As Pedras do Lago escrita por Cactus Stories


Capítulo 4
Kayla.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à LadyCrazy, porque ela é diva e recomendou a Play!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/655564/chapter/4

Já era sexta-feira, e Seika avisou seus pais que iria almoçar na casa de um amigo, eles ficaram relutantes no começo, mas, depois de muita insistência, eles aceitaram. A garota se arrumou, colocou o uniforme e foi tomar café. Colocou em uma mochila um pouco menor algumas coisas que achou que a irmã de Castiel gostaria.

As aulas passaram voando, e logo Seika se viu sentada ao lado de Castiel, esperando a avó do amigo. A velhinha apareceu um pouco mais cedo que o normal, então, eles puderam finalmente seguir para a casa do garoto, eles andaram por algum tempo, até pararem em frente a um sobrado, era pequeno, mas parecia ser bem aconchegante.

Assim que a avó abriu a porta, Castiel correu para o segundo andar, Seika pediu licença e seguiu o garoto, vendo o mesmo entrar em uma das portas, que ficou entreaberta. Olhou pela fresta e viu o amigo em pé, do lado de uma cama, olhando para uma garotinha muito parecida com ele, com cabelos negros e compridos, Seika também percebeu que a garota estava pálida.

– Kay, você está melhor? - perguntou, preocupado.

– Eu estou sim, Cassy. - a garota sorriu, dando um abraço apertado no irmão, que retribuiu com um beijo na testa da irmã. - Cassy, quem é a garota ruiva que está com você?

– Ah, é minha amiga, Seika. - ele sorriu de volta, indo até a amiga e pegando a mão dela, levando-a até a irmã. - Seika, essa é a Kayla, minha irmã.

– Somos gêmeos. - a garota sorriu, fazendo a ruiva reconhecer imediatamente o sorriso de Castiel. - Mas o Cassy vive dizendo que é o mais velho, só porque ele nasceu primeiro.

– Mas eu nasci primeiro. - ele riu, bagunçando os cabelos da irmã.

– Não é motivo pra me chamar de bebê. - ela pôs a língua de fora, cruzando os braços. - Aqui estava um tédio quando você estava na escola, Cassy. Seus olhos são estranhos, Seika.

Essa frase novamente? Essa, realmente, era a irmã de Castiel.

– Cassy viva falando de você pra mim. - a morena sorriu.

Ao ouvir esse comentário, Seika corou fortemente, então isso significava que Castiel falava dela para a irmã? A garota ficou feliz ao saber disso, significava que ele a considerava uma amiga, não é mesmo? Ela se virou para Castiel, que também estava corado, e sorriu, olhando a irmã dele.

– Vocês realmente se parecem. - sorriu, encarando os olhos cinzentos de Kayla. - Gostei de você.

– Também gostei de você. - sorriu de volta.

– Trouxe umas coisas para te mostrar, eu não sabia do que você gostava, então, trouxe várias coisas diferentes.

– Eu gosto de pular corda, mas... não posso fazer isso, Vovó disse que minha doença vai piorar se eu me exercitar demais. - olhou para baixo, meio desanimada.

– Bem, você deve gostar de alguma coisa que eu coloquei aqui. - Seika tentou animá-la, tirando os brinquedos de dentro da mochila menor. - Olha, eu tenho vários cavalos de brinquedo, mas também tenho outros animais, eu nunca gostei muito de bonecas, tenho papel e lápis de cor, borracha e um apontador, bolinhas de gude, e essa coisa que até hoje eu não sei como se usa...

A morena riu, pegando o objeto das mãos de Seika, que observou enquanto a menina mexia naquilo. Por fim, Kayla se virou para ela e sorriu, devolvendo o objeto.

– É um bilboquê, você tem que colocar essa bolinha dentro do cesto, assim. - pegou novamente e mostrou como se usava o objeto. - Viu? Nem é tão difícil.

– Legal. - Seika comentou. - Se quiser, pode ficar pra você, eu nunca fui muito boa de mira. - riu com o comentário.

– Obrigada! - a garota se levantou da cama, pisando no tapete felpudo.

– Kay! - exclamou Castiel, preocupado. - Você esqueceu do que a nossa avó disse?!

– Ah, Cassy, eu posso muito bem ficar de pé e... - Kayla não teve tempo de terminar a frase.

Seika observou a garota desmaiando e segurou sua mão, tentando impedir, Castiel parecia extremamente preocupado, e desceu correndo para chamar a avó. A velhinha chegou alguns segundos depois, parecia aflita com tudo aquilo, mas tentou manter a calma.

– Cassy, por que você deixou sua irmã sair da cama?

– Eu não deixei! Ela se levantou, e quando eu falei para ela se deitar de novo, ela desmaiou! - ele respondeu, com a voz meio embargada. - Eu juro, eu não ia falar pra ela se levantar, eu sei que ela ainda não pode!

– Tudo bem... - a avó colocou a mão no braço dele, tentando acalmá-lo. - Isso acontece, ela vai ficar bem, agora, desçam que logo eu sirvo o almoço, vocês podem brincar no jardim.

– C-Claro. - o garoto segurou a mão da amiga, guiando-a até o lado de fora, quando ele se virou, Seika pode perceber que seus olhos estavam marejados.

Talvez por algum impulso, ou algo do tipo, Seika se aproximou e abraçou o amigo por trás, ele pareceu meio confuso, mas logo se rendeu ao abraço. Assim que se separaram, ele se sentou na grama, encostando na cerca. Seika se sentou ao lado dele, observando o garoto abaixar a cabeça e suspirar, cansado.

– A Kayla não deveria ter se levantado. - murmurou, frustrado. - Aquela louca sabe muito bem que não deveria fazer isso!

– O que ela tem, afinal?

– Ela tem anemia profunda, Vovó disse que ela não deveria fazer muito esforço, descobrimos isso quando estávamos brincando, eu nem lembro do que era, só sei que ela começou a sentir falta de ar, então eu falei pra ela se sentar, um pouco depois, ela reclamou que estava tonta e desmaiou. - ele mordeu o lábio inferior, ansioso. - Foi o pior dia da minha vida...

– Isso parece ser bem sério, mas, logo ela vai estar melhor, ok? - Seika passou a mão no braço do amigo. - Temos que arranjar um jeito de sua irmã voltar para a escola.

– Sei disso, o nosso avô me falou que ela já vai poder voltar pra escola na segunda, se ela melhorar um pouco. - ele sorriu fraco. - Mas, depois desse desmaio, ela vai ficar no mínimo até terça em casa. - suspirou, desanimado.

– Eu gostei dela, parece um pouco com você.

– Somos gêmeos.

– Não, vocês se parecem de personalidade, mesmo você sendo mais fechado do que ela, e sorrindo menos. - brincou, bagunçando o cabelo dele. - Vocês dois são bem ligados, né?

– Ela é minha melhor amiga. - ele sussurrou, olhando para o outro lado. - Não gosto de deixar ela sozinha, melhor a gente voltar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Pedras do Lago" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.