Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 5
Frente a frente


Notas iniciais do capítulo

Como este, os capítulos vão começar a ser maiores que os anteriores. Peço apenas que tenham um pouco de paciência para ler.
Obrigada :)



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Diante daquele rapaz lindo e educado a mãe de Ally se encanta, o convida para entrar analisando de cima a baixo:
– Ally está na cozinha, é por alí. - Ela aponta o caminho. - Eu só não te levo lá porque estou ocupada com uns papéis do meu trabalho, mas fique à vontade, sinta-se em casa. Qualquer coisa estou lá em cima.

– Tudo bem, muito obrigado. - Nick sorri de propósito.

– De nada querido. - A mãe de Ally sobe as escadas.

Nick coloca sua mochila na mesa de jantar e vai até a cozinha. Uma cena interessante o chama a atenção, Ally está descascando uma laranja na pia enquanto dança e canta Call Me Baby, virada de costas ela não vê que Nick está ali. Ele para na porta e fica admirando ela, dos pés a cabeça, cada gesto, passo, rebolado; seus olhos focam intensamente no acontecimento à sua frente.
" Ela até que não dança mau, segue uma coreografia e sabe cantar."
Por não estar esperando ninguém e pela casa estar aquecida Ally usa uma roupa leve; um short de algodão azul e uma blusa de alça com renda, o que faz Nick perceber detalhadamente o seu corpo e não se conter em comentar:
– Belo corpo! - Ele ressalta.

Ally se assusta fortemente pelo fato de estar muito distraída e acaba cortando o dedo; ela olha para Nick assustada mas percebe seu dedo cortado e foca a atenção nele:
– Droga! - Ela o coloca de baixo da torneira.

– Tome mais cuidado. - Nick vai até ela. - Você poderia ter se cortado feio. - Nick pega a mão de Ally e olha o corte. - Não deixe o dedo de baixo da torneira por muito tempo.

– Ni... Nick, o que.... o que você está fazendo aqui?! - Ally gagueja levemente ao tentar falar.

– Vim fazer o trabalho ora, agora pressione o corte, assim. - Ele demonstra pegando a mão dela e conduzindo até o machucado. Ally sem entender nada apenas faz o que ele pede pois sua mente trava diante daquilo.

Durante todo o momento Nick não sorri, ele olha de modo intensamente marcante para ela e toca suavemente sua mão:
– Continue pressionando até eu voltar, não tire o dedo do corte sem eu mandar, entendeu? - Ele diz tornando sua voz perigosa e hipnótica.
Ally balança a cabeça em sinal de sim e permanece parada pressionando o machucado vendo Nick sair da cozinha, ela não sabe para onde ele vai e nem por que ele está cuidando dela.

Nick sobe as escadas encontrando com a mãe de Ally:
– Com licença Sra. Fllower, aqui tem band-aid? - Sempre sendo educado na frente dela ele pergunta.

– Band-Aid? Quem se machucou? - Ela pergunta preocupada.

– Foi a Ally, mas não se preocupe, eu estou cuidando dela. - Nick não quer que a mãe dela se intrometa pois seu jogo com Ally está indo muito bem.

– Ah, tá bem, o band-aid está na farmácia do banheiro. - Encantada com ele Sra. Fllower gosta do fato de Nick cuidar da Ally.

– Obrigada! - Ele vai até o banheiro, pega o band-aid e na saída nota que o quarto de Ally é em frente.

Depois de uns minutos parada pressionando o corte Ally acorda do transe e acaba soltando o dedo. Nick aparece com o band-aid na mão:
– Você parou de pressionar o corte, eu lhe disse para não fazer isso, não foi?! - Ele olha fundo nos olhos dela, congelando todo o corpo de Ally por dentro. - Está todo sujo de sangue, vamos ter que lavar de novo.

Nick lava, seca e coloca o band-aid no corte, Ally observa calada:
– Pronto. - Ele chega mais perto. - Da próxima vez seja mais cuidadosa. - Ele diz baixinho no ouvido dela, Ally respira tensa.
Nick com o rosto bem próximo ao dela pode sentir sua respiração forte, quase tocando sua boca ele para o rosto a olhando, levanta a mão devagar e ajeita a alça da blusa de Ally que está caída, ela trava e ele apenas sorri levemente:
– Não tem por que você ficar tensa desse jeito, pelo menos não hoje! - Nick percebe que é a primeira vez que Ally realmente está constrangida por ele.

– Por que você fez isso? - Ela pergunta confusa.

– Porque você se cortou por minha causa. - Ele não se sente exatamente culpado, apenas está jogando com ela.

Nick anda até a mesa, Ally fica parada por um instante ainda na pia sem entender bem o que está acontecendo, encarando Nick ela respira fundo retomando a consciência:
– Você trouxe a cartolina e as imagens! - Ela frisa surpresa.

– Sim, você mandou. - Ele se senta na mesa.

Após um tempo já passado, Ally está lendo e resumindo os textos enquanto Nick apenas a observa descaradamente, sentindo do se incomodada com o olhar fixo de Nick ela se impõe:
– Você apareceu na minha casa sem minha autorização, me fez cortar o dedo, e fica me olhando desavergonhadamente, temos muita coisa pra fazer, para de ser tão insolente e comece a fazer alguma coisa. - Seriamente cansada de Nick ela lhe diz.

– Insolente? - Ele indaga. - Como pode chamar alguém que já beijou de insolente?! - Ele apóia as mãos na mesa ficando frente a frente com Ally.

– Olha, você só está na minha casa e eu só estou aturando você somente por causa desse trabalho, se não fosse por isso eu estaria bem longe de você, bem longe de uma pessoa tão insolente, ridícula e exibida. Não me faça perder a paciência, por favor, simplesmente vamos terminar esse cartaz e então você vai embora e eu vou cuidar da minha vida. Agora vá recortar as imagens. - Ally lhe dá a tesoura apontando em sua cara.

Nick calado depois de escutar tudo apenas pega a tesoura e começa a recortar. Distraídos fazendo o trabalho não percebem a presença um do outro; pela primeira vez desde um tempo, Nick foca a atenção em fazer um trabalho escolar; Ally de cabeça baixa escrevendo os tópicos levanta o olhar e vê Nick perfeccionista recortando as imagens, ela repensa em tudo que disse à ele, balança a cabeça negativamente largando a caneta na mesa, com a mão passando no rosto vorazmente ela se levanta e vai até a cozinha.
Voltando à mesa, ela trás consigo dois potinhos com uma colher em cima, coloca um bem na frente de Nick:
– Obrigada... Por me ajudar com meu corte. - Ela diz calmo e se senta.

Ele olha para o pote e em seguida para ela:
– O que é isso? - Ele pergunta tentando identificar o conteúdo do pote.

– Coma e você vai descobrir. - Mesmo não estando mais irritada, Ally ainda se sente na necessidade de manter-se alerta.

Ele abre e prova, repete umas 3 colheradas antes de falar:
– Pudim de chocolate! - Ainda com a boca meio cheia Nick não espera em dizer.

– Sim! - Sorrindo levemente ela concorda.

– Está muito bom, quem fez?! - Ele aprecia o pudim.

– Eu. - Acentua Ally.

– Sério?! - Nick dúvida dela.

– Siim. - Levantando a sobrancelha ela responde.

– Nossa, tá ótimo, poderia até vender. - Exclama.

– Eu vendo! - Ressalta ela.

– Vende?! - Nick franse a testa.

– Sim! Vendo pudim, cupcake, pavê e macarons. Já vendo há um tempo, então muitos vizinhos compram. - Sem parar de escrever ela fala com ele.

– Legaal! Você poderia trabalhar com isso, eu seria seu cliente mais fiel. - Ele levanta os seus olhos verdes para ela sorrindo de lado.

Ally para de escrever, passa a língua nos lábios os realçando, sua respiração entra em ritmo perfeito:
– Eu vou! - Ela sorri docemente. - Eu vou fazer faculdade de gastronomia e quando eu terminar vou fazer um curso de confeitaria profissional no Canadá, assim que voltar irei abrir minha primeira loja aqui, no norte da Europa! - Durante todo o momento Ally brilha ao falar de seu sonho.

– Caramba, você já bem o que quer fazer da sua vida, suas metas! - Nick se surpreende.

– Sim, tenho, você não?

– Não. - Ele diz sério.

– Por que?

– Porque não tem nada que me chame a atenção, nenhum curso me satisfaz; eu não acho necessário ir pra uma sala de aula e aprender algo que milhares de pessoas estão aprendendo, e se você desistir ou não de continuar estudando isso não vai fazer diferença alguma, afinal, terão vários outros profissionais na mesma área. Se for pra eu ir à universidade, eu vou para estudar sobre algo que eu queira, goste e tenha amor em aprender, porém não há nada que me encante por enquanto. Não sei se você entende, é complicado meu pensamento.

– Eu entendo. - Ally prestou muita atenção enquanto ele falava.

– Entende?! Bem, o que eu queria mesmo é passar um ano viajando o mundo depois de terminar o ensino médio, só que meu pai e minha mãe não concordam, na última vez que falei com meu pai ele disse que se eu não tomar uma decisão sobre o que eu quero fazer na minha vida eu vou ajudar ele com os negócios da empresa a partir do próximo ano, eu não discordei novamente porque já fiz isso várias vezes, vou apenas deixar meu futuro chegar. - Nick respira forte.

– Eu já quis passar um ano viajando o mundo depois que me formar na escola, mas desisti. - Ela apenas conta.

– Por que desistiu? - Curioso.

– Porque eu me dei conta que amo demais a gastronomia, e se eu passar um ano viajando o mundo em vez de conhecê-la eu não estar fazendo aquilo que realmente quero.

Os dois se calam por um tempo; Nick percebe como aquela conversa acabou com seu jogo, diante de Ally ele não pode simplesmente fazer o trabalho e ir para casa, sem nem descobrir algumas coisas e brincar um pouco mais com ela, isso é uma característica dele e se ele não fizer isso não será Nick. Vendo como ela está concentrada colando os textos na cartolina enquanto morde a boca ele pergunta propositalmente:
– Com quantos garotos você já ficou? - Ally o olha séria.

– Por que você quer saber isso? - Ela nem o encara ao falar, foca sua atenção no cartaz.

– Porque pelo modo como você morde os lábios parece estar relembrando algo, como beijos. - Ele finge não se importar com voz avoada.

– Hum. - Ela resmunga desatenta.

– Então você não vai me responder? - Nick indaga.

– Não, afinal isso não é da sua conta! - Na defensiva ela não quer lhe contar coisas sobre sí mesma.

– Cadê sua educação?! - Ele destaca. - Espera um pouco, eu fui o único que você já beijou? - Essa hipótese vem em sua mente como relâmpago.

– NÃO, não. - Ally responde num pulo. Respira rabugenta. - Olha, você não foi o primeiro, tá bem!

– Sendo assim, você já namorou. - Ele afirma.

– Não. - Numa palavra apenas ela responde.

– Mas já se apaixonou. - Exclama.

Ally solta o ar dos pulmões com força de um só vez:
– Ora, você está me irritando, por que quer saber sobre minha vida? Por que tantas perguntas? Para de ser intrometido. - Ela resmunga se zangando.

– Então você já se apaixonou sim, ficou irritada quanto cheguei nesse ponto. - Nick chega no assunto que quer.

– AFF! - Diz forte, largando a cola e os papéis. - Sim, eu já me apaixonei, e antes que pergunte, sim ele foi o primeiro ao qual beijei.

– Você disse que nunca namorou, então não ficaram juntos, o que aconteceu? - Um pouco curioso ele pergunta, porém ainda brincando com ela.

– Vou te contar logo tudo, e depois me deixe em paz. - Ela se rende. - Ele era meu melhor amigo, na escola era apenas Baby, ele e eu, acabei que me apaixonando por ele e ele por mim; no final do ano acabamos contando nossos sentimentos, mas ele foi embora para os EUA e não ficamos juntos. Ainda nos falamos, não frequentemente, não como eu falo com Baby. Eu nunca mais me apaixonei e é isso. Minha vida amorosa. Não sei pelo qual motivo você está tão intessado em saber dessas coisas, é muito irritante.

– E por que você ficou zangada quando cheguei nesse ponto? Ainda gosta dele? Se magoou com ele? Qual o nome dele? Com quem mais você já ficou? O que você já vez além de beijar? - Nick enche Ally de perguntas de propósito. Ally se irrita de verdade.

– Droga, deixe-me. Fiquei irritada por que não gosto de falar da minha vida pra ninguém, eu não tenho qualquer mágoa ou raiva dele, somos amigos. E eu não fiquei com mais ninguém além dele, até... até... - Estressada ela deixa tudo escapar de sua boca, travando depois.

– Até eu beijar você, não é isso?! - Ele finalmente descobre algo valioso. - Você tinha quantos anos na época da sua paixão? - Pensando na burrada que fez ao lhe contar essas coisas Ally responde.

– Quinze.

– Se você não ficou com ninguém mais depois dele, até então, e hoje você tem 17, nesse caso fazia 2 anos que você não beijava ninguém. Você é uma garota bem interessante Ally, tanto tempo sem ficar com alguém. - Nick se levanta chegando perto dela.

– Eu não gostei de mais ninguém após ele, não tinha o porquê de eu sair beijando alguém. - Ally engole seco vendo ele se aproximar.

– Mas você me deixou te beijar, não me empurrou, você retribui. - Ele vai ficando cada vez mais perto dela.

Se sentindo novamente constrangida por ele, ela muda o assunto:
– Você já sabe tudo o que quer, e o trabalho já está pronto, não tem mais nada pra você fazer aqui. Pode ir embora. - Ally diz guardando as coisas dentro da sua mochila.

Nick toca sua mão chegando por atrás e ela trava, prestes à falar algo Sra. Fllower aparece descendo a escada, e ele se afasta:
– Olá queridos, como está indo o trabalho? - Ela pergunta prestativa.

– Acabamos. - Diz Ally voltando à sí guardando o cartaz. - O trabalho vai ficar comigo. - Ela fala para Nick lhe entregando sua mochila.

Ele entende que ela está lhe mandando embora:
– Está bem. - Ele coloca a mochila.

– Já vai embora? - Sra. Fllower indaga.

– Sim Sra. Fllower. - Educado na frente dela.

– Oh não, fique mais um pouco, jante conosco. - Ela pede.

Luna aparece descendo a escada com cara de sono, entra na sala de jantar se espreguiçando:
– Luna, onde estava? - Exclama Ally a pegando no colo.

Nick a observa acariciando Luna e se esquece de responder Sra. Fllower:
– E então querido? Vai ficar para jantar conosco? - Ela pergunta novamente.

Ally escuta dessa vez e se impõe:
– Não. - Ela ressalta. Sua mãe a olha séria. - Nick tem que ir para casa por que sua avó vai fazer um jantar em família, na verdade acho que ela deve estar esperando por ele.

– Verdade Nick? - Sra. Fllower quer confirmação.

Nick olha para Ally que o encara firme:
– Sim, é verdade. - Ele apenas concordo porque está satisfeito com os feitos daquele dia. - Bem, tenho que ir, obrigada por me receber na sua casa Sra. Fllower, foi um prazer conhecê-la. - Nick a abraça.

– Não precisa agradecer querido, Ally leve-o até o portão. - Ela a olha mandona.

Com Luna nos braços ela acompanha Nick:
– Sua mãe realmente gostou de mim! - Ele afirma.

– Ela gosta de todo mundo. Ah, Nick, não falte segunda, se você não for também não poderei ir. - Ally lhe pede. - Por favor.

Nick sorri com os olhos:
– Okay, eu vou... - Do portão ele vê na janela que a mãe de Ally os observa.

– Tá, tchau. - Ally diz séria e vai fechando o portão.

Nick segura sua mão levemente, aproxima-se e tenta de modo gentil beija-la aproveitando o fato de Sra. Fllower estar vendo, mas Ally vira o rosto, então ele beijar sua bochecha:
– Tchau. - Nick diz sorrindo e confere cautelosamente se a mãe dela está olhando.

Ally fecha o portão e ele vai embora satisfeito com seu jogo. Ao entrar em casa sem expressão sua mãe pergunta torcendo:
– Ele gosta de você ou você gosta dele?

– Não mamãe, claro que não. Nick é um conquistadorzinho, sei que a senhora se encantou, mas não se iluda, só quero ficar longe dele. - Ally coloca Luna no chão e vai subindo as escadas.

– Ally, não fale assim.

– Desculpe mamãe. - Ela responde apenas por educação. - Vou para o meu quarto.

Ally entra no quarto, fecha a porta e liga para Baby:
– Baby? Aff, ele é muito insolente.


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser ouvir a música citada no capítulo esse é o link - https://youtu.be/yWfsla_Uh80



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