormindo; até daria para fazer isso; só que eu, idiota, tonto e curioso que sou, já tinha respondido. Fazia um bom tempo que eu não falava com Leonardo, então, tipo, não tinha motivos para ele bater na minha porta tarde de noite, naquela hora da madrugada. Assim; sem nexo. Porque Leonardo queria falar comigo? É algo que me deixava pensativo. Mas, como eu já tinha perguntado quem era eu tinha que responder alguma coisa.

Aquela era a noite em que eu estava tentando apaziguar as minhas dúvidas, mas, nem isso estava dando. O que eu devia fazer? Na verdade o que eu devia falar?  Perguntar?

—Abre aí Victor, não finge que está dormindo e acordou com a minha batida na porta.

—O que você quer? A gente não estava se evitando? – Ouvi uma risada abafada.

—Ai. Ai. Abre que eu preciso falar contigo. – Ela batia na porta com a ponta dos dedos, como se fosse ao ritmo de uma música. – Vai; não dá para falar muita coisa conversando pela porta. – Cara, como assim falar muita coisa?

Me levantei, de fato meio tonto para abrir a porta para Leonardo, estava com sono, já não basta ter conversado com a gaúcha, eu deveria agora conversar com o Leonardo, respirei fundo, não tinha o que falar com ele, nem sei se saberia responder algo. Então abri a porta, e ele estava lá, com uma cara de sério, meio sorriso na boca, meio escondendo alguma coisa.

—Bonsoir. – Falei com sono, mas não parecendo grosso; porque estar com sono é ser grosso. E outra; cara que hora que esse encontro de dia dos namorados acabou?

—Bonsoir, mon ami. – Ele estava com uma expressão que não dava para entender exatamente, incompreensível. – Eu adivinhei.  Ele disse depois de uns segundos em silêncio olhando para a minha cara.

—Que? O que você adivinhou?

—Eu sabia!

—Do que você sabia? – Se eu pudesse chutar o que ele queria me dizer baseando-me nas palavras dele; sugeriria que ele estava bêbado.

—Que você saia com a menina de cabelo loiro. Que arruma confusão. – O olhei sem entender nada querendo rir.

—A Kathy? Katherynne? Não! Não tem nada a ver.

—Eu sei que ela passou aqui.

—Como sabe? Ficou me vigiando? – Ele acenou negativamente.

—O perfume dela; é o mesmo que Marjorie usa. Quando abriu a porta o perfume exalou pra fora do quarto. – Tentei sentir o tal perfume da Kathy; mas, eu não senti nada. Acho que eu já estava tão acostumado com o cheiro que eu nem percebia mais. Talvez eu percebesse, mas, naquela noite eu realmente não estava tão afim de perceber isso.

—Será que eu posso entrar? – Hesitei por um momento.

—Aan... Entra. – Assim que Leonardo entrou e eu fechei a porta, ela deu uma risada.- O que foi? Não estou com a Katherynne, ela tem namorado.

—Eu sei. – Ele falou sentando na minha cadeira da escrivaninha cruzando os braços. – Sei que ela tem namorado. Ela namora o irmão do Monitor do 5º andar.

—E? – E idaí? Isso significa que eu estaria ficando com ela as escondidas? (...) Não. Katherynne era meio louca. De um jeito bom; mas, excêntrico.

—E o monitor do 5º andar também tem namorada você sabia?

—Sim. A monitora do 4º andar. Do nosso andar. – Falei quando ele sorriu e eu sentava na cama ouvindo a conversa sem nexo dele. – Você veio aqui só para falar sobre o que nós já sabemos? A gente não se fala já um tempão e.

—Nossa Monitora tem namorado e você sabe disso.

—O que tem uma coisa com outr(...)

—Ora; por favor, não se faz de bobo; você sabe onde eu quero chegar.

—Não?!Ninguém ficaria tão preocupado se não se importasse de verdade. Ninguém ficaria tão bobo ao lado de alguém, se não sentisse algo. Ninguém brigaria com um amigo para defender alguém que gostasse.

—Como assim?

—Não se faz de idiota Victor! Não brinca com a minha cara!

—Mas, eu não estou fazendo nada...

—Hah! Você pode fingir pra um colégio e um dormitório inteiro; e até para si mesmo. Mas, não para mim. – Fiquei em silêncio. – Eu vi você saindo atrás da Monitora hoje na hora do cinema. – Então percebi que ele não estava “bêbado” estava muito mais do que sóbrio. – EU não sou cego! Não sou bobo. Você gosta dela... Sempre gostou dela!

—Dela quem? De quem você tá falando?

—Ah para! De quem eu estou falando? Da Monitora! – Leo então veio pra cima de mim aparentemente nervoso, eu me levantei da cama, e nisso a gente ficou se encarando; eu fiquei quieto enquanto ele falava, jogando as suas suspeitas. Mas; não dava sinal de que me importava com aquilo e nem aparentava discordar, eu só estava indiferente e nisso ele me deu um leve empurrão, para me desequilibrar, não para me derrubar. Ao menos imagino isso. – Você gosta dela e se fez de sínico pra mim. – E me deu outro empurrão. – Você mentiu pra mim! – E me empurrava. – Parou de falar comigo só porque não soube admitir uma coisa pra mim que eu já tinha suspeitas.

—Eu não sei do que você está falando. Desde que bateu na minha porta só vem falando besteiras. Nada com nada; mentiras, suposições e(...)

—Eu sei que você saiu em um tour só com ela! Eu não vi, mas; ninguém fica feliz por faltar em um tour por Paris! – Fiquei paralisado, sem uma reação; eu podia falar, mas estava sem palavras. – E sabe muito sobre onde devia ter passado. Ninguém odeia uma pessoa de proposito sem ao menos conhecer. – Ele bateu o dedo no peito já irritado. – Ninguém fica feliz por ir a biblioteca sozinho. NINGUÉM FICA FELIZ EM VER ALGUÉM QUE NÃO CONVERSA!

—Afasta... Não me toca!

—Não! – E ele não cansava de me empurrar ou bater a mão ou o dedo no meu peito. – Você está saindo com ela; você gosta dela. Ou pior; olha nos meus olhos. Olha nos meus olhos! – Ele franziu a testa. – E me diz que não a ama. Diz que não sente nada por ela.

Tudo o que ele dizia era verdade, mas, o que eu podia fazer? Poderia falar? Ninguém podia saber da minha relação com ela; meu coração nunca tinha sido tão feliz, na minha vida inteira, e agora eu estava encantado com ela, que esqueci o simples detalhe de ela ter namorado. Ok, não esqueci, mas, para mim, pouco importava quando eu estava com ela. E ficar me contestando me incomodava; me incomodava não poder falar, me incomodava ele vir batendo, me incomodava toda a situação.

—(...) Ok. Eu não amo ela, está engan. – Antes de eu terminar a frase eu fui surpreendido com um soco no rosto me fazendo desequilibrar e quase cair no chão. Mas, pela minha falta de equilíbrio eu caí no chão;

—MENTIRA! – Ele berrou me transferindo mais um soco no rosto, dessa vez do lado direito. – Eu sei! Você achava que pode esconder as coisas de mim? Eu sou seu irmão de criação, desde sempre! – Recebi mais um soco, cortando meu lábio. – Vim pra França contigo para estudarmos juntos...

—Eu não pedi pra você vir! – Ele pareceu surpreso e se afastou de mim. Meu lábio inferior estava sangrando muito, estava sem reação, eu não podia brigar com ele; Mikaele estava no hospital e eu não tinha tempo para ficar sei lá; brigando com ele e discutindo com ele.

—Claro; porque você teve a companhia dela na sua primeira noite aqui né? Victor Hugo. Os poemas eram pra ela né? Mas; quer saber? Esquece. – Ele levantou as mãos se virou as costas. – Se não a ama mesmo, então ela te ama e está traindo o namorado dela. – Aquilo foi um baque enorme na minha mente, no meu psicológico por inteiro. Era tão complexo quanto eu imaginava. – Eu nunca imaginei que você ia se meter ou fazer uma coisa dessas; até porque você não é de fazer isso. – Ele se dirigiu a porta. – Nesse caso, ele precisa saber da verdade. Não é chantagem entenda; mas, eu não gosto disso.

Não iria fazer mesmo, eu estava errado, o quão longe eu cheguei?

Corri e agarrei o braço dele antes que ele pudesse abrir a porta, ou sair, ou fazer qualquer coisa.

—Não... Não fala nada pra ele. – Ele me encarou. – Ele vai bater nela. Edu sei que vai porque; eu acho que ela tem medo dele. – Ele me olhava sério, não parecia mais se irritar, despencou toda a raiva em cima de mim, já bastava. – Eu fiquei feliz porque viemos pra França juntos, eu fiquei feliz que sei lá... – Sentei no chão ainda segurando o braço dele, me sentindo um grande estupido, mas, ainda com meu segredo. – ... que ficamos juntos até quando um ganhou uma oportunidade dessas. E fico impressionado com você percebe coisas que eu acho que são imperceptíveis.  

Leonardo soltou a maçaneta da porta e se sentou no chão também, ainda sem esboçar nenhuma reação para mim. Como se esperasse eu falar alguma coisa. Como se eu realmente fosse falar algo.

—Desculpe. Não é fácil assim pra mim.

—Isso significa que você admite que gosta dela?

—Não significa nada... – Ele olhou para cima respirando fundo, como se fizesse algum cálculo.

—São seis anos! Isso de diferença para você prejudicar a vida de uma pessoa. – Fiquei quieto, eu imaginava que ele iria me dar um outro soco. – Você não namora Éponine?

Eu estava exausto para falar a verdade; qualquer verdade que fosse me doía e corroía por inteiro.

—Não. Nós não namoramos ao certo. Éponine quer outros caras. Eu não sei o que ela quer comigo. Na verdade, eu não sei nada sobre ela. – E depois dessa frase nós ficamos em um completo silêncio.

 Eu podia ter dado socos no Leonardo, poderia ter sido uma briga feia; mas, ele tinha tanta razão que não tinha o que eu retrucar.
 Era confuso, era triste, eu sabia que ela tinha namorado, e o que estávamos fazendo era errado. Ok, eu que comecei; mas, agora que comecei eu não iria terminar de mãos vazias, eu tinha um caminho de persistência que eu devia aturar; se já era reciproco, era só esperar um pouquinho mais. Eu merecia mesmo ter apanhado? Assim? Pelo que eu escondi dele? Sem contar nada para ele? Eu que contava tudo e de repente, deixei-me a sorte de outros desconhecidos. Que não estavam comigo antes dos meus sete anos para saber de tudo o que eu era e sou capaz. Odeio admitir, mas, Leonardo me deu os socos da vida que eu precisava.
Abaixei a cabeça, não tinha o que retrucar, não conseguia admitir algo tão simples; não podia abandona-la agora; se eu fosse um pouco mais persistente, eu a teria só para mim. Porque não é possível que eu esteja fazendo papel de idiota. E outra; como disse Leo; ela deveria estar apaixonada por mim traindo o namorado.

—Victor; eu não sei porque você não quer admitir algo que eu já sei.

—Você não sabe de nada!

—Ah não? De nada? Você lembra daquele tal de “cupido misterioso”? — Mexi um ombro como se não significasse nada. Porque na verdade não significava nada. – Tinha um poema que era mais ou menos assim: “O cabelo dele era castanho claro e macio, a pele era clara, os olhos mais brilhantes” E você ficou olhando aquele poema, e rindo, sorrindo, feito um retardado; como se fosse para você. Analisando bem; você tem o cabelo castanho claro e a pele clara. E seus olhos brilhavam enquanto lia, relia, via, revia aquilo. – Me recordei daquele poema sem autor. – No final o poema dizia “eu estraguei nosso futuro”.

—Leo; não significa nada...

—Naquele mesmo dia, vocês se trombaram na rua, e para a minha surpresa, ela agiu como se te conhecesse a um longo tempo; digo porquê... – Ele me encarou e eu fiquei vermelho de vergonha. Como é possível ele estar tão perto, em tantos lugares e eu não o vê-lo? – Ela arrumou a sua gravata, não simplesmente arrumou a gravata colocando ela no lugar; ela tirou, arrumou sua gola, fez o nó, arrumou o suéter, a blusa, passou a mão no seu tórax como se cuidasse de você, em movimentos lentos, delicados. – Ele passou a mão sobre os cabelos. – Nem Marjorie fez algo assim pra mim; ou ela fez para o próprio namorado. – Olhei para o canto do quarto; esse dia estava tão vivo na minha memória que me deixava simplesmente feliz, de coração acelerado. – Eu achei que ela fosse(...)

Me beijar.

—É complicado e.

—Então me explica essa complicação. Essa afinidade. Isso que vocês têm!

Explicar...

—Explicar?

—Me magoa o fato de que você simplesmente não me contou nada, não se importou, me excluiu. Por mim eu te bateria a noite inteira por;

—Está me batendo porque eu não contei nada para você? – Ele se aproximou de mim.

—Não! Também. Mas, porque você está colocando a sua vida em risco tá? Risco! Pelo simples fato de gostar de alguém tão perigosa quanto a nossa Monitora. Para! Você parou para pensar que ela poderia se meter em problemas por sair com um aluno?

—Mas eu.

—Se me falar mais uma vez que não sente nada por ela eu saio desse quarto e vou falar com o namorado dela.

(...)

Engolir o orgulho não é fácil, mesmo depois de tanto tempo.
Olhar para ele e fingir que eu nunca me preocupei com tudo o que ele falava.
Saber que eu poderia estar destruindo a vida de alguém, em uma forma de amor.
Eu não posso esquecer que ela desviando o olhar e sorrindo é lindo.

—Victor?

—Sim! Gosto! Eu a amo! Eu quero ela para mim! – E eu comecei a chorar. Não um choro barulhento, só lágrimas que escorriam em forma de arrependimento e dor. O que eu fiz?

—Você não podia guardar essas coisas para você, sabia? Eu percebi porque te conheço, cara Victor! O que te deu na cabeça?

—Eu não sei, eu não sei... Ela é linda! Eu sinto como se nós nos conhecêssemos á muito tempo. – Eu passava a mão no rosto, no cabelo, estava nervoso. – Eu não poderia contar para ninguém, porquê se descobrissem...

—Descobrir o que?

—Pra que você quer saber?

—Eu quero te ajudar porra! Você mergulhou na lama e tá sem ninguém para te ajudar para que tudo isso? Ela vale todas as suas conquistas, a sua vida, e tudo o que você ganhou de bandeja para ter uma oportunidade dessas? – Fiquei em silencio um segundo; talvez mais do que isso.

Respirei fundo, engoli em seco enquanto limpava as minhas lágrimas; nisso eu lembrei quando ela cantou pra mim, quando dormiu no meu quarto, de cada vez que ela se preocupou comigo, de ter me levado ao Point Zéro, de me fazer ir até as nuvens... De tanta coisa simples e ao mesmo tempo tão importante e grandiosa para mim.

—Azevedo? Victor?

—Não; ela não vale todas as minhas conquistas.

—E como você vai fazer?

—Ela vale muito mais do que qualquer conquista Leo; se eu tiver essa oportunidade creio que foi para conhecer ela e(...)

—Não! Victor raciocina direito! Isso não está certo! Tem dois caras mais velhos que você disputando ela; tu achas mesmo, em sua sã consciência;

—Você que não está raciocinando direito. Por acaso você não gosta da Marjorie? Não a ama?

—Hãn; eu não diria que é exatamente amor. Não a conheço o suficientemente bem o bastante para tudo isso. Sim; eu gosto muito mesmo dela, e estamos nos conhecendo, convivendo juntos; e era isso que você deveria fazer. – Ele se levantou. – Conhecer alguém. Não se meter com alguém que já tem namorado, ou admirador; ou sei lá. Isso não vai acabar bem.

—Tá vendo? Por isso que eu não queria te contar. Você não ajuda nem muda nada1

—Você não tá se ajudando Victor!

—Leonardo... – Juntei as mãos em volta do meu peito. – Independente de qualquer coisa; eu realmente me apeguei á ela. Sim, estou errado; mas, eu não só gosto, como eu sinto um amor profundo por ela. Uma espécie de carinho mútuo. Sim, ela ode estar traindo a confiança do namorado dela; mas... Aquele é um namorado de fachada; como um casamento arranjado. Se você não for me ajudar, ou tentar entender os sentimentos que eu tenho, deixa eu me “afogar” sozinho. Sil vous plaît.

Leonardo ficou me olhando com uma cara de pasmo, desacredito com tudo o que eu tinha acabado de falar, eu me expressei da melhor forma, no pior momento da minha vida; minha cabeça não estava calma depois do que houve com ela. Se ela sabia, porque negar mais? Deixa ele acreditar, deixa ele saber; se não for me ajudar, não me atrapalhe. Mas, já estava feito, já tinha dito tudo mesmo...

—Não vou deixar você se afogar sozinho. – Ele falou coçando a cabeça com um semblante nervoso. – Quero te ajudar; não quero deixar você se machucar. E sei que você vai.

—Não vou.... – Leonardo revirou os olhos, aparentemente estava revoltado comigo.

—Como ainda consegue ser tão; tão teimoso? Ela é mais velha! Vai te trocar por alguém mais velho!

—Você não vê como ela olha para mim.

—Tem razão, eu não vejo; mas, já vi. E é a coisa mais(...) – Ele deu uma volta como se não tivesse uma palavra para completar a frase. – O que vocês fizeram?

—Como assim?

—Vocês dormiram juntos? – Ele pareceu assustado, neguei.

—Não. Tipo...

—Tipo o que? – El segurou nos meus ombros e apertou. – Tipo o que?

—Você tá me machucando...

—Ah eu estou? O que vocês dois fizeram? Mais que merda Victor!

—Nada, nada, nada! A gente não fez nada disso que você está pensando...

Ele me encarou erguendo uma sobrancelha e se afastando de mim sem entender.

—E o que eu estou pensando?

—Aan... Que nós... Aan.

—Vocês não dormiram juntos não é?

—Não. – Disse, mas, daí eu pensei um pouco. – Sim. – Só que... – Não.

—Cara; sim ou não?

—Tá bom, tá bom... – Bati o pé no chão irritado. – Você quer saber a verdade?

—Ah, então você não me contou a verdade?

—Eu não posso; não poderia. Na verdade não porque eu não quis; isso tudo tava preso dentro de mim e eu estava louco para soltar para fora. Eu sabia que você não ia aceitar ela de cara porque, de verdade; você nem gosta tanto dela. Sei que criticar muito é uma forma de opinião mais... Na primeira noite... Eu queria muito ir embora.

—Ah se tivesse feito isso e te matava!

—Por isso; eu queria muito dormir no seu quarto, ou você dormir aqui pra eu me acalmar. – Eu comecei a tremer. – Mas, ela disse que não podia, nem lembro porque tinha que assinar alguma coisa, autorizar, tinha contagem... E ela ficou apreensiva quando eu comecei a ficar nervoso... – Ele me escutava com um olhar de indignação. – Ela então me trouxe um chocolate quente. E... Ia embora... Mas; eu pedi pra ela...

—Ficar? Você pediu pra ela ficar?

—Pedi! – Bati o pé. – Eu pedi sim! E pediria de novo, e de novo; quantas vezes eu precisasse... Porque sempre que eu pedia, lá estava ela! ELA ME ACALMAVA E ME PROTEGIA! – Eu abaixei a cabeça. – Mas quer saber? Eu não protegi ela no dia que o “namorado dela” esmurrava e batia na porta nervoso com ela. E se ele tivesse entrado? Eu não a protegi ela no dia em que aquele lá beijou ela do nada. Eu não sei quais são os pesadelos dela, mas, sei que aparentemente quando estamos juntos pouco importa. – Ele revirou os olhos. – AAH Leonardo qual é o seu problema?

—Qual é o seu? Isso foi além do errado, você quer que ela seja demitida?

—Não.

—Então para o bem dela, evite de falar com ela. Se ela tem problemas no namoro deixa ela resolver; ela pode querer brincar com você. E eu quero te ajudar. Por isso to falando o óbvio, para raciocinar. – Presta atenção... Se ela é tudo isso para você e você for tudo isso pra ela; ela vai vir conversar contigo. Mas, não se mete com ninguém comprometido... – Ele parecia suplicar. – Eu sabia que você gostava dela, mas, não imaginava que chegava a isso. Me promete que.

—Não posso te prometer nada, até porque, duas coisas; uma eu quero muito ela, isso não te surpreende, certo? E outra, ela está no hospital, quero estar por perto quando ela voltar. Quero que ela saiba que vai poder contar comigo. – Leonardo grunhiu, ou murmurou alguma coisa; pra mim, foi um barulho de total desaprovação, e independente do que ele dissesse, já era.

—Você age muito pelo coração.

—Algo ruim nisso?

—Fica difícil defender você se algo de errado te acontecer.

—Não preciso ser protegido.

—Vai por mim; precisa sim. O segredo de vocês dois pode escapar. O seu segredo pode te machucar. E ela sendo mais velha, pode te deixar de lado.

—Não vai não... – Ele me olhou como se dissesse “eu tô te avisando”- Você não vai deixar eu ser machucado né? – Brinquei.

—Se for para te ensinar uma lição; sim...

—Credo.

—Desculpe pelo que falei dela para você.

—Desculpe não ter te contado. Eu contaria s.

—Não contaria não. – Ele finalmente abriu a porta depois de um tempo. – A gente se vira; vamos ver como vai ser daqui pra frente, você e sua paixão proibidíssima. A minha opinião não mudou; é errado e se você vai continuar assim, tenha ao menos um pouco de cautela.

—Eu sou o mais calmo nessa relação. – Ela passou a mão no roso.

—Vocês não são um casal oficial! Aceite isso! – Revirei os olhos.

—Tá, tá... Ainda não(...) Não vai pedir desculpas po me dar uns socos?

—Não! Bonne nuit. – Ele foi em direção ao seu quarto e eu fiquei parado na porta completamente indignado, como ele não vai pedir desculpas? (...)
Antes de fechar a porta e acenar pra ele, me virei para um movimento na escadaria. As luzes do corredor ficam acessas, umas cinco para não ficar muito claro nem muito escuro, já que o banheiro com chuveiro é no final do corredor, e no outro lado do corredor ficam as escadas que se dirigem aos demais andares.

...

Tinha um novo estudante chegando... No meio da noite; umas 04:00 horas da manhã; eu fiquei olhando de relance antes de fechar a porta quando ouço uma voz não muito estranha.

—Bonne nuit novato! Que bom te ver por aqui! – E aquele cara com os olhos um de cada cor sorriu mostrando seus dentes de uma forma assustadora. Eu fiquei paralisado, mas acenei apenas e fechei a porta, passando o trinco e trancando com a chave. Eu senti uma sensação horrível percorrer todo o meu corpo depois que eu vi aquele garoto de novo.

Não era algo ruim, não era algo bom também; era como se fosse um aviso para o que vinha a partir daquele “boa noite”.
 A única coisa mais crucial que aconteceu naquela noite foi que; não é um segredo trancado a sete chaves que eu amo Mikaele.
Mas, tinha a coisa de tudo o que Kathy me contou, e tinha o mais importante; saber se Mika estava ou ficaria bem.
É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

E eu só tenho que provar para Leonardo que não preciso ser protegido, não importa o que acontecesse. Eu tenho na minha mente que eu consigo proteger a Mikaele; até porque na biblioteca a presença de “Luco” a incomodou. E se isso ocorreu; talvez o perigo nem seja mais o grandão. Ou seja como o grandão. Apesar que, ele ajudou a socorrer ela, eu vi. Então, porque sentir uma sensação diferente me faz ficar tão pensativo sobre tudo o que Kathy e Leo conversaram comigo hoje?

Talvez seja paranóia... Eu só tenho que dormir, e deixar a paranóia não ser real.
Mas, primeiro de tudo; eu quero que ela esteja bem, que tudo não tenha passado de um susto.

Porque independente dos problemas, eu preciso dela; porque eu amo ela. Porque eu quero ter certeza que eu vim para cá para ajudar ela. Mesmo que doa.
Na manhã seguinte; pleno domingo, e eu acabei perdendo o café da manhã por ter ido dormir tarde, muito tarde. Mas, eu estava de pé para o déjeuner. E por mais estranha que tenha sido a minha conversa com Leonardo de madrugada, eu sentia como se um enorme peso tivesse saído das minhas costas, como se qualquer coisa que estivesse entalada na minha garganta tivesse sido limpada, e por mais difícil de admitir, minha amizade e a de Leonardo ainda estava de pé. Então, dado que eu estava com a boca visivelmente inchada e machucada pelos socos, estava tudo bem. Sei que ele teve a melhor das intenções, independente de quais essas fossem no começo; eu entendi que ele ficou chateado por eu ter guardado aquilo dele. Mas, eu guardei até de mim mesmo, para Katherynne; e olha que ela vira e mexe faz perguntas e gera assuntos completamente constrangedores, eu não deixei escapar nenhuma vez. Ele tem que entender o que é guardar segredo.

Quando eu cheguei no refeitório, estava um alvoroço por assim dizer; encontrei com Leonardo e Marjorie na entrada do refeitório, eles estavam parados, apenas olhando o movimento.

—O que foi? O que aconteceu? Aan; bonjour.

—Bonjour Victor; - disse Marjorie desviando o olhar do refeitório para mim. – Aan... Está tudo... – Ela olhou bem para o meu rosto assustada. – Arh. O que houve que seu rosto?

—Ah, ele é desastrado. – Respondeu Leonardo. – Bom dia Victor.

—Bom; o que tá acontecendo ali dentro?

—Sabe a mesa da Elite?

—Sim.

—Os Monitores estão ficando irritados por alguém ter sentado na mesa deles.

—Como assim?

—Bom; eles criaram aquela mesa para Monitores, afiliados, amigos e afins; a mesa fica no melhor lugar do refeitório, com a melhor vista, com mais espaço; totalmente confortável e dando a eles aquele ar de serem extremamente muito importantes.

—Dai...

—Alguém sentou lá sem ter sido convidado, estava uma briga, uma gritaria; alguns foram comer fora, outros estão bem afastados deles. – Falou Marjorie agora olhando para a mesa, só observando.

—E vocês?

—Estamos vendo o barraco. – respondeu Leonardo.

—E não vão comer?

—Vamos. – Disse Leonardo. – Mas queremos ver no que isso vai dar.

—A mesa da Elite nem é tanta coisa assim.

—Pour Dieu Victor! – Exclamou Marjorie. – Não é tanta coisa; mas, causa um certo respeito, sabe? – Acenei positivamente, então parei para ver no que realmente ia dar.

 De fato, os monitores e como dizem; afiliados, que nesse caso eram alguns professores, amigos ou parentes dos Monitores, estavam discutindo contra só uma pessoa. Nesse ponto da discussão, a pessoa que sentou no lugar nem se importava se estavam brigando com ela; mas, por algum motivo, ela e levantou deu ombros sorrindo se dirigindo para outra mesa, basicamente tinha comido quase tudo e só fez isso para mostrar o quanto ela tinha mais poder que eles de onde queria sentar.

...

—Salut novato! Que tal sentar para almoçar comigo? Convide seus amigos. – A pessoa que enfrentou a mesa da Elite era Luco Se; alguma coisa; Seward. Daí a partir desse momento todo mundo e virou para mim, eu era basicamente o centro das atenções; o que eu não queria ser na verdade. Fiquei em silêncio.

—“Você conhece ele Victor? ” – Marjorie sussurrou para mim enquanto caminhávamos para pegar nossos almoços e seremos cobertos de olhares dos outros alunos que estavam no refeitório.

—“Mais ou menos” – Respondi baixinho acenando para Luco que me sorria de volta.

—“Eu sabia que você ia precisar de proteção. ” – Sussurrou Leonardo como se desse uma risada. – “Mais ou menos não ´a resposta certa. ”

E naquele momento, qual era a resposta certa?


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Notas finais do capítulo

Eu simplesmente adorei escrever esse capítulo duas vezes.
Uma vez no caderno e outra vez no computador. E duas músicas simplesmente me ajudaram muito a apressar toda a escrita e postagem.
♫Mika ~ Elle m'a Dit♪
♫Cody Simpson ~La Da Dee♪

E agradeço ao seu tempo :3
Obrigada pela leitura. J'adore vous tous.

~♥~Um Beijo da Autora. ~♥~



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