Em Meio a Guerra escrita por Cinthia Feitoza


Capítulo 1
Primavera de 1914


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas lindas! Tudo bem com vocês? Cá estou eu de novo, postando mais uma estória pro Desafio Semanal do FTEL! Desta vez vamos de Hinny :3 ♥ Gostaria de agradecer a minha beta Srta. Granger (1FutureWriter por aqui) pela paciência de ler e corrigir as minhas estórias! Você é um anjo que Deus mandou pra mim, porque na correria da minha vida nunca que eu ia conseguir fazer estas correções todas! Agradeço também a todos que leram e deixaram seus comentários nas duas outras ones que já escrevi para o desafio! A opinião de vocês é muito importante pra mim ^^ Momento agradecimento concluído, vamos ao primeiro capítulo ;)

Musiquinha dele: https://www.youtube.com/watch?v=BVlsWzaKuaM



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A estação ferroviária estava lotada naquele dia! Famílias inteiras acompanhavam seus meninos até o trem que os levaria para encarar a cruel e dolorosa realidade. Uma guerra começara! Um conflito entre os seis países mais influentes do mundo! Uma rixa antiga entre governantes que só agora decidira explodir e derramar seus estilhaços bem sobre nossas cabeças. Como uma das muitas famílias que se amontavam na plataforma, a minha demonstrava os sinais da costumeira dor ao enviar um de seus filhos (ou todos os seus filhos) à guerra. Minha mãe enxugava as lágrimas que vertiam dos seus olhos verdes, enquanto meu pai a consolava, tentando não perder ele próprio a compostura. Ver seu único filho partir em direção à morte não deveria ser nada fácil, mas meus pais eram guerreiros, sempre foram, e, portanto, mesmo apavorados por dentro, não iriam me encorajar a desistir; eles não haviam criado um filho covarde e eu honraria, até o fim, a criação que recebi.

— Estaremos ansiosos pelo seu retorno, meu querido! — minha mãe me abraçou já rendida às lágrimas, apertando-me contra seu corpo com força, como se desejasse memorizar capa pequena parte dele. Retribui seu gesto, beijando o topo de sua cabeça ruiva; apesar de ainda não ter embarcado no trem, já sentia saudades de casa, dos meus pais, de tudo ali.

— Pode deixar, Dona Lilian! Tentarei não ser atingido por uma bala de canhão. — brinquei, recebendo um suave tabefe no ombro. Mamãe sorriu fracamente ajeitando a farda em meu corpo, dando um passo para trás, abrindo caminho para que meu pai viesse se despedir.

James Potter! Professor da Universidade de Oxford, aristocrata rural por força da sociedade, era um típico intelectual; guerras, armas, lutas de espadas nunca foram de seu interesse, mas quando se tratava de cumprir o dever, de manter a honra e a palavra, pouco importava que ele gostasse ou não, sempre faria o que tinha de ser feito; e eu sou exatamente como ele.

— Seja corajoso, Harry! Se mantenha forte, mas nunca se esqueça de ser sempre prudente. — ele aconselhou e eu agradeci, recebendo um abraço terno em seguida. Ainda abraçado ao meu pai, avistei ao longe meu primo, Duda Dursley despedindo-se de seus pais, meus tios Válter e Petúnia. O rapaz tremia, estampando em seu rosto uma tristeza tão profunda, que qualquer oficial seria capaz de mandá-lo de volta para casa, tomado pela pena e desespero em sua expressão. Mas Duda não voltaria para casa; nem Duda, nem nenhum dos rapazes que adentravam aquele trem naquele momento. Afrouxei o abraço de meu pai, olhando para os dois, antes de sorrir fraco, pôr a pouca bagagem, guardada dentro de um saco amarronzado, sobre os ombros e dar dois passos para longe deles... Dois passos pra longe da paz! Ao longe avistei meu melhor amigo, Ronald Weasley, e seus cinco irmãos subirem no trem, deixando para trás uma senhora em prantos, um senhor com uma expressão que mesclava orgulho e tristeza, e quarto mulheres chorosas para trás; duas delas seguravam crianças de colo, que berravam, esticando os braços em direção aos cincos ruivos que apareciam na janela para acenar. Suspirei ao perceber o quanto os Weasley eram apegados; apesar do número bem grande de filhos, Arthur e Molly Weasley sempre conseguiram cultivar dentro de sua casa aquilo que toda família deveria possuir: O amor! Gui, Carlinhos, Percy, Fred, Jorge, Rony e Gina eram o grupo de irmãos mais briguento e unido que eu já conhecera; cada simples reunião em sua propriedade rural, carinhosa e estranhamente denominada ‘A Toca’, se transformava numa guerra de comida ou numa sessão extensa e divertida das mais hilárias piadas. Tive o prazer de conviver com eles por anos e vê-los formar suas próprias famílias com o tempo. Quatro dos seis rapazes Weasley eram casados com esposas gentis e honestas, agradáveis não só a vista, como também à presença; a companhia delas, assim como a deles, era uma benção para mim. Hermione, esposa de Ronald, era a minha melhor amiga. Aprendi a confiar e gostar dela um segundo depois que a conheci; inteligente como ninguém, Mione como costumamos chamá-la, estudou tudo aquilo que estava ao seu alcance, mas foi na medicina que ela encontrou uma paixão verdadeira; ela é enfermeira, cuidando dos feridos em geral, mas agora seria realocada em algum posto de enfermagem para os feridos da guerra. De certa forma, de todas as esposas ali, ela seria a única que ficaria relativamente perto do marido, mas não ouso dizer que tal fato tenha tornado a função menos desgastante. Olhei com atenção na direção deles, sentindo falta de alguém entre todas aquelas pessoas; estavam lá, o Sr. e Sra. Weasley, Hermione, Fleur com Victorie em seus braços, sua filha de apenas quatro anos com Gui, Audrey com a pequena Molly, de um ano e alguns meses, sua filha com Percy, e Angelina, noiva de Jorge. Faltava alguém entre todo aquele monte de gente... E notar aquela ausência só fez com que meu coração doesse mais.

Ela não viera se despedir dos irmãos... Não viera se despedir de mim” – pensei desanimado, apagando o último fio de esperança que aquecia meu interior. Por um instante, imaginei avistá-la entre eles, sorrindo para mim antes de correr na minha direção e pedir que eu me mantivesse vivo, que voltasse para ela. Só Deus sabe o quanto eu amo Gina Weasley; talvez se a própria Gina soubesse disto, estivesse aqui agora dizendo que me amava também. Mas ela não sabia; nem eu mesmo sabia disso até ontem, quando ela me implorou para ficar e negar-lhe um desejo me machucou mais do que qualquer arame farpado. Respirei fundo, colocando um pé sobre os degraus da entrada do trem, ouvindo o barulho da locomotiva avisar-nos que estava quase partindo; acenei uma última vez para os meus pais, que me olhavam cobertos pela nuvem do desânimo. Tentei ser forte diante deles e sorri, virando meu corpo em direção ao interior do vagão em seguida.

— Harry! — um grito ecoou acima de todo aquele barulho na plataforma. Virei-me buscando a dona daquela voz para avistá-la, correndo em minha direção. O vestido azul que usava balançava ao sabor do vento e os cabelos, vermelhos como os de todos em sua família, voavam livres, desprendendo-se do coque que os mantinha unidos minutos atrás. Larguei a bagagem de qualquer jeito sobre a escada e corri até ela, abraçando-a pela cintura. Inspirei seu perfume doce, enquanto ela apertava meus ombros com as mãos cobertas pelas luvas claras. Separei nossos corpos um pouco apenas para beijar seus lábios; sabia que era pouco adequado fazer aquilo com tantas pessoas ao redor, mas eu não me importava com isso; ela estava ali agora e, por isso, até a guerra deixara de ser prioridade.

— Prometa que vai voltar, Harry! Prometa que vai voltar pra mim! — ela suplicava, os olhos castanhos brilhando com as lágrimas acumuladas em seu interior. — Prometa que eu irei vê-lo outra vez, Harry! Prometa pra mim! — abracei-a com força, sustentando seu corpo para que não caísse. Passei meus dedos por sua face, enxugando-lhe o rastro das lágrimas; beijei sua testa e olhei-a nos olhos antes de responder.

— Eu prometo, Gina! Eu prometo que vou sobreviver; prometo que voltarei para você e quanto estiver do seu lado nunca mais irei partir. Eu amo você, Ginevra Weasley! — falei, beijando seus lábios apaixonadamente pela última vez naquele dia. Ela sorriu um pouco quando nos afastamos e ao olhá-la percebi que, nem mesmo a sombra da tristeza, tirou dela sua beleza. Ela me entregou um pequeno pedaço de papel e me abraçou com força.

— Eu também amo você, Harry Potter. Estarei aqui, esperando você voltar! — e então eu entrei no trem, segurando um pequeno retrato nosso, tirado num dos muitos aniversários n’A Toca’; ela estava linda, como sempre fora, sorrindo para a câmera, enquanto eu olhava para ela bobo, como sempre fui. Guardei o retrato num dos bolsos internos da farda e suspirei nervoso, medroso, mas confiante. Eu agora possuía mais um motivo para não me deixar sucumbir ao desespero e ao temor; eu precisava sobreviver, tinha de voltar e ser unicamente de Ginevra Molly Weasley, e fazê-la minha para todo o sempre.


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Notas finais do capítulo

Gostaram desse? Espero que também curtam o próximo ^^



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