Um amor humilde escrita por Beatrix Costa


Capítulo 2
Amor de mãe... ou ódio


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa por só estar a postar este capítulo agora, mas houve alguns problemas com a página que me impediram de o fazer antes.
Espero que gostem...



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Anteriormente...

–Rizzoli

–Isles

Frost informou Jane do novo homicídio num beco da cidade e Susie disse a Maura que fosse ter com ela ao local do crime. As duas levantaram-se e deixaram a criança sozinha naquela enorme cama. Mudaram de roupa (Jane viu-se obrigada a usar um dos únicos pares de calças que a amiga tinha no seu enorme guarda-roupa) e prepararam-se para sair.

–O que é que fazemos com ele? - inquiriu Jane olhando para o pequeno ser que ainda dormia tranquilamente.

–Bom, não podemos deixá-lo aqui sozinho... - respondeu a patologista.

E dito isto, pegaram na criança, Jane deu-lhe um banho em menos de cinco minutos e Maura pôs-lhe a fralda e vestiu-lhe a mesma roupa do dia anterior (o que lhe fez um pouco de impressão). Puseram o bebé na sua cadeirinha igualmente pequena, e seguiram caminho depois de entrarem no táxi que as esperava à porta da casa de Maura.

Chegadas ao local do crime, todos as olhavam, especialmente para Jane que era quem levava a cadeirinha com o bebé lá dentro.

–Ei... Quem é esta coisinha boa? - perguntou Frost carinhosamente enquanto descalçava as luvas e pegava na criança com muito cuidado.

–Puseram-no à porta da Maura - respondeu Jane que ainda segurava a cadeirinha.

–Vamos contactar hoje a assistente social. - Informou Maura enquanto acariciava o bebé que se encontrava agora no colo do detetive.

–Bom... O que temos? - Inquiriu Jane que já começava a ficar farta daquele cenário familiar.

–Oh sim... (Frost passou o bebé para o colo de Susie que ficou um pouco atrapalhada). Encontramos o B.I. Emma Carter, mulher caucasiana, vinte anos e pelos visto professora de biologia marinha em Harvard.

–Uau, isso é notável tendo em conta a idade - comentou Maura enquanto analisava melhor o corpo - Bom, a causa da morte foi a bala que se alojou no tórax. Pela lividez do corpo deve estar morta à pelo menos três horas. Vou dar a ordem para poder-mos levar o corpo.

Susie devolveu o bebé a Jane e seguiu Maura. Ela gostava de ter a criança ao colo, sentia um calorzinho a encher-lhe o corpo e o coração. Um sorrisinho invadiu-lhe a cara enquanto balançava o pequeno sobre o olhar atento de Frost. Jane conseguiu por fim, depois de alguns minutos, abstrair-se da criança e voltar a pensar no trabalho. Colocou-a na cadeirinha e apanhou boleia do detetive para irem para a sebe. Encontraram Korsak sentado na sua secretária. Ele não achava muita piada a crianças mas mesmo assim não resistiu em pegar no bebé ao colo. Nesse instante Jane telefonou para a assistente social que lhe disse que ligaria mais tarde quando tivesse informações acerca de centros ou famílias de acolhimento. A detetive foi ter com Maura para lhe contar a conversa e ver se conseguia mais informações sobre o caso.

–Então... Ela disse que me ia ligar mais tarde quando tiver mais informações. - disse Jane.

–Ótimo. Assim já fica tudo resolvido... Ficas com pena não é? - disse a patologista observando atentamente as expressões da amiga.

–Não (fingiu ela)... O que tens sobre o caso?

–Ah sim. Bom, a bala era uma 308 ACP e isto não foi um tiro à queima-roupa definitivamente. Tendo em conta a zona que a bala perfurou diria que ela estava a dormir ou a espreguiçar-se. Mas como não gosto de especular não te posso dar certezas de nada. – Jane bufou impaciente - E mais uma coisa… Ela estava grávida, de pelo menos um mês.

A bala tinha perfurado uma das costelas lateralmente, o que por norma não é comum. A Jane, o assunto da gravidez tocou-lhe mas não o suficiente para deixá-la abalada. Elas conversaram mais um pouco mas chegaram a poucas conclusões. A detetive voltou para a sua sala deixando Maura a sós com as suas intrigas e pensamentos acerca do corpo. Agora o bebé dormia calmamente. Jane informou os amigos de tudo o que se estava a passar. Instantes depois Korsak pediu à detetive que fosse com ela à universidade onde Emma trabalhava. Antes de partirem Jane entregou a criança a Maura na morgue. Não era propriamente um sítio para um bebé mas à falta de melhor lá teve que ser.

–Faz-me um favor, não o traumatizes com os teus factos sobre cadáveres – pediu Jane antes de sair. Ela bateu a porta.

–Não vamos ligar o que a tia Jane diz sim… - e então lá começou Maura a tagarelar para o bebé que já se encontrava bem acordado.

Quando chegaram à universidade foram falar de imediato com a diretora, Abigail Jones, que os recebeu da forma mais calorosa possível. Era uma mulher elegante na faixa dos 40 anos. A notícia foi dada e a diretora lamentou-se imenso. Contou que Emma era uma rapariga com um coração d’Ouro e um prodígio na sua área. Há cerca de seis meses havia feito os exames e passado com distinção e como não queria perder alguém assim ofereceu-lhe o trabalho em Harvard. Jane informou-a de que Emma estava grávida e perguntou-lhe se fazia ideia de quem poderia ser o bebé. A professora suspirou e recomeçou a falar. Curiosos, Jane e Korsak ouviram com atenção. Muito nervosa, ela revelou que, quando ainda estudava, Emma tinha uma relação com um dos alunos do Campos. Ethan Miller, estudante de direito era o namorado de Emma com quem mantinha (depois de se tornar professora) uma relação muito discreta. Abigail constatou que a só a ela o segredo de que os jovens continuavam juntos tinha sido revelado pela própria Emma. Havia regras muito rígidas quanto às relações aluno-professor. Mas Abigail acreditava no amor deles e decidiu ajudá-los. No entanto, a conversa não terminou por ali. A professora revelou-lhe também que Emma havia discutido com Ethan duas noites antes do assassinato mas que não lhe dissera o porquê. Jane pensou logo que era um bom motivo para matar. Pediram à diretora que os levasse até ao quarto do rapaz. Caminharam pelos corredores quase vazios. Quando chegaram ao local pretendido a diretora bateu à porta do quarto do rapaz.

–Ethan, estão aqui unas pessoas que gostariam de falar contigo.

Alguns segundos depois um rapaz alto e robusto abriu a porta.

–Ethan, estes senhores são o detetive Korsak e a detetive Jane da polícia de Boston. Eles gostariam de te dar uma palavrinha. – disse a diretora um pouco nervosa.

Mas nem houve tempo para conversas pois o rapaz saltou pela janela (do 1º andar) e correu o mais rápido que pôde seguido por Jane. Enquanto perseguia o rapaz por entre a quantidade excessiva de pessoas que agora se encontrava no exterior ela ia gritando “Boston Police” para que todos se desviassem. Pouco tempo depois já as algemas estavam colocadas nos pulsos de Ethan. Ela e Korsak entraram no carro de patrulha com o rapaz depois de falarem com a diretora para que fosse prestar mais depoimentos à polícia. Ela prontificou-se a ajudá-los embora estivesse um pouco atrapalhada. Chegaram à sebe e dirigiram-se de imediato para a sala dos interrogatórios.

–Nós queremos saber qual é a tua relação com a Emma Carter. – disse Korsak

–Eu não vou dizer nada sem um advogado.

–Se fores acusado de homicídio não à advogado que te safe – afirmou Jane violentamente.

Ele levantou-se da cadeira – Homicídio?! A Emma está morta! – Interrogou-se ele enquanto o rosto começava a ficar lavado em lágrimas.

–Sim… Encontramo-la hoje baleada na Wall Street 23. Diz-te alguma coisa alguma coisa?

Mas ele nem conseguia falar. Tinha as mãos trémulas e o rosto de uma cor avermelhada. Tudo o que conseguia balbuciar eram pequenas palavras como “Não… É impossível”.

Tu… sabias que ela estava grávida? – perguntou Jane com mais calma.

–Sim… ela contou-me à duas noites. – disse ele limpando as lágrimas do rosto – eu queria que ela levasse a gravidez à frente mas ela queria abortar e nós discutimos .

–Porque é que fugiste?

–O meu avó foi preso duas vezes inocentemente… Ele ensinou-me que nunca se deve confiar em polícias.

–Pois sim. – comentou Korsak baixinho.

–Eu perdi tudo! A mulher que eu amava… e o meu filho. – finalizou Ethan.

Terminado o interrogatório o estudante foi libertado depois de mais algumas perguntas. Korsak e Jane foram ter com Frost que estava a assinar papelada para o pôr a par de todos os pormenores. Ficaram a tarde toda a investigar o caso. A detetive fez questões de ir à morgue ver o bebé duas vezes que já tinha sido bombardeado com os factos de Maura. Ainda interrogaram a meia-irmã de Emma, Theresa que não parecia muito destroçada com o acontecimento. Desculpou-se com o facto de mal se virem e de a conhecer à relativamente pouco tempo (cerca de 1 ano). Da mãe de Emma nada se sabia e o pai haviam morrido num acidente de aviação há dois meses. Já a madrasta da professora seria avisada nesse mesmo dia pra que se pudesse tratar das burocracias. Ao final do dia, quando Jane se preparava para ir ter com Maura para irem embora, a detetive recebeu uma importante chamada.

–Rizzoli… Hum… Como assim não há vagas?!


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Notas finais do capítulo

Um novo homicídio! Quem será o culpado?
De quem será o telefonema que tanto alarmou Jane?
Continuem a seguir e comente por favor :)



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