[Mangle]

Como puderam?! Eu confie neles... Como puderam?!
Eles não vão me consertar... Eles não vão me consertar... Eles me quebraram... Ainda mais...
Foi horrível... Aquela cena nunca sairá da minha cabeça...
As crianças que eu costumava alegrar... Elas... Me desmontavam... Me montavam novamente... Eu virei um brinquedo. Um maldito brinquedo de montar!
Agora estou destruída por completo, tudo o que resta é o meu endo-esqueleto, minha cabeça e minha sanidade que aos poucos está esvaindo.

[Foxy]

–Você não pode. É muito perigoso! -Chica suplicou.
–Eu tenho que ir. Ela pode estar em perigo! -Insisti.
–Eu sei mas... Só tome cuidado, por favor. -Chica pediu, preocupada.
–Eu vou tomar.

Mangle não tem mais aparecido na Parts & Services, e mesmo que fora da nossa sala seja um local "hostil", eu devo procurar por ela.
Passei pela porta e, com passos lentos e cuidadosos, comecei a andar pela Pizzaria à procura de Mangle. Em alguns momentos ouvia barulhos de algo rastejando e estalos.
Comecei a chamar a raposa.

–Mangle? -Sussurrei. -Você está aí?

Um vulto passou pelas minhas costas, me fazendo virar assustado. Não havia nada ali além de escuridão, mas jurava ter visto algo passando por ali.
Até que uma música começou a tocar. Era uma música calma, como aquelas que tocam para uma criança dormir... Algo parecido como uma "caixa de música".
Outro vulto passou pelas minhas costas, então novamente me virei. Quando fiz isso, algo me derrubou no chão com força.
Não consegui ver bem quem ou o que era aquilo, mas era alto, esguio e muito rápido.

Me levantei o mais rápido que pude, e corri dalí, não me importanto mais em ser silencioso.
Quando as coisas pareciam ter se acalmado, voltei a procurar por Mangle.
Andei por algumas salas, até que vi uma luz acesa, no fim do corredor principal.
Andei, receoso e com muita cautela, até a porta que estava aberta. Antes de entrar, e conseguia ouvir alguém chorando baixinho.

Entrei pela porta, e vi alguém enrolado por completo em um cobertor rosa, sentado e chorando.
Me aproximei calmamente.

–Mangle é você? -Sussurrei.

A pessoa parou de chorar, porém se enrolou ainda mais em seu cobertor.

–Foxy? -A doce voz de Mangle soou como uma linda canção.
–Mangle, o que está acontecendo? Por que você estava chorando? -Perguntei andando em sua direção.
–Foxy, não se aproxime, por favor...
–Mangle... -Continuei andando em sua direção.
Me ajoelhei próximo à mesma, e respirei fundo. Segurei a parte do cobertor que ela estava usando para esconder o rosto, e a retirei do mesmo, deixando sua cabeça a vista.
Cabisbaixa, ela olhou para o chão, em tom de tristeza.

Levantei seu rosto, e dei um sorriso trêmulo. Olhei nos seus olhos, e nenhuma palavra a mais foi dita.
A abracei forte, e ela se espantou, porém logo retribuiu e me segurou, como se nunca mais quisesse me soltar.
Uma lágrima escorreu por seu rosto.

–Eu estou tão feliz que você esteja aqui... -Mangle disse baixinho, sorrindo e me abraçando ainda mais forte.
–Eu sempre vou estar, maruja... -Disse enquanto uma lágrima escorria em meu rosto.