7 de Outubro
14:30 da Tarde

Seis dias, e nada. Nenhum ataque, nenhum sinal, nem nada. Jack havia voltado pra casa. E eu fiquei feliz por isso, não queria meter mais ninguém que eu amava, em perigo. Mael e Stelar, passavam boa parte dos dias, treinando um feitiço de proteção. Marck e Stelar, haviam marcado de sair, acho que eles iam ao cinema. Eu fiquei feliz por isso, eles precisavam de coisas normais. Vini dormia mais na minha casa, do que na dele. Perguntei se a mãe dele aceitava isso de boa, e ele disse que sim. Mas enfim. Andrew e Beatrice, passavam um bom tempo, treinando com Finch. O garoto até era legal, sério. Tudo parecia normal, até demais. Comecei a ficar desconfiado.
Me larguei no sofá da sala e liguei a Tv. Estava passando alguma coisa na MTV, mas eu nem dei muita importância. Estava um dia quente, tipo, de verdade, devia ta uns 30℃ lá fora.
~ Obrigado por existir, Ar-condicionado.~
O barulho da campainha ecoou pela casa toda. Senti cada membro do meu corpo, tentando lutar contra a preguiça. Mas felizmente, Marck saiu da cozinha e abriu a porta.
– Ah, oi Vini. - percebi a decepção em sua voz. Aposto que ele estava esperando a Stelar. - Ele ta na sala.
– Valeu. - os passos foram ficando mais altos, até Vini estar em meu campo de visão.
Virei a cabeça e o encarei. Vini tentou sorrir, mas os olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas.
– O que aconteceu? Perguntei me sentando.
– Ela foi embora, de novo. - respondeu ele ainda em pé.
– Ela quem? E deita aqui.
Vini sentou sem jeito, e depois se deitou, colocando a cabeça sobre minha coxa.
– Minha mãe. - ele olhou nos meus olhos.
– Co...como assim?
– Ela só deixou um carta. - Vini fechou os olhos enquanto algumas lágrimas caiam.
– Mas como assim? Por que?
– Ela falou que não conseguia mais, que ia acabar se matando, se continua-se nessa cidade. Então ela foi embora. Mas vai mandar notícias.
– Meu deus, ela não pode fazer isso, é tipo, desnatural.
– Eu já devia ter me acostumado. É a terceira vez.
– E..eu sinto muito. - Vini abriu os olhos e ficamos nos olhando por um tempo. Ele abriu um pequeno sorriso, o que me fez sorrir junto.
– Eu te amo Paul Monters.
– Eu te amo Vinícius Sttin. - inclinei a cabeça para a frente. Fechei os olhos, enquanto nossos lábios se tocavam.
A campainha tocou novamente, mas não me importei.
– Ei, eu to saindo com a Stelar. - Marck apareceu na porta da sala, no exato momento em que parei de beijar Vini. - Não taquem fogo na casa.
– Se divirta. - sorri para ele. - E boa sorte.
– Obrigado. - Marck abriu um sorriso de orelha a orelha. - Eu to ansioso sabe.
– Vai dar tudo certo. - disse Vini sorrindo.
– Valeu. - Marck se virou e saiu.
Fiquei em silêncio, até ouvir a porta da frente se fechar.
– Eles vão ser um casal fofo. - Vini sorriu, enquanto eu mexia em seu cabelo.
– Eles precisam de um tempo.
– Correção, nós precisamos de um tempo. Sei lá, uma folga de tudo isso.
– Eu sei, só que tipo, falta apenas 24 dias pro Halloween.
– Só relaxa um pouco, Paul, ou você vai acabar ficando louco.
– Eu sou louco. - fiz minha cara de sexy. O que deve ser a coisa mais estranha que eu já fiz com o meu rosto. - O mundo que é normal demais.
– Essa sua carinha, ela é tão sexy, que chega me comove.
– Não seja idiota, eu sou sexy querido.
– Nossa muito.
– O que você quer dizer com isso? Ta querendo perder as bolas moleque?
– Você pode até arrancar, mas ambos sentiremos falta delas. - Vini deu um sorriso malicioso.
– Nossa, cala a boca. - empurrei Vini, o fazendo cair no chão.
– Wow. - disse ele me encarando do chão. - Que tal você se juntar a min, aqui em baixo. - Vini abriu aquele sorriso perfeito e estendeu a mão.
Segurei sua mão e deitei por cima dele. Aproximei nossos rostos, até nossos lábios se tocarem. Os minutos se arrastaram, enquanto nos beijavamos. Suas mãos deslizaram por meu corpo, começando em minha cintura e terminando em meu cabelo. Arfaei, enquanto Vini puxava meu cabelo.
Me sentei, o trazendo comigo.
Suas mãos entraram por baixo da minha camisa, o toque quente, me fez arrepiar. Soltei um pequeno gemido, quando suas unhas arranharam minha costas.
Mordi seu lábio, o segurando por um tempo.
Abri os olhos, Vini me olhava de modo safado.
Tirei sua camisa, e mordi seu pescoço.
– É sério que vocês vão trazar na sala? A voz de Andrew ecoou pela sala.
Afastei Vini rapidamente, e levantei corado.
– Desculpa, mas a porta tava aperta. E Paul, o Ismael quer falar com você.
– Okay, obrigado. - lancei um olhar demorado se Andrew pra Vini. - Bem, deixa eu ir.
Caminhei sem jeito, até a porta. Ismael estava pparado os braços cruzado, a camisa preta com estampas pequenos Mickey brancos, combinavam com a calça escura. Seu cabelo balançava com a leve brisa do vento.
– Vamos lá, eu e a Stelar conseguimos.- Mael se virou, o cheiro de perfume ficando no ar.
– Criar o feitiço de proteção? Perguntei o seguindo.
Estava quase chegando na calçada, quando meu rosto e corpo se chocaram contra uma superfície dura e fria. A dor se espalhou por meu rosto.
– Isso é só uma amostra. - Mael se virou e me encarou.
– Isso é incrível. - deixei escapar. Levei as mãos até a parede sólida e invisível.
– Vamos melhorar, isso ai, vai ficar dentro de cada um de nós. Vai proteger o corpo, alma e qualquer outra coisa.
– Mael, vocês são demais, meu deus, isso é tão, wow.
– Calma, respira. - disse ele se aproximando.
Mael abriu os braços e me abraçou. Retribui o abraço. Girei, o tirando do chão.
– Você vai quebrar os meus osso. - sussurrou ele sem fôlego.
– Desculpa, eu ainda não sei minha força. - disse, o soltando.
– Tudo bem, seu namorado ainda fica me olhando feio. - Mael ssussurrou, olhando por cima do meu ombro.
Me virei e encarei Vini, parado na porta. Os braços cruzados, destacando os bíceps, que saltavam pra fora da camisa polo preta. Ele levantou as sobrancelhas, e olhou de mim para Mael.
– Depois de tanto tempo, e ele ainda me odeia, nunca fiz nada pra ele.
– Ele nunca me falou nada de mal sobre você, deve ser ciúmes, sei lá. Nós garotos, somos estranhos.
– Somos. - Mael sorriu com um canto da boca.
– Ta com medo, não ta?
– Tanto quanto você. - respondeu ele enfiando as mãos nos bolsos da calça.
Um floco de neve passou sobre nós.
– Mas o que? Levantei a cabeça, e encarei o céu. Este estava nublado, com grossas nuvens cinzas. - Mas como?
– O tempo ta estranho, o que me lembra de te contar.
– Contar o que?
– Um grupo foi acampar nas montanhas, a uns dois dias, e ninguém achou eles, só suas coisas espalhadas pelo chão, havia sangue pra todos os lugares. O único corpo encontrado. Era de um homem, uns 45 anos, acho que o nome era Jorge. Ele tava suspenso no ar, por cordas, presas em uma árvore.
– Mas...
– A única coisa que tinha nele, era um enorme corte, que cruzava o tronco, e um número 1, desenhado, na testa.
– Isso ta ficando cada vez mais bizarro.
– Acha que tem haver com Daungher?
– O que não tem haver com esse cara?
Os flocos começavam a ficar maiores.
– Vem, vamos entrar.
– Seu namorado vai me arrebentar. Mas acho que posso dar conta dele. - Mael abriu um longo sorriso.
– Assim que se fala. - passei meu braço pelo o de Mael, e caminhamos pra casa.
– Só acho que seria bom você tirar o campo de força ali, o Marck saiu com a Stelar, e acho que ele não vai querer bater com a cara, quando chegar.
– Eu já tirei. - Mael deu uma piscadela