P.O.V. – Narrador

Sabe quando sente um frio na espinha e tem a impressão de algo estar atrás de você, e assim como Fluttershy se sentia. A garota se virou e sentiu como se o sangue tivesse sumido de suas veias, tornando-a pálida como um fantasma. Haviam três “criaturas”, ou melhor dizendo monstros no corredor, esses monstros tinham uma aparência singular a de um lobo contudo seus corpos eram feitos de galhos, troncos e folhas. Eles poderiam ser nomeados de “Lobos de Madeira” para melhor entendimento de sua aparência.

Os “Lobos de Madeira” se aproximaram da luz assim mostrando suas aterradoras feições: os dentes pareciam estacas de madeira, as garras eram como foices… extremamente afiadas e os olhos tinham um tom de verde florescente sobrenatural e pelo que parecia eles exalavam um terrível cheiro de madeira em decomposição. Com um forte latido o lobo do meio foi capaz de derrubar diversos objetos que estavam na sala, inclusive Fluttershy caiu no chão com medo do rugido monstruoso. E com essa abertura os lobos laterais avançaram em sua vítima.

Em uma tentativa de se proteger Fluttershy pegou o vaso de flores que estava ao seu lado caído no chão e o jogou contra o lobo da direita, ele foi atingido diretamente na cabeça o que causou alguns minutos de inconsciência entretanto Fluttershy se esqueceu do lobo da esquerda que acabou investindo contra ela e mordeu seu braço de maneira bruta. A garota soltou um grito agonizante de dor e tentou se desprender da mordida, em uma de suas tentativas ela acabou chutando o lobo em um ponto onde o fez desmoronar e se tornar somente gravetos no chão.

Aproveitando a chance de liberdade Fluttershy correu em direção ao corredor e trancou a porta, ela se recostou na parede tentando assimilar tudo que acontecera nos últimos minutos: as criaturas aterradoras, a mordida que levou, quase ter sido morta, a dança extremamente romantica que teve com Khaos…. Logo que esses pensamentos vieram a tona ela se lembrou de seu “querido” companheiro da qual a poucos minutos estava dança com ela.

Fluttershy olhou pela janela da porta tentando encontrar o companheiro porém levou um susto pois os lobos começaram a se jogar contra a porta, acabou constatando que Khaos não estava na recepção. Vendo seu ferimento Fluttershy decidiu ir a enfermaria para enfaixar a mordida que para seu azar tinha sido profunda. Durante o trajeto podia-se ver que o lugar se tornou escuro e sombrio, as paredes estavam sujas de um líquido desconhecido com aparência gelatinosa, mas que aparentava ser piche pois era escuro e grudento, o chão continha marcas de pegadas da qual a maioria pertencia aos “Lobos de Madeira”, vários cristais de colorações escuras cresciam em todos os lugares que fosse possível e para enfatizar o clima medonho tudo estava em completo breu, o local era iluminado somente pelos feixes de luz que vinham das rachaduras do teto causadas pelo crescimento dos cristais.

Chegando a enfermaria a garota limpou o ferimento que já estava roxo pela falta de cuidados e depois o enfaixou, estando com os machucados enfaixados Fluttershy se sentou no chão e começou a pensar no deveria fazer para sair da quele lugar antes que os lobos arrombassem a porta.

“Eu podeira ligar para Sunset Shimmer… mas que droga, esqueci o celular na recepção!” pensou a garota.

“Eu poderia tentar enfrentar os lobos…. Não seria muita burrice.” pensou novamente mas agora menos esperançosa.

“Eu poderia sair pela garagem…mas não tenho a chave do portão, e mesmo se tivesse ela só abre por fora.” Ela pensou novamente já perdendo as esperanças.

“Eu poderia pedir ajuda a Khaos…. Não aquele idiota me largou aqui, e nem sei onde ele está…” pensou agora sem nenhuma esperança e com os olhos marejados.

Fluttershy enxugou as lágrimas que caiam de seu rosto e se recompôs, ela precisava ver como estavam as mascotes do abrigo. Então encorajada por sua bondade e apego aos animais a garota saiu da enfermaria e foi indireção ao salão dos animais onde se encontrava todas as mascotes. Quando Fluttershy finalmente chegou ao salão dos animais ela sentiu vontade de se debulhar em lágrimas, todas as mascotes estavam presas em cristais… todos os animais estavam paralisados em estranhos recipientes cristalinos de coloração escura. Fluttershy estava em completo desespero, seus amados companheiros animais estavam… mortos? Não ela não aceitava, eles não podiam morrer.

Durante vários minutos o único som que se ouvia era os soluços de Fluttershy a pobre garota chorava pelo acontecido com seus companheiros animais, todavia as coisas sempre podem piorar e pioraram, quebrando o quase silêncio ouviu-se o som de algo grande ser derrubado. A porta que separava o corredor da recepção fora derrubado pelos “Lobos de Madeira”, que agora corriam em fúria a procura de quem os trancara. Sem muitas opções Fluttershy abandonou as macotes cristalizadas e correu para longe na tentativa de salvar sua vida.

Por mais que ela corresse os lobos eram maiores, mais fortes e mais rápidos portanto a alcançaram com muita facilidade, por diversas vezes durante a corrida Fluttershy tentou despistá-los todas as vezes não teve êxito, em alguns momentos ela pensou em desistir de correr e se entregar a morte certa mas achou decidindo que seria covardia demais… sem falar que Fluttershy queria viver para reencontrar Khaos e falar poucas e boas por ele a ter abandonado.

Quando ela chegou a garagem, sabia que não havia saída e que estava encurralada, os lobos também deviam ter percebido isso pois deixaram seus aterradores dentes amostra, num quase sorriso. Sem qualquer cerimonia os “Lobos de Madeira” atacaram Fluttershy, um dos lobos cravou suas garras em sua perna direita e o outro tentou morde-lhe o rosto contudo ela segurou o focinho do lobo que começou a mordeu suas mãos para se soltar do aperto.

Fluttershy gritou de maneira aguda quando sentiu o lobo morder seu braço para ajudar o outro a se soltar dela, agora com os dois lobos prestes a atacá-la e transformá-la em jantar, Fluttershy perdeu todas as esperanças de sobreviver, ela se rendeu totalmente permitindo que a atacassem. Por um minuto tudo pareceu ficar em perfeito silêncio.

Por fim quando os lobos estavam prestes a dar o bote final, tudo pareceu ficar em câmera lenta incluindo a parede que estava sendo quebrada. Tanto os lobos quanto Fluttershy olharam para as duas silhuetas que se engalfinhavam na nuvem poeira, uma silhueta parecia com a de um adolescente porém com algumas peculiaridades como: um par de chifres diferentes (um chifre de cervo e outro de bode) e uma cauda longa e escamosa, a outra silhueta era mais alta e robusta e também tinha suas peculiaridades como: um chifre, orelhas e uma cauda peluda.

Somente pela aparência dava para perceber que não se tratava de pessoas comuns, porém a confirmação veio quando um deles lançou um feitiço e o outro desviou, então a luta que aparentava ser só a troca de socos e chutes se tornou um duelo mágico com direito a todos os tipos de mágicas. A nuvem de poeira se tornou mais densa quando o mais alto lançou um feitiço, o que começou a deixar o ar mais arenoso fazendo Fluttershy ficar com um pouco falta de ar.

Agora Fluttershy observava a luta entre as misteriosas silhuetas pois os lobos que estavam atacando-a fugiram de medo. A luta parecia se tornar cada vez mais formidável e perigosa e Fluttershy observava atentamente cada movimento das silhuetas, e claro com uma certa distância e escondida atrás de algumas caixas.

A luta parecia estar no fim, a silhueta menor estava prestes a dar o golpe final no maior, então eles perceberam a presença de Fluttershy pois ela havia derrubado algumas caixas na tentativa de ver melhor o duelo. Então aproveitando a chance o maior lança uma rajada de cristais negros em direção a Fluttershy e depois ele desaparece.

Fluttershy ficou quieta de olhos fechados pois sabia que não conseguiria fugir, ela ficou esperando ser atingida mas não sentiu nada então abriu os olhos e se deparou com Khaos coberto de poeira, sangue e com características de uma das silhuetas um par de chifres diferentes e uma cauda escamosa.

Khaos caiu de joelhos no chão quando viu que Fluttershy estava segura, ela acabou se sentando de frente para Khaos e se sentindo abismada com o que acabara de acontecer entretanto ninguém disse uma palavra e ficaram somente se olhando esperando o outro dar o primeiro passo. Fluttershy decidiu parar de olhar os olhos de Khaos e começou a reparar em seu estado, ele estava bem pior que ela, haviam vários cortes em seu corpo, suas roupas estavam parcialmente rasgadas, sujas de sengue, os cristais que eram para atingi-la estavam cravados em suas costas e haviam muitas outras estranhezas agora que ela olhava de perto: em vez de unhas tinha-se garras, seus pés estavam com uma aparência animalesca Khaos parecia ter orelhas parecidas com as de um pony e seus olhos se tornaram de cores diferente um vermelho e outro lilás.

— O que houve com você? – perguntou Khaos com um tom preocupado

Ele também havia reparado no estado de Fluttershy, percebera os cortes, as mordidas e as garradas o que o fez se sentir culpado pois ele a deixara para resolver pessoalmente os problemas com sombra.

— Eu que devia te perguntar o que e houve com você? – respondeu Fluttershy um pouco alterada – Afinal o que e você?….

— Você quer a versão curta ou a prolongada…