Magic escrita por Paul


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Quando você achar que seu dia não pode piorar, ele vai achar um jeito de piorar.



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A aula passou terrível lenta. Cada segundo parecia uma verdadeira eternidade.
Quando o sinal finalmente tocou, meu cérebro explodia de dor e parecia que eu estava chorando, de tantas lágrima que caíram após cada bocejo.
– Eu preciso dormir. - disse enquanto me levantava.
– Se você quiser, podemos falar que você passou mal e eu tive que te levar pra casa. - disse Vinicius me encarando.
– Como é? Perguntei confuso, minha mente não estava funcionando direito. Que morte trágica.
– Isso que eu acabei de falar - disse ele corando.
– Não posso perder meu segundo dia de aula. - murmurei. ~ Que oferta tentadora.~
– Pode sim, é um dia, não o mês inteiro.
– Que coisa feia Vini. - disse Stelar parecendo chocada. - Ficar incentivando o garoto a matar aula.
– Isso, eu não vou matar aula pra ir dormir. Eu tenho a tarde toda pra isso.
– Não, não tem - disse Vini enquanto saiamos da sala.
– Por que não? O encarei confuso.
– Vou te levar a um lugar.
Troquei um breve olhar com Stelar.
– Então ta né. - Parei antes de descer o primeiro degrau da escada.
Um vento frio varreu o corredor, o cheiro de podridão dominou o ar.
– Nossa Vini - disse Stelar torcendo o nariz. - Você ta podre.
– Ei, não fui eu - disse ele corando.
Ambos olharam para mim.
– Não me olhem assim, não fui eu.
A temperatura parecia esta caindo a cada segundo. Cada pelo do meu corpo começou a se arrepiar.
Então algo estranho começou a acontecer. Era como se as paredes estivessem descascando, como se fossem peles podres caindo ao chão. Os alunos começaram a parar de se mover, até ficarem completamente parados.
– Paul, o que é isso? Perguntou Stelar.
– E..eu não sei. - deixei meus livros caírem, estes deslizaram escada abaixo.
– O que ta acontecendo? Perguntou Vini me olhando. - Por que estão todos parados, e por quê as paredes estão se destruindo, ou sei lá o que é isso.
– Paul! Gritou Ismael aparecendo de uma sala no fim do corredor. Eles deslizou no chão até parar ao meu lado.
– Mael, o que ta acontecendo? Perguntei o impedindo de cair.
– São elas. - respondeu ele ofegante.
Vini olhou Mael de cima a baixo e torceu o nariz.
– As bruxas? Perguntei, enquanto um arrepio subia pela minha espinha.
– Sim, mas tem algo errado.
– Do que vocês estão falando? Perguntou Vini se aproximando, ele parou ao meu lado, em uma pose defensiva. Se não fosse pela situação, eu até teria achado fofo.
– Prometo que depois eu explico tudo - respondi forçando um pequeno sorriso.
– Podemos dar o fora daqui? Perguntou Stelar. Ela esfregava os braços, tentando aquece-los .
– Ela ta certa - disse Ismael. - Isso não são as mesmas bruxas de ontem. Tem algo de podre nessas, como se elas estivessem repletas de Trevas.
– Que ótimo - murmurei revirando os olhos. - Bruxas das trevas, era só o que faltava.
Me virei pronto para descer a escada. Mas algo me impediu, eu não sei como explicar, em um segundo eu estava com um pé no degrau, e no outro, eu estava voando pelo corredor.
Senti meu corpo se chocar contra algo duro, algo inundou minha boca, com o gosto de cobre. ~ Não, eu nunca provei cobre, mas acho que seu gosto seria assim.~
– Paul? A voz parecia distante demais para saber quem era.
Abri os olhos, o mundo parecia um pequeno tornado, de tanto que girava. Tudo estava meio turvo.
– Ele bateu a cabeça - disse uma voz feminina. Stelar, com certeza.
Apoiei os braços no chão e tentei me levantar.
– Ei, calma - aquela era a voz de Vini, com toda a certeza. Ele segurava meu braço esquerdo.
– Vamos ajudar você a levantar. - disse Ismael, sim era ele segurando meu outro braço.
~Se eu fosse uma garota, essa história até seria legal e engraçada, e até faria mais sentindo, mas deixa pra lá.~
Eles me levantaram, e alguém passou o braço por minha cintura.
Como uma câmera de vídeo, minha visão entrou em foco.
As paredes não estavam mais lá, era como se elas tivessem sido pintadas de uma tinta invisível. O chão parecia ser feito de pedra, com várias rachaduras. As luzes no teto estavam piscando.
– Vocês não vão embora. - as vozes ecoaram por todos os lados.- Precisamos de seu sangue. - elas pronunciaram essa última palavra, como se fosse algo precioso.
– Sangue. Matar!!!
Algo parecido com uma sirene, começou a soar por todos os lados. Me soltei de Vini e Ismael, caindo de joelhos, levei as mãos aos ouvidos, os tapando com força. Levantei a cabeça, vendo que meus amigos faziam o mesmo.
– PARA! Gritei com força.
Então, aquilo que deveria ser as portas das salas, começaram a explodir para o lado de fora, voando em nossa direção.
– AHH! Olhei para cima, enquanto tudo voltava ao normal.
Todos no corredor se viraram e nos encararam, completamente chocados.
Tudo voltou a girar, enquanto minha visão escurecia.
– Ele ta tendo uma convulsão - Gritou Stelar.
Sabe aqueles sonhos lúcidos? Eu estava em algo parecido com um. Eu não enxergava nada, mas conseguia ouvir tudo.
Meu corpo inteiro tremia, minha cabeça parecia pesada demais.
– Ajudem aqui. - Gritou Stelar, enquanto alguém me segurava no colo.
– Relaxa, vai ficar tudo bem. - a voz de Vini preencheu o ar, repleta de preocupação. - Chamem o irmão dele.
Meu corpo começou a se acalmar, ou meus nervos haviam parado de funcionar e eu havia perdido os sentidos.
– Acho que a enfermaria ta vazia. - disse Stelar.
– Ta, okay. - senti algo líquido pingando sobre meu rosto.
Um longo tempo se passou. Era meio difícil disser se foram apenas segundos ou minutos, o tempo é meio engraçado quando não se vê o que acontece ao seu redor.
Ambos estavam em silêncio, então tudo o que se ouvia era o barulho de seus passos.
Ouvi uma porta sendo aberta e logo em seguida senti meu corpo sendo colocado sobre uma superfície reta e acolchoada.
– O que aconteceu? A voz de Marck surgiu, logo após o barulho da porta se fechando.
– Não sabemos. - respondeu Stelar.
Eu queria falar, mas era como gritar no vácuo.
– Eu tentei explicar - disse Ismael ofegante. - Mas foi meio difícil, com o Marck gritando.
~ É, isso é tão ele.~
– Isso não tem lógica. - Disse Marck, praticamente do meu lado. - Bruxas não existem, tem que ter alguma explicação.
– Cara, olha pro seu irmão. - disse Ismael. - Você acha que ele fez isso com ele mesmo?
– Eu sei que não merda. Mas, isso não tem sentido nenhum.
– Eu sei que o que eu vi - disse Vinicius na defensiva. - E isso vai ser a coisa mais estranha que eu vou falar, mas, eu concordo com o que o Ismael te falou.
– E quem é você?
– Seu futuro cunhado. - respondeu Vini parecendo emburado.
Se eu estivesse acordado, teria rido, logo depois de corar totalmente e querer enfiar minha cabeça na terra. Tipo, pra sempre mesmo.
– Como é? Perguntou Marck irritado.
– Esse é o Vinicius Sttin. Capitão do time. - disse Ismael. - Ele é meio idiota assim mesmo.
– Eu vou te mostrar o idiota - ameaçou Vini.
– Nada de brigas aqui. Não enquanto meu irmão ta nesse estado. Depois vocês podem até se matar, que eu não vou ta nem ai.
– Garotos. - disse Stelar.
Algo estalou no meu cérebro. Sério, sabe quando você faz " Puc" com a boca? Bem, foi esse barulho que fez na minha cabeça.
Semicerei os olhos, bem, pelo menos foi o que eu tentei, já que tive que fecha-los com força. A luz era cegante.
– Essa escola não tem enfermeiros? Perguntou Marck.
– Ter até tem, mas eu quase nunca vejo ela na escola.- respondeu Stelar. - Me lembrem de reclamar sobre isso no próximo conselho de classe.
– Vocês podiam calar a boca? Perguntei em um sussurro tão baixo que eu duvidei que eles tivessem ouvido.
– Você ta vivo? Perguntou Marck parecendo aliviado.
Abri os olhos lentamente, tudo estava meio turvo, mas consegui distinguir quem era quem.
– Paul! Exclamou Stelar como se tivesse acabado de me encontrar no corredor.
– Cara, eu podia te abraçar agora. - disse Ismael sorrindo.
– Não, nada de abraços. - sussurrei tentando me sentar. O que foi um perfeito fracasso.
Tombei para o lado, quase caindo da maca.
– Ei, calma ae. - disse Vini me segurando. Ele me ajudou a sentar. - Você não ta em condições.
– Obrigado. - olhei para ele e tentei forçar um sorriso. O que deve ter saído muito estranho. Devo ter ficado parecido com um palhaço chorão, tentando sorrir. - E, eu ouvi tudo o que vocês falaram.
Vini me lançou um olhar culpado e corou.
– O que aconteceu com você? Perguntou Marck sentando ao meu lado.
– Eu sei que o Mael - Ismael corou nesse momento. - te contou tudo. E sim, foi exatamente do jeito que ele falou.
– Isso é loucura! Exclamou Marck se levantando.
– Marck, o mundo é louco, cara. Os sãos que querem transforma-lo em algo que não existe. - disse Stelar. - Eu sei o que eu vi naquele corredor, e sei que os meninos viram e ouviram o mesmo. Então, ou você acredita nessa merda toda, ou encontra uma droga de resposta para isso tudo. - Stelar aumentou a voz em cada palavra, até estar gritando.
Marck deu um passo vacilante para trás.
– Bru..bruxas né? Gaguejou ele.
Lancei um olhar agradecido para Stelar, que retribuiu com um sorriso rápido e depois voltou a fechar a cara.
Meu estômago estava revirando, o que me deixou enjoado.
– Preciso vomita. - anunciei.
– Opa - disse Vini pegando o balde de lixo, que por sorte estava vazio, ao lado da cama.
Enfiei a cabeça dentro do balde e vomitei.
~ Eca, vomitar é extremamente nojento, sem falar no bafo o gosto ruim na boca.~
Terminei fundo e parei de vomitar. Limpei a boca com a costa da mão, e passei no colchão. Sim, isso foi nojento.
Levantei a cabeça. Stelar procurou algo dentro dos bolsos.
– Melhor? Perguntou ela me passando um chiclete de menta.
Balancei a cabeça confirmando.
– Obrigado. Posso ir embora agora? Perguntei olhando para Marck. - Você sabe que odeio hospital, enfermarias e tal.
– Eu sei. - disse ele me lançando um olhar demorado e preocupado. - Mas deveríamos te levar no hospital, sei lá, só para saber se esta tudo bem mesmo.
– Por favor, não. - estremeci ao me imaginar na sala de espera.
– Paul. - la vinha ele com o sermão.
– Se eu piorar ou tiver alguma dor, prometo que eu te falo, e você me leva pro hospital. Okay?
Marck lançou um olhar desconfiado.
– Você não vai contar.
– Eu prometo, promessa de escoteiro. - levantei a mão, tentando imitar o gesto dos escoteiros.
– Você nunca foi escoteiro - disse Marck levantanto uma das sobrancelhas. - Você odiava aquilo.
– Mas eu prometo. - sorri.
– Ta, mas se você piorar e não falar, juro que conto pros pais quando eles chegarem, e ai, você vai de um jeito ou de outro.
– Ok. Agora me tirem daqui, por favor.
Vini estava pronto para me ajudar a levantar, mas Marck lhe lançou um olhar tão gélido, que ele recuou e ficou apenas observando.
Joguei todo o meu peso sobre Marck, e junto com meus amigos, e com o garoto que parecia disposto a tudo para ser meu namorado, eu manquei para fora da enfermaria.


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Notas finais do capítulo

Gente, desculpa a demora pra postar.
Eu to meio ocupado, e tava meio sem inspiração.
Então, espero que gostem.
Sério, comenta, ajuda a divulgar.
Asmo vcs ♡♡♡♡



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