Os olhos da garota se abriram lentamente.

Seu corpo inteiro doía, uma estranha sensação tomava conta de Bela. Ela se vê em um quarto totalmente desconhecido. Embora detestasse aquele fato, a cama onde  dormia era macia e confortável.

A maceneta da porta é girada lentamente. Bela se prepara mentalmente para o que viria a seguir.

Uma enorme fera adentrou no cómodo.

Bela leva a mão à boca, reprimindo um soluço, uma densa lágrima escorreu em sua bochecha.

A criatura fica imóvel, enquanto observava a garota.

— Q-quem é você? - a voz de Bela saíu embargada.

— Eu lhe salvei dos lobos - respondeu a besta.

— O-obrigada - a garota limpou os olhos. - Meu pai... Ele me falou sobre você!

— Seu pai é aquele meu prisioneiro? - indagou a fera.

— Sim - ela respondeu, hesitante. - Ele está doente  demais.

— Mas isso não lhe impediu de invadir minha propriedade - sua expressão se tornou sombria.

— Eu sinto muito! - A voz da garota falhou. - Deixe-me ficar no lugar dele.

— Você pode ficar - ele disse, pensativo.

— Terei que dormir nas masmorras feito uma escrava? - indagou Bela, receosa.

— Não - respondeu a besta, misericordioso. - Pode andar por toda a localidade. Exceto na ala leste.

— E o que tem na ala leste? - perguntou Bela.

— Não é da sua conta - ele saíu e bateu a porta com agressividade.