Uma semana depois

Os dias passaram extremamente rápidos.
Sério, isso era irritante, quando eu tava aproveitando o dia, BUM, ele acabava.
Nenhuma Bruxa das trevas havia me atacado. O que era algo muito bom. Mas me deixava com a sensação de que algo pior ia acontecer.
Vini e eu estavamos nos aproximando cada vez mais, passavamos boa parte da noite pesquisando coisas sobre Bruxas, Lobisomens e sobre Daungher. Apesar que não achamos muita coisa sobre ele, só que a milhares de anos, existia um cara que era conhecido como a personificação das Trevas.
Eu havia começado a sonhar com algo estranho. Nossa, que novidade.
Geralmente era dia das Bruxas no sonho, e eu estava no bosque, no meio de uma clareira, com uma fogueira enorme. Havia umas pessoas lá, eu nunca conseguia ver o rosto delas, e ai, do nada, as chamas da fogueira se transformavam em uma fumaça cinza, e um cara surgia de dentro dela. E ai, eu morro.
~ Sim, eu não morro literalmente gente, mas a sensação era horrível.~
Era sábado e Vini e eu estávamos sentados no quintal. A noite estava muito quente para ficarmos dentro de casa.
Vini estava usando uma camisa azul bebê e shorts preto, o cabelo estava bagunçado e molhado, devido a guerra de água que tínhamos feito mais cedo. Ele estava sentado, com as pernas cruzadas, e o Note em cima delas, seus rosto estava sério enquanto ele lia algo.
– Até parece um nerd. - Brinquei, tentando olhar o que ele tanto lia. Não tive muito sucesso, já que ele fechou o Note. - O que você tanto lê?
– Nada. - disse ele virando para me olhar, com aquele sorriso perfeito.
– Vinicius. - fiz cara de Bravo.
– É sério, eu não tava lendo nada de interessante.
– Aham, e por que fechou o note? Perguntei franzindo a testa.
– Costume. - respondeu ele dando de ombro.
– Você sabe que o notebook é meu né?
– Sei. - respondeu ele dando de ombro.
– E que eu posso ver o que você ta vendo, mais tarde, né?
– Humrum.
– E então? Perguntei levantando as sobrancelhas.
– Então o que?
– Vai me deixar ver agora?
– Não!
– Eu vou ver depois então.
– Não se eu apagar o histórico.
– Vinicius. - disse irritado.
– Eu?
– Eu vou te bater. - ameacei.
– Vai nada.
– Ahhg. - mordi os lábios, me aproximei dele com um sorriso malvado nos lábios.
– O que você vai fazer? Vini me encarou surpreso.
– Fecha os olhos. - sussurrei enquanto meus rosto se aproximava mais do dele.
– Okay. - disse ele fechando os olhos.
– Nunca esconda nada de mim. - sussurrei roçando meus lábios na orelha dele. Peguei o note e me levantei. - Eu sempre dou um jeito de descobrir.
– Paul, devolve isso. - gritou Vini, enquanto eu disparava pra dentro de casa.
Entrei pela porta da cozinha.
– Ei, nada de correria aqui dentro. - disse Marck, enquanto eu disparava pra escada.
– Foi mal. - gritei subindo a escada de dois em dois degraus.
– Paul! Gritou Vini logo atrás.
– Vai ter que correr mais, capitão do time. - gritei em resposta.
Abri a porta do meu quarto e entrei, a trancando logo em seguida.
– Eu vou te matar se você ler. - gritou Vini esmurrando a porta.
Me joguei sobre minha cama e abri o note.
– Tarde demais.
A primeira coisa que reparei foi, o papel de parede era uma foto nossa antes do jogo de Basquete, que Vini tinha me forçado a ver. Na foto, Vini se apoiava em mim, enquanto mostrava a língua, e eu? Bem, eu tava com uma cara de " O que eu to fazendo aqui com esse retardado?". Sorri enquanto via a foto.
A página que Vini tinha visto por último era " Como fazer seu primeiro encontro ser perfeito."
~ Um...dois...três... awwwwwwwtttt. Que coisa fofa. Vomitei arco-íris aqui.~
Me levantei e abri a porta.
Vini estava de braços cruzados, batendo o pé e com a cara fechada.
– Oi. - sorri.
– Eu. Vou. Matar. Você. - ele disse cada palavra separadamente, dando um tom ameaçador a elas.
Vini deu um passo em minha direção. Um sorriso perfeito e maléfico nos lábios.
– O que você vai fazer? Perguntei recuando.
– Você vai ver. - Vini me prendeu contra a parede. - Fingiu que ia me beijar né? - ele passou um braço ao redor da minha cintura.
– Vi..- o nome se perdeu no ar.
Ele foi aproximando seu rosto do meu. Caralho, meu coração saltou e começou a sambar dentro do meu peito. Não infarta, não infarta Paul.
Vini encostou os lábios nos meu. Seus lábios eram macios e quente. Me rendi ao beijo, nossas línguas entraram em uma sintonia que eu não sei como explicar.
Ele deslizou a mão livre por minha costa nua, subindo até minha cabeça, começando a acariciar meu cabelo.
Senti um arrepio atravessar meu corpo.
~ Sério, o melhor beijo que eu já provei. Era carregado de amor, era quente, e me fez ficar excitado.~
Passei meu braço pelo tronco de Vini, trazendo seu corpo para mais perto do meu.
O beijo só acabou quando ambos ficamos sem ar.
Abri os olhos e encarei os olhos castanho claro de Vini. Seu rosto estava vermelho. Ele me lançou um olhar envergonhado.
– Não pensei que nosso primeiro beijo seria assim. - comentei, enquanto meu rosto esquentava.
– Então quer dizer que você ficou imaginando como seria nosso primeiro beijo? Perguntou ele dando um sorriso.
Balancei a cabeça confirmando. Eu devia estar completamente vermelho de vergonha.
– Bom saber que não fui o único.
Mordi os lábios. Me julguem, mas eu queria outro beijo.
Só percebi o que estava fazendo quando meus lábios tocaram novamente os de Vini.
Caminhei, o trazendo comigo, em direção a cama. Me deitei, enquanto Vini ficava por cima.
~ Não, eu não vou tranzar com ele, se é o que vocês tão pensando.~
Vini tirou a camisa e voltou a me beijar. O calor de seu corpo era agradável. Apesar de estar uns 34℃ dentro de casa.
– Ei. - disse a voz de Marck. - Vão pra um motel, ou pelo menos fechem a porta. Não preciso ver isso tão cedo.
Empurrei Vini pro lado e sorri.
– Você não viu nada. - disse me sentando.
– Vi sim. - disse Marck me encarando. - E depois que o senhor ali for embora. - ele apontou para Vini com o queixo. - Vamos ter uma conversinha. - Marck se virou e bateu a porta.
– Ta, isso foi estranho e constrangedor. - disse Vini vestindo a camiseta. - Ele não vai brigar com você, né?
– Não, ele só vai querer saber se somos namorados. - corei.
– E somos? Vini me lançou um olhar esperançoso.
– Bem, imaginei que seria diferente. - sorri. - Que você ia fazer um primeiro encontro perfeito, tipo o da Internet. E ai me pedia.- comecei a rir.
– Ta, somos namorados, mas não oficial, não ainda.
– Okay. - me levantei. - Namorados então.
Vini se levantou e me encarou.
– Cinema, amanhã as oito. - disse ele.
– Okay. - sorri. - As oito então.
– Mas antes, um ultimo beijo.
– É acho que podemos dar mais um. - me aproximei o beijei.
~ Ta, confesso. Eu estou apaixonado, e dai? Amar é humano gente. E o beijo dele, OMG, é bom demais. Me julguem ou superem.~
Segurei a mão de Vini, meu novo/quase-namorado, e junto saímos pra fora do quarto.