Morando Com Um Desconhecido escrita por Nika Mikaelson


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

BOM DIA!!! são nove e meia e acabei de chegar em casa. Vocês tem noção do que é ler comentários e ver recomendação e não conseguir responder, ou agradecer, pq a internet é um lixo!! E não tinha um noot? sabem? kkkkk
Bom galera, agradeço a todos pelos comentários. Delena Grey e Marie Herondale muuuuuito obrigada pela recomendação ♥ ♥ ♥ ♥
A galera delena piroooooooou com o capítulo anterior, e nesse também suspeito que iram pirar....de felicidade!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/655672/chapter/6

O dia amanheceu com nuvens pretas, não só no céu mas acima de mim. O vento estava gelado, um frio cortante, mas eu permanecia na varanda sentindo as pequenas gotas bater no meu rosto, que já estava molhado por lágrimas.

Encolhia-me em meu cobertor, mas meus queixos ainda estavam trémulos. Não sabia se era por causa do vento, ou pela falta que ela estava fazendo. Hoje, é seu aniversário, e ela não está ao meu lado para dizer: "Querida, não lembre essa data, significa que estou envelhecendo." Sempre com seu sorriso brincalhão, e os olhos marejados ao ver Jeremy levar o café da manhã a ela, e meu pai uma rosa, tão vermelha quanto sangue.

Escutei alguns passos, e olhei limpei rapidamente as lágrimas antes de olhar pra trás, por cima do meu ombro e ver Damon parado do lado de fora da porta aberta. Ele vestia uma camiseta cinza e uma calça jeans escura. Depois de um dia em que nós nos beijamos, essa foi a primeira vez que eu o vi. Meu coração bateu forte, mas não o bastante para devolver minha felicidade.

Em suas mãos, ele segurava uma xícara que ainda saia fumacinhas, pelo cheiro era chá de camomila.

Seus olhos, pareciam pedir permissão para que ele entrasse, e ao me ver voltando da varanda, ele entendeu que eu permiti. Sentei ao pé da cama, e ele parou ao meu lado ainda em pé.

– Acho que está precisando disso. - Ofereceu a xícara.

– Obrigada! - Sussurrei, pegando e dando um gole ralho.

Ela esquentou meus lábios, e desceu aquecendo minha garganta. Parecia um relaxante, depois de horas chorando. Damon está em silêncio, um silêncio que eu agradecia por enquanto. Não perguntava se eu estava bem - era óbvio que não estava. Não dizia que ela estava em um lugar bem melhor, pois ainda eu não aceitava, que existisse um lugar melhor do que o lar dela, com o marido e os filhos.

Depois de alguns segundos, ele caminha até a varanda e para antes de cruzar a porta de vidro. Parecia um armário, de tão alto, ombros largos e completamente ereto, com as duas mãos no bolso da frente do jeans. Estava bonito, ele sempre está bonito.

– Eu já vi seu pai assim. - Começou, sem virar. - Não calmo, igual você parece estar, ele não guardou toda a indignação e negação dentro dele, ele a soltou e ela saiu como uma fera. Foi assustador. - Seus ombros subiram lentamente, e desceram em uma respiração funda. - Não sou bom com palavras de conforto Elena. - Virou-se, e meus olhos ainda continuavam avermelhados, sabia disso, pois ao olhar ele espremeu os dele, como se sentisse dor. Prosseguiu, caminhando até aonde eu estava. - Pedi para prepararem o carro, imagino que queira ir visita-la. Estarei aguardando lá embaixo, irei com você.

Eu não falei nada, apenas o deixei sair e suspirei triste.

Há anos ela faleceu, mas não poderia aceitar isso, como aceitar que sua mãe não está mais ao seu lado? Saber que não irá vê-la sorrir, brincar ou até mesmo brigar com você quando necessário. Daria tudo, para tê-la ao meu lado novamente, e contar pela décima vez como conheceu o meu pai.

{...}

Damon está ao meu lado na limousine, com uma camisa preta e o seu de costume copo de uísque. Era onze e meia da manhã, de uma terça feira, como ele conseguia?

Pela terceira vez, ignorei a chamada do meu pai e fechei os olhos. Não que eu não queria atende-lo, eu sei que ele quer conversar e dizer o quanto sente muito. Mas o problema, é que eu não quero ouvir isso. Não quero vê-lo sofrer, ou ouvi-lo chorar. Pode ser covardia, e até mesmo egoísmo, mas eu dei tanta força a eles, que hoje eu queria ter forças pra mim.

A mão do Damon tocou a minha, e eu abri os olhos vendo nossas mãos juntas. Seu polegar acariciou as costas da minha mão lentamente, subindo e descendo, e de alguma forma me acalmando. Era bom saber que ele estava ali, que se importava.

O carro parou, e ao olhar pro lado já poderia ver o enorme muro branco, e algumas estátuas aparecendo. Meu corpo inteiro se arrepiou, e meu estômago embrulhou só em lembrar do dia do velório. Coloquei a mão na porta, e Damon segurou a minha mão.

– Espera. Eu trouxe uma coisa. - Inclinou-se para o lado, e pegou uma rosa vermelha. - Seu pai sempre trás. - Entregou a mim, e eu sorri agradecendo e já deixando algumas lágrimas escaparem.

{...}

Pov Damon

Eu a deixei sair sozinha, e caminhar com as pernas tremulas até as escadas que davam na entrada do cemitério. Odiava cemitérios. Meus pais ainda estavam vivos, mas aquele lugar era assustador. Não assustador como filmes de terror, ou qualquer coisa do tipo, era assustador pois a dor que as pessoas sentiam ali dentro, era de faltar o fôlego.

Tomei o último gole de uma vez, e conferi no relógio vendo que ela demorava um pouco.

Não poderia deixa-la lá sozinha. Mas será que ela queria a presença de um desconhecido? Seus olhos hoje estavam tão tristes e fracos, que eu mal conseguia olha-la sem querer abraça-la.

Abri a porta por impulso, e desci do carro rápido. Dane-se.

Subi as escadas rapidamente, e olhava ao meu redor para encontra-la. Meu coração batia forte contra o peito, precisava encontra-la, ela estava precisando de alguém.

Os túmulos estavam úmidos, pela chuva que caiu há alguns minutos atrás. Continuei caminhando, até encontra-la ajoelhada diante de um túmulo preto e luxoso.

" Isobel Gilbert.

Mãe, esposa & amiga. "

Parei os passos e a observava um pouco longe, mantendo distância, mas estava perto o suficiente para ouvi-la.

– Preciso ir mãe. Feliz aniversário novamente. - Colocou a rosa sob o túmulo, e deu um sorriso triste, deixando escorrer uma lágrima pelo seu rosto. - Olhe pelo papai, pelo Jer e por mim. Eu te amo!

Levantou a cabeça, e só assim me viu.

Droga, me cortava tanto vê-la nesse estado. Lábios trémulos, olhos imundados, e o rosto completamente molhado, olhando pra mim como se gritassem socorro. Talvez estivessem gritando.

{...}

– Deveria atende-lo. - Aconselhei, enquanto estávamos sentados no sofá.

Elena estava sentada desde a hora que chegamos, mas não chorava mais. Eu estava ao lado, olhando a lareira ardendo em chamas, enquanto ela recusava a ligação do pai dela mais uma vez.

– Como se conheceram? - Perguntou, virando o rosto pra mim. - Ele não é bem mais velho o suficiente, para não terem se esbarrado em uma casa noturna? Ou sei lá, tomado um porre juntos.

Eu sorri, com a sua opinião e a encarei.

– É. - Concordei. - Não foi bem em uma casa noturna, porém, já tomamos porres juntos, muitos. Inclusive em uma casa noturna. - Encarei seus olhos, e vi um pequeno sorriso esticar em seus lábios. Eu os desejei, mas transferi o meu olhar para o seus olhos dando continuidade. - Era seu aniversário. - Vi os seus olhos se surpreenderem. - Sim, eu já tinha visto você, mas tinha muitas espinhas, uma cor de sombra estranha e um jeito de falar esnobe. Imagina a idade?

Ficou em silêncio por alguns segundos, e de repente um sorriso de orelha a orelha fez com que eu também sorrisse. Sua boca ficou entreaberta e os olhos brilharam em uma descoberta.

– Eu já o conhecia. Não acredito, como não lembrava disso? - Empolgou-se, colocando as duas mãos na boca.

– Quinze anos. Que idade. - Virei os olhos tedioso.

– Qual é, eu era maneira. Fala a verdade!

– Não. - Respondi grosso e sincero. - Não era. Nem um pouco. Você tinha mechas laranjas?

– Não! - Gargalhou antes de responder a minha pergunta. Ela riu pela primeira vez no dia, e eu respirei aliviado por isso. - Eram vermelhas, mas estavam desbotadas.

– Explicado. Enfim, nossos pais eram amigos e eu acabei fechando negócio com seu pai naquele dia. Iria abrir uma nova franquia da empresa, e meu pai iria se mudar, então, fiquei com os negócios e ganhei um amigo. Demorou um pouco para conseguir a confiança dele, já que eu não facilitava, nunca fui muito comunicativo, e ele sempre tentando ser meu amigo, bom, com aquele jeito dele que você conhece. No começo não deu muito certo, mas acabou tudo bem.

– Mas você nunca foi em casa, tem algum motivo? - Perguntou, dobrando as pernas e me olhando, como se eu fosse um contador de histórias e ela uma menina de cinco anos.

– Fiquei com medo de você. Você era assustadora, é sério!

Recebi um tapa leve no braço antes que conseguisse me esquivar.

– Era uma adolescente.

– Mas nem todas são assim. Você realmente estava disposta a espantar todos da sua festa.

Florence+The Machine - Never Let Me Go

Ela parou de sorrir lentamente, e seus olhos fixaram nos meus. Fiquei sério, a encarando e usufruindo daquele tempo para observa-la. Elena tem uma beleza tão natural, que me encantava. Mesmo após de chorar durante horas, ela ainda continuava bonita com um brilho indescritível.

Eu ardia como aquela lareira, ardia em desejos oprimidos e uma vontade que parecia ser insaciável em descobrir cada centímetro do corpo dela. Queria saber o que ela pensava quando ficava em silêncio, encarando meus olhos, meus lábios e todo o lugar que seus olhos alcançavam. Queria saber, o do por que eu a queria tanto.

{...}

Pov Elena

Seus olhos azuis brilhavam, e suas bochechas levemente avermelhadas abaixaram lentamente quando ele parou de sorrir. Já havia feito um tempo, que eu observei que suas bochechas as vezes coravam, mas não por ele estar tímido ou nervoso, era uma coisa natural dele. Os lábios úmidos, faziam uma linha reta no seu rosto e sabia que ele forçava os dentes, já que seu maxilar mexia.

Respirei fundo, sentindo seu cheiro e desci meus olhos até seu pescoço, vendo alguns botões da sua blusa social aberta, e logo subi para os seus olhos que pareciam curiosos, olhando-me daquela mesma forma ofegante como se quisesse ver o fundo da minha alma. Meu coração já batia forte, e meu corpo inteiro parecia tremer internamente. Era como se uma língua quente, lambesse o meu estômago em um nervosismo, misturado com ansiedade. Ele causava efeitos em mim, que eu não conseguia controlar.

Sabia que na empresa, deveria ter muitos problemas para ele resolver, mas tirou o dia para ficar ao meu lado sentado no sofá, contando histórias ou simplesmente calado. Lembrou de coisas pequenas pra ele, e enormes para mim ao entregar a rosa. Olhou confortante, quando meus joelhos encontravam o chão na frente do túmulo dela.

Naquele instante, eu tive a certeza de que estava apaixonada por Damon Salvatore.

{...}


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ENTÃO DELENAAAAA????



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Morando Com Um Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.