Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 60
Língua Afiada




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Domingo, 04 de Outubro.
Acordando lentamente, Ally se espreguiça. Vira de um lado para o outro, e sorri boba:
  - Como assim?! - Fala com a voz ainda fraca e coça os olhos. 

Ela vê Nick dormindo na poltrona ao lado da cama:
  - Dormindo até parece anjo. - Sarcástica. 

Se levanta sonolenta, prende o cabelo fazendo um coque, abaixa na frente dele:
  - Moço... - O chama doce. - Moço... Acorde. - Sorri. 

Ele resmunga:
  - Moço... - Beija sua bochecha. - Acorde, meu Blacker. 

  - Eu... - Abre os olhos e sorri. 

  - Bom dia. - Seu rosto se ilumina.

  - Bom dia, minha garota. - Beija sua testa. - Não apaguei na poltrona de propósito. Ok? 

  - Okay! Vamos! - Se levanta. 

  - Preciso de uma coluna nova depois dessa noite. - Estrala a coluna. - AFF! 

Ally ri baixo saindo do quarto com ele:
  - O que foi? - Abre um sorriso apaixonado aos poucos.

  - Você não consegue ser grosso quando acorda. Só é mais fofo! - Exclama virando para a frente dele. 

  - Não sou fofo! - A para e segura na cintura. - Não mesmo. - A encara atraente. 

  - Você tem seus momentos. - Detalha. - Eu já desço. - Avisa se soltando. - Vou escovar os dentes.

  - Ok. - Desce a escadaria. - Boba! - Resmunga com sorriso de lado. 

Nane toma café da manhã sozinha:
  - Bom dia, vó. - Se senta.

  - Bom dia, querido. - Beija sua testa.

  - Onde está mamãe? - Pergunta atencioso.

  - Ela tinha uma reunião bem cedo. Já saiu e nem tomou café. - Conta. 

  - Ela precisa cuidar mais da saúde. Aish. - Come salada de frutas.

  - Sim. Precisa mesmo. - Concorda.

  - Bom dia. - Ally aparece.

  - Bom dia, querida. - Deseja. - Vou saindo, coma direitinho. Beijos. 

  - Beijos, Nane. - Se senta ao lado de Nick. 

Ele a admira seu rosto de sono:
  - O que foi? - Se sente observada e o olha.

  - Você é muito linda. E com o rostinho assim.... Olhos inchados, bochechas rosadas, cabelo bagunçado... É... Uaau! - Fala hipnotizado. 

  - Mo... Moço... - Gagueja. 

  - Hum? - Balança a cabeça e acorda. 

  - Está vendo?! É fofo! - Exclama segura.
  
  - Se diz... - Morde a boca. 

Ally toma café da manhã e sobe para ajeitar o quarto e tomar banho. Descendo a escada depois de um tempo, vê Nick no telefone:
  - O que quer desta vez? Falar mais besteiras? - Indaga ao telefone.

  - É o pai. - Nane confirma a suspeita dela ao encará-la na sala. 

  - Estão brigando de novo? - Se senta no sofá. 

  - É só o que sabem fazer. - Lamenta.

Ela ouve a conversa enquanto fala com a mãe por mensagem:
  - O senhor vai continuar tentando mandar em mim até quando? - Vai perdendo a paciência.

 — Precisa saber o que vai fazer da sua vida, Nicolas. — Seu pai insiste. — Por que não vem passar um tempo aqui? Vou te ensinar muita coisa.

  - Eu não preciso da sua ajuda.

  - Nick, você vai me obedecer. Seu moleque mimado. 

  - Eu não vou ficar ouvindo me insultar. Já estou cansado. — Grita. 

  — Você é meu único filho que não tem a cabeça no lugar. - Comenta.

  - Não sou o único que é confuso, e você é só mais um pai que abandonou o filho. - Retribui.

Ele desliga o telefone e se senta no sofá abaixando o rosto. Ela larga o celular e vai até ele, se abaixa na sua frente. Alisa seu cabelo:
  - Ei... - Engole seco. - Está tudo bem. 

  - Ele só liga para brigar. Que saco! - A olha. 

  - Mas liga. Nick, ele liga. Tenho certeza que antes de te cobrar um futuro, ele liga para saber se está bem. - Alisa seus ombros. 

  - Ele nem pergunta se estou bem.

Para surpresa de Ally, ele começa a chorar discretamente:
  - Não pergunta se estivesse doente, como está minha saúde, se quebrei a perna, o braço, uma costela... Só quer saber da droga das notas, da faculdade, do meu futuro. Caralho, é o meu futuro. Não sei porque agora ele resolveu tentar me ajudar. 

  - Ele é seu pai! - Destaca. 

  - Ele é o homem que me abandonou e nunca me amou. - Relembra. 

  - Sente mágoa por ele. Sente algo por ele. - O  chama a atenção.

  - Eu não gosto disso, prefiro não sentir nada como antes. - Conta sincero.

  - Pelo menos tem sentimentos. - Ironiza.

  - Boba! - Sorri leve.

  - Vem. - O puxa. 

Ela o abraça forte. Dentro dos braços que ama, ele se sente mais seguro e focado.

Antes do almoço, esperando a refeição, Ally passa o tempo conversando com Baby.
"Baby:
Aquele cretino ainda vai pagar por tudo que fez contigo."

"Ally:
Thomás não tem salvação. É... Me sinto vulnerável, é verdade."

"Baby:
Está segura com Nick, está tudo bem agora. "

"Ally:
Está...
Sinto saudades ;-;"

"Baby:
Também sinto, Ly ;-;
Ainda estou fazendo de tudo para te ver final do ano."

"Ally:
Seria maravilhoso *-*"

"Baby:
Siim! s2"

Relógio marca 13h00, Sophie chama para o almoço. A pequena família Blacker mais Ally se sentam na mesa:
  - Está muito bom! - Ally exclama saboreando a comida. 

  - Eu mesma que fiz. - Sophie se gaba.

Calado no meio daquela conversa, Nick apenas consegue admirar Ally, que come devagar. Voando em pensamentos, fica tão hipnotizado que não ouve sua mãe o chamar:
  - Nick... Nick... Filho! - Grita.

  - Hã? - Acorda. - O que foi?!

  - Quer mais torta? - Conclui.

  - Não. Obrigado. - A responde e olha para Ally. 

Nane ajuda Ally a limpar a cozinha. Aproveitando o momento, Nick corre até o quarto planejando algo. Trancado lá por longas 2 horas, ele aparece na sala com o cabelo bagunçado e um papel amassado nas mãos. Vê Ally na varanda, coloca a cabeça na janela:
  - Ally, venha aqui, por favor! - A chama até a sala. 

  - Okay! - Caminha até ele. 

  - Sente-se. - Pede fazendo o mesmo numa poltrona. 

  - Hum... - Acha o clima diferente. O ver daquele jeito a encabula. 

  - Bom... Estou um pouco nervoso, mas... - Respira fundo. - Fiz uma coisa e quero te mostrar. - Diz todo nervoso. 

  - O que é? - Fica curiosa. 

"Ele está todo nervoso... Suando frio, mãos tremendo, voz trêmula... Que fofinho!"

Ela pensa muitas coisas.

  - Bom... Apenas ouça. - Engole seco.

Se controlando para não gaguejar ele lê:
"Ela abre a boca delicadamente, e da mesma forma fala.
Ela mexe as mãos explicando algo; gesticula.
Ela mal arruma o cabelo (ele está sempre arrumado); impecável.
Poucas às vezes que ela perde o controle, talvez se pergunte quem ela é.
Ela é o ser mais belo
Ela é o beijo mais doce
Ela é um papel de borboletas à pintá-lo
Ela é tudo isso ou... É um sonho louco?!
Ela é os dois...
Ela é você."

Lê todo o poema a olhando, e tremendo. Sua voz frisando cada palavra, fixando cada olhar... Ally se encanta, o fita com os olhos vibrantes e o coração descontrolado.
  - É... É isso. - Gagueja ao acabar. 

  - Passou duas horas fazendo isso?! - Indaga perplexa. 

  - É... Não é muita coisa. Foi bem mais complicado que achei que seria. - Revela bobo. 

  - Nick... - Se levanta. - É... É muito lindo! Jamais achei que algo assim sairia de você. É tão romântico e doce... É perfeito! - Detalha enamorada. 

Ele se levanta, e a abraça. Um abraço quente, apertado e como fosse um beijo, adoçado e carinhoso. Nick respira fundo pausadamente sentindo aquele abraço, se pega completamente louco de paixão.
  - Vamos sair, ir ao parque. - Sugere.

  - Pode ser. - O olha. - Agora? 

  - Sim. São quase 4h. - Afirma.

  - Okay. Me arrumar. - Beija sua bochecha. 

  - Guarde. - A dá o poema.

  - Ah. Obrigada! - Sorri com os olhos.

Vê ela subir e suspira.

Já saindo da casa Blacker, Nick coloca música no carro.
  - Que música é essa? 

  - Não sei, está numa rádio qualquer. - Responde prestando atenção na rua. 

  - Que rádio? - Insiste.

  - Hum... Não consegue ver? - A vê apertar os olhos. 

  - Não. Meus olhos estão doendo. - Os coça.

  - Onde estão teus óculos? - Se preocupa.

  - Na minha casa, deixei lá. - Informa e o vê dar a volta. - Onde vai? 

  - Pegar os seus óculos. 

Ela sorri leve.

Chegam na casa dela:
  - Volto já. - Bate a porta do carro. 

  - Ok. - A vê entrar e deixar a porta aberta. - Vou esperar lá fora. - Resmunga saindo.   

Encostado no carro olhando para dentro da casa não gosta do que vê:
  - Verônica! Saco! 

Ally para assim que entra:
  - O que faz aqui?! Sabia que sua gata está miando desde hoje cedo?! - Verônica indaga.

  - Onde está papai? - Se mantém calma. 

  - Está dormindo. Não o acorde. - Manda. - Você não para em casa, não cuida dos seus bichos... Fez bem eu vim cuidar do meu irmão. 

  - Vou colocar comida para Luna. - Caminha até a cozinha. 

  - Tem que ter mais responsabilidades, garota! - Ela vai atrás. - Parar de ser tão imatura. 

  - Aish! - Resmunga. 

Coloca a ração de Luna, a acaricia e volta para a sala:
  - Nem uma coisa simples sabe fazer, se não aparecesse agora, sua gata morreria de fome. 

  - Ora, não seja tão radical. - A interrompe. - Luna não está nem com fome, e porque você mesma não colocou comida para ela? Já que se incomoda tanto? 

  - Não me responda! - Levanta a mão.

  - Não toque nela. - Nick aparece na porta.

  - Você de novo?! - Reclama.

  - Sempre. - Ironiza. - Pegue seus óculos... 

Ally encara Verônica e sobe até o quarto. Volta os usando:

  - Vai logo embora... Se sua gata miar de novo, jogo-a na rua. - Ameaça.

  - Olha aqui, não encoste nela. - Frisa. - Para começo de conversa, quem não é bem-vinda nesta casa é você. - Sublinha. - E ela só mia, porque não gosta desta sua cara! - Destaca cansada. - Tchau, filha! - Se despede de Luna saindo. 
 
  - Sua mal educada! - Grita a vendo entrar no carro. 

  - E o que falo de você, Tia Verônica?! -Responde e bate a porta. 

Eles saem a deixando sozinha.

No parque, os dois caminham pelas árvores, conversando e andando juntos. Resolvem parar numa árvore mais distante, ele se escora nela:
  - Gostei das coisas que falou para sua tia. - Conta. - Ainda falava mais coisas, muitas mais.

  - Eu sei... Mas deixa quieto.

De frente um para o outro, eles se encaram. Lentamente Ally encosta as mãos as dele, entrelaçando os dedos, passa os braços para trás das costas de Nick, o abraçando.
  - Muito meiga! - Exclama quase cochichando. 

Seus rostos se tocam, as bocas se aproximam, as respirações entram em sincronia; sentem a emoção do pré-beijo. Tocando os lábios devagar, os corações deles pulam, entrando num beijo calmo. Com a mão na cintura dela, Nick a coloca mais perto de seu corpo, os fazendo entrar em transe.
Sem coragem, mas com vontade, Ally fala o máximo que consegue terminado o beijo. Respira fundo e ainda de olhos fechados diz:
  - Eu te adoro,... - O olha. - ... Nick.

Surpreso ele sorri, volta a abraçá-la, como que dizendo "eu também".

Caminhado mais um pouco, Ally sente fome:
  - Vamos comer naquela cafeteria. - Ele aponta para uma no meio do parque. 

  - Pode ser. - Concorda. 

Chegando na cafeteria, ela repara em uma mulher brigando com a filha pequena, o que a incomoda. Entram e sentam numa mesa do lado de fora por escolha de Ally:
  - O que vão pedir? - Pergunta a atendente.

  - Dois chocolates quentes, dois Brownies e dois Donuts. - Responde Nick. 

  - Ok. 

Enquanto esperam, Ally observa a mulher com a garotinha:
  - Aquela mulher está passando dos limites... - Reclama. - Está frio e a menininha está sem casaco, está até roxa.

— Acho que ela não está só roxa por causa disso não, mas não se meta nisso. - Ele comenta e pede.

Ela a vê dar tapas nos braços e nas pernas da filha:
  - O que ela está fazendo?? A menininha só quis descer do colo dela! - Puxa o cabelo.

  - Se acalme... Daqui a pouco o pedido chega.

  - Ela vai matá-la! Viu o empurrão que ela deu na menininha agora?! A machucou! - Quase grita. 

  - Ally! - Realça. 

Indignada, Ally quase arranca as unhas vendo os maus-tratos da mulher na filha. Ela joga a filha do colo no chão, a fazendo bater a cabeça:
  - Agora já chega! - Se levanta.

  - Ally, aonde vai? Nosso pedido chegou! - Grita. - Ally! - Vai atrás dela. 

Pega a garotinha do chão, e dá para Nick que chega logo atrás, ele fica confuso.
  - Ei, o que está fazendo?! - A mãe indaga.

  - Eu que pergunto. O que está fazendo?! - Indaga irada. 

  - Ela é minha filha. - Frisa. - Me dê ela!

  - Para quê!? Para maltratá-la ainda mais? Que tipo de mãe trata a filha desse jeito? - Questiona quase alterada.

  - Está dizendo que não sou a mãe dela? 

  - Não. Estou dizendo que você é uma péssima mãe. - Afirma. 

  - Quem é você para dizer se sou boa mãe ou não? 

  - Qualquer um pode dizer e confirmar que não é uma boa mãe. - Assegura.

  - Ora garota, me dê minha filha. Posso fazer o que quero com ela, é minha filha. - Sublinha.

  - Não. Não pode. - Nega.

  - Posso sim. Posso enchê-la de socos se eu quiser. - Garante. - Quer ver? - Ameaça pegá-la.

  - Não. - A impede.

  - Ally! Já chega! - Nick ressalta. 

A menininha chora prantos nos braços dele.
  - Não vai mais bater nela! 

  - Já disse que posso fazer o que quiser com ela! 

  - Pois se quiser pegá-la, vai ter que passar por mim.

Ally fica bem na sua frente, a olha fixamente, séria e firme:
  - Vamos! Bata em mim, venha! - Tira os óculos e dá tapas fortes na própria bochecha enquanto a encara fria. - Dê em mim, mas nela você não toca. Quero ver. - A esquiva andando para frente. - Quero ver o quão grande é sua monstruosidade. - A gela com o olhar.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de saber de vocês se ainda estão gostando de Ally, se estão satisfeitos. Nunca mais obtive muitas respostas. Seria bom saber, porque dependendo da situação suspendo a obra, paro de escrevê-la. Obrigada.



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