Será que os deuses do Olimpo são reais? Será que eles deixaram de existir? Ou será que eles nunca chegaram a existir? Depende do seu ponto vista.
Estamos no século XIX, oitocentos anos depois, de os deuses assumirem seu lugar na terra, oitocentos anos depois, de ganharem na batalha contra os titãs, batalha essa, que reunia de um lado, deuses e semideuses (filhos de deuses de humanos), do outro, titãs, gigantes, deuses enfurecidos e outras criaturas que não serão listadas agora.
O Olimpo aliás, anda bem calmo. Claro que de vez enquanto, os deuses discutem por bobagem, mas nada de tão catastrófico. Os titãs morreram, e estão no fundo do tártaro, lugar que abriga os monstros após à morte, lá eles se recompõem. Às vezes, dura dias, anos, séculos, milênios...
Os titãs e gigantes são criaturas que demoram pra se recompor. Graças aos deuses! Nós não queremos mais nenhuma batalha como aquela.
Ao longe, os vales do Olimpo brilhavam, irradiando uma luz prata e dourada. O Olimpo brilhava como os vales, porém, irradiando muito mais luz, e muito mais ouro. Podia se ouvir o som das harpas e liras. Via-se também, as colunas gregas, as estátuas dos deuses. Espalhado pela entrada e o pátio, havia videiras, que brotavam uvas roxas, criadas por Dionísio, o deus do vinho e das festas. Sua estátua encontrava-se no sul do palácio, já que ele foi o último deus a se tornar maior. Em frente viam as estátuas de todos os deuses, a maior, de Zeus, estava em frente à porta do salão principal, no qual se encontrava o trono de todos os deuses: Zeus, Hera, Poseidon, Ares, Atena, Deméter, Ártemis, Apolo, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.
Hera, a rainha do Olimpo, caminha perto do lago das náiades (espíritos da água).
–Tudo em ordem - disse a esposa de Zeus, com a voz firme e imponente - vocês estão cuidando bem desse espaço, espíritos da água.
–Obrigada, Lady Hera - as náiades responderam - trabalhamos para que tudo esteja em paz.
A rainha do Olimpo revirou os olhos, como se estivesse ouvindo uma coisa repetitiva. Tratando-se do Olimpo em plena paz, talvez fosse mesmo.
A carruagem de Apolo, incendiava os céus, trazendo a luz do dia, seus cavalos relinchavam alto, o som estrondava por toda parte.
Afrodite sentia o aroma das doces tulipas que brotaram com a luz de Apolo.
Zeus estava patrulhando os céus, Poseidon, os mares. Ártemis perseguia monstros com as caçadoras, Deméter, visitava sua filha Perséfone no mundo inferior, território de Hades. Dionísio estava no acampamento meio-sangue, administrando.
Ares estava batalhando com os mortais, um pacto foi formado.
Atena estudava em seu palácio.
Hefesto já saíra de sua metalurgia e Hermes estava na sala dos tronos, o salão principal.
Hermes estava preocupado, soando frio. Mesmo sabendo ele, que todos os titãs e a maioria dos gigantes estavam mortos, ele sentia um frio na barriga, como os mortais. Apolo não conseguira prever nada nos últimos dias. Mas um pressentimento ruim dominava Hermes, de um modo que isso já estava atrapalhando seu trabalho. O fluxo de idas e vindas ao submundo havia diminuído, ele estava querendo se preparar para algo que não sabia exatamente o que era.
Ele olhou para seu Caduceu com duas cobrar entrelaçadas: Marta e George.
–Ele tem estado assim, nos últimos dias - Marta sussurrou.
–O pior de tudo - reclamou George - é que ele nunca mais me trouxe um rato suculento.
–Eu também estou com fome George, mas estou preocupada com Hermes.
–Eu poderia ficar preocupado com as emoções dele, se entre estivesse preocupado com minha fome.
–George - gritou Marta.
–A quantos dias vocês não comem? - perguntou Hermes.
–Três - respondeu George.
–Vou providenciar comida.
George sibilou em comemoração.
–Mas antes, tenho que falar com Hefesto e Apolo, temos que ter uma conversa especial.