A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 35
Lutando contra o mal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Desculpem a demora, kkk matei vocês de ansiedade?! Perdão, mas foi por uma boa causa, estou participando do desafio de dezembro e caso queiram ler ela se chama Dona do mundo. Enfim pessoal, espero que gostem do capítulo e em breve terei novidades!!!



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O fogo parou de ser cuspido. A floresta estava queimando. O fogo vermelho com brilho azulado. A maldade das damas da noite. Aquelas bruxas idiotas que queriam se alimentar de inocentes. Não podíamos deixar. Nenhum desiquilíbrio iria nos deter. Nossa missão era proteger todas as criaturas e os humanos são criaturas.

Eu tinha que fazer algo e já sabia o que iria fazer. Havia chegado a hora. Eu reconhecia isso. Olhei para Yves e ela não parecia preocupada, estava confiando em mim.

Yves e Kellie controlaram o fogo com algum tipo de magia. As duas criaram uma barreira energética que não permitia o fogo se espalhar. Era bom, mas não suficiente. Nós teríamos que entrar lá dentro para deter o dragão dominado. E eu sabia que isso cabia a mim.

– O que pretende fazer? – perguntou Hank. – Sabe que sozinho não consegue deter aquele monstro.

– Não estarei sozinho. – segurei meu medalhão. – Há coisas que precisam ser feitas e chegou a hora. Drácula está me protegendo.

Invocadores e cavaleiros abriram espaço para mim passar. Era um momento único. Algo que nenhum invocador de vampiro se ousava fazer. Eles não sabiam direito o que iria acontecer, temiam isso, sem dúvida, mas estávamos tomando pedidas desesperadas.

Fechei o punho. Olhei para eles. Tudo dependia de mim. Drácula confiava em mim. A hora havia chegado. Toquei o medalhão frente a frente com a barreira. Havia apenas uma coisa para pedir:

– Eu invoco meu vampiro interior.

As borboletas de fogo saíram do medalhão. Voavam em volta de mim e espalhavam fogo pelo meu corpo. O elemento que não fere os invocadores de vampiro. Era diferente do fogo dentro da barreira, que era fogo de bruxa.

Sentia meu corpo queimando, uma ardência que incomodava, mesmo não sendo nociva a mim. Meu corpo estava se esticando e sentia uma das piores sensações possíveis. Tirei o peitoral de aço. Não estava bem. Meus sentidos estavam confusos. Olhei para os lados. Tudo embaçado. Estava zonzo. Minha audição parou, ouvia apenas um zumbido agudo. Eu estava desmaiando, era como se estivesse deixando meu corpo. E eu estava recebendo algo desconhecido.

Abri os olhos. Fogo por todas as partes. Sentia meu corpo em fúria. Eu não era eu. Escutava as chamas queimando. Estava dominado por uma fúria que não conhecia. Se aquela era a hora, Drácula estava maluco. Havia alguém em meu lugar. Um vampiro voraz.

Involuntariamente abri as asas de vampiro. Gritei para a luz vermelha no céu. Estava confuso demais. Não sabia o que estava fazendo.

– Hooper. – escutei alguém gritando, mas parecia distante.

Queria poder saber quem era. Mas eu apenas gritei novamente. Bati minhas asas. Tinha que recuperar logo o controle. Mas como? Mais um grito.

– Hooper!

Olhei na direção em que a voz vinha. Os invocadores estavam com os olhos fixos em mim. Estavam assustados e todos haviam se afastado de mim. Era perigoso, até eu sabia disso, ainda mais porque eu não estava conseguindo me dominar.

– O tempo está acabando! – alguém gritou.

Por Drácula! Era praticamente igual a visão que eu havia tido. Estava acontecendo, de outra forma, mas estava. Gritei novamente para o céu. Tinha que lutar, sabia disso, mas como controlar um monstro?

Tentei sair correndo, tentei alçar voo. Mas ali estava eu. Imóvel. Apenas observava os invocadores.

– Hooper. – Yves correu até mim.

Era perigoso. Ela sabia disso. Yves havia perdido o juízo? Já bastava eu. Naquele momento eu estava desesperado. Tinha que tomar o controle. O que eu poderia fazer?

Quando a invocadora se aproximou emiti mais um grito. Rouco, seco, furioso. Fechei as asas e em seguida as abri, jogando Yves para o meio das chamas furiosas. O que eu havia feito?

Drácula?

O que eu tenho que fazer?

Por favor.

Ajude-me.

Não consigo fazer isso sozinho.

Corri por entre as chamas e peguei Yves às pressas. Ela estava desacordada. Suas roupas estavam chamuscadas. Em um momento de desespero eu havia ficado lúcido. Era um início, certo? Levei a invocadora para os outros invocadores. Yves abriu os olhos lentamente.

– Hooper?

– Fique calma. – respondi. – E desculpe. Não era eu.

– Você virou um vampiro? – ela estava confusa. – Você conseguiu invocar! Por Drácula, você é o primeiro a conseguir isso.

– Fique calma. – minha voz ficava mais rouca na forma vampírica. – Precisamos da sua magia Yves. Pode ser que eu sozinho não consiga.

– Nós temos certeza. – disse Delaware.

A invocadora de lobisomens tocou seu medalhão. As joaninhas de raios voaram em volta da garota. Os raios tomavam conta de Delaware. Agora a frágil invocadora era um lobisomem. Uivou para a lua e se juntou a mim.

– Vamos parar esse dragão. – disse Delaware com a voz mais arrastada.

– Dois só? – Rivera girou os olhos. – Me deixe esfriar um pouco as coisas.

A pedra safira que Rivera carregava no pescoço ficou mais azul. As libélulas saíram de lá e a água circundava o corpo da invocadora. Rivera havia se tornado uma sereia, só que sem a cauda. Ela estava com barbatanas pelo corpo e provavelmente guelras no pescoço. Havia mudado pouco em comparação conosco, mas havia algo em seu olhar, algo hipnotizante.

Murphy que estava mais escondido caminhou até nós. Do seu medalhão os besouros foram saindo, voando em torno de si e deixando um rastro de terra que flutuava no ar. Sua forma agora era de um ogro. Seus músculos estavam mais definidos e seu rosto estava grotesco. Ele tirou o elmo e jogou no chão.

– Vamos matar aquele dragão. – ele estalou o pescoço.

Havia chegado a hora da batalha, da verdadeira batalha. Se parar os vampiros na cidade havia sido difícil, agora era o grande desafio. Fechei os olhos. Que Drácula me dê força.

Bati as asas e voei por cima da barreira. A sensação era muito boa, mas o monstro na minha frente acabava com todo o sentimento. Olhei para a floresta a baixo e pude ver os invocadores atravessando. Tornamo-nos criaturas para deter outra.

Estava frente a frente com o dragão. Ele bufava e todo o ar quente vinha para mim. Eu não estava com medo, nem inseguro. Minha vida era essa. Daria o melhor de mim.

– Não tenho medo de você. – aproximei-me mais. – Isso é por Corea. – atirei a gosma vermelha em seu focinho.

O dragão balançou a cabeça e rapidamente a gosma que havia encontrado seu focinho e boca derreteu com o calor. Não estava lidando com um vampiro dominado. Na minha frente estava a maior das criaturas.

Respirei fundo. O que eu havia feito havia colaborado apenas em aumentar a fúria da criatura. Suas patas chocaram o chão. Um pequeno tremor. Fechei os punhos e desci até os outros invocadores.

– Plano? – perguntei.

– Não aja precipitadamente. – disse Murphy. – Sem baixas dessa vez, pode ser?

Girei os olhos. Lembrei-me das correntes. Corea era esperta e parecia sempre dar um jeito de participar das coisas, mesmo estando longe. As correntes de ferro eram ideia dela. E eu iria repetir seu movimento.

– Vamos imobilizá-lo com as correntes. – falei. – Vou prender suas asas aí ele não vai voar. Ao mesmo tempo vocês as pernas dele com a corrente e depois mirem a gosma nos pés. Acho que vai dar certo. Por fim. Roxo. Entenderam?

– Sim. – eles responderam.

Levantei voo. Balancei as correntes e fui para as costas do dragão. Ele rugiu e cuspiu fogo no céu. Era como se falasse com as damas da noite. Dava medo, muito medo. Tentei me equilibrar no ar. Tinha algo a fazer. Até que o dragão olhou para mim. Ele havia me notado e aquilo era o pior que podia acontecer.

O fogo que saiu de sua boca em seguida era negro. Tentei desviar daquele fogo, com sucesso. Aquilo significava uma coisa. As damas da noite tomaram controle total do animal.

Voei para trás, tentando me afastar dele. O dragão caminhou até mim, tentando me pegar. E seus passos eram perigosos. A imensa pata draconiana havia encontrado Murphy. O réptil gigante olhou para o chão. E em seguida pareceu rir. Aproveitei o momento para me afastar, assim como os invocadores que estavam ali transformados.

– O que aconteceu? – Delaware estava visivelmente assustada.

– Perdemos Murphy. – disse Rivera com um peso na voz.

– Então vamos vingar o invocador. – falei.

Para nossa surpresa, algo havia acontecido. A pata do dragão foi erguida, embaixo dela estava Murphy, com apenas alguns arranhões. A força é o dom dos ogros. Assim como as sereias hipnotizam. Murphy jogou o dragão no chão, mas este continuou de pé. Ainda mais furioso.

Abri minhas asas e continuei tentando executar o plano. Não tinha medo. Isso não era mais da minha natureza. Fechei os punhos segurando a corrente. Eu faria qualquer coisa para derrubar aquela criatura. Envolvi o dragão com a corrente e fiz o máximo de força para prendê-lo completamente.

Os outros transformados prenderam suas pernas. Estava quase tudo dando certo. Os invocadores de vampiros e os cavaleiros apareceram. O incêndio havia acabado graças a magia de Yves e Kellie.

Não éramos forte o suficiente. Humanos não poderiam deter um dragão, mesmo sendo invocadores. As correntes ainda não eram suficientes. Os cavaleiros ajudaram a prender mais correntes nas pernas, mas asas ainda estavam frouxas.

Olhei para os invocadores no chão. Aquele momento seria único. Eles tiraram os peitorais de aço e todos tocaram seus medalhões ao mesmo tempo. Um momento histórico para nós. Aquele dia estava marcado na nossa linha do tempo. Era o dia em que todos os invocadores de vampiro se transformariam, trazendo seu vampiro interior. O dia da grande invocação.

Todos os transformados ali estavam prontos. O dragão cuspiu fogo negro no céu. Flashes de luz. Um raio cruzou o céu. Uma tempestade estava se formando. Quando começou a tempestade, todos os seres invocados ativaram suas armas, me juntei a eles. E quando o dragão conseguiu abrir suas asas, raios arroxeados vindo de todos os lados lhe entregou a morte.

O corpo do dragão caiu no chão. Não se tornou uma pedra escura, mas sim uma imensa rocha que caiu no lago. Voltamos no normal. Estava acabado. Ou não. A rocha trincou e de dentro dela vinha uma voz feminina.

– Invocadores. – disse a voz. – Quando vão aprender?

A pedra se partiu por completo. Lá estava uma bela mulher. Cabelos negros em uma trança até os joelhos. Vestia um vestido negro que no final se tornava fumaça. Suas unhas eram enormes e prateadas como aço. Sua pele era branca e também parecia envolvida por fumaça. Ela trazia um sorriso mortal e os olhos negros e vazios.

– Dama da noite. – disse Malleus.

– Dama da noite. – Jasper concordou.

– Fechem os olhos! – gritei. – Ela não os afeta se fecharem os olhos!

A mulher gargalhou. Caminhou até nós e nós nos afastamos, a maioria de olhos fechados. Fechei os punhos. Não podia ser real.

– Ainda não são tão fortes para nos encarar. – disse a bruxa. – Um dragão? Vocês são fracos demais. – ela gargalhou novamente.

– O que veio fazer aqui? – Jasper gritou a pergunta.

– Treze. – ela respondeu. - Nós estamos despertando. Estamos de olho em vocês. Treze. Espero que lembrem disso.

– Você não é uma dama da noite. – Lucinda gargalhou e foi até a dama da noite. – Você não existe.

Lucinda estava de olhos abertos. Sendo que apenas os escolhidos podiam ver a bruxa, já que não éramos afetados. Mas a amazona era teimosa.

– Você está certa. – a dama da noite respondeu. – Ainda estamos nos formando, mas já podemos causar o mal.

A bruxa segurou o pescoço da amazona. Suas unhas eram tão longas que conseguiram ferir a mulher.

– Aprenda a nunca mais ser atrevida humana idiota.

A dama da noite elevou o corpo de Lucinda com as mãos. Abriu um sorriso largo para nós. Eu já sabia o que ia acontecer. Era a morte da amazona. As unhas da bruxa atravessaram o metal do peitoral e atingiram o peito de Lucinda. Estava acabado.

– Não gostamos de pessoas abusadas. – disse a dama da noite. – Já basta o que vocês fazem. – ela girou os olhos. – Pela última vez digo. Treze. Nós estamos despertando. – em seguida ela se tornou fumaça por completo e desapareceu.

Respirei fundo. Que mensagem foi aquela? Treze. O que significava? Olhei para Yves. Ela abriu os olhos. Estava confusa, assim como todos nós.

No lago o corpo de Lucinda flutuava, em seguida se tornou pedra. A Ordem do Obscuro sofreu sua primeira perda. Eles correram para o lago, desesperados em busca do corpo da amazona. Não havia o que fazer. O mal havia nos alcançado.

– Vamos levar o corpo para estudar. – disse Gaspar. – Tudo bem? – ele perguntou para Malleus que apenas assentiu.

Caminhamos de volta para o casarão. Mais uma vez amanhecia, mas no alto do céu ainda estava a lua crescente vermelha.

– Se isso aconteceu com a lua crescente de sangue, não quero nem imaginar quando ela estiver cheia. – disse Rivera olhando para o céu.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo pessoal! Hora de comentar!!!