Ally: Jogo de Amor escrita por Ella
Quinta, 03 de Setembro.
Ally cochila no hospital sentada no banco e com a cabeça encostada na parede. Ela não consegue dormir e nem comer, está muito nervosa e angustiada, seu pai não se recupera, nenhuma noticia boa chega aos seus ouvidos.
- Ally, Ally! - Nick a chama.
- Nick? - Acorda. - O que está fazendo aqui? - Pergunta sonolenta.
- Eu vim te buscar. Já está de noite, vamos para casa! - Acentua. - Venha! - A levanta.
- Vou falar com minha mãe antes. - Ressalta.
- Ela está com paciente agora, tem uma fila de grávidas para serem atendidas! - Informa.
- Ah! - Torce a boca. - Então vamos, falo com ela depois!
- Ok.
Eles vão para casa, por estar sem trânsito chegam bem rápido. Sophie acaba de colocar a janta, tudo muito saboroso, porém o cheiro não faz bem a Ally. Na cozinha todos se sentam na mesa:
- Ally, coma querida! - Nane pede.
- Eu não tenho vontade! - Esclarece. - Acho melhor me retirar, estou... enjoada. - Comunica receosa. - Desculpem. Com licença! - Se levanta e sai.
Nick fica sem apetite pensando na situação dela, sua preocupação só aumenta. Às 21h45 da noite Ally volta para a cozinha, olha tudo que tem dentro das geladeiras, dos armários, da dispensa, e nada a chama a atenção:
- Não adianta. - Se senta no sofá. - Nada me dá vontade de comer! - Reclama murmurando.
- Vamos tentar! - Nick aparece. - Vou preparar algo e você tenta comer. Ok?
- O problema não é comer, é vomitar. - Relembra.
- Tente Allyson! - Insiste.
- Aish! - Resmunga. - Okay!
Ele faz um cereal com frutas vermelhas e leite. Torce esperançoso, puxa uma cadeira e se senta na frente dela:
- Aqui, tente comer! - A mostra.
Ela faz careta:
- Vamos! - Insiste. - Abra a boca! - Pede.
Devagar ele leva a colher até a boca dela:
- Está bom? - Pergunta a vendo mastigar.
- Está! - Diz com a boca cheia.
- Ok. - Sorri. - Mais uma! - Leva a colher para a boca dela.
Ally mastiga devagar, o sabor é delicioso, mas seu estômago não concorda:
- Abra! - Continua a alimentando.
- Nick, está bom! - Exclama. - Não quero mais.
- Só comeu três colheres, coma mais uma. - Leva a colher.
- Não. - Desvia. - Não quero mais!
- Vamos! - Implora.
- Se eu comer mais vou vomitar! - Frisa. - Está bom!
- Ally! Tente! - Teima.
- Estou tentando, não está vendo?! - Se altera.
- Não está tentando o suficiente. - Diz ríspido.
- Você quer que eu fique comendo forçada e toda vez vomite?! Quer? - Indaga. - Eu... não... consigo comer Nick! Não me force! - Se levanta.
Ele bate a tigela na mesa:
- Só estou tentando te ajudar Allyson! - Levanta. - Precisa comer!
— Eu sei!— Grita. - Eu... - Coloca a mão na boca.
- Não vomite, não vomite Ally! - Pede.
- Não consigo! - Diz correndo até a pia.
Ela coloca tudo para fora com força, tosse dolorido vomitando mais. Ele fecha os olhos lamentando, respira fundo e vai até ela:
- Respire fundo! - Pede. - Não tussa tanto, vai vomitar mais!
Com lágrimas nos olhos ela vomita novamente, coloca água para fora por não restar mais nada dentro do estômago. Ally começa a chorar de agonia. Seu corpo treme de fraco e soluça de dor.
- Não fique assim! - A abraça. - Vai ficar tudo bem! - Tenta confortá-la.
- Eu estou muito fraca Nick! Estou ficando doente! - Soluça temerosa.
- Não. Se acalme! - Acaricia seu cabelo. - Se acalme!
Sexta, 04 de Setembro.
Nick acorda cedo, às 06h20, desce para a sala e vê Ally sentada no sofá lendo. Involuntariamente caminha até ela, a puxa e abraça, fazendo-a se surpreender:
- Bom dia! - A diz atraente.
- Bom dia! - Sente seu cheiro.
Ele a admira por uns segundos e a solta:
- O que vai fazer hoje? - Questiona sério
- Vou a escola. Posso ir com você? - Pergunta doce.
- Eu devia dizer 'não' diante desta pergunta ridícula! - Acentua.
- Hum? - Resmunga.
- Saímos às 12h40! - Revira os olhos. - Tonta! - Resmunga indo até a cozinha.
Na escola ela não diz nada durante um bom tempo, apenas presta atenção nas aulas, até que o intervalo chega. Como costume a área verde é a escolha de Ally para seu refúgio, sentando num banco de madeira perto das flores, ela é visitada pelas meninas; Gaby, Emilly, Jess, e a chata da Letícia:
- Oi Ally! - Gaby diz.
- Oi! - Responde baixo.
- Você está sumida da escola ultimamente! - Jess ressalta. - Aconteceu alguma coisa?
- Hã... Sim! - Informa receosa.
- O que? - Indagam juntas curiosas.
- É problema na família! - Acentua.- Poucas pessoas sabem!
- Hum... - Letícia murmura. - Quem sabe?
- Meus amigos, e minha família! - Frisa.
- Que amigos?! Você não tem amigos! - Ri.
- Ei, deixe ela! - Emilly a defende.
- Eu tenho amigos, tenho a Baby, a Sophie, a Nane e o Nick! - Exclama ingênua.
- Nick?! - Indaga Letícia.
- Sim. - Afirma.
- Aquele Nick? - Aponta para ele que conversa com uns amigos perto das árvores.
- Sim, ele! - Assegura.
- Vocês ficaram próximos mesmo? - Gaby questiona.
- Sim! Ficamos! - Frisa.
- Impossível! - Sublinha Letícia.
- Não. Estou até na casa dele por causa do meu problema. Somos bem próximos! - Detalha.
- Bem próximos?! - Ressalta. - O que acontece entre vocês dois? Se beijam?
- Sim, eu sei que sim! - Emilly se impõe eufórica. - O Nick confirmou isso no dia da cafeteria! - Relembra.
- Confirmou?! - Ally indaga envergonhada.
- Vocês podem já terem ficado, mas serem tão próximos assim, não é possível! O Nick é um conquistador, ele não se rende a sentimentos! - Leticia insiste invejosa.
- Já disse que somos! - Frisa séria.
- Então prove, vai lá e o beije. - Sugere. - Beije o Nick de surpresa, se ele mostrar algum afeto, nós a deixamos em paz. - Informa.
- Eu, eu não posso beijá-lo. Mal estou com vontade comer, imagina beijar. Meu problema está acabando com a minha saúde. - Comunica baixo.
- Ora, pare de bobagens! - Letícia reclama.
- Então o abrace! - Emilly sugere vendo sua palidez. - O abrace, o que acha? Melhor?
- Pode... Pode ser! - Engole seco.
- Então vai logo! - Letícia a puxa. - Se ele te negar, vamos te atormentar para sempre! - A empurra. - Agora vai!
Tensa Ally as encara e começa a caminhar lentamente na direção dele, seu coração está quase parando e suas pernas tremendo descontroladas.
"Calma Ally, é só abraçá-lo. E se ele me empurrar?! Vou voltar. Não! Não posso, elas irão implicar comigo para toda a eternidade!"
Pensamentos angustiantes passam por sua mente, chegando perto dele ela vê como está distraído conversando com Douglas e um colega ao qual não conhece. Sem prestar muita atenção ao redor e focando em Nick ela o abraça, surpreendendo tanto as meninas, os amigos dele e ele. Nick não sabe o que acontece, mas Ally o abraça tremendo. Ela está tensa e temerosa com a reação dele, e diferente do que imagina, Nick a aperta doce:
- Vamos deixar eles sozinhos! - Douglas chama pelo colega.
- Ok. - Os dois saem.
Nick se pergunta o que aconteceu para ela o surpreender assim:
- Pode me dizer o que houve para você chegar me abraçando? - Questiona sentindo seu cheiro.
- As meninas, elas... - Gagueja.
- O que tem elas? - Indaga.
- Elas não acreditaram que somos próximos e mandaram eu provar tal fato. - Conta envergonhada.
- E você ficou com medo de me abraçar? - Pergunta sorrindo.
- Aham! - Esconde o rosto no ombro dele constrangida.
- Elas estão olhando para nós? - Pergunta.
- Estão! - Resmunga.
- Então vou mostrar a ela nosso grau de aproximação! - Ressalta conquistador.
- Hã?
Ele a abraça forte segurando na cintura, levanta Ally do chão fofo e gira bobo:
- Nick! - Ela sorri doce com ele a girando.
- Acho que já está bom! - Para sorrindo.
- Sim! - Sorri ofegante.
- Agora vamos ao refeitório! - Pega na mão dela. - Estou com fome! - A puxa.
- Okay!
Os dois vão para o refeitório e passam na frente das meninas. Elas ficam perplexas com a cena, apenas Emilly pula de euforia vendo Ally e Nick juntos.
No refeitório Nick tenta convencer Ally a comer:
- Tente comer algo, não ingere nenhum alimento desde ontem, quando vomitou. No café na manhã nem entrou na cozinha, e no almoço nem pegou o prato! - Relembra.
- Eu não quero vomitar na escola. Estou bem! - Ressalta. - Vou esperá-lo aqui!
- Está bem! - Resmunga. - Volto já!
- Okay! - Sorri.
Ela fica parada em frente a cantina, todos passam por ela mas costumeiramente é como se fosse invisível. De repente a visão de Ally escurece e ela impulsiona cair:
- Ally! - Douglas a segura.
- Douglas! - Resmunga fraca.
- Se sente aqui! - A leva para as mesas.
- O que houve? - Nick pergunta por ver a cena. - Desmaiou de novo?
- Quase! - Douglas responde.
Nick respira fundo preocupado:
- Pode ir comprar seu almoço, eu fico aqui com ela! - Exclama.
- Pode ir! - Ally diz vendo o olhar de Nick para ela. - Vá!
- Ok. - Suspira e anda até o balcão.
Enquanto isto Douglas conversa com Ally, ela lhe conta do pai e de que está muito afetada com tudo, não consegue comer nem dormir. Nick aparece com seu almoço e coloca a bandeja na mesa:
- Coma um pedaço de queijo. - Pede para ela.
- Não, obrigada. - O vê a encarando. - Não insista Nick! - Exclama.
- Ok. - Se senta aborrecido.
O celular dela apita, o pega e vê uma mensagem de sua mãe:
"Mamãe:
Filha não vou poder jantar hoje com vocês. O pulmão de seu pai quase parou, ele está fazendo uma cirurgia de risco, dura 5 horas.
Vamos ter fé! Ele vai ficar bem!"
Ally cai no chão transtornada e começa a vomitar intensamente:
- Ally! - Nick vai até ela desesperado. - Ally! - A chama horrorizado com o que vê.
Ela vomita sangue, sem mais nada restando no estômago, sua garganta rasga e dói profundamente; todos se juntam ao redor espantados:
— Papai!— Ela chora fora de si.
- Ally, venha! - Ele a pega no colo.
- Vai, tira ela daqui. A leve para o hospital! - Douglas manda preocupado. - Eu cuido de tudo!
- Obrigado Doug! - Nick agradece e sai correndo com Ally nos braços.
No hospital o médico a medica e examina:
- Ela não pode ficar sem comer, mas agora também não pode comer nada muito duro ou ácido. - Esclarece Caio. - Ally, o que acha de ficar internada?
- O quê? - Indaga assustada.
- Por um tempo, até seu corpo voltar ao normal. Está muito fraca! - Ressalta. - Pode desmaiar a qualquer momento!
- Eu não quero preocupar mais a minha mãe! - Se levanta. - Eu vou para casa! - Sai zangada.
- Ally! - Nick a chama. - Desculpe Dr. Caio.
- Vai atrás dela logo. - Manda.
- Ok. - Sai.
— Não esqueça de dar as vitaminas dela!— Grita o vendo correr no corredor.
Em casa ela toma banho, se senta no sofá e fica vendo TV sozinha. No jantar não aparece na cozinha, e nem em outro momento da noite. Às 23h20 Nick aparece e se senta ao lado dela:
- Que canal é este? - A pergunta.
- É o H&H. - Informa receosa com tudo o que aconteceu.
- Hum.
Às horas vão passando e ela começa a cochilar sentada, ele observa calado:
- Deite a cabeça no meu ombro! - Sugere.- Se você adormecer te levo para o quarto! - Comunica.
- Obrigada! - Ela agradece e apóia a cabeça.
Em segundos Ally dorme, ele a admira tenso, sua saúde está sendo prejudicada. A preocupação só o atormenta mais.
Como disse Nick a pega e leva para o quarto quando decide dormir. Deitando-a na cama, ele se senta ao seu lado a acariciando:
- Não sei o que fazer! - Conta murmurando. - Está na cara que estou com medo, pavor e preocupação. Ally, seja forte minha garota! Vivo apavorado, pensando na infeliz possibilidade de te perder! - Revela enamorado. - Durma bem! - Beija sua testa e sai.
Sábado, 05 de Setembro.
Após rejeitar o café da manhã, o almoço, os lanches e o jantar Ally tomba pela casa totalmente fraca. Sophie, Nane e Nick transbordam aflição e preocupação:
- Não colocou nem um copo de suco na boca hoje, apenas água! - Nick relembra à ela na sala.
- Desculpe, estou ... - Gagueja rouca com dor na garganta.
- Sem fome, sem apetite, sem vontade. - Completa irritado. - Eu sei Ally! Eu sei.
- Vou tomar banho. - Diz tensa.
- Eu te ajudo a subir a escada. - Acentua.
Ele a leva no colo até em frente ao banheiro, ela entra e ele vai para o quarto esperá-la banhar-se. De repente um barulho muito alto se ouve vindo do banheiro, Nick, Sophie e Nane correm para ver o que aconteceu:
- Ally, o que houve? - Nick chama alto. — Allyson? Allyson?— Bate na porta forte.— Allyson?!— Grita. - Se afastem! - Ele chuta a porta quebrando a fechadura.
Nick entra correndo no banheiro, a vê desmaiada nua dentro do box e o chuveiro ligado. Ele abre a porta, desliga o chuveiro com um só giro e a pega no colo:
- A leve para o quarto, rápido! - Sophie manda angustiada.
Ele a deita na cama tenso:
- Pegue um lençol para cobri-la. - Pede Sophie.
- Ok. - Abre o guarda roupa, pega um edredom e a cobre.
- Ally, acorde querida! - Nane chama.- Vamos filha, acorde!
Devagar Ally começa a despertar:
— Nane? Sophie? O que houve? Por que as expressões assustadas? - Questiona confusa. - Nick, por que está tão pálido?
Ele a encara ofegante e sai do quarto batendo a porta:
- O que aconteceu? - Se levanta e o lençol cai. - Por que estou nua? - Sobe o lençol envergonhada.
- Você nos deu um grande susto Ally! - Sophie exclama se sentando ao lado dela.
Depois de a explicarem o que aconteceu no banheiro, Ally desce para a cozinha pois a convencem a tentar comer:
- Coma um pouco deste mingau querida! - Nane pede.
- Está bem! - Ao sentir o cheiro embrulha o estômago. - Não consigo!
- Allyson, coma! - Nick diz grosso.
- Eu não consigo! - Olha para ele séria.
- Se você não comer vou te internar naquela droga de hospital! - Ressalta alterado.
- Filho, se acalme! - Sophie pede.
- Essa do banheiro foi a gota d'água. Está desmaiando, vomitando sangue, perdendo a consciência repentinamente. Coma esta porra de mingau! - Empurra a tigela no peito de Ally.
— EU NÃO CONSIGO!— Grita quase chorando.
— Aaah!— Grita e joga a tigela no chão.
Ally se assusta com ele:
- Vai morrer de fome!— Grita furioso.
- Me perdoem! - Ela se levanta da cadeira. - Eu estou atormentando a vida de vocês, me tornei um fardo ridículo e inútil. Me perdoem por ter me tornado este peso de problemas! Me perdoem! - Chora. - Desculpem, me desculpem! - Sai da cozinha correndo.
- Nick! - Sophie o chama a atenção. - Se a Ally conseguisse ela comia, a culpa não é dela! - Grita. - Vai atrás da Ally, agora! - Manda.
- Aish! - Sai da cozinha e vai para a escada na sala.
- Aonde vai? - Sua mãe o questiona - A Ally está lá na varanda! Vai atrás dela!
- Neste frio!? - Indaga e sobe.
Na varanda Ally chora tremendo de frio, a neve cai em flocos branquinhos e macios. De cabeça baixa ela sente algo nas costas, olha para cima e vê que Nick a cobre com um edredom:
- Posso me sentar com você? - Pergunta já calmo.
Ela não o responde e volta a olhar a neve séria; ele suspira arrependido:
- Ally, me desculpe! - Pede e toca seu rosto.
Ela treme e o olha:
- A preocupação está me atormentando, só quero que fique bem, não aguento mais te ver desmaiar e vomitar. Seu corpo está fraco e frágil. É agoniante a ver assim! - Explica doce. - Desculpe, não quis ser rude com você! Só quero te ajudar! - Detalha. - Você não é um fardo Ally, você não está atormentando as nossas vidas. Nos preocupamos porque a adoramos, não se julgue assim. Desculpe por fazê-la pensar daquela maneira!
O admirando encantada ela o abraça inesperadamente:
- Me desculpe minha garota! - A abraça quente.
Ally passa o edredom por trás de Nick para aquecê-lo, os dois ficam sentados no batente da varanda admirando a nevasca:
- Quer entrar? - Ele a pergunta meigo.
- Humhum, não. - Diz baixo.
Ela deita a cabeça no ombro dele e se aquece em seus braços.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!