-Ai, Sesshou, ainda tá namorando com aquela Kagura? - Kouga perguntou descontraido, enquanto bebia um copo de refrigerante. Só estavam ele e Sesshoumaru naquela mesa. 

-Nós nunca namoramos de verdade. E faz meses que eu não a vejo. - Sesshoumaru respondeu com a simplicidade de sempre. - O que você acha da Kagome? 

Kouga deu um leve suspiro

-Me amarro nela, mas já percebi que essa eu perdi. Então vou  ter que me acostumar a ser só o melhor amigo mesmo. Vocês já se conheciam? 

-Sim. Antes de eu saber que ela estudava com o  meu irmão. 

-Uhn. Sabe, a Rin também é bem bonitinha. Quem sabe não consigo alguma coisa. - Kouga havia percebido os olhares do amigo e adorava provocá-lo.

-Claro. - Sesshoumaru estava abalado, Kouga pode perceber. 

-Mas... Olha ainda existe aquele código de amigos. Se você tiver gostando dela, eu nem chego perto!

Sesshoumaru fez uma careta. Era tudo o que Kouga precisava. 

-Há, há! Eu sabia! Você gostou da pequenininha! - Kouga ria como uma criança enquanto dava tapinhas no ombro do amigo.

-Feh, ridículo. Mal a conheço. E você consegue me ver gostando de alguém? Se você quiser, fica com ela. Não me interessa nada. - Sesshoumaru saiu da mesa, deixando Kouga para trás.

-Ah, Sesshoumaru, você não me engana. Te conheço a muito tempo pra perceber quanto tem algo a mais acontecendo! - Kouga falava para ele mesmo, como se bolasse um plano maligno. 

-Com licença, pra onde o Sesshoumaru foi? - perguntou uma voz feminina por trás de Kouga

-Não faço idéia. Quer ver se ele está no meu bol...- Kouga pretendia ser ignorante. Já estava cansado das garotas naquela festa que só chegavam nele para perguntar sobre Sesshoumaru. Mas ao ver a garota ruiva em quem tinha reparado no inicio da festa, mudou o humor rapidamente. - Acho que ele foi beber alguma coisa. Ou fugir de mim. - agora ele sorria, junto com a garota.

-Há, há, as vezes ele também fugia de mim.

-Da onde vocês se conhecem?

-Fizemos um estágio juntos a algum tempo. Sou Ayame. 

-Ah. Sou Kouga, prazer. 

-Prazer. Posso sentar aqui? - Ayame perguntou, indicando a cadeira vaga ao lado de Kouga. 

-Ah claro! 

Talvez aquela festa não iria ser tão ruim quanto Kouga previu. Pelo menos não enquanto Ayame estivesse ali com ele.

-Ah, parece que tá todo mundo se dando bem hoje! Eu e a minha Sangozinha, o Inu e a Kag, o Kouga e aquela ruivinha... - dizia Miroku, que abraçava Sango por trás. 

-Falta só você, Rin. - Sango sorria. Estava feliz pela festa maravilhosa, por estar ali com Miroku e por ter ajudado os amigos a finalmente se entenderem.

-É verdade! Garotos olhando pra você é o que não falta, Rin. - Miroku e Sango pareciam ser feitos um para o outro. Ambos adoravam constranger os outros.

Pelo menos Rin, que estava tão corada quanto um pimentão. Odiava ser foco de atenção. Odiava saber que os garotos olhavam para ela. 

-Queria ser uma pulga bem pequenininha agora. - Rin disse baixinho. 

-Olá. - aquela voz grave fez Rin se arrepiar e dar um pulo de susto. 

-Sesshoumaru! Oi! - Sango sempre tinha esse jeito alegre.

E também um dom perceptivo. Pode notar o desconforto entre Rin e Sesshoumaru. 

Então sorriu e mordeu o lábio inferior, já pensando no que poderia fazer a respeito daquilo. 

Era um casal não muito provável. Mas quem sabe, poderia dar certo. 

-Tá curtindo a festa do seu irmão? - perguntou Sango

-Não tanto quanto você e Miroku. - Sesshoumaru abriu um pequeno sorriso.

-Ah, quero me divertir mais. Mi, vamos dançar?

-Ahan, vamos! - Miroku não sabia o que Sango planejava, mas mesmo assim concordou com ela. Se ele quisesse ficar vivo, era o melhor a se fazer.

Assim Sango e Miroku foram dançar, deixando Sesshoumaru e Rin pra trás.

Ambos estavam sem graça,  tentando encontrar algo para dizer. Sesshoumaru sempre foi seguro de si, e sempre soube agir com as garotas, mas aquela menina, Rin, a pequena Rin era diferente. Ele podia sentir. E isso o apavorava. O que ele iria fazer? 

-Então, Rin...

InuYasha apresentara Kagome a grande parte das pessoas na festa. A garota corava quando ele pegava em sua mão. Era estranho estar tão próxima assim de alguém de novo e se sentir tão bem. Não tinha medo e nem insegurança quando estava com InuYasha. Kagome estava feliz, como não ficava a muito tempo. 

-Kag. - chamou InuYasha  com uma voz suave, enquanto a puxava para um lugar mais reservado. 

-Oi?

-Eu queria te agradecer por isso. 

-O que? 

-Estar aqui com você é o melhor presente que eu podia receber. 

Kagome sentiu seu rosto corar. 

-Ér...

-Eu sei que tem muita coisa que você ainda não me contou. E que talvez eu vá ter que esperar muito tempo para saber o que você esconde tão bem. Mas, Kag, eu aceito tudo isso, porque eu nunca senti isso que eu sinto por você antes. Com ninguém. Nem com a Kikyou. Eu gosto dela, mas é diferente. E eu estou apaixonado por você.

Kagome digeria aquelas palavras com dificuldade. Seu corpo e mente gritavam por InuYasha, mas alguma coisa nela ainda a fazia ter medo. Medo por tudo o que ela já havia passado.

-Fala alguma coisa. Por favor. - a voz de InuYasha era um sussurro. TInha dito tudo o que sentia por Kagome, mas ela continuava muda e nem sequer se movia.

Kagome não poderia deixar essa chance escapar. Também sentia algo muito forte por InuYasha. Talvez forte o suficiente para vencer a luta que ela travava diariamente com a própria consciência.  Um dia ela teria que superar e deixar toda aquela história de terror para trás. Pelo bem de sua sanidade. 

-Quer namorar comigo? - essa era a última tentativa de InuYasha. Nunca havia sido tão paciente assim com uma garota. Mas sentia que não devia pressionar Kagome.

-Ahan. - Kagome falou tão baixo que nem ela mesma conseguiu ouvir. 

-Que? 

-Sim. Quero! - Kagome pulou em cima de InuYasha e o abraçou. Ele retribuiu o gesto, dando um longo suspiro. Finalmente seu tormento chegara ao fim. 

Então eles se separaram para poder olhar nos olhos um do outro. Os olhos de InuYasha brilhavam e o de Kagome estava cheio de lágrimas. 

Eles se aproximaram mais para selar o compromisso que haviam acabado de afirmar. 

InuYasha mudou de idéia. Aquele sim era o melhor presente de aniversário.