Depois do cair das cortinas escrita por Wicked Girl


Capítulo 6
Não deixe que ele perceba


Notas iniciais do capítulo

Estou tão feliz, bem, como prometido, o capítulo está antecipado, obrigada a Tiete Drama Total que comentou o capítulo anterior, isso me motiva demais, vocês são muito legais, mas não vou enrolar, vamos ao capítulo.



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O sinal foi tocado cedo, uma das criadas vinha e tocava um sino, Christine se espreguiçou e piscou os olhos, se vestiu rapidamente, quase se esquecendo da burca, e desceu com as garotas, várias davam risadinhas animadas, e a garota escutou um comentário um tanto suspeito:

– Ele é tão lindo e misterioso! Queria estar ao nível dele.

Elas entraram em uma sala, com várias almofadas espalhadas pelo chão, havia uma lousa e uma cadeira na frente, todo mundo começou a se sentar nas almofadas e a soprano as seguiu, se acomodando em uma na segunda fileira, de repente, uma porta na lateral da sala se abriu e um homem irrompeu dela, gritinhos de emoção borbulharam aqui e ali, pois Erik entrava , ele vestia roupas persas, e não usava máscara, mas mesmo assim, uma garota subia um pouco o vestido para mostrar as pernas, quase nenhuma usava burca, apenas Christine e outra garota, e de repente o homem falou, com a voz aveludada:

– Olá, minhas alunas, bom dia, percebo que temos uma aluna nova, não?

A menina engoliu em seco.

– Ora, venha aqui, se apresente para a classe, não a necessidade de ficar vermelha. – Ele sorriu.

A soprano se levantou e passou, cada passo parecendo único e lhe deixando nervosa, ela parou na frente de Erik e falou:

– Olá, senhor.

– Bom dia senhorita. É nova por aqui, não? Tem belíssimos olhos. – Ele se curvou para depositar um beijo na palma da mão da garota, e esta ouviu as exclamações nervosas de várias garotas.

– Obrigada, senhor, é muito gentil. Tem nome?

– Erik. E o seu?

– Anisah.

– Bem, por que fala em francês, Anisah?

– Eu vivi na França a vida inteira, mas minha mãe é daqui.

– Oh, pode voltar a se sentar, darei início a aula agora.

A garota voltou para o lugar, ignorando os olhares invejosos, o coração palpitava, mas ela não teve tempo para pensar em si mesma, pois o homem deu início a aula:

– Bem classe, na aula passada, eu falei bastante sobre os fundamentos da psicologia, e nessa, darei a vocês uma amostra de medo, pois saibam que o medo é uma emoção que apresentamos em uma situação de possível perigo, e necessariamente, você não precisa ter medo de alguém, necessariamente, você pode ter medo de algo, ou de uma situação, é isso que eu quero ressaltar, como vocês sabem, próxima semana teremos uma aula de observação, na Câmara dos Suplícios, - A soprano arregalou os olhos, já tivera experiências bem ruins relacionadas a tal câmara. – E nós iremos observas como o medo se cria, é claro que quem vai estar lá dentro é um criminoso sentenciado a morte. Por isso, não se preocupem, bem, como ia dizendo, um inseto tem medo...

A aula se passou toda com teorias sobre psicologia, e depois, elas foram para a aula de dança do ventre, onde a garota teve bastante dificuldade, pois Mazenderã em pessoa deu a aula, e esta era elástica, se mexendo sem nenhuma dificuldade, já Christine era um tanto travada, e recebeu várias observações de parte da sultana, a roupa de dança do ventre era decotada, e ali naquela aula ela não usava burca, o que contribuiu para que a garota se sentisse envergonhada demais naquela aula. Houve outras ao longo do dia, como francês, matemática e inglês, depois elas almoçavam num enorme refeitório, e iam para o banho, que era dado a cada três dias, depois voltavam para os quartos, mas recebiam liberdade para dar voltas pelo andar delas, os outros eram restritos, logo que entraram no quarto, a soprano ouviu uma das garotas, uma que se arrumava mais, exclamar para as amigas:

– Não creio, eu me arrumei, perfumei, coloquei pulseiras, e até um pouco de maquiagem, e ele repara na novata de burca! Eu não aguento mais, eu amo tanto ele Hasti, mas acho que ele nem liga para mim!

– Coitada. – Disse uma garota para Christine.

– Quem é você?

– Eu sou Indra, e você deve ser a famosa Anisah.

– Por que ela é coitada?

– Bem, devo admitir que Erik é um belo homem, quase todas o admiram ou o amam, porém, bem, ele já tem uma mulher.

– O quê?

– Bem, não é mulher, é noiva, você não deve saber, mas esse castelo é cheio de surpresas, vem cá. – A garota pegou Christine pela mão e a levou para uma parede do lado de fora do aposento, onde tateou e empurrou um tijolo, que abriu uma abertura, ela entrou e chamou a soprano, que entrou logo atrás dela, a abertura era estreita no começo e se alongava, até dar em uma escada, que elas subiram, a escada dava em um corredor, que Indra percorreu até achar uma pequena brecha nos tijolos:

– Observe Anisah. – A brecha mostrava a sala de jantar dos ricos, lá, Mazenderã ria, enquanto Erik colocava um braço em volta de uma garota muito parecida com a sultana, pele cor de amêndoa, olhos muito verdes, cabelos castanhos lisos, o Fantasma depositou um beijo na bochecha da garota, que ruborizou, e Mazenderã falou:

– Olha Erik, sei que minha prima é sua noiva, mas o casamento é daqui a três semanas ainda, espere um pouco, e vai valer a pena. Não esquece que hoje você vai visitar a casa que planejo comprar para vocês, é linda, e logo depois do casamento quero vocês morando lá!

A soprano arregalou os olhos, o Persa lhe dera seis semanas, mais na verdade ela tinha três semanas, até o casamento de Erik, era chocante:

– É Anisah, eu também fiquei assim quando descobri, até tentei falar pra Femke, a garota que estava chorando por ele, mas ela não acreditou, negou, sem acreditar, e falou que eu só falava aquilo porque o queria para mim. Bem, se você achou que ele apresentou algum interesse por você, bem, provavelmente ele só estava sendo educado.

– É... Vamos sair daqui? – As duas saíram apressadas, e voltaram para o quarto, onde Femke chorava, e torceu o nariz quando as garotas entraram, Indra foi uma boa amiga para a soprano, já estava para entrar no último ano, a soprano começava agora o curso, que era de dois anos apenas, Indra era filha de um comerciante rico da cidade, e como Mazenderã devia um favor a este, a filha dele veio. A garota era muito boa em dança do ventre, e aceitou dar algumas aulas para Christine, que começaram a noite, logo depois do jantar, as duas iam para um canto perto das estantes, e a soprano avançou um pouco, no outro dia, ela chegou determinada na aula de dança do ventre, surpreendendo Mazenderã, quando esta perguntou:

– Meninas, somente saber dança do ventre não adianta, mostrem-me outras habilidades suas. – Algumas garotas rodopiavam que nem bobas, outras faziam um sapateado tosco, foi quando Christine ergueu uma perna totalmente, deixando-a rente ao rosto, um truque que ela aprendera na Ópera, a sultana se virou e sorriu. – Aqui, uma garota com flexibilidade, fantástico, o que mais sabe fazer?

A soprano fez um espacate, e ouviu exclamações, a sultana deu um sorriso de quem tinha uma ideia:

– Você não é muito boa na dança do ventre, porém podemos o aproveitar bem, onde aprendeu tal coisa?

– É... – “Eu aprendi numa ópera senhora, a ópera que era assombrada por um fantasma, que é seu amigo Erik, que eu vim resgatar” Pensou a soprano. – Sempre fui elástica, mas tive ajuda de uma amiga da minha mãe.

– É um belo talento, sem dúvida. Quero que venha aos meus aposentos depois do almoço, tenho que tratar de assuntos e você me será útil, não falte.

A próximas aulas foram chatas, e Christine estava distraída demais com a possibilidade de fazer uma visita privada, quem dava francês era uma senhora gorda, de nariz em forma de gancho, que era azeda e ignorava a menina, por invejar sua fluência em francês, mas a principal coisa foi a aula de psicologia, onde elas foram direcionadas para uma sala com uma câmara pequena, onde Erik esperava, ele sorriu e olhou para a garota, que sentiu a respiração falar, lá dentro já havia um homem de cobaia, e elas olhavam enquanto o homem fazia comentários:

– Suicídio é algo que indica forte desequilíbrio mental, geralmente que comete está em uma situação deplorável, e aqui, nós vamos obrigar uma pessoa com uma força mental forte, um estuprador, a cometer o ato, pois vamos mexer com o psicológico. Observem, no começo ele parece calmo, mas vai se desesperando aos poucos, a corda é a salvação para ele, aos poucos, a sala parece aumentar e diminuir, engoli-lo, ele não aguenta. – O Fantasma aumentou o calor da sala, foi então que o criminoso correu até a árvore e se pendurou, enrolando a corda no pescoço, algumas alunas aplaudiram, a moça sentia nojo pelos crimes que o homem cometeu, e conhecia que a morte era destinada a homens como ele, porém, ela não sabia se alguém merecia morrer de forma tão desesperadora, de repente o homem parecia ter a cara de Raoul e do Persa, e de Joseph Buquet, nada parecia fazer sentido, e de repente, o chão se moveu sob seus pés e ela foi amparada por Erik, que a segurou e falou:

– Calma, estou aqui, são imagens fortes mesmo, sente-se.

A aula terminou depois de uma breve explicação final, e então elas almoçaram e a soprano se dirigiu aos aposentos de Mazenderã, com mil ideias do que a aguardava passando pela cabeça.


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Notas finais do capítulo

Ah, as coisas estão ficando feias para a Christine, o quê será que Mazenderã quer falar? Será que a soprano foi descoberta? Bem, só no próximo capítulo, beijos e até lá.



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