Magic escrita por Paul


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Sobre o Ismael ter aparecido na minha casa?
Acho que metade da cidade já estava ssbendo.
Povo fofoqueiro.



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Acordei com uma fina linha de luz sobre o meu rosto.
Girei para lado, tentando me afastar da luz, puxei o edredom e cobri minha cabeça.
– Ta na hora de acordar, não acha? - a voz de Marck cruzou o ar, talvez ele tivesse apenas sussurrado, mas aquilo fez meus tímpanos doerem.
– Só mais cinco minutos - sussurrei em resposta. Minha garganta estava seca demais, o que deu a impressão de ter duas lixas em minhas cordas vogais.
– Nada de cinco minutos - disse ele me sacudindo e puxando o edredom. - Estamos quase atrasados pra escola.
– Eu não posso faltar hoje? Perguntei esperançoso.
– Não, levanta logo. Te espero lá embaixo. - Marck bateu a porta com tanta força que pensei que ela iria se dividir em duas. - E nem pense em voltar a dormir, ou juro que te jogo um balde de água gelada. - gritou ele por fim, enquanto meus olhos se fechavam novamente, o que me fez pular da cama.
Eu literalmente tive que me arrastar até o banheiro, e travei uma verdadeira luta com a preguiça para tirar minhas roupas e entrar embaixo do chuveiro.
Dez minutos depois, o que me pareceu uma eternidade, e eu estava pronto. Pela primeira vez na vida não reparei nas roupas que eu estava vestindo. Só sei que era uma calça jeans escura, uma camisa branca e uma blusa de frio.
– Acho que o ônibus ainda não passou - disse Marck abrindo a porta.
~ Por que em uma cidade pequena eles precisam de um ônibus para levar os alunos? Sendo que cada um poderia muito bem ir a pé~ guardei meu pequeno pensamento para mim mesmo.
O ônibus surgiu no fim da rua. Uma grande lata de metal amarela.
Ele parou a poucos centímetros de nós. Segui Marck para dentro.
Aquilo estava quase vazio, os bancos do fundo estavam vazios, o que era estranho, os populares não sentam sempre no fundo?
Me sentei em um dos vários acentos vazios e encostei a cabeça na janela.
Era impossível não sentir sono. Mas fiz um grande esforço para me manter acordado.
A viagem até a escola pareceu durar uma verdadeira eternidade.
Quando o ônibus parou no estacionamento, meu cérebro latejava de dor, e meu maxilar doía, de tanto eu bocejar.
Fui o último a descer. O vento frio me fez ficar acordado.
– Sua cara esta horrível. - disse Stelar, assim que apareci no corredor. - Você parece um zumbi.
– Eu sou um zumbi - murmurei. - Só que sou preguiçoso demais pra ficar indo atrás de cérebros.
– Não dormiu bem a noite? Perguntou ela parando ao lado do meu armário.
– Na verdade eu dormir feito uma pedra, logo depois que o Ismael me deitou na cama. - eu sabia que tinha falado demais, mas e daí? Stelar era minha amiga.
– Pera ai, como assim ? Perguntou ela com os olhos brilhando de curiosidade.
– É uma história meio louca. - Peguei o livro de Física e fechei meu armário.
– Pode começar a contar.
Fiz um breve resumo do que havia acontecido na noite anterior, para Stelar, enquanto caminhavamos para a sala.
– Isso é assustador e legal ao mesmo tempo. - disse ela por fim, quando terminei de contar. - Então ele simplesmente apareceu caído no seu gramado? Tipo, do nada?
– Isso - dei de ombro, sentando no meu lugar, ao lado de Stelar.
– Eu sabia que ele era meio estranho, mas não a esse ponto.
– Ele não é estranho. - comentei. - Só é diferente, um diferente bom. Afinal, o que você está fazendo aqui? Sua primeira aula não era ginástica?
– Eu pedi pra trocarem, mais um pouco de ginástica e eu ia dar um chute na cara de alguém. - Stelar falou aquilo de um jeito tão fofo, que foi impossível não sorrir. - Mas espera ai - ela me encarou.
– O que? Tem algo no meu rosto?
– Não, é que você falou do Ismael de um jeito, que pareceu que você estava afim dele.
Corei com o comentário.
– Sem essa. Eu mal conheço ele. Tipo, ele é bonito e tudo mais, mas não teria lógica.
– Ah, saquei - Stelar deu de ombro e colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha. - Seu futuro namorado acabou de chegar.
Acompanhei o olhar de Stelar. Vinicius havia acabado de passar pela porta. Seus olhos estavam piores do que os meus.
As olheiras eram profundas. Ele usava uma calça moletom e camiseta, o cabelo bagunçado,até parecia um garoto do sul.
Seu olhar encontrou o meu e ele sorriu.
Senti meu rosto queimar.
– Oi - disse ele sentando logo atrás de mim.
– Oi! Respondi de um jeito simples e educado, sem me virar.
Stelar e eu trocamos um breve olhar, acompanhado de um sorriso.
– Oi para você também Vinicius. - disse ela o encarando. - Não tem só o Paul aqui não ta.
– Ah, desculpa. - nem precisei me virar para ver que ele havia corado. - Oi Stelar.
Sorri, encarando a mesa.
O professor entrou na sala e todos se calaram. Ele começou e explicar sobre os tipos de Ondas.
Minha mente estava tão distante da aula, que só percebi que ela havia acabado, quando o sinal tocou.
– Stelar, você se importaria de esperar o Paul lá fora? Perguntou Vinicius.
Me virei para encara-lo. Ele estava com um pequeno sorriso nos lábio.
Stelar me lançou um olhar interrogativo. Balancei a cabeça, dizendo que tudo bem.
– Se ele tentar me beijar a força, eu te grito e você pode dar aquele chute nele. - comentei enquanto ela saia.
– De que chute você ta falando? Perguntou Vini me encarando.
– Deixa pra lá. - fechei o livro e o sorri. - O que você quer falar comigo?
– Fiquei sabendo que o Ismael tava na sua casa ontem. É verdade?
– Mas em? Perguntei corando. - Quem te contou isso?
– Um garoto do time, que mora na sua rua. Mas sério, isso não vem ao caso.
– Claro que vem. Eu mal cheguei e já tão fazendo fofoca sobre mim. Mano, isso é irritante.
– Eu sei, por isso vim perguntar. É verdade ou não?
– É - respondi irritado.
– Ta rolando alguma coisa entre vocês? Vini encarou o chão ao perguntar.
– Como assim? Não cara. Eu mal conheço o garoto.
Vinicius levantou o olhar e me encarou. Seus olhos transbordavam um brilho diferente.
– Tudo bem então. - disse ele sorrindo.
– Pera, por que as perguntas? Franzi a testa.
– Nada, deixa pra lá. - Vini se aproximou e me deu um beijo na bochecha.
~ Puta que pariu. Quase tive um infarto aqui, sério, caralho, pra que isso? Minha boca tava um pouco mais pro lado.~
– Te vejo na aula de História. - disse ele saindo da sala.
Por um milésimo de segundo eu não sabia o que fazer, era como se eu estivesse grudado no chão por alguma super cola.
– Paul? Chamou Stelar da porta.
– Eu?
– Você vai ficar ai parado ou vai pra próxima aula?
– To indo. - murmurei.
Me virei, e caminhei para fora. Minhas pernas pareciam feitas de gelatina.
– O que aconteceu com ele? Perguntou Mitchel aparecendo na nossa frente.
– Sei lá. - respondeu Stelar me encarando. - O que aconteceu entre você o Vini?
– E..ele me beijou - sussurrei.
– Como assim cara? Perguntou Mitchel.
– Conta tudo.- Stelar abriu um sorriso tão grande, que pensei que ela iria rasgar os lábios.
– Ele veio me perguntar se o Ismael tava mesmo na minha casa...
– Pera, como ele sabia? Perguntou Stelar me interrompendo.
– Como assim o Ismael tava na sua casa? Perguntou Mitchel confuso.
– Longa história, te conto depois.- respondi.
– Por que eu sou sempre o último a saber?
– Ei, foco aqui. Como e aonde ele te beijou? Conta menino, eu preciso dessa informação. - disse Stelar impaciente.
– Depois de eu confirmar, ele me perguntou se tava rolando algo entre o Ismael e eu, ai eu falei que não. E perguntei o porquê das perguntas, ai ele disse que não era por nada. Ai sorriu, se aproximou, e me deu um beijo na bochecha.
– Uou! Exclamaram Stelar e Mitchel juntos.
– Sim, nada demais - comentei.
– Nada demais? Perguntou Stelar. - Se eu fosse você, nem lavava mais o rosto.
– Isso seria nojento - disse Mitchel rindo. - E você ia ficar fedendo.
– Shiu, você ia me pegar mesmo assim.
Olhei de Stelar para Mitchel.
– Vocês ficam? Perguntei confuso, enquanto subíamos a escada. - Pensei que o Mitchel era gay.
– Eu sou Bi cara. - Mitchel sorriu.
– O que significa que ele já pegou algumas garotas bem escrotas do colégio.
– E alguns garotos também. - completou Mitchel.
– É. Mas em fim, ele já teve um crush pelo Vini.
– Mas ele nunca falou comigo e tal. - Mitchel olhou para o chão. - Mas tudo bem. Ele é passado agora.
– Isso ae - disse Stelar levantando a mão, aonde Mitchel tocou, em um High-five.
Sorri em meio ao gesto.
– Vocês formariam um belo casal - comentei.
– Já namoramos - disse Stelar, enquanto entrava na sala de História. - Dai terminamos e continuamos amigos. E as vezes nos pegamos.
– É, ela explicou tudo. - Mitchel deu de ombro. - Vejo vocês no almoço. - disse ele saindo da sala.
A senhora Tolkins, sim o nome dela era Joana Tolkins, e esse sobrenome me lembrava " O Hobbit", não me pergunte o porquê. Bem, ela nos lançou um olhar frio, sério, aquele olhar foi tão sinistro que me causou arrepios.
Ela estava preste a começar a aula quando Ismael e Vini passaram pela porta.
Ambos me olharam e lançaram um pequeno sorriso, apesar do de Ismael ter sido mais um sorriso de amigos e não de alguém que estava afim de mim.
Ele se sentou na carteira do fundo e cruzou os braços. Vini se sentou na carteira ao lado da minha, fazendo dupla com uma garota que eu não lembrava o nome.
Stelar me cutucou e colocou um papel sobre a mesa, havia algo escrito nele.
" Isso daria uma boa novela mexicana"
Sorri ao terminar de ler e balancei a cabeça confirmando.
– Agora que estão todos aqui, posso começar a minha aula. - A senhora Tolkins se virou e começou a escrever na lousa.
Olhei para fora, enquanto a chuva começava a cair lentamente.
Aquele sim seria um longo dia, e eu só queria poder deitar na minha cama e dormir.


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Notas finais do capítulo

Mais um cap pra vcs.
Sério espero que vcs gostem.
E ai, dã uma comentada ai, me conte sua trilha sonora pra fic.
Ñ esqueça de indicar ela pros amigos ta.
♡♡



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