Duas semanas haviam se passado desde a chegada do convite no apartamento de Harry. Tudo já estava resolvido, passagem de ida e volta. Não podia conter a felicidade, iria rever seus pais depois de um ano.

Era de manhã quando Harry colocou alguns livros na pasta é seguiu com o carro para a faculdade, ele amava a rotina que tinha na América. Não que ela fosse muito agitada ou divertida, Harry prometeu a si mesmo de que ele iria para construir uma carreira e não para se divertir.
Desde que havia se mudado para Boston, teve poucos momentos de diversão, o casamento de Ron e Hermione seria a primeira distração em tempos ele precisava daquilo.

Harry parou o carro em uma esquina e de supetão Neville adentrou o carro.

– ESTAMOS ATRASADOS, CORRE, HARRY ESTAMOS ATRASADOS!

– Neville, são sete e meia! Adiantou o relógio de novo? - riu do amigo que estava todo desleixado. Os cabelos bagunçados, camisa desabotoada.

– Tá brincando? A Hannah adiantou o relógio de novo, não acredito.

– Por que ela faz isso? - perguntou Harry enquanto continuava o caminho até o prédio da Universidade.

– Ela é sonâmbula - disse fazendo uma careta enquanto colocava os botões de sua camisa nas casinhas. - e o casamento, já preparou tudo?

– Tá parecendo minha mãe - resmungou - e sim já, comprei meu smoking ontem, passagens na madrugada. Mas eu acho que to esquecendo alguma coisa...

– Flores americanas para a britânica que mora na Alemanha? - implicou com um sorriso maroto - Que título bom!

– Você já foi mais engraçado, Neville. E não tem nada com ela.

– Ah sim! Ei falando em mulher, Cho me mandou uma mensagem desesperada procurando por você.

Cho Chang, uma estudante de direito que estava em seu terceiro ano. A garota era uma asiática, bonita ao ver de muitos. Mas para Harry era ela só a garota que ajudou a se adaptar quando chegou à Boston, ela havia sido muito receptiva. Em troca Harry a ajudava nos estudos já que ainda estava no colegial quando Harry chegou.

– Ela quer ajuda com um seminário. – respondeu destraído.

– Seminário com a tua boca na dela? - Perguntou rindo, sabia que Harry não gostava de brincadeiras do tipo.

– Talvez, da minha mão na sua cara. Ou você sem carona. - respondeu em um tom rápido.

– Tudo bem senhor Harvard – respondeu deslizando sobre o banco do passageiro - ela ainda te chama assim?

– É, chama. Pra quem passou um mês com ela você sabe demais.

– Ah saudades daquele verão de 2010, – brincou – que horas é o seu voo?

– Saindo da aula eu vou em casa, e pego um táxi para o aeroporto.

– Vai ficar quanto tempo em Londres?

– Uns sete dias no máximo. – Harry respondeu em um tom triste, queria passar mais tempo com os amigos e a família.

Os dois se dirigiram até o prédio da universidade. Harry não podia conter a ansiedade de saber que em menos de um dia estaria em Londres, só queria que o dia passasse o mais rápido possível.

*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*

Em meio de varias roupas escuras era possível ver uma cabeça ruiva e ao seu lado alguém com roupas em tons muito chamativos na movimentada estação de trem de Berlim.

Ginny e Luna estavam ansiosas para retornar a Londres, mesmo sendo tecnicamente perto de Berlim, era difícil a ida das duas na cidade. A alguns meses não viam a família, ambas estavam ansiosas.

– Ei, você já parou pra pensar que todas as pessoas nesta estação são aliens ou zumbis querendo nossos cérebros? – Luna perguntou em um tom natural, era comum perguntas do gênero virem da loira. Essa era uma das coisas que Ginny mais admirava na amiga, o jeito de dizer tudo que pensava e tinha vontade sem vergonha ou com medo da desaprovação dos outros.

– Na verdade já, - Luna se assustou com a resposta estava acostumada com respostas confusas.

– Uau, é a primeira vez que você responde sim.

– Ah qual é, deve ter tido mais vezes. – Ginny estava torcendo para Luna não começar a tentar lembrar se alguma vez isso já havia acontecido.

– Tem razão.

As duas permaneceram em silencio até a chegada do trem quando embarcaram. Elas já estavam acostumadas com viagens de trem que era a favorita de ambas, elas não se importavam de passar 14 horas dentro de um trem. Tinham tempo o suficiente para resolver coisas do trabalho, ler um livro e mesmo que vivessem juntas, colocar o assunto em dia.

Mas Ginny não queria conversar ou fazer outra coisa, estava muito ansiosa pensando no reencontro com Harry. Ela tinha certeza de que o tempo iria demorar mais do que o normal.

*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*

Harry havia pego um voo sem escalas ou conexões, conseguiu chegar antes da ruiva. Preparou uma pequena surpresa que consistia em buscar Ginny na estação junto com Ron e Hermione.

– Os dois parecem bem ansiosos – Hermione comentou enquanto observava os dois olharem para os lados em busca de Ginny.

– É porquê não é você que não vê a irmã a quatro meses, já que vive viajando para Berlim.

– Ai Ronald quanto drama – ela se sentou ao lado do noivo enquanto o abraçava – e você Harry, qual o motivo da sua ansiedade?

Harry Pensou bem na resposta, não iria querer dar uma desculpa esfarrapada ou algo que deixa- se transparecesse seus sentimentos.

– Ron não vê Ginny a quatro meses e pode ficar ansioso, eu que não a vejo a um ano não posso? – Harry respondeu em um tom brincalhão para não deixar um ar tenso – Que injustos vocês.

– Ah, até parece, Potter. – Ron rebateu enquanto olhava para Hermione com um sorriso de canto que foi correspondido da mesma forma pela morena e logo em seguida olharam para Harry com as sobrancelhas levantadas.

– Do que estão falando? – Harry era inteligente para alguns assuntos mas para outros ele era muito lerdo.

– Será que ele tá sendo lerdo ou só fingindo para mudar de assunto? – Perguntou Ron olhando para Harry.

– Não sei, mas sei que alguém chegou! – Hermione se levantou em direção a Luna e Ginny e as abraçou.

As três eram melhores amigas desde que se entendem por gente. Nenhuma das duas tinham irmãs então se consideravam como.

Logo Ron e Harry se aproximaram das três .

Ginny pulou em Ron, os dois gêmeos eram muito unidos . Foi muito difícil de convencer Ron que Ginny teria que morar em Oxford e foi muito pior conforma o rapaz da mudança da irmã para Berlim.

Harry não pode se conter ao ver a ruiva queria abraça-la até deixar seus pulmões sem ar. Quando ela veio em sua direção para um abraço ele teve uma das melhores sensações de sua vida, é algo clichê de se falar mas Harry jurava que haviam milhares de borboletas em se estomago. Embora Ginny tivesse muito medo de borboletas ela tinha a mesma sensação.

Ao se soltarem do abraço Harry não pode deixar de notar que ela não havia mudado nada, não perderia a chance de fazer alguma brincadeira com a altura da moça.

– Olha, 21 anos e você não cresceu nada. – Debochou o rapaz enquanto se aproximava de Luna.

– E mesmo com 21 anos você não deixou de ser um idiota. – Ginny debateu rindo enquanto procurava o celular na bolsa.

Os outros três riam do dialogo dos amigos.

– Ei o que vocês acham de tomar um café? Minha mãe vai ficar super feliz de ter vocês na nova loja! – Os pais de hermione tinham uma franquia de cafeterias, era tradição dos cinco e dos outros amigos irem aos estabelecimentos para conversar. – Vamos, como nos velhos tempos!

– Todos concordam? – Harry perguntou aos outros três mas Ginny parecia não ter ouvido a pergunta do rapaz, estava destraída conversando com alguém por mensagens – Ginny, concorda?

– Ah sim, claro! – respondeu sem graça ela odiava quando aquele situação acontecia, ela evitava o máximo de tocar no celular quando estava em grupos.

Então os cinco seguiram para o café, Harry e Ginny tentavam tomar coragem para falar o que realmente queriam, mas não estavam tão preocupados, teriam tempo para resolver as outras coisas. Ambos decidiram aproveitar o momento com os amigos que em breve iriam se casar.