Um amor humilde escrita por Beatrix Costa


Capítulo 5
Mentiras e segredos


Notas iniciais do capítulo

O caso parece estar cada vez mais complicado assim como o regresso de Casey a Boston.
Espero que gostem!



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Anteriormente…

Maura suspirou e tomou a coragem necessária para dizer o que sentia que tinha que dizer – Casey… A Jane esteve grávida de ti. E depois sofreu um aborto – A patologista sentiu um alívio a invadir-lhe o corpo e ao mesmo tempo um peso colossal na consciência.

Casey, completamente apático, ficou sem saber o que dizer.

–E…ela esteve grávida! Mas… como!

–A sério que me estás a perguntar isso – disse Maura um pouco agressiva e impressionada consigo própria.

–Não… quer dizer… Por que é que ela não me disse nada?

–Casey, tu estavas no Afeganistão! Queria que ela fizesse o quê? Ligava-te e dizia que estava grávida.

–Como é que ela abortou?

–Levou um tiro no ventre…

–Um tiro!

–Mas ela tinha colete de proteção – houve um silêncio constrangedor entre os dois – logicamente o bebé não resistiu.

–Eu tenho de ir falar com ela!

–NÃO! Eu prometi-lhe que não te dizia nada… Deixa-me ser eu a contar.

Casey acedeu ao pedido de Maura, ainda abalado com a notícia. Saiu rapidamente do escritório de Maura. Ela estava nervosa. Sentou-se, ainda com Jonathan ao colo, e perguntou-lhe (sem esperança de obter resposta alguma) como iria resolver aquela situação. Estava certa que Jane se iria chatear com ela.

No primeiro andar da esquadra…

Jane e Frost chegaram à esquadra juntamente com Collin que já tinha os pulsos doridos das algemas que lhe foram colocadas. De repente, a detetive viu Casey a andar rapidamente para fora da esquadra. Ela ainda o tentou chamar mas ele ignorou-a, ato que Jane achou extremamente estranho. Levaram o suspeito até uma das celas. Collin implorava para que o tirasse dali jurando a pés juntos a sua inocência mas Jane não estava com a mínima paciência para ouvir lamúrias. Foi ter com Maura na esperança que ela soubesse o porquê da visita de Casey. Quando chegou ao laboratório Jane disse um simples “Olá” a Maura, o que a fez dar um salto ao mesmo tempo que o bisturi que se encontrava na sua mão voava pelo laboratório. Jane estranhou a reação de Maura e percebeu logo que algo se passava. A patologista estava extremamente atrapalhada procurando o bisturi por todo o lado ajudada por Jane que lhe perguntava o que se passava e se sabia o porque de Casey ter ido lá. Maura tentava abstrair a melhor amiga daquela conversa citando factos que não tinham nada haver uns com os outros. Jane encontrou o bisturi e disse a Maura que lho devolveria assim que respondesse às suas perguntas.

–Bem… ele… quer dizer, ele…

Para bem de Maura, o bebé começou um choro bastante sonoro. Ela tentava acalmar Jonathan e disse a Jane que depois falava com ela. A detetive aproximou-se de Maura para o tentar acalmar igualmente. As duas embalaram-no e por momentos aquele pequeno arrufo fora esquecido, mas o bebé não parava de chorar e parecia que quanto mais Jane o segurava mais ele esperneava. Ela recebeu uma mensagem de Frankie (que dizia que já tinham terminado os interrogatórios sem qualquer pista válida) e saiu depois de dizer à amiga que a conversa não tinha terminado ali. Assim que Jane cruzou a porta do laboratório, Jonathan parou de chorar. Maura agradeceu-lhe enquanto o beijava na cara inúmeras vezes, afinal a criança tinha sido a sua salvação… mas por agora.

Na sala de detetives Frost tinha finalmente conseguido aceder às chamadas feitas por Emma. Foi feita uma revelação surpreendente. A meia-irmã de Emma, Theresa, que supostamente não falava muito com ela, tinha-lhe feito muitas chamadas e vice-versa. Para além disso, as contas de Emma, estavam surpreendentemente quase vazias, o que não era normal para uma professora de Harvard. Jane achou que estava na hora de a interrogar Theresa novamente. Recebeu uma chamada da assistente social. “Já não era sem tempo”, pensou. Atendeu. A assistente social disse que teriam uma vaga para a criança somente depois do natal, o qual seria dali a duas semanas. Jane ficou feliz. Tinha mais duas semanas para ficar com o pequeno bebé e cuidar dele, como uma mãe, pensou. Mas logo essa visão foi abstraída pela sua preocupação com Casey. Tinha a certeza de que algo se passava, e não podia ser nada de bom. O resto da tarde passou lentamente. Korsak e Frankie não tinham conseguido grandes informações com o resto dos interrogatórios. A investigação não levava muitos avanços. Ninguém tinha uma explicação para onde teria ido o dinheiro de Emma, e para além disso não tinham conseguido sequer contactar Theresa o que os levou a ficarem mais atentos. Aquela investigação parecia cada vez mais um beco sem saída. Antes de ir embora passou pelo laboratório e no entanto Maura não estava lá. Estranhou, e saiu da esquadra juntamente com Frankie que fez o favor de lhe dar boleia até à morada de Maura.

Chegou a casa da patologista e bateu à porta. Ela demorou a abrir. Jane entrou e ficou impressionada com o cenário irregular da cozinha daquela casa. Maura estava de avental (o que só por si já não era habitual) por cima da sua langerie vermelha, e com a bancada numa bagunça. Comida gordurenta encontrava-se numa frigideira do fogão, um grande pacote de batatas fritas encontrava-se perto do biberão cheio de leite de Jonathan. Sobre a mesa já posta encontravam-se duas latas de cerveja mergulhadas numa taça cheias de gelo. Jane sabia que não era hábito de Maura cozinhar com a cozinha desarrumada, ou fazer comida gordurosa ou até mesmo beber cerveja, especialmente durante as refeições.

–Se não te conhecesse diria que me querias levar para a cama – brincou Jane.

–Pois… - disse Maura lentamente.

Maura parecia nervosa, mas não estava a agir normalmente. Mal falava, não estava a organizar a casa por mais arrumada que ela estivesse (muito pelo contrário), nem a fazer compras de coisas que não necessitava pela internet. Jane deu o leite a Jonathan enquanto contava à amiga a conversa com a assistente social. Ela pôs o bebé na cadeirinha e sentou-se juntamente com Maura na mesa. Jane pediu-lhe que lhe explicasse o que se estava a passar.

–Sabias que 55% dos homens têm inevitavelmente medo de compromissos – referiu a patologista tentando fugir de novo ao assunto principal.

–Maura, não tentes desviar o assunto! Diz-me o que é que se passa por favor – implorou Jane.

–Muito bem… Hoje o Casey passou pela esquadra e foi ao laboratório – Jane estava a ouvir atentamente com uma ideia do que tinha acontecido a formular-se na sua cabeça – ele disse que te sentia estranha, distante… e pediu-me para lhe contar o que se passava… Eu…

–Maura… TU FOSTE DIZER-LHE QUE EU ESTIVE GRÁVIDA!

–Desculpa Jane, eu não queria mas…

–Como é que foste fazer uma coisa dessas Maura, eu pedi-te para não lhe dizeres nada… EU ODEIO-TE! – a detetive estava furiosa e não mediu as palavras que acabara de dizer.

Estas tocaram no coração de Maura e uma pequena lágrima de inocência e dor caiu-lhe sobre o peito meio destapado perante o enraivecido olhar de Jane.


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Notas finais do capítulo

Ai Maura Maura... Então e agora? Será que Jane vai perdoar a amiga e voltar a confiar nela?
O caso parece estar cada vez mais complicado. Quem acham que matou Emma?
Não deixem de comentar :)



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