Ally: Jogo de Amor escrita por Ella
Nick leva Ally para a casa dele novamente, no caminho ela fica muito calada, encostada com a cabeça na janela olha a rua sem expressar qualquer emoção. Chegando Sra. Blacker e Nane os recebem:
– Oi querida! - Exclama Sra. Blacker.
– Olá. - Ally cumprimenta calma.
– Está tudo bem querida? - Pergunta preocupada.
– Aconteceu alguma coisa? - Indaga Nane.
– Não, estou bem. - Sorri de leve.
– Nick, você fez alguma coisa com a Ally? - Questiona sua mãe.
– Eu? Não! - Frisa surpreso. - Ela já estava assim no caminho.
– Estou de olho em você! Ela estava muito bem hoje cedo! - Sua mãe informa.
– Ele não fez nada. Estou bem! - Sorri meiga.
– Ok. - Conclui.
– Mãe, eu vou sair daqui a pouco, não sei que horas vou chegar. - Nick diz subindo a escada.
– Sair? - Ela tem uma ideia. - Para onde vai?
– Vou encontrar uns amigos no Vale Café! - Responde.
– Espere. - Pede e se dirige a Nane. - Mãe, o que acha de Ally sair um pouco? Faria bem a ela, não faria?
– Sim, seria bom para ela se alegrar um pouco. - Diz pensando igual a Sophie. - O que acha querida? Gostaria de sair um pouco? Acho que conversar com seus amigos ajudaria a te deixar mais alegre! - Explica para Ally.
– Bem, se a senhora acha que me ajudaria, então... - É interrompida por Sra. Blacker.
– Então está feito. Nick, Ally vai com você. - Diz sorridente.
– Ok, saio em uma hora. - Ele responde sério sem olhar para trás enquanto sobe a escada.
– Venha querida, você tem uma hora para se arrumar! - Exclama Sra. Blacker.
– Me arrumar? Não trouxe roupa! - Diz confusa enquanto a puxam pelo braço na escada.
– Ora, não se preocupe, nós temos!
– Eu guardo algumas roupas de quando Sophie era adolescente. - Comenta Nane. - Sente e escolha! - Ela abre um guarda roupa no quarto com vários vestidos, Ally se encanta.
Uma hora depois Nick espera na sala:
– Aff, cadê ela? - Resmunga irritado.
Enquanto isso conversa com Douglas:
"Douglas:
Estou chegando, onde você está?"
"Nick:
Na minha residência. Confirmou se as meninas vão?"
"Douglas:
Sim, já chegaram.
Não demore."
"Nick:
OK."
De repente ele ouve passos na escada e olha, Ally aparece com um vestido preto de renda com alça fina curto, uma bota cano curto preta fosca, um cachecol azul de tricô e uma touca roxa também de tricô, usa um batom vermelho fechado, lápis preto embaixo dos olhos, delineador e blush. Ele sorri leve e ela desce apressada junto à Sra. Blacker e Nane:
– Desculpe a demora, não decidíamos que bota eu usar. - Ela se explica intimidada.
– Típico. - Responde sério. - Vamos, estamos atrasados!
– Okay. - Diz. - Tchau Nane, tchau Sophie. - As abraça. - Obrigada! - Sorri.
– De nada querida. Divirtam-se! - Exclama Sra. Blacker.
Os dois vão para o carro e seguem caminho, Ally em silêncio aparenta agoniada e receosa:
– Não se preocupe, suas amigas já estão lá. - Ele diz sério com uma mão no volante olhando para a rua.
– Amigas? - Ressalta.
– Sim, Jessy, Gaby e Emilly. - Responde.
– Ah! - Continua estranha. - Quem vai estar lá além delas?
– O Douglas e sua namorada Carina, suas amigas e uns amigos meus, Matheus, Robert e Thomás.
– Hum. - Resmunga.
Eles chegam 30 minutos atrasados, são os únicos que faltam. Ela desce do carro e os avista na mesa pelo vidro:
– Elas estão tão bonitas! - Cochicha.
– Agora só falta você estar com crise de baixa auto-estima. - Reclama grosso andando na frente.
– Hã!? - Ela resmunga.
– Você é linda e muito atraente Allyson, e hoje está 10 vezes mais! - Ele acentua sem olhar para trás.
Ela para e fica o encarando de costas, está confusa com o que ele acabara de dizer:
– Vai ficar aí? - Ele a questiona com as mãos nos bolsos.
– Estou indo. - Acorda do transe.
Assim que eles entram no salão todos da mesa param e os olham entrar, lado a lado:
– E ai Douglas?! - Nick diz o cumprimentando.
– E ai cara?! - Se cumprimentam.
– Olá Ally! - As meninas dizem sorrindo.
– Olá! - Ela sorri leve.
– Se sente aqui! - Diz Jessy.
– Está bem.
Ally se senta junto das meninas e Nick junto com os amigos. Thomás começa a olhá-la disfarçadamente, sem ninguém notar, a não ser Nick. Passado algum tempo Ally parece estar conversando forçada, sem interesse, e quando ninguém se dirige a ela permanece calada, batendo as unhas na mesa:
– Está na hora do Coffee Pump! - Grita Robert do nada.
Todos da mesa fazem barulho:
– O que é Coffe Pump? - Pergunta Ally avoada.
– É um café super cafeinado. É uma explosão de energia! - Responde Thomás eufórico. - Você devia tomar!
– Não, obrigada. - Ela agradece e silencia.
A maioria pede o Coffe Pump, menos Ally; ela fica observando tímida Emilly e Gaby brincando uma com a outra, sorri levemente e abaixa a cabeça lamentando:
– Tome! - Uma voz meio rouca diz na sua frente.
Ela levanta a cabeça:
– Faz um tempo que você não come algo! - Nick assegura.
– Como sabe disso!? - Questiona surpresa.
– Bem, você não comeu nada durante o intervalo na escola, também não comeu nada durante a aula, sei disso porque somos da mesma sala, no caminho até em casa também não comeu nada e nem durante o tempo que estava lá. Posso afirmar que já faz um tempo que não ingere um alimento. Tome esse café Allyson, ele é suave, tem um pouco de chocolate, não é igual ao Coffe Pump. - Explica.
– Estou sem fome. - Reclama.
– Eu sei, se estivesse com fome já teria comido. Tome esse café, a cafeína te dará energia até em casa, mas você precisa se alimentar. - Ele deixa a xícara na mesa e vai se sentar com os amigos.
Ela fica mexendo o café com a colher apenas passando o tempo, distraída olha para o lado e vê um rapaz na mesa vizinha a olhando, ele sorri malicioso e passa a língua na boca, ela volta a vista para a xícara tensa, o olha novamente e o vê mordendo a boca vindo em sua direção, então se levanta, pega a xícara, anda e se senta numa cadeira do lado de Nick:
– O que foi? - Ele pergunta a vendo sentar perto dele.
– Nada. - Diz tensa e baixo.
Ele passa a vista ao redor e vê o rapaz a olhando descaradamente passando por trás deles. Nick sorri e puxa a cadeira dela para mais perto dele, Ally levanta a vista:
– Não precisa ter medo dele, é um palerma. - Acentua enquanto toma seu Coffe Pump. - Está segura aqui!
O olhar dos dois se cruzam, e algo acontece ali, como se o tempo tivesse parado e só eles estivessem no tempo certo, Ally sente uma grande vontade de o beijar mas por um impulso se levanta e senta mais afastada, fazendo o tempo voltar ao normal. Notam o clima entre eles, fazendo a curiosidade expandir rapidamente:
– O que vocês dois tem afinal? - Questiona Thomás.
– É verdade, esses dois às vezes chegam juntos na escola, quase sempre vão embora juntos e hoje vieram junto para cá. Tudo juntos, nos digam o que os dois pombinhos tem! - Insinua Emilly.
– Isso não é dá conta de vocês. - Nick diz frio vendo Ally calada.
– Não seja grosso Nick. - Douglas reclama abraçado com Carina. - Apenas responda.
– Obrigado Douglas! - Ironiza Thomás. - Algo vocês tem, no dia que o Sidney a derrubou do skate você quis matá-lo, e ela subiu nas suas costas sem nem hesitar, parecia até bem confortável!
– E no dia da chácara vocês ficaram sozinhos por um tempo, enquanto estavam perdidos, e depois você a levou para o quarto de madrugada, disse que o professor ia brigar com ela se a achasse fora do quarto, eu achei bem suspeito! - Gaby ressalta relembrando.
Ally o olha na hora, sempre se perguntou como foi parar em sua cama àquele dia:
– Ah, e semana passada, terça-feira você me ligou para saber de Ally, não me disse o que tinha acontecido, mas pareceu um tanto preocupado! - Exclama Emilly.
– Esses dois estão escondendo algo de nós, com certeza estão juntos! - Assegura Matheus.
– Ora, fiquem quietos. - Nick reclama ríspido. - Vocês não sabem o que estão falando, nós não estamos juntos.
– Olha, tem 3 opções, namorados, amigos e ficantes. Escolham uma, ou não os deixaremos em paz. - Thomás joga sujo.
– Ok, nós somos...
– Conhecidos, somos conhecidos. - Ally se impõe. - Estou fazendo consultas com a avó dele, por isso estamos mais próximos ultimamente. Nada além disso. - Assegura e levanta.
Vendo ela se afastando o questionam novamente:
– Ora, vamos Nick, nos conte. - Insiste Robert.
– Ela está certa. - Afirma.
– Ah não. - Lamenta Emilly. - Diga que vocês já se beijaram, já se beijaram não foi!? Diga que sim. Diga! - Torce esperançosa.
– Sim. - Ele conclui e vai atrás de Ally.
Na mesa ficam surpresos com a resposta dele. Ally está no balcão, ele chega por atrás com as mãos nos bolsos em silêncio:
– O que veio fazer? - Pergunta de repente.
– Não sei. - Ela o olha. - Nada me interessa aqui. - Volta a mesa e se senta.
Em seu lado esquerdo tem umas cadeiras vazias, o que a afastam de Douglas e Carina, no lado direito tem Thomás, Matheus, Nick e Robert, e na sua frente as meninas. Depois de um bom tempo ela finalmente toma o café que ainda está quente, sente algo esquentando sua coxa, olha para baixo e vê uma mão:
– Olá. - Thomás diz irônico.
Ele é um rapaz bonito de cabelo castanho curto, pele branca e sardas nas bochechas, porém é o tipo de pessoa que se nota algo ruim por dentro. Ele passa a mão na perna dela, até que Ally a tira séria:
– Não precisa se fazer de difícil, eu sei que não tem nada com o Nick. Vamos nos divertir Ally. - Ele volta a mão e aperta a coxa um pouco acima, por baixo do vestido. - Vamos fazer loucuras!
Ela se levanta e senta mais afastada, Nick que estava distraído conversando vê expressão de tristeza e incômodo nela. Começa a tocar Sparks Fly da Taylor Swift, Ally começa a cantar baixo, pega o celular e manda uma mensagem:
"Ally:
Baby? Baby, onde você está?"
Não recebe uma resposta, começa a enviar várias mensagens, a última diz:
"Ally:
Baby. Baby preciso de você, não me abandone logo hoje."
– O que aconteceu Allyson? - Nick pergunta sentando ao lado.
Ela guarda o celular:
– Nada, está tudo bem. - Diz escondendo o rosto.
Ele puxa o rosto dela e vê os olhos cheios de lágrimas:
– Pare de mentir pra mim, você não está bem. Me diga o que aconteceu. - Insiste.
– Eu... eu... - Ela não consegue falar, pega a bolsa e sai para a varanda da cafeteria.
Logo depois dela ele se levanta a seguindo:
– Vamos, agora me conte.
– Quer que eu fale o que? O que está acontecendo? Está acontecendo que essas pessoas ai dentro não são meus amigos, são seus amigos e minhas colegas. Eu só tenho uma amiga Nicolas. - Ela fala num tom alto.
– Então você veio por quê? - A questiona.
– Porque eu não quis fazer desfeita com sua mãe e a Nane. Elas pareciam tão felizes por me ajudar, e eu também achei que me alegraria sair, mas não funcionou. - Ressalta.
– Você estava muito bem hoje cedo, estava rindo com elas na cozinha e depois foi tirar a neve. Aconteceu alguma coisa para te deixar desse jeito. - Insinua.
– Hoje... Hoje faz 12 anos que conheci a Baby, desde que nos conhecemos nunca nos separamos. - Ela levanta o rosto, os olhos estão vermelhos. - Ela me mandou uma mensagem falando sobre isso na escola, e... não consigo falar com ela. A saudade que sinto está aumentando mais, ela é a única pessoa que me entende, que me conhece, sabe o que quero melhor do que eu, e eu... eu quero ela aqui, minha única amiga de verdade, não alguém que mente nas minhas costas ou fala mal de mim. - Lágrimas caem e escorrem pelo rosto. - Eu quero minha melhor amiga do meu lado.
– Ally! Se acalme. - Ele pede tenso por a ver chorando.
– Estou calma, tão calma que vou embora. - Frisa.
– Embora!? Vamos entrar, você vai pensar melhor lá dentro. - Ele tenta convencê-la.
– Não, eu não vou entrar lá. As meninas estão falando besteira, e o Thomás fica me assediando. Eu vou embora, com ou sem você. - Diz rápida e sai caminhando.
Parado sozinho ele franze a testa:
– Assediando!? Não pode ser. Aquele imbecil! - Resmunga irritado.
Com raiva Nick volta a mesa, levanta Thomás pela camisa:
– O que você estava fazendo com a Ally? Diz, AGORA! – Grita enfurecido.
– Ora, por que está preocupado em saber!? Pelo o que você mesmo disse, Ally não tem nada com você, está livre para mim. Posso agarrá-la, beijá-la, transar com ela e lamber todo o corpo, e isso não será da sua conta, e com aquele corpo... se dá pra fazer muitas coisas! - Ele sorri malicioso.
Nick o joga e acerta forte seu rosto com um soco:
– Você não tem escrúpulos! - Frisa insensível e sai.
Andando pela rua sozinha Ally sente medo e frio, não está usando casaco, está apenas com o cachecol por isso todo o corpo gela. Um carro se aproxima na rua deserta, ela receia e o coração acelera, o vidro abaixa:
– Entre!
Ela o olha séria, não sai do lugar:
– Vai ficar ai Allyson? - Indaga frio.
Abre a porta e entra. No caminho Nick não diz nada, observa algumas lágrimas aleatórias escorrerem pelo rosto dela. Ally não se despede dele quando chega, desce do carro e entra em casa. Vai direto para o quarto e seu celular toca:
– Baby. - Atende chorando.
– Oi Ly, me desculpe, estava sem bateria! - Ela informa tensa.
– Baby, eu... sinto muito a sua falta. - O choro aumenta.
– Ly, eu também. Hoje foi o dia que a saudade mais martelou. - Baby tenta se manter lúcida mas a dor vai crescendo.
– Eu preciso de você! - Soluça.
– Oh meu amor, me desculpa. - Chora. - Meu pai disse que ainda não dá para mim ir te visitar.
– Você... Você é minha irmã!
Ally cai na cama e chora sem parar acompanhada de soluços.
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